segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Estão Loucos

CARACAS (Agência Estado/AP) - Em resposta à secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, que qualificou a Venezuela de “ameaça para a democracia da região”, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse que os líderes dos EUA estão loucos”. Ela (Condoleezza) disse algo muito grave e fez o mundo saber que está telefonando a chanceleres para fazer alertas sobre a Venezuela”, declarou Chávez. Os funcionários americanos estão loucos e estamos preparados para resistir ao atropelo imperialista e aos esforços do governo dos EUA para isolar a Venezuela”, prosseguiu. Condoleezza alertou para o risco que a Venezuela significa para a região durante uma audiência ante a Comissão de Relações Exteriores da Câmara, onde disse ter conversado por telefone com os chanceleres de Brasil, Espanha e Áustria “para que haja uma espécie de frente unida contra algumas coisas nas quais a Venezuela está envolvida”. Parece que ela sonha comigo”, continuou Chávez, referindo-se à secretária de Estado, a quem qualificou de “dama imperial”. “Sou capaz de convidá-la para uma reunião para perguntar a ela: ‘O que acontece com você em relação a mim?’” Durante a audiência de quinta-feira, Condoleezza mencionou a “particularmente perigosa aproximação da Venezuela com Cuba” e as restrições às actividades da organização cívica Súmate - que o governo venezuelano acusa de traidora por receber fundos dos EUA. A vice ministra de Relações Exteriores da Venezuela, no entanto, disse que seu governo pedirá esclarecimentos sobre uma declaração de Condoleezza, segundo a qual os EUA pediriam “apoio internacional” para uma greve geral de trabalhadores de transporte venezuelanos. Ela sustentou que para o governo da Venezuela essa intervenção se constitui numa “clara ingerência em assuntos internos do país". As declarações de Condoleezza se deram dois dias depois de uma reunião entre o Secretário-Adjunto de Estado para a América Latina, Thomas Shannon, e o embaixador venezuelano em Washington, Bernardo Álvarez - com o objetivo de aliviar a crescente tensão nas relações entre os dois países nas últimas semanas. “Há dois dias chegou um relatório de nosso embaixador que, eu juro, recebi com optimismo. E agora sai Condoleezza dizendo o que disse”, afirmou Chávez. “Estão loucos. Daí se deduz que o governo de Bush não tem política de relações exteriores. Nos EUA, não manda Bush, mas sim outros fautores. Quando aparece alguém lançando sinais de conciliação em relação à Venezuela, logo se libertam os falcões que destroçam qualquer iniciativa de aproximação”.

Quem não está comigo está contra mim. São já muitos os países da América Latina que começam a preocupar Bush e os seus abutres. Cuba é há muito tempo uma espinha atravessada na garganta norte americana, mas com mais governos da zona a começarem a questionar as suas politicas e a autoridade, o problema torna-se mais sério. Sempre a viverem sem inimigos junto das suas fronteiras, as vitórias eleitorais de diversos partidos de esquerda na América do sul, coloca o inimigo muito perto da sua porta. Habituados a saquear a seu belo prazer os recursos da zona, também economicamente esta viragem é um problema sério. A oposição de Hugo Chavez e a sua ameaça de fechar as refinarias nos EUA, cortando assim o abastecimento do o petróleo venezuelano, já os coloca também a eles como parte ao eixo do mal. Coloca-se agora a hipótese da esquerda assumir também o poder no México o que transformaria esta dor de cabeça da administração americana numa enorme enxaqueca.

1 comentário:

  1. Qualquer dia até o canadá entra para o eixo do mal

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