quinta-feira, junho 14, 2007

Aterrar no deserto

Afinal parece que o governo sempre aceita a possibilidade de construir um aeroporto no deserto. De repente todos os comentadores televisivos já foram chamados para analisar o “facto”. Claro que a confusão está lançada, com uns a dizer que é bluff, outros falam de favor para as eleições de Lisboa, outros perguntam quem pagou o estudo, outros a exigem a demissão do ministro, tudo isto sob ao aplausos e protestos de autarcas. Tanta merda por causa de um aeroporto enquanto as mortes e os nascimentos se alternam em ambulâncias a caminho de hospitais. E a miséria, a pobreza, a dignidade das pessoas deste país? Mais números, mais percentagens, mais palavras vazias. Até quando?

Contribuição para o Echelon: NATOA, sneakers, UXO

26 comentários:

  1. Uma ideia digna do Fialho de Almeida, autor dos Gatos, que foi um visionário singular, seria fazer o aeroporto no mar. Em frente à Costa da Caparica, por exemplo. Já há tecnologia para isso. Veja-se a obra feita no Dubai, criação de ilhas artificiais para desenvolvimento urbano.

    Entretanto, já que se está nos aeroportos porque é que não reclamamos o aeroporto dos Açores no qual se enquistaram os americanos tornando aquela ilha numa colónia americana óbvia?

    Naturalmente antes de mega aeroportos devia-se perguntar aos portugueses se querem mesmo mais turistas? Será que queremos enveredar por ser um país de turistas?

    Pessoalmente já acho que há turistas a mais. A colonização do país pela indústria turística na minha opinião destrói a qualidade de vida para nós, indígenas, e de um modo ou doutro torna-nos a todos empregados de mesa.

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  2. Eu acho é que estes senhores mudam de opinião com imensa facilidade, consoante as necessidades políticas de ocasião. Já conseguiram chutar a discussão para daqui a seis meses. Bravo! É que este verão, que se anuncia quente, não há campeonatos de futebol e as coisas anunciavam-se difíceis. Resta-nos a blogosfera e continuar calmamente à espera dos tiros nos pés que eles vão dando diariamente.

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  3. Olá Kaos.
    Já leu a entrevista da Guiducha da DREN ao DN? Escrevi há pouco no Fliscorno que devo ter uma ficha na DREN e parece-me que o Kaos também...

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  4. Ora porra porque raio não desactivam o "figo maduro"? só serve para os "palhaços de merda"(sem ofensa para os palhaços é claro) o usarem..corja ...ai agora ja dão o dito por não dito ...tiveram medo do Sr Silva foi?!Ele não mete medo a ninguém carago...
    Mentirosos , trafulhas cambada de charlatões

    Beijão

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  5. Aqui do 'deserto' saudo o Kaos. Continuo com problemas de ligação -cá p'ra mim é o big brother-, mas hoje refastelei-me com todos os 'bonecos' de junho. Como sempre estão excelentes, são, aliás, um oásis.

    Quanto ao aeroporto, eu cá aposto que vai para a OTA -business first. Afinal 'andou-se' a aterrorizar lá por Alenquer, 'comprou-se' aquele 'mato' todo e agora não há negócio -nem pensar!

    Como o povinho já viu esta marosca, resta-lhes fazer um 'comichão' de sábios, que sejam sócios no negócio e prontoxxx, já está!

    O aeroporto em Alcochete seria em terrenos 'nossos', logo gratuitos/nada de negócios; a obra seria mais próxima de Lisboa -mas isso que interessa. Menos interesse ainda a hipótese 2 aeroportos. Assim não haveria grandes despesas de contrução. Sem empreitadas não há sacos azuis...

    Eu não tenho dúvidas que vou acertar e penso que ninguém apostará contra mim, ou ainda há quem acredite no Pai Natal?

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  6. Esqueci-me de dizer a «miguel drummond de castro», que há uns 10 anos + ou - apareceu um estudo europeu que preconizava a destruição do tecido produtivo em Portugal e a sua transformação numa colónia de férias. Os nativos que seriam entretanto desapossados de 2/3 dos seus proventos seriam fornecedores de serviços aos turistas. Não só empregados de mesa, falava-se explicitamente noutros: os sexuais.

    Como vêem os nossos excelsos governantes têm o rumo e levam-nos a esse porto.

