segunda-feira, março 10, 2008

Valeu só pelo som das gargalhadas

 Maria Lurdes Rodrigues

No sábado estive na Marcha da Indignação e como cada um de nós nada mais fui que um simples manifestante anónimo. Levei vestida uma T-shirt estampada com este boneco. Valeu pele boa disposição dos professores e pelas gargalhadas que ouvi quando a viam. Serviu pelo menos para distribuir um pouco de alegria a esta boa gente que tanto tem sofrido com este governo e esta ministra. Só por isso valeu a pena lá ter ido.

Contribuição para o Echelon: NATOA, sneakers, UXO

33 comentários:

  1. Kaos,

    Este governo e esta ministra foram eleitos com os votos do povo. Esta boa gente está a lutar contra a decisão de todos nós de os colocar a tratar do assunto, de acordo com o programa do governo e da sua melhor forma de abordar.

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  2. Kaos,

    eu tb levei uma t-shirt com uma imagem TUA estampada. Passa no Democracia em Portugal para a veres.
    Tb arranquei muitos risos e fotos.
    Graças a ti.

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  3. Kaos, que pena não o ter visto naquele oceano de gente.

    Obrigada por lá ter estado comigo e com os meus pares.

    Um abraço duma prof. lisboeta.

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  4. Pintar escolas durante as aulas de substituição alinho. Até levo o fato de macaco.

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  5. Admiro a sua luta e a sua coragem.

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  6. E valeu por todas as fotos que te tiraram "à T-shirt, sem fazerem a minima ideia de que o próprio autor dos desenhos "viajava" dentro dela. ;)

    Bj

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  7. Tonibler:
    Dizer que quem votou no Sócrates votou que queria isto é no mínimo um pouco abusivo. Nunca este assunto foi falado na campanha eleitoral, mas mesmo que tivesse sido, mentiroso como se tem mostrado o Sócretino isso não quer dizer nada. Não sou professor mas entendo a sua luta e por isso estou com eles. Este governo de socretinos não presta, esta ministra tem de ir para a rua e temos de pensar que o sistema de ensino não é feito nem para os professores nem para resolver os problemas de tempo dos pais, mas sim para as crianças. Elas, sim, são o mais importante

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  8. 100 mil, dizem, na manif. Agora imaginem, só na imaginação. Se os desempregados resolvessem formar, eles também, um movimento?
    Dizem que são 500 mil. Isso é que haveria de ser lindo. Tempo não lhe falta, é só começarem a pensar sobre a coisa. Mesmo que não fossem todos formariam sem dúvida um rio de gente e podia ser que alguma coisa começasse a mudar em Portugal e na Europa.

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  9. Kaos;

    Abusivo é assumires que "tu" é que sabes o que é melhor para as "nossas" crianças. Por isso é que existem regras democráticas de governo que não podem ser sobrepostas por manifestações de quem tem interesses económicos no assunto, como é o caso dos professores.

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  10. Tonibler:

    desculpe lá, mas......
    o que é que os interesses económicos dos professores tem a ver com:

    a) pôr câmaras municipais a gerir a contratação de professores, com toda a corrupção ainda maior que daí adviria.

    b)fazer depender da progressão da carreira, entre vários intens, que quanto mais alunos passem de ano isso contribua para a progressão na carreora

    c) não aumentar o número de horas de ensino dos professores, mas aumentar a carga de trabalho burocrático, toda ela totalmente inútil ou quase inútil

    d)Por os professores a fazer trabalho não pago que oscila entre 1000 e 15000 horas por ano.

    e) desresponsabilizar os alunos que passam sempre pelo menos até ao 9ºano, aos quais os professores não podem por na rua, e tem que justificar chumbos que não se chamam chumbos mas sim retenções através de uma intensa burocracia.

    f)meter comissões de pais ou confederações a darem bitaites sobre gestão corrente da escola.

    Esta então é uma incrível

    Mas desde quando éque confederações de país subsidiadas pelo governo falam em nome de todos so país ? E pretende-se-lhes dar "voz própria com legitimidade" para mandarem na gestão das escolas.

