segunda-feira, junho 11, 2007

O Naufrágio de 10 de Junho

Pronto, eu confesso, não ouvi o discurso do Sr. Silva. Não houve pachorra. Claro que depois foi-me dado a ver, as vaias ao Sócrates, as cerimónias, o desfile (a propósito alguém sabe que raio de coisa era aquela, de uma meninas a marchar vestidas de castanho e com um côco na cabeça?), as condecorações, o cenário marítimo, o veleiro e as palavras presidenciais. Um discurso contra o pessimismo português, pela não resignação e pelo não desistir perante todos os males que nos atingem. Houve um momento em que pensei se não se teriam enganado e transmitido o discurso do ano passado. È que já então ele também já nos tinha pedido para não nos resignarmos e podiam ter trocado as cassetes. Ou o Sr. Silva trocado os discursos. Ou então, o homem realmente não tem nada de novo para nos dizer e uma imaginação que deixa muito a desejar. Seja lá porque for, a verdade é que mais uma vez tenta transferir responsabilidades, passadas e futuras, do que correu, corre e correrá mal para todos nós, desresponsabilizando políticos e governos passados, presentes e futuros. Eu até estava capaz de dizer que aceitamos o desafio e a responsabilidade, mas ponho uma condição, que isso não signifique o calar e aceitar resignadamente os “sacrifícios”, as leis, as injustiças, as politicas, e as misérias que nos conduziriam a um futuro radioso. É que para esse peditório nós já demos, o barco não cessa de afundar e parece que já nos estão a querer convencer que “ Presidentes, governos, políticos, empresários e compadrios, primeiro”. Não nos tentem colocar um boné de capitão, para que orgulhosamente não abandonemos o navio durante seu naufrágio. Não vale a pena tentar branquear o passado, já que há responsáveis e o nome dele está lá em letras bem grandes.

Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17

24 comentários:

  1. Que os pariu a todos ...nem me dei ao trabalho de ligar a tv para os ouvir ...chiçaaaaa!!!
    Ai houve vaias?! Pena não ter havido bombardeamento...ou alguem que tivesse atirado com um balde cheio de merda aos fucinhos!!!

    Beijão grande

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  2. Por acaso ontem só vi televisão mesmo á noitinha porque reparei na Gala dos Tesourinhos Deprimentes dos Gato Fedorento, porque nem dei conta que se celebrou o dia de Portugal.

    Quando era criança recordo-me que o meu Pai neste dia nos levava sempre para as comemorações, mas hoje em dia penso que não faz sentido nenhum, já não tenho paciência para ouvir estes charlatões.

    beijoss

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  3. Desta vez não se lembrou de dizer que estes festejos não dizem nada às novas gerações? O mal-estar do senhor presidente perante a memória da revolução de Abril desvanece-se quando se trata de distribuir umas medalhas pelos amigos!

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  4. Só para dizer a 'mariatuché' que, para a próxima, escreva charlatães...

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  5. Nem sequer tive coragem
    de ouvir o Presidente
    porque não me sobra bagagem
    para palavras tão comoventes

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  6. Sem querer fazer campanha alguma, estes comentários são de pessoas que estão divorciadas da política, e eles (políticos) não estão lá por "obra e graça", alguém os elegeu! Se não há pachorra para os aturar, e eu também não a tenho, há alternativas credíveis! Não se demitam é dos vossos compromissos e responsabilidades enquanto cidadãos. Os governos não têm de ser forçosamente PS ou PSD cada vez que há eleições... Quanto ao pouco que vi e ouvi do discurso do Presidente, senti-o um pouco resignado com o "estado das coisas", embora tenha afirmado que não vai baixar os braços... 1 Abraço!

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  7. abraço.












    sempre.








    piano.

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  8. Enfim, mais do mesmo. Aquilo a que já estamos habituados e aquilo a que já os habituámos...
    Abraço.

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  9. o côco era para tapar o co-có nas cabeças das pobres coitadas de saia muito comprida...
    quanto ao resto, o discurso tantas vezes repetido, deixa uma pista -e não era essa que a múmia tinha em mente- não nos podemos resignar significa que temos de tomar decisões e atitudes!
    abraço

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  10. Quem não se resigna sou eu!

