quinta-feira, abril 27, 2006

Onde é que eu já ouvi esta música

Adaptado da obra "The-Old-Guitarist" de P.Picasso (1903)
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Sócrates vai hoje apresentar as novas medidas para o aumento da idade e fórmula de cálculo para a diminuição do valor das reformas. Por este andar em 2096 ainda vamos ouvir, quando penosamente apoiados na nossa bengala nos dirigirmos para o emprego, que Sócrates vai de novo ao Parlamento para anunciar as novas medidas para a sustentabilidade da Segurança Social.
Parece que mais uma vez a solução encontrada é a mais fácil para quem governa, sobrecarregar quem já trabalha, em vez de ir substituindo os trabalhadores que atingissem a idade da reforma, por jovens mais qualificados, e por isso também mais bem remunerados. Isso, cumulativamente com a criação de novo emprego, que poderia surgir, por exemplo, de uma redução do horário laboral, faria aumentar o número de trabalhadores activos e consequentemente uma maior receita na cobrança dos impostos a juntar à diminuição do número de subsídios de desemprego a pagar. Ficava a segurança social com mais dinheiro para cumprir com as suas obrigações resultantes do contrato que assinou com os beneficiários. É claro que para isto poder resultar, era também necessário abandonar esta ideia totalmente economicista do lucro fácil e exponencial e ver o trabalho também como um bem social que cabe aos estados fornecer aos cidadãos.
Já sei que agora vêm com o argumento da globalização e da competitividade. A pergunta que se deve fazer é qual o melhor modelo económico para um país? Aquele que cria o desemprego, a ruína do estado em nome de uma liberalização globalizante e que já mostrou não dar resposta aos anseios das populações, ou um em que o estado encontre um equilíbrio que lhe permita dar uma vida digna a todos os cidadãos do seu país.
Assim, mais uma vez vamos ter o Sócrates a dar-nos a mesma música, como fez no passado e voltará a ter de fazer durante os próximos anos.
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Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI

10 comentários:

  1. Se o actual sistema fosse alterado e se as contribuições das empresas para a Segurança Social passassem a ser determinadas com base na riqueza criada por cada uma delas – as empresas que criam mais riqueza contribuiriam com mais para a segurança social e as que criam menos riqueza contribuiriam com menos (as que criam mais emprego são as mais penalizadas porque as suas contribuições são calculadas com base nas remunerações pagas) assegurarando-se um volume de receitas adequado que aumentaria de acordo com o crescimento da riqueza nacional, contribuindo assim também para garantir a sustentabilidade financeira da Segurança Social.
    VERTIGO

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  2. Obrigado Vertigo, uma boa opção para melhorar o sistema. Já estou a ver a Banca aos pulos :)

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  3. Obrigado Vertigo, uma boa opção para melhorar o sistema. Já estou a ver a Banca aos pulos :)

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  4. os argumentos da canalha que (se) tem governado são os mesmos de sempre:
    desonestos e criminosos!
    as consequências das políticas absurdas que praticam estão à vista!
    mas a intenção final é, sómente, privatizar a segurança social!
    só não nos explicam como é que o dinheiro que irá para seguros de saúde ou para planos de reforma passa a ser rentável nas seguradoras ou na banca quando não o é dendo gerido pela ss....

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  5. é verdade insofismável q a carga fiscal que o Estado aplica (punindo) as empresas que criam emprego deve ser alijada.

    Se esta redução, continuarão as deslocalizações, o desemprego não cessará de aumentar, as contribuiçõe de diminuir... etc. Por isso defendo a taxa única de IRC para as empresas. Mas sem mecanismos de "fuga", como os múltiplos actuais e sem que uma empresa que se pire para um offshore possa ter operações no terrítório: isto é: querem, vender cá? então fundem cá uma filial autónome e contribuam para os nossos impostos!

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  6. Caro Kaos, estou contigo nesta. Também me confunde este vai e volta, vai e volta.
    Sim, tens razão quando dizes que se deviam colocar jovens onde se encontram pessoas que já deviam estar na reforma. Não sou apologista da cultura da juventude, isto é: o que é novo é bom, o que é velho lixo.
    Mas,em certos casos,seria uma medida inteligente. Há tantos jovens sem emprego, e tantas pessoas agarradas a um lugar...enfim...sabes, o que eu realmente penso é que quando chegar o dia da minha reforma, a Segurança Social já não existe.

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  7. Nem de propósito… ainda hoje de manhã me “chateei” com um colega meu, por causa do tema, eu defendia uma solução dentro dos parâmetros que o Vertigo propõe e a conversa dele, não saía da autonomia das empresas, do que já pagam de IRC etc…

    Bem… já me chega do tema por hoje, mas não posso deixar de te dar os parabéns pela espectacular montagem, e pelo seu significado.
    Excelente.

    Um abraço.

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  8. Socratina, deixa o governo e volta aos broches, m'lher!...

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  9. Piresf. Neste momento tudo é focalizado nas empresas e no seu lucro. Quanto maior melhor, mas não se exige que esses lucros montruosos sejam utilizados também em beneficio do país (e de quem vive nele). Era necessario taxar mais quem mais lucra com menos mão de obra para aliviar quem dá emprego e vive com dificuldades.
    Um abraço

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  10. Trlim, trlim, dá-me um tostão
    Trlim, trlim, não pode ser
    Trlim, trlim, vamos para casa
    Trlim, trlim, vão-nos foder

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