    O caro tonibler fala de "quem tem interesses económicos no assunto.

    As confederações de pais não tem interesse económico no assunto?
    As editoras não tem interesses económicos no assunto?

    E valores como discriminação e democracia onde ficam?

    O que eu sei é que na minha área de residência existem duas escolas secundárias.

    Só existem alunos para uma.

    Os professores só querem uma a funcionar.
    No entanto o ME continua a por duas a funcionar.

    Depois quando se olha para a estrutura social/ avaliativa de alunos em ambas as escolas percebe-se porquê é que TEM QUE EXISTIR duas a funcionar.

    Gasta-se dinheiro e existem interesses económicos mas também políticos/discriminatórios neste assunto.

    Estas questões não sao resolvidas pelo ministério porquê?

    E insiste-se com professores?

    E sem qualquer acrimónia pessoal,digo-lhe que, com este governo, a sua ideia das regras democráticas de governo não se aplicam.

    Este governo tem feito tábua rasa de todas as regras democráticas de governo, e exige isenção de critica perante falhas graves democráticas na sua actuação, confundindo isso com legitimidade derivada de ter sido eleito.

    Não há princípios de legitimidade perante um governo que se comporta como um pequeno tiranete a soldo de alguns interesses que não se percebem bem quais são.

    Este governo faz chantagem emocional sobre os portugueses apoiado no partido que o suporta e no que se passou há 34 anos atrás.

    Isto é inaceitável.
    E não é só na educação, mas noutras áreas.

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  11. Toniblere:
    Não é nada abusivo da minha parte dizer que sei o que é melhor para os meus filhos e não é certamente entrega-los ao estado para que os formate. Não é necessário ser nenhum génio para perceber que crianças criadas dentro de autenticas prisões em que estão a transformar as escolas durante 11 horas por dia não crescerão seres humanos completos e saudáveis. Não procuro o facilitismo, antes pelo conrtrário quero assumir a responsabilidade pelo crescimento dos meus filhos e isso é um direito que posso exigir ao estado e a quem nos governa.
    Posso fazer-te a mesma pergunta que tu me fazes, e se será esta ministra que sabe o que é melhor para as nossas crianças.

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  12. kaos:

    Democracia é isso mesmo. Será que esta ministra sabe o que é melhor para estas crianças? Parece que tu, eu e os nossos concidadãos chegámos à conclusão que sim, por via de eleições livres. Tudo o que arranjes fora do quadro eleitoral é a tentativa de falares mais alto que os outros, o que me parece muito pouco democrático.

    Aquilo que estás a pedir para a autonomia da tua decisão face à opinião da maioria, é a privatização da gestão das escolas, em que concordo contigo, mas infelizmente não foi esse o "nosso" entendimento e, logo, estamos condenados a respeitar a vontade da maioria ou a lutar pela desanexação do sistema face à decisão maioritária, que se chama "privatização".
    A manifestação foi uma manifestação dos empregados do sistema educativo a favor da manutenção do sistema, coisa para o qual estou, honestamente, nas tintas, desde que seja feita no tempo deles (como foi, aliás).

    Dissidentex:

    É irrelevante para o assunto se me parece que sim ou que não. Sobre a educação pública decide o público, por via de eleições livres. Não são os empregados do público que agora vêm dizer o que deve ou não deve ser. Porque esses têm interesses económicos, receber mais por menos tempo, que são contraditórios com o interesse público de pagar menos por mais valor.

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  13. Tonibler: desculpe lá, mas a sua posição tem muito que se lhe diga.

    Decide o público através de eleições livres?

    Não quero acusá-lo de falta de seriedade até porque não é disso que se trata,uma vez que a sua intervenção até tem a sua lógica.


    Mas acha mesmo que, honestamente, a maior parte das pessoas estará capacitada para "decidir em eleições" coisas destas?

    Não estou a chamar idiotas às pessoas nem a colocar-me numa posição elitista, mas a sua posição parece-me indefensável.

