quarta-feira, junho 03, 2009

Os Chico-Espertos

Chico Esperto

O líder do PCP apelidou hoje de “chicos-espertos” aqueles que andam “por aí a questionar o valor do voto” e a dizer “que se calhar não vale a pena ir votar, porque o resultado é ter mais do mesmo”. “Chicos-espertos! Nós não enfiamos a carapuça!”, gritou Jerónimo de Sousa no palco do teatro Garcia de Resende perante cerca de 400 apoiantes da CDU. “Estão a dizer aos trabalhadores para não irem votar para que os seus partidos continuem a mandar neste país”, acrescentou.

No meu caso não é Chico, é João-Esperto porque também eu me vou abster nestas eleições. Se o Jerónimo considera que tem o direito de concluir as razões da minha opção de voto, “para que o meu partido continue a mandar neste país”, também eu posso tirar a conclusão que, ao aceitar pactuar com esta Europa neo-liberal, ele está a fazer o favor ao cara de Cherne, legitimando este parlamento europeu, esta comissão europeia e as suas politicas. Se aquilo que alguém diz pode ser transformado naquilo que outros querem, tanto direito tem ele como eu de concluir quais as intenções escondidas em cada acto politico. Se decidir não votar estou a utilizar a minha liberdade para não fazer, assim como ele a sua para votar naquilo em que diz acreditar. Ele apela ao voto eu à abstenção. No dia sete vamos ver quantos portugueses pensam como eu e quantos vão seguir as suas indicações. Quantos portugueses não se importam de ser Chico-espertos e quantos legitimam pelo voto esta União Europeia e a sua falsa democracia.

16 comentários:

  1. Chicos-espertos...É assim que pretendem mobilizar o cidadão? Eu votaria em branco se pudesse ir votar nesse dia. Ou nulo, não vá um espertinho por uma cruzinha no papel durante a contagem. Como não tenho forma de mostrar a minha objecção e nojo pela "democracia" desses sotôres, a abstenção é tentadora. Enfim, como não posso ir, sou marginalizado como se fosse um chico-esperto/irresponsável por não poder ir votar nesse dia, a minha vontade é de mandá-los à merda.

    A televisão só faz cobertura das bocas que os candidatos mandam aos opositores. Tendo em conta o calibre dos 5 grandes inúteis que estão no parlamento, os cabeças de lista para as europeias não são muito melhores. A maçã não pode cair muito longe da árvore. O meu voto continuará a ser no Partido Branco ou no Partido Não Fui.

    O PE é quase inútil. Além disso, não vejo como é que um país com 11 milhões tem peso num PE dominado pelo eixo frança-alemanha. Logo, o voto é quase inútil. Como posso demonstrar democraticamente o meu desagrado com esta união europeia das elites "iluminadas"?

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  2. Kaos

    Vai ao meu blog que tens lá um selo para fazermos uma magia, talvez para dia 7.
    Um Abraço

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  3. Caro Kaos

    Apraz-me ver que enveredaste pelo único caminho possível. Nenhum serve. Dêmos-lhes, pois, aquilo que merecem, em massa: a nossa indiferença!

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  4. Anónimo3/6/09 09:55

    Ler em www.luta-social.org
    declaração sobre eleições de organizações comunistas anarquistas de vários países europeus.

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  5. zé do boné3/6/09 12:30

    Esta é para ti kaos e para quem te acompanha na charlatanice.

    De José Mário Branco
    - O CHARLATÃO -
    "Numa rua de má fama
    faz negócio um charlatão
    vende perfumes de lama
    anéis d'ouro a um tostão
    enriquece o charlatão


    No beco mal afamado
    as mulheres não têm marido
    um está preso, outro é soldado
    um está morto e outro f'rido
    e outro em França anda perdido

    É entrar, senhorias
    a ver o que cá se lavra
    sete ratos, três enguias
    uma cabra abracadabra

    Na ruela de má fama
    o charlatão vive à larga
    chegam-lhe toda a semana
    em camionetas de carga
    rezas doces, paga amarga

