As condições e os trâmites que elevam um cristão aos altares da Igreja Católica são um dos temas de uma entrevista ao cardeal José Saraiva Martins publicada no livro que foi apresentado na Universidade Católica de Lisboa.
Com a chancela da Alêtheia Editores, "Como se faz um Santo" é uma conversa entre o cardeal português, prefeito da Congregação para as causas dos santos, com o jornalista italiano Saverio Gaeta, onde são referenciados os vários passos da administração secular e espiritual da Santa Sé.
O subtítulo da obra objectiva um dos principais temas da conversa: «quando, porquê, em quanto tempo, com que tipo de milagres é que um cristão é elevado à honra dos altares».
Saraiva Martins explica que «a santidade não significa realizar algo de extraordinário, longe do alcance do homem comum, mas sim fazer coisas ordinárias, no trabalho, na escola, na família, no sacerdócio ou na vocação consagrada».
Por outro lado, acrescenta o cardeal português citando São Luís de Orione (canonizado há dois anos), há que ser santo «mas temos de o ser de maneira que a nossa santidade não se limite ao culto dos fiéis, nem à Igreja».
Saraiva Martins defende, assim, que a santidade «deve ir mais longe e lançar na sociedade tanto esplendor de luz, tanta vida de amor que os santos da Igreja, sejam os santos do povo e da salvação social».
Até à Páscoa de 2005 a congregação do cardeal português tornou 545 cristãos beatos entre eles, os pastorinhos de Fátima, Francisco e Jacinta, e 203 santos, o que, segundo Gaeta equivale «a mais de um quarto dos 2.932 servos e servas de Deus que ao todo receberam honras de altar desde 1588» quando o Papa Sisto V constituiu um grupo encarregado de verificar os milagres e virtudes dos candidatos à canonização.
O livro foi apresentado, em Lisboa, pelo sacerdote Peter Stilwell e pelo ex-ministro das Finanças António Bagão Félix.
In “Portugal Diário” de 09.04.2006
Como vêm é quase tão simples chegar a Santo como a Santos, e se o Bagão Felix tem aspirações a conseguir, vou começar a ser ordinário já para a semana que mereço muito mais que ele. Não sei bem quais são as vantagens, mas mal não deve fazer.
Contributo para o Echelon: Sayeret Tzanhanim, PARASAR
Esse texto deve ser tão bom como aquele do Sade, se me não falha a memória de citar de cor, do diálogo entre deus e um moribundo :-)
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