    Não é possível a quase ninguém ter tempo e capacidade para entender o que está em causa. Neste assunto ou noutros.

    E dizer-se que através do processo de legitimação via eleições livres por delegação de poderes que isso chega, no século 21, lamento, mas já não chega.

    E as eleições são verdadeiramente livres?
    Por que padrão?

    E os empregados do público tem tanto direito a dizer o que acham como tem os empregados do privado.(se tem outra força para o fazer ou não isso é uma outra questão...)

    Desculpe lá que lhe diga, mas isso parece positivismo.

    Repare: essa conversa do público para dar um exemplo extremo (e não estou a comparar), "decidir em eleições" levou Hitler ao poder.
    Isso foi uma coisa boa?


    Além disso em campanha eleitoral este partido de amigos com um projecto eleitoral reduzido a duas ideias, que é o PS, nunca prometeu ou afirmou algo sequer remotamente parecido com isto.

    Que ainda por cima é errado e mal feito e mal executado.

    Honestamente a maior parte das pessoas que votaram PS se soubessem o que estaria a ser preparado para ser feito nunca o te-lo-iam feito- isto é votado no PS.


    E também discordo de si quando você diz que para si próprio é irrelevante.
    Você não é um cidadão desta coisa, supostamente igual aos outros e dotado dos mesmos deveres e direitos que os outros?

    É irrelevante porque você tem a sua opinião pessoal sobre isto, que é a de dizer/achar que é irrelevante.

    Já não é irrelevante num sentido mais lato porque você também é cidadão.
    Como também é cidadão também tem direito a ter opinião ( estúpida ou inteligente, não interessa)...

    E o "decide o público" é algo muito vasto.
    O " público " e entenda-se por público "os país" o que quer é que os filhos passem de ano; saibam ou não saibam do assunto.

    Desculpe lá, mas isso não é educação, nem é igualdade de oportunidades, nem representa um sistema democrático justo e legitimado, nem deve ser aceite.

    As confederações de pais que não foram eleitas para coisa nenhuma também são público para terem hipótese de decidir?

    Desculpe lá, não é nada de pessoal contra si, mas nesta situação há limites ao laisser faire , laisser passer...

    Que passam por algo mais do que terem existido eleições livres.

    Há incompetência nestas "reformas" e há a tentativa de privatizar algo que é pertença de todos, a escola.

    Isso não foi discutido em eleições nem em programas eleitorais.

    E volto a dizer: não é nada de pessoal contra si.Note-se.

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  14. Tonibler,

    "Será que esta ministra sabe o que é melhor para estas crianças? Parece que tu, eu e os nossos concidadãos chegámos à conclusão que sim, por via de eleições livres."

    Ai sim? Engraçado, não me lembro de ter ouvido falar desta senhora, durante a campanha eleitoral ou noutra situação qualquer, e, muito menos, de ter ouvido o PS, através de José Pinto de Sousa, a referir-se a este tipo de "reforma" para a Educação. Ainda não teria pensado na política educativa? Candidatou-se ao poleiro sem fazer a mínima ideia do que ia fazer? Penso que sim.
    Demagogia? Não, obrigado.

    Quanto ao facto de se saber o que é melhor ou não para as nossas crianças, parto do princípio que muitos pais não são inimputáveis e conhecerão bem melhor os seus filhos que esta gentalha que só quer manter-se no poder e, por isso, tenta ludibriar o Povo (na sua maioria) destruindo a Educação.
    Se, neste momento, já há muitos portugueses desempregados, com esta "reforma pró ignorantes encartados", daqui a meia dúzia de anos, com a concorrência a nível global, vão ser muitíssimos mais. A mão-de-obra portuguesa será indiferenciada e, por conseguinte, só servirá para fazer os trabalhos que os outros não querem fazer.
    Se é isto que quer para os seus filhos, tenho pena deles, por terem este pai. Se é isto que quer para os filhos dos outros, porque os seus frequentam (ou frequentarão) colégios, é uma atitude pouco humanista e muito egotista.
    O direito à EDUCAÇÃO de QUALIDADE e gratuita é um direito constitucionalmente garantido para haver IGUALDADE DE OPORTUNIDADES. E, embora haja muitos indícios do contrário, ainda vivemos num Estado de Direito Democrático.

