quarta-feira, janeiro 07, 2009

Quem dá mais...

Ensino Profissional

O governo mostrou grande satisfação por estarem perto de atingir o objectivo de 50% dos alunos portugueses já seguirem a via profissionalizante e já a dizer que nos países desenvolvidos da Europa já vai nos 70%. Para lá caminharemos e, segundo o que a Sinistra Ministra nos disse espera chegar aos 80.
Nada tenho contra o ensino profissionalizante, pelo contrário considero-o até muito útil, mas preocupa-me se esteja a retirar a liberdade de escolha e opção aos jovens e a empurra-los para esse caminho. (Se assim não fosse não teriam tais objectivos pois não poderiam prever qual a opção dos jovens). O que acontece é que o ensino público está a manipular e a empurrar os alunos nesse sentido, deixando as faculdades para que chega do privado (que também permitirá financiar o Ensino Superior, já que quem pagava no secundário poderá certamente continuar a pagar). Os outros, esses ficarão aptos para serem assalariados dos grandes grupos económicos, a mão-de-obra barata para as caixas de supermercado ou Call Centers dos Belmiros desta Europa. Já aqui falei deste assunto, mas vejam estes jovens, fechados, desde a primária, durante 11 horas numa escola, constantemente vigiados por câmaras de vídeo e educados numa disciplina dura, onde o obedecer não seja contestável, e podemos imaginar os homens do amanhã. Há muito que tudo isto está decidido nas estratégias dos Bilderberg.

15 comentários:

  1. Anónimo7/1/09 00:36

    Considero a análise oportuna e séria. Particularmente no que diz respeito ao Ensino Superior e seu financiamento.

    Há alguns aspectos que gostaria de comentar, no entanto. Não considero qualquer das profissões que referiu, como operador de call-center ou caixa de supermercado uma profissão desprestigiante a esse ponto. Alguém tem de as fazer, e, mais que isso, as pessoas que o fazem até o podem fazer com brio profissional. O outro aspecto que quero comentar, é o da disciplina dura dos alunos. Fez-me sorrir.

    De resto, quando se concluiu, aqui há uns anos, que a Constituição Portuguesa não se aplica ao Ensino Superior, as coisas só podiam dar nisto. Nessa altura, poucos foram aqueles que estiveram ao lado dos estudantes. Agora, penso que todos devemos carpir lágrimas sangrentas pelo estado triste a que chegou o nosso Ensino Superior.

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  2. Então, qual é o problema? O que o país precisa de facto, é de mão-de-obra abundante e barata. É que os tempos estão maus e com os bancos em crise e isso, o pessoal não pode perder estatuto. Não pensem que é fácil passar da mercedes para a fiat.

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  3. Cirrus:
    As profissões que referi são tão dignas como qualquer outra, só que mal remunerada e precária. Penso não ser esse o futuro que desejamos para os nossos filhos.
    Quanto à disciplina dos aluno é só esperar para ver o que deve estar para chegar. Estas coisas implementam-se por fases e lá chegaremos. Não ma parece é que não se deve mostrar quais os objectivos onde pretendem chegar só porque ainda não concluiram todo o "projecto".

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  4. Ogre:
    O problema realmente não é nenhum. Porque será que os tempos estão maus? Que tempestadae é essa que os assola?
    Talvez seja por aí que deveriamos começar a pensar.

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  5. Anónimo7/1/09 10:38

    As horas de recreio desapareceram das escolas.
    Ninguém se importa?O "mestre",Daniel,ainda não deu conta?

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  6. Penso que a pecar em alguma coisa será apenas por defeito... O ensino profissional visa mesmo o que o Kaos diz: criar escravos acéfalos em verdadeiros aviários de parvos... Cada aluno que entra para os cursos profissionais é um futuro desgraçado... Só quem por lá anda é que sabe até que ponto...

