“Quando me montaram o telefone no gabinete, disseram-me que quando quisesse ter uma conversa mais secreta falasse junto da televisão”. Pinto Monteiro na A.R.
Muito se tem falado de escutas em Portugal. Ainda não entendi se o assunto saltou para as páginas dos jornais porque há uma preocupação real com o problema das liberdades e garantias dos cidadãos, embora duvide muito que esse seja o verdadeiro motivo, se foi porque os mais poderosos estão a ficar preocupados por também eles poderem agora ser escutados ou se é uma simples guerra de poder para saber quem realmente controla quem e o que é escutado. Seja como for há uma constatação que posso fazer, é que todas as escutas feitas nos casos mais mediáticos e que envolvem gente poderosa e influente, acabam em nada. Há sempre um qualquer problema de ilegalidades nessas escutas que as tornam inadmissíveis como prova em tribunal. Até agora, com a divulgação de algumas na imprensa, ainda íamos podendo ver a culpa de muitos, mesmo que em julgamento se safassem por manigâncias técnicas e processuais. Safavam-se da condenação, mas não da vergonha pública, (embora com a falta de vergonha que por aí há isso não pareça fazer-lhes muita moça). Agora, com o novo Código até disso se safam. Seja como for, quem controlar as escutas e aquilo que é escutado ganha um poder enorme. Não acredito que, quem no fim desta guerra venham a haver menos escutas, que os nossos direitos estejam melhor defendidos. O que acredito é que vai haver quem possa escolher quais são para apagar e quais são para divulgar. Depois do Caso Casa Pia, não posso deixar de acreditar que muitas poderão ser utilizadas com fins meramente políticos e partidários e isso é algo de muito grave. É por isso que desconfio muito da ideia que as escutas podem estar a ser feitas por particulares com equipamentos comprados na Net ou em lojas da especialidade. Haverá certamente alguns casos, mas não são esses aqueles que mais me assustam. Pelo sim pelo não vou comprar uma dúzia de televisões para espalhar por toda a casa, assim, quando telefonar, estarei sempre a falar perto de uma.
Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN
Kaos,
ResponderEliminarApenas uma observação:
É que me parece que os posts do seu Blogue continuam ainda a assumir a hora antiga.
No reino da Bufolândia, já ninguém sabe quem escuta quem.
ResponderEliminarDiálogos futuristas na "Assembleia Nacional":
- Alô! Ó Sr. deputado, daqui fala o ...V Exª tenha cuidadinho com o que diz, olhe que eu tenho uma escuta sua...que lhe pode trazer dissabores!
- Experimente V. Exª f....-me a vida que vai ouvir uma boa a seu respeito..., responde o ...
(Eheheh.....estes dois já estão no papo...)- voz-off sussurrada dos tectos altos...
E de bufo em bufo se constrói este novo reinadio.
Abraço. (clic!)
Sugiro que dêem ao «Entertainer» Pinto Tonteiro um programa de televisão. Irá para o ar às mesmas horas em que num canal passa o Herman e no outro o Gato Fedorento.
ResponderEliminarO primeiro convidado pode ser o Engenheireiro, que contará umas anedotas sobre a taxa de desemprego e os dois milhões de tugas que têm o privilégio de serem uns tesos no jardim que ele governa.
Os paparazzi das escutas devem andar aí, cuidado!
ResponderEliminarUgh
O seu post é excelente.
ResponderEliminarParece que o problema é maior do que á primeira vista parece...
Vou linkar o seu blog nas minhas sugestões, pelo que peço retribuição, certo?
Um abraço
Compadre Alentejano - Papa Açordas
www.papaacordas.blogspot.com
Olha! Nunca se sabe! O Alberto Costa já acagaçou os tugas com o terrorismo.
ResponderEliminarEles andem aí e hádem fazer das suas, digo eu!
À cautela, e porque hoje é o dia das bruxas, já fui ali à loja dos 300, comprar um equipamento de escuta em plástico!
É certo que eu não acredito em bruxas, mas que as há, há!
A tecnologia não pára.
ResponderEliminarAgora temos autocarros com wireless, leva-se o portátil e durante a viagem trabalha-se com diversas chafurdices. Sempre sob escuta, claro.
Ugh
Naturalmente que o problema é maior do que à primeira vista. As declarações do Procurador visam chamar mais uma vez a atenção do estado da Justiça em Portugal. Não há Organização, portanto não há método, não há meios, não controlo, não honestidade, não há competência,não há verdade , não há regras, e como consequência, não há Justiça.
ResponderEliminarEste Procurador vem denunciar, ao mais alto nível da hierarquia do Estado, a podridão do nosso sistema de Justiça e seus apêndices.
Posso estar muito enganado, mas prevejo que este Procurador não cumprirá o seu mandato até ao fim. A não ser que haja alguma contaminação de brio, ética e bom senso que atinga os nossos governantes e restantes políticos.
O que este boneco parece querer dizer, é que quando alguém estiver no PC a fazer qualquer coisa, ou mesmo sem fazer nada, o ecran se pode comportar como webcam, transmitindo o ambiente do utilizador aos possíveis paparazzi ou voyeurs.
ResponderEliminarO medo está instalado, com a cumplicidade das novas tecnologias.
Porém não consigo esquecer uma frase que ouvi:
- as novas tecnologias não devem ser utilizadas para controlar os cidadãos, mas sim para melhorar a Democracia
Ugh
Se o PGR se sente inseguro, o que podemos nós, cidadãos anónimos, esperar?
ResponderEliminarParece-me natural que este PGR, depois de palermar como palermou, se sinta inseguro no lugar. E até que passe a estar sob escuta, se ainda não estava: os serviços de informações do PM necessitam de saber as opiniões que os nomeados serventuários para as diversas áreas vão tendo.
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