terça-feira, novembro 04, 2008

Um ruído chamado Manelinha

 Vai trabalhar

Durante meses ninguém a ouviu falar, o mundo ruía, a crise embrenhava-se no planeta e em Portugal e o silêncio era ensurdecedor. Onde estava a afamada economista, onde estava o partido de alterne ao PS? Tanto a chamaram, Manela, Manela, que ela aí está e agora já muitos só desejam que se cale. Não houve canal de televisão, rádio ou jornal onde não tenha dado “grandes” entrevistas, e não houve entrevista onde não tenha metido o pé na poça. Fala durante uma hora e quando acaba o que fica é sempre a bacorada, a hesitação, o gaguejar. Cada vez que abre a coca nunca entra mosca. Tempo perdido e trunfos para o Engenheiro que até já tem tempo para ir vender Magalhães para as cimeiras internacionais. Quanto à Manelinha, se não tem cuidado, mais dia, menos dia, ainda vai agradecer ao Engenheiro pelas obras públicas quando só arranjar emprego, a ganhar o ordenado minimo, junto dos Cabo-verdianos e dos Ucranianos de quem diz serem os únicos beneficiados pela construção de auto-estradas, aeroportos e TGV’s.

Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping

5 comentários:

  1. Tudo o que poderia sair desta bocarra não captaria a minha atenção. Mas, e como tão bem diz o Kaos, o silêncio de quem, supostamente, era tão entendida em economia, acerca da crise financeira, foi ensurdecedor.

    Então a confissão acerca dos cabo-verdeanos e ucranianos foi espantosa! Um membro de um governo que tão mal tratou os nossos imigrantes, correndo com eles para as obras, só pode ser suplantado pelo cartaz do PNR (nem sei se é assim que se escreve o nome desse pseudo-partido, mas enfim...)

    Alguém disse à senhora, no entanto, o óbvio: precisamos de um novo aeroporto, a prazo, é certo, mas é uma necessidade. Quanto ao TGV, até eu tenho dúvidas, não nego. Mas, independentemente da minha opinião, a Manela, no fundo, alinha pelo mesmo diapasão de Sócrates, pois estas obras já foram delineadas como projectos essenciais para o País, em termos futuros, a longo prazo. Bem ou não, veremos...

    A diferença entre os dois não é muito sensível. A grande diferença, no fundo, é o aspecto. Já o cheiro... é o mesmo.

    Devo dizer que não sou, ao contrário de muitos, contra as obras públicas que se anunciaram. Algumas até pecam por tardias, como a autoestrada para Bragança, que tanta falta faz àquelas gentes, ou a autoestrada entre Sines e Beja, uma porta de saída (finalmente) para o porto mais profundo da Europa, tão mal aproveitado. Claro que se a autoestrada parar em Beja... Como disse, até concordo com a construção do novo aeroporto, como um factor determinante para o desenvolvimento do país. TGV... já me cheira mais a vaidade.

    Mas património é património, e resiste às crises quem pode, e a Islândia, por exemplo, normalmente um exemplo dos fundamentalistas contra infraestruturas, um país que não precisava de portos, nem aeroportos, nem estradas... bem, agora até têm de voltar à pesca e têm de construir um porto novo... Entendo que as infraestruturas são importantes, não determinantes, mas importantes. Determinante será potenciá-las com uma rede de serviços e bens capaz de competir. Uma coisa não invalida a outra, antes se complementam. Mas o investimento na segunda parte da equação é aquém do desejável. Talvez no futuro, quem sabe...

    Com toda esta estória, a senhora até parece uma cabecinha pensadora, com todo o juizinho no sítio - como se já não tivesse sujado a sua folha com erros ainda piores que os que se cometem hoje no governo. Se a enviassem por correio verde para a Ucrânia... Eles não têm obras, porra???!!

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  2. O problema de Manuela Ferreira Leite é o mesmo da esmagadora maioria dos políticos : são ignorantes no que respeita ás necessidades do País e por consequência incompetentes. Este estado de coisas mantém-se desde à 2 décadas pelo menos.
    Não há planos. Não há visão para o Futuro. Não há projectos de longo prazo num país como o nosso que tão encarecidamente deles precisa. Em quase todas as áreas de actividades estratégicas para o desenvolvimento de uma sociedade.
    Os exemplos da ignorância e incompetencia são diários e por conseguinte, são também decisivos no contágio que provocam sobre grande parte da sociedade, sobretudo nas camadas com menos instrução.

    P.S. Um novo aeroporto para Lisboa é uma necessidade. O TGV, mais tarde ou mais cedo, será construído para ligar Lisboa a Madrid, porque mais tarde ou mais cedo teremos que ter uma ligação de comboio de alta velocidade ao resto da Europa.Isso é para mim uma inevitabilidade e será sempre sinal de desenvolvimento.
    É completamente absurdo, por exemplo, falar de uma ligação de TGV entre o Porto e Vigo.....
    Já agora podíamos deixar de falar em TGV e arranjar uma sigla portuguesa para este tipo de comboio. Proponho CAV, Comboio de Alta Velocidade. Simples não é?
    Ai o nosso eterno provincianismo.....

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  3. CAV - não é mau, mas CBR ainda era melhor - Comboio Bué da Rápido. Mas o calão já não se usa, pelo menos este. E se não arranjassemos nenhuma sigla e lhe chamassemos simplesmente o Rápido, como antigamente?

    A linha Porto-Vigo pode vir a justificar-se, mas não imediatamente ou nos próximos 20 anos. Já Lisboa-Madrid acaba por se desenvolver, como disse, por necessidade. Talvez seja um bom investimento.

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  4. Uma boa sigla seria RCC, Rápido comó Caralho. Seria certamente a mais portuguesa que poderiamos encontrar

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  5. Mas atenção, também pode ser TGV - Trem de Grande Velocidade. Com sotaque, mas em português... Ou FVC - F###-se, Viste o Comboio??!

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