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  7. Mas haverá ainda alguém que acredite que o aeroporto não vai mesmo parar à Ota?
    Estes seis meses de dilação servem apenas para folgar as costas da sarrafada (leia-se lavagem de roupa suja) que aí vem com as eleições lisboetas.
    É pura manobra de diversão...

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  8. Miguel:
    Deixando os aeroportos de lado.
    Nos tempos Salazarentos o regime contava com duas fontes de divisas estrangeiras. O Turismo e a emigração, o que só por si era mau e nos colocava na primeira linha para sofrer com qualquer crise económica que surgisse. Este regime também continua a apostar no turismo e pelos vistos em fomentar a emigração. Sem tecido produtivo, destruida a agricultura e as pescas não acredito que possamos sobreviver só de serviços. Este poder que temos está a transformar-nos nos serviçais da europa, mas parece que este povo continua sem entender que esse destino não é inevitavel. talvez por isso as sondagens dão ao Sócrates uma tal vamtagem.
    abraço

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  9. anonimo:
    Isso não nos pode bastar. Temos de ser mais intreventivos e colocar esta gente que está a destruir este país na rua. E tem de ser para já antes que seja tarde demais
    abraço

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  10. Raposa Velha:
    Só li algumas partes e também já esctevi algp sobre o assunto. Como não tenho uaqui ma imagem que já tinha feito, só mais logo a poderei publicar.
    abraço

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  11. Laurentina:
    O Figo maduro também não dá para grande coisa. A pergunta a fazer é se realmente queremos um novo aeroporto. Dizem que este está esgotado, mas será que necessitamos assim tanto de mais gente a embarcar e desembarcar em Portugal?
    bjs

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  12. Inês Tavares:
    Obrigado e podes estar certa que não vou ser eu a apostar contigo. Seja como for, se resolvessem os problemas importantes do país, até os deixava construir 10 aeroportos para todos ficarem felizes. O pior é que quem sofre são sempre os mesmos
    bjs

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  13. Inês Tavares:
    Não conhecia esse estudo, mas pelos vistos quem nos governa estudou bem o assunto e até são competentes porque o acminho que seguimos é essse mesmo.
    bjs

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  14. Henry:
    Até o MM já disse que vai aceitar o resultado de estudo, ou seja não vai haver contestação. Já devem ter acordado entre eles quem mama o quê.
    abraço

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  15. Há quem continue a dizer que irá para a Ota. Estes 6 meses são para o assunto cair no esquecimento. Depois... olarila: OTA. Isto, claro, se o Sr Silva deixar...

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  16. Eu acho que o aeroporto é uma falsa questão. Q questão verdadeira é mesmo se queremos ser um país de serviços, sun & sex, beer & football for all.

    Devíamos recuperar a agricultura sem dúvida - porque é o melhor do nosso passado. Fomentar pequenas indústrias e deixar de andar tanto de carro! E preservar o que ainda resta de litoral para nós, não para empreendimentos de luxo - que nem seque acabam por ter luxo algum.

    Por mim vou tratando do meu olival e do meu canto do jardim. Além dos gatos.

    E obrigado à Inês por lembrar esse estudo, que eu desconhecia - mas que faz sentido. Sugar-nos o sol, o solo, a vinha e o sexo. Há alturas em que ser saudavelmente nacional não é nenhum crime! Temos que defender a qualidade de vida que é possível termos cá e que não passa por ter que ser igual aos outros. A nossa diferença dos outros é a nossa melhor qualidade.

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  17. Caro anónimo,
    a mudança de opinião, a mudança de agulha chama-se oportunismo. Infelizmente não há governos bons nem nunca houve em nenhuma parte do mundo. Há é menos maus, e é tudo. Enquanto o Rei não for um filósofo serão sempre os ignorantes a mandar.

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  18. Tão felizes que os portugueses seriam sem esta súcia de vendidos e de vendilhões.
    Com o rumo que isto leva, não tardará muito e seremos - como diz Miguel Drummond de Castro - "um país de serviços, sun & sex, beer & football for all".

    Um allgarve em ponto grande, logo mais lucrativo. Para alguns (muito poucos) digo eu!

