Isto das escutas é uma chatice. Se por um lado gostamos da nossa privacidade por outro isto de não fazer parte da lista do Souto Moura é uma vergonha. Não só quer dizer que eu não sou suficientemente importante para isso como, pior ainda, que aquilo que eu digo não interessa mesmo para nada. Ninguém quer ouvir ou sequer saber aquilo que digo. O que sou eu afinal, um Zé Ninguém. Já estou a ouvir amanhã dizerem na rua: "Olha aquele não está na lista do procurador. É um pobre coitado".
Se há quem chore de alegria porque não haveremos de rir de tristeza. Todas as imagens deste blog são montagens fotográficas e os textos não procuram retratar a verdade, mas sim a visão do autor sobre o que se passa neste jardim à beira mar plantado neste mundo, por todos, tão mal tratado. A pastar desde 01 Jan 2006 ao abrigo da Liberdade de Expressão.
segunda-feira, janeiro 16, 2006
Então e eu?
Está decidido. Mal acorde vou logo telefonar ao gajo a protestar. Vou exigir que a partir de agora também escutem os meus telefones. Afinal o que é que as minhas encomendas de pizza têm a menos do que as feitas pela mulher do outro. Só se for nos cogumelos e nas anchouvas. De amanhã não passa.
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CONTA-ME HISTÓRIAS
ResponderEliminarConta-me histórias
De coisas que eu não vi
Já vi filmes maus mas a tua realidade é a pior
Vem a Pamela não sei quantos lá dos EU
Contar à gente aqui da Europa
Que a CIA por acaso até aterrou
Aviões em vários países
Entre os quais Portugal
Mas também há coisas que não se podem saber
Porque são para ser secretas
E por isso
desde que os Estados europeus suspeitem
E que não levantem ondas
A gente fica a par do que acontece
E tudo continua a acontecer tal e qual
Alegadas razões de combate ao terrorismo
Que mais terrorismo justificam
Um terrorismo cobarde
Enviando mísseis à distâcia
Homens, mulheres, crianças?
Ops, morreram por engano
Mas eram paquistaneses…
Então, é a guerra, é a guerra
Tudo lá longe, lá longe…
(Tão perto na televisão)
Aqui tudo é mais pequenino
Vem o Procurador em directo
Explicar a uma comissão
É vê-lo na televisão
Fingindo não ser canastrão
Que história contou, tão má.
Tão a fazer de nós parvos.
Que ficheiros de contactos telefónicos
traziam outros lá dentro.
Que agora já a TMN não faz assim
Que ninguém viu, ninguém viu
Que só o 24 Horas se interessou
Porque senão tudo passaria
Despercebido, despercebido
Os jornalistas que fizeram aquilo foram muito
Muito meticulosos
Estudaram aqueles ficheiros
Melhor do que o Procurador
Para o contentamento de todos os implicados
Tudo ficará em segredo de Justiça.