Roubei este texto do Ricardo Araujo Pereira da Revista "Visão"
«Quando, no passado domingo, o Ministério das Finanças anunciou que o Governo vai prestar uma garantia de 20 mil milhões de euros aos bancos até ao fim do ano, respirei de alívio. Em tempos de gravíssima crise mundial, devemos ajudar quem mais precisa. E se há alguém que precisa de ajuda são os banqueiros. De acordo com notícias de Agosto deste ano, Portugal foi o país da Zona Euro em que as margens de lucro dos bancos mais aumentaram desde o início da crise. Segundo notícias de Agosto de 2007, os lucros dos quatro maiores bancos privados atingiram 1,137 mil milhões de euros, só no primeiro semestre desse ano, o que representava um aumento de 23% relativamente aos lucros dos mesmos bancos em igual período do ano anterior. Como é que esta gente estava a conseguir fazer face à crise sem a ajuda do Estado é, para mim, um mistério.
A partir de agora, porém, o Governo disponibiliza aos bancos dinheiro dos nossos impostos. Significa isto que eu, como contribuinte, sou fiador do banco que é meu credor. Financio o banco que me financia a mim. Não sei se o leitor está a conseguir captar toda a profundidade deste raciocínio. Eu consegui, mas tive de pensar muito e fiquei com dor de cabeça. Ou muito me engano ou o que se passa é o seguinte: os contribuintes emprestam o seu dinheiro aos bancos sem cobrar nada, e depois os bancos emprestam o mesmo dinheiro aos contribuintes, mas cobrando simpáticas taxas de juro. A troco de apenas algum dinheiro, os bancos emprestam-nos o nosso próprio dinheiro para que possamos fazer com ele o que quisermos. A nobreza desta atitude dos bancos deve ser sublinhada.
Tendo em conta que, depois de anos de lucros colossais, a banca precisa de ajuda, há quem receie que os bancos voltem a não saber gerir este dinheiro garantido pelo Estado. Mas eu sei que as instituições bancárias aprenderam a sua lição e vão aplicar ajuizadamente a ajuda do Governo. Tenho a certeza de que os bancos vão usar pelo menos parte desse dinheiro para devolver aos clientes aqueles arredondamentos que foram fazendo indevidamente no crédito à habitação, por exemplo, e que ascendem a vários milhares de euros no final de cada empréstimo. Essa será, sem dúvida nenhuma, uma prioridade. Vivemos tempos difíceis, e julgo que todos, sem excepção, temos de dar as mãos. Por mim, dou as mãos aos bancos. Assim que eles tirarem as mãos do meu bolso, dou mesmo.»
A partir de agora, porém, o Governo disponibiliza aos bancos dinheiro dos nossos impostos. Significa isto que eu, como contribuinte, sou fiador do banco que é meu credor. Financio o banco que me financia a mim. Não sei se o leitor está a conseguir captar toda a profundidade deste raciocínio. Eu consegui, mas tive de pensar muito e fiquei com dor de cabeça. Ou muito me engano ou o que se passa é o seguinte: os contribuintes emprestam o seu dinheiro aos bancos sem cobrar nada, e depois os bancos emprestam o mesmo dinheiro aos contribuintes, mas cobrando simpáticas taxas de juro. A troco de apenas algum dinheiro, os bancos emprestam-nos o nosso próprio dinheiro para que possamos fazer com ele o que quisermos. A nobreza desta atitude dos bancos deve ser sublinhada.
Tendo em conta que, depois de anos de lucros colossais, a banca precisa de ajuda, há quem receie que os bancos voltem a não saber gerir este dinheiro garantido pelo Estado. Mas eu sei que as instituições bancárias aprenderam a sua lição e vão aplicar ajuizadamente a ajuda do Governo. Tenho a certeza de que os bancos vão usar pelo menos parte desse dinheiro para devolver aos clientes aqueles arredondamentos que foram fazendo indevidamente no crédito à habitação, por exemplo, e que ascendem a vários milhares de euros no final de cada empréstimo. Essa será, sem dúvida nenhuma, uma prioridade. Vivemos tempos difíceis, e julgo que todos, sem excepção, temos de dar as mãos. Por mim, dou as mãos aos bancos. Assim que eles tirarem as mãos do meu bolso, dou mesmo.»