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  19. Kaos,

    Deixámos que a União Euroopeia nos destruisse a agricultura e as pescas, sem dúvida - e isso foi criminoso, porque todos nós descendemos de agricultores e de pescadores. Os operários são um fenómeno recente, novecentista. As nossas raízes mais antigas e mais nobres tem a ver com a terra e com o mar. É absurdo colaborar com o corte das nossas raízes, das quais bem nos podíamos orgulhar, porque os pescadores e os camponeses foram na maioria gente de trabalho, gente altiva, com a cara e tudo no seu lugar.
    O turismo, sobretudo em grande escala,fomenta uma consciência servil, dependente e chula, pronta a tudo vender e a alienar. Infelizmente é essa a consciência da maioria actual que apoia o duende Sócrates. Os povos às vezes estupidificam. Há eras negras, culturalmente e não só. Noites da inteligência. Eclispes demorados da sensibilidade. Estamos a viver uma dessas eras com telemóvel e cartão de crédito para iludir. Marguerite Yourcenar falava no triunfo da consciência pequeno-burguesa, que é uma consciência sem valores. Creio que ela tem razão.
    Os últimos trinta anos foram o coroar do salazarismo, não de todo a sua superação. Entendo por salazarismo mental uma mente curta, tacanha, provinciana, bufa, economicista, brutalista e pragmática, pequeninamente hedonista, além de profundamente egoísta e mal educada em todos os sentidos.
    Por exemplo, há pouco mais de um mês abateram os plátanos do Campo Pequeno, árvores magníficas com mais de 70 anos de idade, que não está demonstrado que estivessem doentes - e poderiam durar muitos mais anos, mesmo estando doentes. De resto, as árvores são seres dignos e devem morrer de pé.
    Mas quem, dos lisboetas protestou? Poucos foram. Isto porque Lisboa está ocupada por mercenários, que não a amam. Amassem-na seria defendida como deve ser tudo o que amamos, até ao fim e até às últimas consequências. Por isso, como diria o Cesariny, anda por aqui uma grande falta de amor. E de brio. E de desejo. Isso dá almas apagadas, de olhos baços, cabisbaixas, como se vêem por toda a parte. Ou então dá aquele tipo de alma ressentida e vil, de que falava Nietzche.
    Por mim mantenho os olhos brilhantes. Eu e mais alguma gente. Somos poucos mas somos rijos. Talvez sem nós isto fosse tudo por água abaixo. Ao menos vamos mantendo as chamas de Prometeu e as esperanças de Baco, enquanto lembramos que pode haver uma nova primavera e que ainda há gente que caminha de cabeça bem erguida, Astérixs irredutíveis e com veneno, diga-se de passagem, porque isto de sobreviver em tempos de servidão voluntária também fomenta a tarântula interior, pois claro.

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  20. Que vejo eu ?
    O Lino carregando um camelo ?

    O excrente.

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  21. não aceita nada!
    é só para deixar o costa fazer "figura" para as eleições do ministério municipal de lisboa...
    é uma jogada combinada com a cip!
    abraço

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  22. Miguel:
    Sou português, gosto do meu país e gostava de lhe ver restituida a alma que perdeu.Uma alma que lhe vislumbrei no 25 de Abril em que me mostraram que era possivel ser-se solidário com toda a gente. Eu não faço parte de grupos, mas de um povo que tem de acreditar em si e renascer. Há muito que defendo o fim desta sociedade como existe actualmente. O fim do consumismo, o fim da produtividade a todo o custo e o voltar a uma vida mais natural, mais próxima da terra e dos outros. Que raio de viad é esta que nos querem dar de sair de casa às 7 ou às 8 da manhã para chrgar a casa às 8 da noite, sem tempo para amarmos a nossa mulher, sermos pais dos nossos filhos, força para partilhar com os amigos. Que raio de mundo é este que nos querem vender. Que raio de vida é esta em que estamos a matar o mundo em nome do lucro para uns e de mais uma TV ou um carro para os outros. Este não é o mundo que quero para mim e muito menos deixar aos meus filhos.
    abraço

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  23. O Excrente:
    Se é o que vês que mais posso dizer.
    abraço

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  24. Luikki:
    Também me parece que só adiaram 6 meses aquilo que está mais que decidido. Assim até o pequeno Mendes se pode colar à decisão criando o largo consenço pedido pelo Sr. Silva.
    abraço

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  25. Como tudo indica que cada vez há mais visitantes e de mais qualidade aqui pelo sítio, não seria o momento de pôr um revisor de provas antes de editar os posts ? É que já não é a primeira vez que encontro português encriptado, v.g., "tudo isto sob ao aplausos e protestos"...lapsus calami...ou desleixo ?

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  26. Como era a cantiga...
    "Se um camelo incomoda muita gente
    dois camelos incomodam muito mais
    se dois camelos... trá lá lá..."

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