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  7. Anónimo7/1/09 17:22

    O ensino em portugal está uma merda.
    A percepção que o cidadão comum começa a ter do funcionamento das escolas e do ensino aí ministrado é pouco abonatório. No entanto, a realidade é seguramente bem pior do que se possa imaginar!
    Quando vem a público situações concretas de alunos do 2º e 3º ciclos que não sabem ler nem escrever. O cidadão leigo na matéria deduz daí, que pela certa estarão a exagerar!
    Pelo contrário, quem lá anda dentro e tem sofrido na pele os desmandos dos incompetentes que paulatinamente se têm encarregado de destruir a escola pública, já não estranham. A coisa está mesmo feia, até porque, as situações mais escabrosas, começam a ser frequentes. No básico, 50% os alunos sabem muito pouco ou nada e a tendência é sempre para piorar.
    Os CEF`s e as novas oportunidades, apenas servem para esconder os analfabetos que o sistema produz em massa, através da emissão de diplomas de valor zero. Beneficiam os políticos que por artes mágicas melhoram as estatísticas, enganando os tolos dos portugas.
    Está assim aberto o caminho para a privatização do ensino, onde apenas estudarão as elites endinheiradas, os outros serão os criados dos poderosos, que de carteira farta, farão o favor de distribuir umas migalhas pelos desgraçados.
    Aliás, o emprego em Portugal estará garantido, através da prestação do serviço de criadagem promovido por este governo, aos milhares de reformados europeus que diariamente solicitam residência em Portugal. O AllGarve e a WestCoast alentejana já cá têm 200 mil alemães e ingleses seniores a residir e muitos mais virão. O pleno emprego estará pois assegurado e Portugal transformar-se-á no Inatel da europa.
    Agradeçam, pois ao injinheiro por estas novas oportunidades de nos tornarmos a mão-de-obra mais no espaço europeu!

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  8. Anónimo7/1/09 17:37

    Não duvido, mas lembrem-se que é precisamente o nosso povinho que considera que este país é um país de doutores e engenheiros.
    Quanto às profissões mal pagas, existem, de facto. E também penso que deviam existir, mas mais bem remuneradas. Mesmo assim, temos de ter algum cuidado em nos referirmos ao geral para não ferirmos o particular.

    Quanto à disciplina dos alunos, não tenho informação sobre o que pode vir no futuro. Sei o que se passa no presente, e, com base simplesmente nisso, continua a fazer-me sorrir. Muito abertamente, meio riso.

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  9. cirrus:
    Eu realmente também não tenho uma bola de cristal, mas quando existe um plano feral que está a ser executado por etapas, o não estar terminado ainda não implica que eu não me preocupe já com o todo. E, o mais maquiavélico de tudo isto é que cada mudança efectuada é feita com o nosso aplauso. Saber que os nossos filhos estão em segurança. Dizemos que sim. Que são bem disciplinados, claro que sim. Que a escola me facilita a vida tomando conta deles enquanto trabalho, que maravilha. O pior é que tudo junto cria o monstro.

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  10. Anónimo7/1/09 21:22

    o nivel de exigencia que ha na escola até ao 12 ano é patetico... disciplina?!?! so pode ser ironico!!
    apos os casos que assistimos nas escolas do porto, mas sem querer recorrer a exemplos extremos (penso eu) o nivel de exgencia e disciplina é uma palhaçada... os alunos que no passado nao queriam ir à escola devido à suposta disciplina, que prefiro chamar respeito, e ao trabalho lá exigido, hoje, quase que preferem ir à escola do que estar em férias... nao critico a vontade em ir para a escola que é um aspecto positivo, critico o que lá se faz, ou talvez nao se faça, para criar esta vontade que no passado nao existia...

    quanto ao ensino superior há casos e casos e nao se deve colocar tudo no mesmo saco... há até instituições que sao bastante conceituadas lá fora e das quais nos podemos orgulhar...
    por isso quem quiser discutir o ensino superior, primeiro inteire-se do assunto para depois falar...