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  15. toniblere:
    Tudo menos a privatização. Tu realmente consegues tirar conclusões onde elas não hexistem. Sou a favora da escola publica, como local onde se ensine os nossos filhos e não com um local onde recebam toda a educação e sejam condicionados nas ideias e nos objectivos. tens falafdo muito de democracia. mas pergunto-te, votaste nesta ministra e nestas politicas? Sabias que ia ser esta a ministra e estas as politicas desta governo antes de lá colocar o voto? A democracia é ouvir o povo, não só de quatro em quatro anos, mas todos os dias e em todas as situações. Há que ouvir o pulsar do pais e saber responder aos seus anseios.
    Quanto ao afirmares que a luta dos professores não passa de um problema de empregados do ensino e para quem te estás nas tintas é algo triste. Eu, pessoalmente acredito na solidariedade e na união quando as dificuldades aparecem. Não sou egoista ao ponto de cagar nos outros. Não sei se é uma virtude ou um defeito meu, mas sou incapaz de não apoiar aquilo que penso ser justo. Afinal gostava que houvesse outros que fizessem o mesmo por mim quando fopr eu a necessitar. Sou assim e gosto de ser assim

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  16. O Tonibler não tem interesses? É uma amiba? O que é que o faz falar? Pretende defender o interesse de todos? Desceu do Céu à Terra para salvação da Humanidade? É um crente? Acredita que os políticos lhe dão o material que propagandearam? Acha que os professores são uns grandessíssimos malandros? Os impostos que os professores pagam não são para seu benefício? Sabe fazer perguntas? Só sabe fazer asserções?

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  17. Caro Kaos, lá nos cruzámos à boca da Rua Áurea e tive a oportunidade e o gosto de apertar-lhe a mão pessoalmente.

    Não leve a mal não me envolver neste pinguepongue de comentários - não quer dizer que não seja vitalizador e fundamental - mas já tive a minha conta deste bate-boca.

    A idade em nós tudo muda.
    Agora estou mais virado a pregar sozinho, de pantufas, do deserto do meu blog.
    :)

    Agradeço-lhe por tudo. E deixo-lhe um forte abraço solidário, nesta luta que não termina.

    Pedro Nunes

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  18. Coitados dos portugueses, votaram enganados, num governo supostamente socialista. Vêm agora que é do mais neoliberal que há, e são confrontados constantemente com o facto de este governo ter ganho as eleições livre e, ainda pior, com maioria absoluta.

    Quem usa o argumento acima, esquece-se de uma coisa: a democracia não existe pontualmente, de 4 em 4 anos, ela constrói-se activamente e, se há contestação, por alguma razão a há. Não tenho dúvidas que muitos dos professores votaram no PS, assim como muitos não o fizeram, mas tanto uns como os outros estão no seu legítimo direito de contestar e lutar pela mudança de políticas, não só porque o PS mentiu em alturas de eleições, mas também porque a democracia é algo que se faz todos os dias, e não de forma pontual. Admiro os portugueses que, contrariamente ao espírito mesquinho e difamador, estão solidários com a sua luta.

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  19. Caro jeri:

    A democracia até se pode construir todos os dias, mas 100 mil não decidem pelos outros 9900000 só porque se juntaram numa manifestação. E, por isso, aquilo que teve há 2 anos é a melhor medida da vontade popular que conhece. Isto parece-me inquestionável.


    Anónimo:

    Claro que tenho interesses. Quer que passe eu a decidir como vai gastar o seu ordenado??? Quer ignorar os meus interesses???


    Nuno:

    Não votei no PS e, logo, não votei na ministra. Mas, apurados os votos, foi decidido por todos nós que o PS formava governo. Isso é democracia.
    Quanto à privatização, eu sou um pragmático. Eu pago a professores para darem educação e encarrego um ministro que, por aí abaixo na hierarquia, gere os professores. Se a cagada que temos é culpa dos professores ou não, estou-me nas tintas. Ou conseguimos ou não conseguimos. Como os factos, incluindo esta manifestação feita para o demonstrar, mostram que não conseguimos, então pagamos a quem consiga.

