sexta-feira, setembro 07, 2007

Águas turvas

"A viagem eleitoral de Luís Filipe Menezes (Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia) a cinco ilhas açorianas, feita num jacto privado, foi paga por um empresário do sector hoteleiro com interesses no concelho. Trata-se de Carlos Saraiva, patrão (e dono) do Grupo CS, cujos projectos de investimentos em Gaia estão avaliados em 55 milhões de euros.
Emprestei o meu avião ao meu amigo Luís Filipe Menezes e não ao candidato”. “Não é para pagar nenhum favor. Emprestei ao Dr. Menezes como emprestaria a um irmão”, afirmou Carlos Saraiva.
Menezes, lamentou a “hipocrisia” de quem o criticou por ter utilizado um avião privado em deslocações de campanha, frisando que cumpre “religiosamente” as leis em vigor no País."

Mais uma vez estamos perante um caso em que não basta ser honesto mas é necessário parece-lo. Não sei se estamos perante corrupção, mas estando o caso Somague tão vivo na nossa memória, não podemos deixar de ter algumas legitimas duvidas, especialmente para que, há anos houve frases como “amigos, amigos, negócios á parte” ou “Não há almoços grátis”. Se a decência, que infelizmente os nossos políticos teimam em não demonstrar, fosse um caso de honra pessoal, já o Durão Barroso se tina demitido do cargo de Presidente do parlamento Europeu e o Menezes desistido da corrida eleitoral à liderança do PSD. Quando deparamos com factos destes em eleições internas de um partido e nos damos conta das fortunas que já se começam a “investir” nos candidatos, não podemos deixar de olhar para o futuro com desconfiança. Se a classe politica já é vista, por uma grande percentagem da população, como oportunistas, mamões, vigaristas e corruptos, não são exemplos destes que nos vai restaurar a confiança. Olha-se para um lado e vê-se um país em crise, onde dizem não haver dinheiro para a saúde, para o ensino, para pagar reformas ou aumentar salários e, no outro, só se vêm exemplos de ostentação, de esbanjamento, e de gente a enriquecer muito rapidamente. A lei de anti corrupção do Cravinho, tão oportunamente colocado numa prateleira de luxo em Londres, evaporou-se e, cada vez mais vemos o pequeno crime ser mais mediatizado e penalizado, enquanto o “gordo”, esse parece ser invisível. Nada que não estivesse já previsto e escrito nos textos da estratégia dos Bilderberg, mas é trágico vermos os seus objectivos a serem concretizados, um a um. É assustador e não nos permite olhar o futuro com grande confiança.

Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17

8 comentários:

  1. Anónimo7/9/07 10:45

    O LF Meneses explicava ontem ao CM que não senhor, que o tal amigo não tinha negócios em Gaia!

    Sendo verdade, o que não se acredita, também é verdade que pode vir a tê-los! Fica-lhe muito mal em qualquer dos casos!...

    Xi da Porca

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  2. Neste disco (montagem mais uma vez brilhante) a música do lado 2 será o Sounds of Silence?

    Um abraço

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  3. Porca da Vila:
    Duvido das suas palavras, afinal o jornal até referia quais os negócios e os locais onde estão a ser construidos. Cheira mal, muito mal.
    bjs

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  4. Pedro Barbosa:
    Pois é, mas essa musica está a ser cantada em grupo coral por todos os politicos e participação especial da comunicação social.
    abraço

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  5. A RTP exibiu a 2ª série completa Prison Break, onde podemos ver todo o poder que os lobbies têm sobre candidatos, futuros presidentes e demais pandilha.
    Ficção ou realidade?

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  6. gaiaemchamas:
    Vivemos num mundo em que a ficção e a realidade já se confundem tanto que acabamos por nos perder na confusão e muitas vezes a realidade ultrapassa em muito a ficção.
    abraço

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  7. Belo cartaz, Kaos! Delicioso! E um post muito pertinente!

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