Eram lucros virtuais, assim como o frio e a fome. Que grandes sacanas!
ResponderEliminarE pensar que estes tipos acabaram com a Dona Branca, a "banqueira do povo".
ResponderEliminarO texto representa a visão que a maior parte das pessoas pode ter sobre este problema, que é igualmente a minha. Ou melhor, seria, se eventualmente se vier a concretizar a transferência destes dinheiros para os bancos. O que, sinceramente, duvido. Não porque acredite no que diz o governo e seus sequazes, mas muito mais porque, sinceramente, ainda não vi os bancos portugueses com o tipo de reacção a esta crise que vimos noutros países.
ResponderEliminarEmbora eu seja contrário a ajudar quem mal fez e mal andou, penso que a decisão do governo em nacionalizar os bancos nacionais poderia ser precipitada (já antes tinha apresentado as minhas reservas quanto às nacionalizações). Isto pelo exposto no parágrafo anterior, e também por algum conservadorismo bancário próprio da banca portuguesa, um pouco mais avessa a produtos de sustentabilidade altamente duvidosa, que levaram à falência de bancos em países mais liberais, como os do Reino Unido, Irlanda e Islândia (estes últimos são aqueles países que não investem em infraestruturas, lembram-se? Investem nas pessoas - empregos bem remunerados em volta de produtos financeiros - boa sorte!). Não somos a América, embora alguns banqueiros gostassem que fossemos. A regulação bancária em Portugal não funciona bem, mas pelo menos existe e preveniu males maiores, pelo que ficamos pelo menor. Não por ausência, mas pelo mal menor.
Assim, penso que só em caso de pura incompetência de gestão esse dinheiro terá que ser adiantado aos bancos. Não acredito que essa incompetência venha ao de cima nos próximos tempos, mais por vergonha e medo de linchamento público do que por vontade dos banqueiros. Quando a coisa endireitar minimamente, poderemos levar com nova pancada, e aí, se calhar, será tarde demais para fazer seja o que for. Esperemos que não...
Acabem com a bolsa de uma vez por todas...
"...representa a visão que a maior parte das pessoas pode ter sobre este problema,..." diz o cirrus!
ResponderEliminarMeu caro se todas as pessoas tivessem a mesma visão da "coisa" como tu dizes, não vivíamos na merda de país em que nos tornámos.
A maioria dos tugas não enxerga um boi ao frente do nariz. De outra forma, este desgoverno já tinha caído. Com uma mente obtusa e retardada os portugas preparam-se para dar uma nova maioria, ao propagandista mor, do reino.
Carpiteiros precisam-se... :)
ResponderEliminarFazem bancos novos e dimui os desemprego. lolllllll
Só temos que levar isto a brincar ou então desatamos por aí a dar tiros na testa deste gajos. Um veneno na comida ainda era mais ecológico e não fazia tanto lixo. Não achas? :)
Estou a brincar porque já não se aguenta.
Será tão difícil perceber que as bolsas arruinam as economias?
Enfim...
Beijinhos
Sr. Anónimo - é bem capaz de ter razão, só posso admiti-lo.
ResponderEliminarSr.tb - estou farto de dizer isso. Vê a coisa como eu vejo - a bolsa arruina esta coisada toda.
A maioria dos tugas não enxerga um boi ao frente do nariz, disse o anónimo.
ResponderEliminarO pior é que não aão só os tugas.
Os ianques e não só, são tão ou mais burro que nós. Lá eles já passaram a massa prós gajos que ainda vão receber 57000 milhões de dólares em prémios!
Se fossem só os tugas ainda havia uma esperança de isto mudar. agora a merda é global! Tamos todos fod...........
Bin Laden, volta tás perdoado!
