sexta-feira, maio 04, 2007

O Pilatos de Belém

Sempre que se realizam eleições para o Palácio de Belém, um dos principais assuntos a que se procura resposta dos candidatos é qual a sua visão dos poderes presidenciais. No caso do actual presidente, este foi mesmo um dos casos em que as suas palavras pareciam exageradas, pois falava como se fosse ser governo e ultrapassando em muito aquilo que normalmente se considerava como funções do cargo. Ia fazer mundos e fundos para gáudios dos partidos seus apoiantes, que o viam como um contra poder ao governo do PS e a sua arma de vingança pelo derrube do Santana Lopes. Tudo parecia apontar para uma presidência interventiva mas, com o passar do tempo, a montanha mostrou ter parido um rato. Numa primeira fase, reuniam-se comentadores, analistas, políticos e sei lá que mais para analisar as palavras presidenciais, fazendo-se conjecturas e grandes histórias à sua volta. Cada discurso era um arraial de estudos e debates em todos os jornais, televisões e rádios. Com o tempo, até os seus apoiantes começaram a ver que afinal tudo aquilo espremido dava pouco ou nenhum sumo. Dedica-se agora a uns discursos de ocasião, umas visitas de obrigação e a um roteiro de exclusão sem grande significado.Vem isto a propósito do que se vai passando no país. Quando questionado como vê a forma como João Jardim está a fazer a campanha eleitoral, chutou para a Comissão Nacional de eleições, sobre o problema da CML não quer falar, assim como não quis no caso do diploma do Sócrates ou, como manda para o tribunal Constitucional e foge para o estrangeiro de cada vez que promulga uma lei menos consensual, como foi a das finanças locais, das finanças regionais ou do aborto. Este homem que tudo ia fazer, que tudo ia mudar, lava as suas mão, qual Pilatos, sempre que algum assunto mais complicado lhe aparece pela frente. Sei que há instituições para tratar de certos assuntos, mas gostava de ver um Presidente, que tem como obrigação defender a constituição, a liberdade e a democracia, ter a coragem de dizer aquilo que realmente pensa sobre os assuntos. Não se deveria dar às palavras de um Presidente um peso tão grande que o transformem num eunuco de opiniões.

Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping

13 comentários:

  1. Anónimo4/5/07 00:28

    Kaos desculpa ... usei as tuas belíssimas imagens para ver se em jeito de catarse evito a loucura total e completa!

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  2. Bem, Kaos, na verdade tu achas que sabem que existe uma Constituição? Que sabem o que significa e pa que serve?
    Esqueceram-se. Tu sabes. Tornam-se barões.
    Se a constituição fosse respeitada, metade das asneiras não tinham sido cometidas ou muitos tinham sido os saneamentos por incúria, incompatibilidades, incoerência, ingestão, indignidade. Começava-se pela falta de respeito pela condição humana.

    Bj

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  3. Anónimo4/5/07 02:20

    Este mano não fuma, pois não?

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  4. moriae:
    Usa o que desejares. Agora loucura até pode ser bom se for da boa. Vai com calma
    bjs

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  5. Cris:
    Claro que tens toda a razão, mas se vou por ai acabo a só dizer asneiras e a chamar nomes muito feios a toda a gente. Vou mais pela água mole em pedra dura tanto dá até que fura.
    bjs

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  6. anónimo:
    Um mistério
    abraço

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  7. Anónimo4/5/07 09:15

    Ahahahahahahahah....muito bom!

    ;-)


    A sulista

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  8. Anónimo4/5/07 09:43

    Subscrevo na íntegra o texto do Kaos! De facto, a montanha só tem parido ratitos!

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  9. Henry:
    O que neste caso até pode ser bom, que o Sr. Silva não é flor que se cheire
    abraço

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  10. Mas ele nem para Pilatos serve ...o papa açorda!!
    Nem lá vai nem faz mistério...
    Beijão grande

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  11. Anónimo4/5/07 15:01

    Acho que este homem, já não os tem no sítio. Trata-se de um problema claro de impontência política !

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  12. Tem muita razão no que aqui escreve. O desejo(?) de (manter) poder(?), não pode sobrepor-se tão notoriamente ao dever para com o seu País.

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