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  11. Laurentina:
    Eu tmabém não tive paciencia para os ouvir, mas vi o resumo ao fim da noite. As imagens estavam lindas e lá se foi mais meio milhão de euros
    bjs

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  12. Maria toché:
    Para mim sempre foi um feriado muito militarista e agora voltou a ser. Não me parece que seja o dia de Portugal que deveriamos ter
    bjs

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  13. anonimo:
    O 25 de Abril, mesmo estando já morto e enterrado continua a incomodar muita gente só pela sua memória. Mais um motivo para a mantermos viva
    abraço

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  14. anonimo:
    Neste blog o importante é que se entenda, Vale mais o conteudo que a forma.
    abraço

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  15. Contradições:
    Essa tua linguagem poética é uma arte
    abraço

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  16. watcdog:
    Há efectivamente um grande divircio entre as pessoas e a politica e a ideia de que não há alternativa pesa muito. O que podemos e devemos tentar fazer é mostrar que isso não é bem assim e transformar esse desinteresse em vontade de lutar. Há que soltar a raiva contida na impotencia. Eu acredito que podemos ter um amanha se todos estivermos dispostos a lutar por isso
    abraço

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  17. Corcunda:
    O "hábito" não faz o monge. Podemos mudar e podemos vencer
    abraço

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  18. luikki:
    Também acredito que não nos podemos resignar, mas não no sentido que lhe dá a mumia. Não nos podemos resignar é a ser governados por esra escumalha que assaltou o poder.
    abraço

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  19. João Rato:
    Há mais gente que também não o faz. temos é de unir fileiras e lutar pela indignação a que temos direito
    abraço

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  20. Eu até aceito a falta de pachorra para ouvir os políticos. Só não posso aceitar a leveza com que se apontam as supostas alternativas ao actual estado de coisas. Lembro que o Presidente foi eleito à primeira volta com mais de metade dos votos expressos; lembro que, como já alguém comentou, os governos que temos tido têm sido eleitos em sufrágios universais e democráticos. E se assim é, se assim tem sido, é porque as mensagens alternativas não passam. E a razão não é difícil de perceber: as ideias podem ser excelentes mas a argumentação é congrangedoramente débil.

    Veja-se este mesmo post: critica-se o Presidente por pedir que não nos resignemos para logo de seguida dizer: “Eu até estava capaz de dizer que aceitamos o desafio e a responsabilidade, mas ponho uma condição, que isso NÃO SIGNIFIQUE O CALAR E ACEITAR RESIGNADAMANTE OS “SACRIFÍCIOS”, AS LEIS, ...”

    Contradiz-se de forma flagrante, mas eis que logo alguém comenta em defesa do autor do post:

    “o discurso tantas vezes repetido, deixa uma pista (...) não nos podemos resignar significa que temos de tomar decisões e atitudes!”

    Mas claro, “não era essa (pista) que a múmia tinha em mente”

    Quanto ao “mal-estar do senhor presidente perante a memória da revolução de Abril” enfim, se existe, eu acompanho. Duas coisitas a propósito:

    - a, segundo alguém, “escumalha” que temos como políticos são maioritariamente “filhos” do 25 de Abril muitos deles doutores e engenheiros de secretaria essa nova modalidade criada com a revolução;

    - o maior antro de corrupção, compadríos, incompetência, e tudo o que de pior se queira está nessa grande conquista do 25 de Abril que é o poder autárquico.

    Resumidamente, o 25 de Abril falhou em quase tudo e já era tempo de desmitificar a coisa. O povo já o fez, como facilmente se comprova, mas o povo é estúpido como diria luikki.

    Só para terminar que já acupei demasiado uma “casa” que não é minha. Faz-me muita impressão a falta de respeito com que determinadas pessoas falam do Presidente: Sr. Silva, o Cavaco, a múmia, enfim. O homem é o supremo magistrado da nação caramba.

    Suponho que nada disto que digo faça sentido.

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  21. Serrata:
    Claro que faz sentido e são argumentos muito bem observados. Claro está que não concordo com todos. Por exemplo não encontro a flagrante contradição de que falas. É que a não resignação do Presidente e a minha são quase opostas. Eu não me resigno ao sistema e ele à não resignação de lutar pelo sistema. Eu não me resigno a um caminho de percariedade, de pobreza e em que qualquer euro de lucro vale mais que a vida e a dignidade das pessoas. Essa é a minha não resignação.
    Um outro pormenor tem a ver com os eleitos e com a sua filiação ao 25 de Abril. É verdade que muitos deles foram ai gerados, mas não podemos esquecer que a revolução não sobreviveu a dois primeiros de Maio de unidade. Estes são filhos daquilo que fizeram com e do 25 de Abril, não do que ele foi. Nós hoje somos é filhos do fim da guerra fria, do liberalismo global e do capitalismo que tomou conta deste mundo. Quem está no poder nada tem a ver com o 25 de Abril. Isso há muito que morreu. Vai-nos restando a liberdade, embora também ela cada dia mais envergonhada.
    Quanto às autarquias concordo totalmente deixando só uma nota, é que o interior deste país nunca se teria desenvolvido como desenvolveu (saneamento básico, electricidade,..) sem o trabalho das autarquias. Agora que esse trabalho está feito seria talvez altura de modificar o sistema e a forma como ele é exercido para não se continuar a plantar rotunda para justificar fundos europeus.
    um abraço

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  22. "Eu até estava capas "

    Capaz, caro Kaos. Continua!

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  23. Rui:
    Ops, mais um erro. Obrigado pela correcção
    abraço

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