    No beco dos mal-fadados
    os catraios passam fome
    têm os dentes enterrados
    no pão que ninguém mais come
    os catraios passam fome

    É entrar, senhorias
    a ver o que cá se lavra
    sete ratos, três enguias
    uma cabra abracadabra

    Na travessa dos defuntos
    charlatões e charlatonas
    discutem dos seus assuntos
    repartem-s'em quatro zonas
    instalados em poltronas

    Pr'á rua saem toupeiras
    entra o frio nos buracos
    dorme a gente nas soleiras
    das casas feitas em cacos
    em troca d'alguns patacos

    É entrar, senhorias
    a ver o que cá se lavra
    sete ratos, três enguias
    uma cabra abracadabra

    Entre a rua e o país
    vai o passo dum anão
    vai o rei que ninguém quis
    vai o tiro dum canhão
    e o trono é do charlatão

    É entrar, senhorias
    a ver o que cá se lavra
    sete ratos, três enguias
    uma cabra abracadabra

    É entrar, senhorias
    É entrar, senhorias
    É entrar, senho..."

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  6. Zé do Boné:
    Charlatões há para aí muitos, mas andam a fazer pela vida ao vender ilusões na forma de um voto. Andam a fazer discursos em comicios, a passearem-se pelas feiras e a vender promessas que sabem não poder cumprir. Falam alto, discursam bem só para sacarem o voto que lhes permita sentarem as suas reais bundas nas cadeiras, uns do poder e outros do bem instalado parlamento, onde "charlatões e charlatonas
    discutem dos seus assuntos
    repartem-se em quatro zonas
    instalados em poltronas".
    Depois, daqui a quatro anos voltam a falar connosco para dizer que fizeram o que poderam e que se lhes derem de novo o voto vão fazer ainda melhor...até às próximas eleições.
    Realmente esta musica fica-lhes mesmo a matar

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  7. zé do boné3/6/09 15:26

    -Esses a que te referes são de facto uns grandes charlatães, mas tu e a tua camarilha não lhes ficam atrás!
    Eles prometem o que não podem e aparecem de 4 em 4 anos tal como a dona Carmelinda do Pous, & afins...Mas não lhes vai adiantar um grosso... sois gente derrotada pela dinâmica da luta de classes.

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  8. julinho (Marinha Grande)3/6/09 16:07

    Sim senhor, um analfabeto como eu cada vez que aqui venho aprendo como o caraças com certos comentadores. O direito de votar, é igual ao direito de não votar. Ou será que certos sr's querem fazer como o gajo dos Açores, por o voto "obrigatório" e quem não votar não tem direito a reforma ou a medicamentos comparticipados, ou outras atuardas do género. Onde está a liberdade de cada um? Só falta mesmo, para certos gajos a proíbição de dar a habitual queca semanal.

    Abraço

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  9. Tanta falsificação, tanta deturpação.

    Até onde o Kaos pode ir. E ainda não parou, porque o plano inclinado em que derrapa ainda não chegou ao fim.

    E o que é que pretende, o Kaos? esconder o que não pode.

    É que há uma diferença entre os que querem alterar a situação, no mínimo, diminuir a força dos que, neste momento, mandam na UE e aqueles que querem deixar esse poder sossegado e tranquilo.


    E para o julinho, a lição que já devia ter aprendido.

    Não votar não é um direito. Mas sim a recusa de um direito.

    Votar é que é um direito. Foi por ele que se lutou e alguns com o sacrifício da própria vida.

    Quem recusa o exercício dos direitos pode é estar a legitimar aqueles que os querem retirar ou condicionar.

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  10. piçadoiro3/6/09 16:42

    este artolas é um intruja do sistema, procura o aumento da abstenção para manter a merda tranquila, sem levantar cheiros mais nauseabundos.

