domingo, outubro 12, 2008

A verdadeira relatividade absoluta da mentira

Merry go round

O Banco Central Europeu resolveu baixar em 0,5% a taxa de juros, o que o Engenheiro disse ser mais “uma boa notícia para Portugal e para os Portugueses”. Uma boa noticia que acabou por ser mais uma ilusão do capitalismo, já que todos aqueles que pensavam com isso ver baixar a taxa do Euribor e com isso as suas prestações, mas não, viram-ma subir. A justificação agora é a de que “a subida das taxas Euribor deve-se sobretudo à falta de confiança no sistema financeiro e não do facto da taxa de juro de referência do Banco Central Europeu (BCE) estar elevada”. Aquilo que ontem justificava todas as subidas hoje já não é verdade porque justificaria a sua descida. O mesmo podemos dizer da gasolina, que justificavam com a subida do preço do petróleo, mas que quando este baixa, nunca desce devido ao preço da refinação. Escumalha, não passam de ladrões para quem as justificações que hoje são verdades, amanhã perdem todo o valor para inventarem uma nova que justifique o roubo a que impunemente se vão dedicando.

Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN

12 comentários:

  1. Hoje em dia não se diz roubo, encosto é mais suave.

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  2. A Grande Macacada

    Anedota do dia:

    Uma vez, num lugarejo, apareceu um homem anunciando aos aldeões quecompraria macacos por 10 € cada. Os aldeões, sabendo que havia muitosmacacos na região, foram à floresta e iniciaram a caça aos macacos.
    O homem comprou centenas de macacos a 10 € e então os aldeõesdiminuíram seu esforço na caça.
    Aí, o homem anunciou que agora pagaria 20 € por cada macaco e osaldeões renovaram seus esforços e foram novamente à caça.
    Logo, os macacos foram escasseando cada vez mais e os aldeões foramdesistindo da busca. A oferta aumentou para 25 € e a quantidade demacacos ficou tão pequena que já não havia mais interesse na caça.
    O homem então anunciou que agora compraria cada macaco por 50 € !Entretanto, como iria à cidade Grande, deixaria o seu assistente cuidando da compra dos macacos.

    Na ausência do homem, o assistente disse aos aldeões:
    - 'Olhem todos estes macacos na jaula que o homem comprou. Eu posso vender-vos por 35 € e, quando o homem voltar da cidade, vocês podem vender-lhe por 50 € cada.'

    Os aldeões, espertos, pegaram nas suas economias e compraram todosos macacos do assistente.
    Eles nunca mais viram o homem ou o seu assistente, somente macacospor todos os lados.

    Agora ficaste a saber como funcionam os mercados financeiros?

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  3. Em relação às taxas do BCE, quando este baixas a taxa de REFERÊNCIA, não quer dizer que a euribor baixe. Porque a euribor é a taxa a que os bancos EMPRESTAM dinheiro entre si. Ora como neste momento os bancos não confiam uns nos outros, a taxa de empréstimo entre eles sobe....
    grande complicação :-))

    P.S. a estória dos macacos é muito interessante.

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  4. Perdão pela omissão, a estória dos macacos está em
    http://terrear.blogspot.com/

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  5. A história dos macacos é fabulosa!

    A taxa Euribor não é indexada, como as nossas são à própria Euribor, à taxa directota do BCE. Por isso, pode não descer no imediato. No entanto, vai eventualmente descer para o valor director, embora possa levar algum tempo, pois os bancos estão a agir (finalmente) com alguma ponderação nos empréstimos, receando mais downturns nas bolsas que os deixem descapitalizados. Se isso não acontecer (e penso que pode não acontecer, pelo menos da mesma forma), a taxa Euribor poderá eventualmente descer paulatinamente. Há que esperar, as coisas não estão para modas, e ter muito cuidado naquilo que nos metemos.

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  6. É impressão minha ou o que se pede na relação combustíveis preço do petróleo, é o mesmo que se pede na relação euribor taxa do juro do BCE? E é impressão minha, ou a malta parece mais predisposta a aceitar uma discrepância num caso do que no outro?!?... Curiosamente com vantagem para a situação onde o Estado arrecada menos dinheiro.

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  7. É só impressão sua!

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  8. Eles que não baixem as taxas de juro, depois vão ver o que é bom... Ai o negócio do crédito a retalho, ai, ai...

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  9. Já foi!

    Eh, eh...

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  10. Difícil, depois da confiança perdida, será a recuperação do negócio do crédito a retalho, particularmente no imobiliário. Mesmo que as taxas de juro baixem, as pessoas vão sempre temer as subidas.

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  11. É óbvio que a confiança demora a atingir-se, enquanto a desconfiança é repentina - como os clientes, mais ou menos. Mas isso até pode não ser uma verdadeira tragédia. Pode refrear-se um pouco o consumo, é certo, mas talvez este caia para valores mais perto da verdadeira dimensão económica do nosso país. O verdadeiro problema estará no restabelecimento do investimento das empresas, pois, se, por um lado, o consumo cai, também a desconfiança do crédito aumenta. Assim, e aqui concordo com uma intervenção estatal forte, o Estado tem de aumentar o investimento. Aliás, como defendeu hoje o Jerónimo de Sousa. Que investimento? Aquele que gera emprego. Ou seja, obras. Não vale depois dizer-se que não se disse o que foi dito, e o Jérónimo disse-o, não só eu...

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  12. A lógica subjacente à auto regulação do mercado (ou da auto regulação do capitalismo) é a mesma de pôr as cadeias a serem geridas pelos presos que lá estão dentro…

    Quanto à confiança, à taxa de juro, e por aí fora, um país incapaz de ter um sistema judicial que funcione é um país incapaz (entre milhares de outras coisas) de proteger patentes. Quando adicionamos a isto um sistema de ensino que é uma monumental máquina de estupidificação colectiva, e somos servidos por meios de comunicação social completamente alienantes, temos o cenário de um filme de terror montado.

    O que é que pode minar mais a confiança na economia do que a impunidade perante a justiça; e isto independentemente do que essa mesma justiça consagra!

    O conjunto de patentes detidos pelas empresas do psi 20 deve ser menor que 5 (ou até pior), o que provavelmente nos dá um tristíssimo record… Mas lá que é revelador do capitalismo à portuguesa, lá isso é...

    Coyote

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