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  11. Anónimo7/1/09 21:27

    (continuando o post anterior..)
    a avaliaçao dos professores é necessaria, porque se há alunos, como disseram num post atras, que nao sabem nem ler nem escrever em anos avançados, é necessario responsabilizar alguem, a começar pelos os professores e terminar nos politicos... que geralmente nunca tem culpa de nada..........

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  12. Anónimo7/1/09 23:01

    Como responsabilizar os prof`s, se estes estão completamente manietados!? A ministra até condiciona a progressão na carreira em função do sucesso e do abandono escolar dos alunos, como se a escola fosse uma qualquer fábrica de chouriços!
    O que o governo pretende é mergulhar este país de lorpas, num obscurantismo serôdio, à laia do gajo de santa comba, com o objectivo claro de impedir um elevado número de candidatos ao ensino superior. Este grau de ensino é só para as elites. Quanto menos alunos existirem no ensino superior melhor, menos custos tem para o estado. Por outro lado, o governo já percebeu que a massificação deste sector de ensino, num país sem qualquer tipo de desenvolvimento sustentado, só pode dar em milhares de licenciados no desemprego, que nunca exercerão profissão alguma, de acordo com as habilitações que possuem!
    Esta tentativa de assassinato do ensino em Portugal, não é de agora. No início da década de noventa, com a implementação da escolaridade obrigatória até ao 9º ano, que apontava para a transição automática, pretendia-se então forçar a escola a transitar a “rapaziada”, a que obviamente, os prof`s se opuseram. Não fora estes, e o ensino deste país já teria batido no fundo.
    O “maná” que foi o ensino superior, tem os dias contados. O fraco desempenho escolar dos alunos do básico, vai a curto prazo restringir em muito a chegada de novos candidatos a este sector, pelo que estas instituições terão rapidamente tendência para desaparecer, por falta de matéria-prima para as alimentar.
    O injinheiro das novas oportunidades dar-se-á, finalmente, por satisfeito…

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  13. Anónimno 21:22
    Como já disse em comentários anteriores a disciplina será o próximo passo. Alguém quer apostar?
    Quanto às faculdades nunca falei da sua qualidade, mas sim em quem vai ter acesso a elas. Aí sim está o verdadeiro problema

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  14. Anónimo7/1/09 23:28

    a escola em termos grosseiros nao passa de uma fabrica de formaçao... no incio de cada ano ha objectivos minimos de aquisiçao de conceitos e conhecimentos, que eu entendo ser uma tristeza e envergonha os actuais formados quando terminada a sua formaçao e comaparados com estes, que terao de ser obrigatoriamente adquiridos pelos alunos, caso os alunos nao cumpram estes objectivos minimos naturalmente e sem dramatismo algum reprovam e que os professores deveram ser o mais justo e rigoroso com a sua avaliaçao...
    caso as notas estejam inflacionadas ou nao sejam as notas correspondentes, situaçao que seria determinada por exames nacionais, os professores deverao ser responsabilizados, pra chegados ao secundario e ate ao ensino superior e nao se correr o risco de andar lá a empatar os restantes...

    muito simples e sem aldravices...

    quanto aos objectivos que cada professor tem relativamente ao numero de alunos a passar e todas essas questoes terá obrigatoriamente de haver sensibilidade...

    um dos problemas na nossa formaçao até à uns atrás é que havia um fosso enorme entre os licenciados e os restantes formados e nao formados, ou seja, nao havia ensino profissional, esta-se hoje a investir nesse aspecto, se é da melhor maneira, nao sei, cursos que no passado levavam bastante tempo, hoje duram 6 meses e tem, teoricamente, tanta capacidade como os que andaram anos a formar-se..

    uma coisa é certa, o governo nao esta nada preocupado com os gastos do estado, é uma preocupaçao desnecessaria. quanto muito esta preocupado em poupar pra gastar em "obras eleitorais"... enfim é o que temos

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  15. Já estou como o outro. "Tudo isto é triste, tudo isto é fado!"

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