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  11. Pelos vistos há aqui muitos que gostavam que o voto fosse obrigatório e provavelmente muitos gostariam que no boletim só houvesse um partido, o deles. Talvez se eu vos disser que mesmo que fosse votar não votava na CDU me deixem em paz. Sempre é menos um voto nos outros, ou não é? Não voto numa eleição para algo em que não acredito e de que contesto a legalidade. Tanto falou a CDU contra a UE e agora tanto a defende. Mudam-se os tempo, mudam-se as vontades.

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  12. Kaos

    Se não concordas sequer que estejamos na UE, porque havias de votar?

    Votar não é um direito, o direito conquistado foi o de escolher a sua orientação política, se necessário for, através do voto.

    Se os partidos que pertencem a este sistema da treta são todos, sem excepção, corruptos e incompetentes, porque hei-de eu votar num deles? Ou agora querem obrigar-me a votar no PCP ou no BE para mudar as coisas? Mudar o quê?! Mudar as leis que entram pelas fronteiras dentro?? Algum destes partidos faria algo para se desvincular da UE, uma vez no poder? Tenham juízo!!

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  13. zé do boné3/6/09 19:12

    Kaos -Deixa-te de merdas, pá! Se queres ficar em na paz do senhor fecha a caixa de comentários.
    -Estás a armar-te ao cagalhão pá.
    -Quero lá saber onde tu votas ou deixas de votar nem aqui ninguém te pediu para votares neste ou naquele. Estás f. porque andares a levar nas orelhas faz tempo...ehehehe
    -----------------***----------------

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  14. julinho (Marinha Grande)3/6/09 21:34

    Convenceram-me, vou votar no BE. Pronto está dito. Assim sempre ajudo a eleger uma gaja boa e um tipo que gosta de sanifar cocaína.
    Estes comentadores são mesmo bons, melhores que os sacanas que andam por aí, conseguiram convencer um gajo, que sou eu, que se estava cagando para ir votar. Estão contentes e vou porque segundo o manda-chuva da TVI vai estar um dia fodido, vai chover a potes, se não fosse isso ía votar o caralho, ía mas é para a Foz do Arelho.

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  15. E o Kaos lá continua alegremente a derrapar pelo plano inclinado.

    "Votar não é um direito, o direito conquistado foi o de escolher a sua orientação política, se necessário for, através do voto"

    Que avanço esdrúxulo no conhecimento!

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  16. Vou colocar uma questão, apenas para pensar.

    Sou estudante do Ensino Superior; o RJIES diminuiu a representação dos estudantes, além de aumentar consideravelmente a centralização do poder e diminuir a decisão democrática. O novo conselho geral (orgão executivo da Universidade) terá mais entidades externas que estudantes.

    A pergunta é: apesar disto ser péssimo para os estudantes e o ensino público em geral, os estudantes, por discordarem, devem desistir de lá ter representação?

    Pode não haver um paralelismo perfeito, mas há algum e dá para reflectir.

    Depois era só para salientar que, Kaos, obviamente nem todos pensam como tu e não vão (como tu) não votar por uma série de razões bem definidas que, embora não concorde, respeito e percebo até certo ponto.

    É claro (porque são muitos mais) que Jerónimo se refere à imensa mole de pessoas que não pretende ir votar porque os partidos são todos iguais, porque a política é para o poleiro, etc etc caindo numa generalização perigosa que afecta pouco a imagem dos grandes partidos mas se torna tremendamente injusta quando se refere aos partidos que, em posição minoritária, lutam coerente e incansavelmente.

    Resumindo, da abstenção que virmos no dia 7, a maior parte será porque se está, passo a expressão, cagando para a política, ou acha que o que todos querem é tacho, e está o assunto arrumado.

    Uma minoria serão como tu e terão algumas razões estruturadas para não ir votar. Mas, muito sinceramente, o discurso do Jerónimo vai mais no sentido do 1º grupo. Porquê? Porque é este grupo que é constantemente "mobilizado" de forma perversa por certos grupos dominantes a não ir votar, a deixar de acreditar na política e a colocar todos os partidos por igual apesar das difrentes posições políticas, sejam as eleições europeias, legislativas ou autárquicas.

    É a minha opinião.
    Abrç

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