    Libertário:

    Não sei se está a chamar ensino de qualidade à cagada que temos, mas se está, não me parece que lhe consiga explicar o que quer que seja.
    Eu não preciso de ter professores para proporcionar educação de qualidade e gratuita. Pego no que gasto em professores e dou a escolas que me garantam aquilo que os professores individualmente não garantem, seja porque razão fôr. Eu, cidadão, só preciso de ter uma educação para o público e não do público.

    dissidentex:

    Desculpe lá, mas é você que sabe o que é melhor? Sabe mais que eu? Ou que todos os outros que aqui escreveram?
    Deixe-me dizer-lhe que não. E, por isso, pede-se a todos a opinião sobre a forma de voto e esse voto tem um resultado que, ao contrário da educação pública portuguesa, tem resultado. Para déspotas iluminados que sabem o que é melhor para os outros, já demos.

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  20. A proposta do Tiago Carneiro é que é espectacular. É o segundo comentário.
    Essa atitude iria deixar o governo sem qualquer resposta. E iria ser um exemplo para Portugal e resto da Europa.

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  21. Tonibler,

    "Não sei se está a chamar ensino de qualidade à cagada que temos, mas se está, não me parece que lhe consiga explicar o que quer que seja.
    Eu não preciso de ter professores para proporcionar educação de qualidade e gratuita. Pego no que gasto em professores e dou a escolas que me garantam aquilo que os professores individualmente não garantem, seja porque razão fôr. Eu, cidadão, só preciso de ter uma educação para o público e não do público."


    Tem razão, quando alude ao facto de termos um mau serviço de Educação. Seria necessário repensar os curricula e os conteúdos, bem como os níveis de exigência e de rigor. Mas, como bem saberá, não é com estas "reformas" que isso vai acontecer.
    Pelo contrário, estas "reformas" vêm destruir, ainda mais, o serviço nacional de Educação. Estas "reformas" seguem no sentido de controlar politicamente a Educação (director(a) da confiança política) e de aumentar o sucesso fictício (os professores a serem avaliados pelas notas que atribuem aos alunos).
    Quanto à figura de autoridade, que deve ser o(a) professor(a), desaparece completamente com o novo estatuto do aluno. Também sabemos que a autoridade é um valor moral e deve fazer parte de uma Educação correcta (sem autoridade, por parte de muitos, cai-se, facilmente, no autoritarismo de poucos).

    "Eu não preciso de ter professores para proporcionar educação de qualidade e gratuita"

    Sem professores, desconheço a forma que possui para fornecer uma Educação de qualidade e gratuita. Talvez, a internet?


    "Pego no que gasto em professores e dou a escolas que me garantam aquilo que os professores individualmente não garantem"

    Os professores, na Escola pública, não trabalham individualmente, pois não são explicadores individuais;

    Pois, parece-me muito bem que enriqueça, ainda mais, os empresários com o pagamento directo de impostos pagos por todos nós - os que beneficiam e os que não beneficiam da prestação desses serviços.

    Os empresários também lhe agradecem imenso.

    Com o aumento dos lucros, podem investir em equipamentos (nas escolas e noutras empresas - eles colocam os ovos em vários cestos) que, pouco a pouco, vão substituindo a mão-de-obra e, um dia, pode estar a engrossar as fileiras dos desempregados e proporcionar o mesmo destino aos seus filhos.
    Está bem pensado!

    Sabe, Tonibler, os grandes empresários cada vez precisam menos de gente para trabalhar, bastam alguns "cérebros" e alguma mão-de-obra indiferenciada para terem a engrenagem a funcionar.