ResponderEliminarNeste momento é o único que nos pode ajudar!
Será que a merda deste mundo tá toda doida. O povinho, deste planeta, já não reage.
Será que os donos desta merda, sempre contra as drogas, duras ou leves, nos estão a drogar para a malta aceitar tudo. Dantes dizia-se que a droga alienava, esta malta deve andar toda drogada!
Apesar de manipulados até à 5ª casa, ainda é a comunicação social que fala nisto. As pessoas nos cafés, no trabalho, em qq sítio, não falam nestas coisas. Discutem o jogo da selecção, criticam o Queirós mas, sobre isto, nada. Não é nada com eles.
... e ninguém é preso, demitido? não há nacionalização, nem que seja parcial? não há redução dos ordenados destas cabeças que geriram os bancos? não há nada de nada? mesmo nada?!.....
ResponderEliminarCoyote
NADA MELHOR NESTE MOMENTO DE CRISE DO QUE ESTA IDIOTICE DO BANCO BEST:
ResponderEliminarO Depósito a Prazo McCain-Obama é um depósito indexado às Eleições de 2008 para a Presidência dos Estados Unidos da América que permite, de acordo com a previsão sobre o resultado eleitoral, investir no depósito a prazo McCain ou no depósito a prazo Obama. A rentabilidade deste produto é variável de acordo com o resultado das eleições, sendo o seu valor indexado ao resultado do candidato escolhido. Se a escolha recair sobre o candidato vencedor, a taxa do depósito será de 8% (TANB), caso tenha escolhido o candidato derrotado, o depósito terá uma taxa de 2% (TANB).
Montante
A partir de 1.000 EUR e até 50.000 EUR (montante máximo de investimento por Cliente e conta à ordem).
Prazo
60 dias (2 meses).
Capital
100% garantido a qualquer momento.
Remuneração
Remuneração miníma garantida de 2% (TANB). A taxa final será 8% (TANB) ou 2% (TANB) para a totalidade do prazo (60 dias), de acordo com o resultado das Eleições de 2008 para a Presidência dos EUA. Juros creditados no vencimento na conta à ordem.
Período de comercialização
Entre 7 de Outubro e 3 de Novembro de 2008.
Renovação
Depósito não renovável.
Movimentação
No vencimento, sem qualquer penalização. Em caso de mobilização antecipada, esta é possível após 3 dias úteis sobre a constituição do depósito, com juros calculados à taxa de 1% sobre o saldo levantado (total ou parcial) desde o 1º dia.
O Banco Best não se responsabiliza por eventuais anomalias nas Eleições de 2008 para a Presidência dos EUA, pelo que caso até ao dia 2 de Dezembro de 2008 não tenha sido apurado o vencedor destas eleições, a taxa a aplicar a todos os depósitos pela totalidade do prazo será 5% (TANB).
O Banco Best reserva-se o direito de em qualquer altura alterar a taxa de remuneração a aplicar em função das condições de mercado e/ou do enquadramento fiscal em vigor.
Quem merecia a foto não era o Beleza, mas o Abramovitch português, referido neste post:
ResponderEliminarDizem as más línguas, e ultimamente também as boas, que o Banco Português de Negócios (BPN) está com a corda na garganta. À beira da falência, mesmo. Revelador foi o embaraço do ministro das Finanças na passada quinta-feira quando confrontado por Judite de Sousa sobre esse rumor que circula com cada vez maior insistência. Teixeira dos Santos lá se recompôs e afiançou que nenhum banco nacional tem a sua sobrevivência em risco. Abdool Vakil e Dias Loureiro são dois dos homens fortes da instituição bancária. Diz-se à boca pequena, que o ex-ministro da Administração Interna de Cavaco anda a dar uma ajudinha ao Primeiro-Ministro, nomeadamente na apresentação do livro «Sócrates, o menino de ouro do PS» e com comentários simpáticos para o executivo, alegadamente para colher, na hora própria, um favor político para salvar o seu banco.
http://civilizacaodoespectaculo.blogspot.com/