    Quando a quantidade de desempregados for de tal modo elevada que percam todo e qualquer interesse como CONSUMIDORES (sim, o mais importante, sob o ponto de vista dos empresários, é o CONSUMO) e possam ser uma enorme causa de instabilidade social, arranjarão alguma forma politicamente correcta para se verem livres deles...

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  22. Já percebi tudo...Tonibler é mesmo uma amiba.

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  23. Parabéns Kaos.
    És um lutador pela cidadania.

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  24. Eu não me solidarizo com a pretensa luta dos profs !

    É uma classe das mais bem pagas da Europa pela fraquinha qualidade do trabalho apresentado.

    Sou contra a ideia de quem não consegue arranjar trabalho no privado se amanhe à conta teta pública e tambem dos favores e cunhas.


    Sou a favor dum diploma que exclua duma vez por todas os pretensos profs sem habilitações pedagógicas próprias para exercer o ensino. Este trabalho - de prof - deveria ser avaliado mensalmente.

    Para os profs competentes, porque felizmente também os há, deveriam merecer - sem favor nenhum - mais respeito e melhor atenção socio/economica da parte do Estado.

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  25. Hum… Então cruzámo-nos algures nos Restauradores ou no Rossio não me recordo bem, lembro-me que uma das colegas que ia mais próximo de mim parou de repente e abriu um enorme sorriso ao ver a sua t-shirt preta com este boneco fantástico. Muito obrigado pelos seu trabalho. Vi quase uma dezena de outros bonecos seus estampados em t-shirt’s naquela marcha.

    Entretanto gostava de lembrar o caro Tonibler que tenho, de facto interesses económicos no assunto. Enquanto trabalhador gosto de receber o meu ordenado no fim do mês. A escravatura foi abolida, em Portugal, no reinado de D. Luís, caso não tenha reparado.
    Quanto a substituir a “cagada” em que se encontra o ensino, por uma “cagada” cem vezes maior, lamento, mas não contem com os professores. Para esse peditório, já demos.

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  26. libertário,

    Não consigo responder se não consegue entender. Não vou repetir tudo outra vez.

    anónimo,

    Deves ser professor do quadro porque não percebeste nada.

    apache,

    Quantos aos interesses económicos, concordamos. Por isso é que não deixas que seja o dono do restaurante a decidir completamente aquilo que comes, nem os professores a decidir completamente aquilo que deve ser a escola.
    Quanto à cagada, dos 100 mil da manifestação havia 50 mil ideias sobre o que deveria ser a educação (os outros 50 mil só servem para fazer número e não valem o ar que respiram). A forma como a sociedade chega a acordo é por via das eleições e pela nomeação de um governo.

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  27. Tonibler,

    Desculpe, mas se há alguém que não esteja a entender para onde nos querem arrastar é o Tonibler. Se pensa que as grandes corporações económicas só provocam genocídios e uma miséria pungente nos países denominados subdesenvolvidos, pode começar a desenganar-se.

    As duas guerras mundiais surgiram na Europa, uma zona estratégica para uma reconstrução rápida e geradora de fortunas colossais. E, é melhor que se perceba que não ocorreram, propriamente, na pré-história. As outras guerras, denominadas locais, são simples balões de oxigénio incapazes de despoletar o crescimento económico que ocorreu depois da II G. Guerra.

    As empresas têm como objectivo a maximização dos lucros e não olham a meios para o conseguirem, mesmo que um desses meios seja a guerra. Aliás, depois da II G. Guerra passámos a ter o que se pode designar por uma economia de guerra, a indústria do armamento é a que tem maior capacidade para capitalizar.

    A Educação é uma área fundamental para se formatar a mente das pessoas e é muito natural que as grandes empresas estejam interessadas na sua privatização. Duvido que os seus objectivos sejam muito humanistas e que pretendam que a Educação seja um meio para formar pessoas que venham a ser tão felizes quanto possível.

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  28. Caro Toniblere:
    Como o debate de ideias estava vivo decidi não me meter nele, mas há aqui uma afirmação que gostava de comentar
    "os outros 50 mil só servem para fazer número e não valem o ar que respiram"
    Custa-me entender que se considere que haja quem não valha o ar que respira, faz-me lembrar um senhor de bigode que pensava da mesma maneira. O resultados disso forão milhões de mortos

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  29. Assim é, Kaos, é muito mais fácil do que se possa pensar formatar as mentes das pessoas. Exemplos disso são aos montes e basta ver que nos transformaram em escravos - fartamo-nos de trabalhar para podermos sobreviver - para que os lucros das grandes empresas tenham cifras incomensuráveis.

    As pessoas, de um modo geral, nem pensam no modo como se organizou o mundo e acham tudo muito normal e natural, o que favorece o agravamento da situação.

    O egoísmo é um dos valores que se vai incutindo às pessoas e, por isso, há uma grande indiferença ao sofrimento de milhões de pessoas que morrem com fome, com doenças que já deveriam ter sido erradicadas pelas vacinas que até existem e pela guerra. De um modo geral, considera-se, por indução, que estas almas sofredoras são de gente inferior e que, por isso, também não merecem o “ar que respiram”.

    Mas se, para uma boa camada da população mundial, estas gentes abandonadas à desgraça pela ganância do lucro não têm qualquer valor, é bom que nas costas dos outros vejamos as nossas: também nós, enquanto seres humanos, não temos qualquer valor para os detentores das grandes fortunas. A única coisa que tem valor para estes é o dinheiro. A nossa importância para eles reside na possibilidade que lhes damos de enriquecerem ainda mais, através das bugigangas que lhes compramos.

    Se não fosse pela necessidade de venderem as suas bugigangas, já teriam dispensado muito mais gente do trabalho, pois as máquinas trabalham mais e melhor, conseguem uma maior produtividade. Bastam muito poucos para manterem a engrenagem em funcionamento.

    É preciso que as pessoas tenham consciência que já entrámos noutra fase da economia mundial: uma economia virtual. A maior parte das transacções (70 a 80%) são puramente virtuais. Devemos tirar as ilações correspondentes.

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  30. “havia 50 mil ideias sobre o que deveria ser a educação” (Tonibler)
    Obrigado pelo elogio, Tonibler. Será que nas outras profissões, haverá 50% dos trabalhadores a pensar pela própria cabeça? Seria bem melhor o mundo.
    Já agora, uma pergunta… Extrapolando esta sua percentagem para o resto da sociedade, em qual das metades o Tonibler se inclui?

    “A forma como a sociedade chega a acordo é por via das eleições e pela nomeação de um governo.”
    A frase tem um contra-senso, eleição e nomeação são coisas diferentes. Acrescento outra pergunta, qual acordo? Este senhor, José Sousa, foi eleito com os votos de menos de 29,3% dos eleitores.

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  31. kaos:

    No Porto chamam-lhes morcões, que nem para o recenseamento servem, eu digo que não valem o ar que respiram por força de expressão e, mesmo assim, cingindo à profissão que têm. Não so conheço de outra forma e por isso não poderia ir ao pensamento do senhor de bigode.

    Libertário,

    Está a confundir privatização da educação com privatização da produção de educação que existe, por exemplo, em grande percentagem com os infantários. No resto, tenho uma grande dificuldade em entender essa "teoria de tudo".

    Apache,

    Não tem contra-senso nenhum. Os deputados são eleitos, os governos são nomeados com base na composição do quadro de deputados, stôr.... Quanto à questão dos 50%, o seu conhecimento da sociedade em que vive responde?

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  32. Tonibler,

    "No resto, tenho uma grande dificuldade em entender essa "teoria de tudo".

    Muito embora não seja sociólogo, compreendo que todo e qualquer fenómeno social é pluridimensional e que a realidade social é una e indivisível por dizer respeito à condição humana!
    E, segundo penso, isto dá resposta à separação que tenta fazer entre privatização da Educação e da produção da Educação, que é uma separação fictícia.

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  33. Libertário,

    Não é e já foi experimentada em alguns estados dos USA bem mais "estatistas" na questão da educação que nós, com resultados relevantes na segurança e nível de vida das populações mais desfavorecidas.

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