Para alguns o discurso do 5 de Outubro do Sr. Silva foram vergastadas na política de educação dos Sócretinos, mas para o Engenheiro foi o apoio à política que têm seguido. Não sei quem tem razão, nem me parece que seja muito importante, afinal aquilo que o Sr. Silva diz não passam de discursos muito bonitos, muito “como as coisas deviam ser”, mas que não são, nem ninguém, nem mesmo ele, acredita que algum dia serão. Basta ver que ele foi Primeiro-ministro deste Jardim durante 10 anos e aquilo que fez foi exactamente o contrário daquilo que agora preconiza. E, não vão ser porque toda a outra politica que envolve a politica educativa, é exactamente o oposto ao que teria de ser, para que ela fosse possível. Diz querer os pais se empenhem mais na educação, que estejam mais presentes nas escolas, mas retiram-lhes toda a possibilidade de o fazerem. Como podem uns pais, que trabalham todo o dia, que cada vez mais são pressionados com a produtividade, a liberalização dos despedimentos, a ter horas marcadas para falar com os professores e a escola a proibir-lhe a entrada. Falo por mim, de uma escola do primeiro ciclo, metida numa de segundo, em que os pais estão proibidos de entrar, com as horas marcadas para falar com os professores a serem a meio do horário de trabalho e parecer que ninguém quer realmente falar connosco. Querer fazer uma escola mais individualizada, em que pais, professores e alunos se conheçam e se respeitem, obrigava a uma escola de proximidade, mais pequena, em que cada uma das pessoas tivesse um nome e uma história. Mas o Engenheiro está muito orgulhoso das 2500 escolas que fechou em dois anos, dos grandes centros educativos com centenas de alunos encafuados que criou. Mais económicas na gestão, mais baratos de equipar, mas também mais indiferentes aos indivíduos, em que já coabitam muitas caras sem nome, muita gente que partilha o mesmo espaço durante anos e nunca se fala. Lugares em que cada um é cada vez mais um número e não um nome. Linhas de produção de mão-de-obra e não de identidades. Locais onde em vez de educar é necessário aprender a viver com uma disciplina mais militarista. É por isso que todos sabem fazer lindos discursos, todos sabem dizer como deveria ser, mas nunca realmente o tentaram fazer. É por isso que temos um chefe do Governo que alerta os jornalistas para não confundirem «professores com sindicatos».
Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17
Se há quem chore de alegria porque não haveremos de rir de tristeza. Todas as imagens deste blog são montagens fotográficas e os textos não procuram retratar a verdade, mas sim a visão do autor sobre o que se passa neste jardim à beira mar plantado neste mundo, por todos, tão mal tratado. A pastar desde 01 Jan 2006 ao abrigo da Liberdade de Expressão.
sábado, outubro 06, 2007
A Educação dos Socretinos
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Quem pratica “judo” sabe que é primordial aproveitar e transformar a força do adversário.
ResponderEliminarPasso a citar um pequeno texto que corre nos media:
- Instado a comentar a intervenção de Cavaco Silva, que propôs um “novo olhar sobre a escola”, mais ligada à comunidade, com maior envolvimento dos pais e em que a figura do professor seja prestigiada, o primeiro-ministro disse coincidir no apelo, considerando que a educação deve ser “uma prioridade para todos”.
E, perante este “dito na hora” do EXMO PM, será fácil concluír que ele pratica “judo político”, ou seja está na defesa, mantendo o “déficite”.
Os avançados que se esfolem, bem podem correr que a bola não chega lá.
Resumindo, como PM temos um "Judoca na Hora".
(que pe perdoem os verdadeiros praticantes)
Ugh
O que Sócrates fez, foi precisamente «recuperar» as palavras de Cavaco Silva para ficar de bem com a opinião pública.Esta estratégia já era usada em muitos países a partir da década de sessenta na tentativa de extinguir qualquer foco de contestação (até as calças de ganga foram convertidas a moda, pois eram o vestuário do operariado descontente nos EUA). Foi muito notada a ausência do «Trio Maravilha»- a ministra e os seus dois muchachos.
ResponderEliminarEm relação ao post de Kaos e sendo professor há muitos anos, não poderia estar mais de acordo. A vida tem vindo a tornar-se cada vez mais difícil, o emprego mais precário, sendo muitos os pais que pedem para telefonar em determinado horário como alternativa a deslocarem-se à escola, pois a entidade patronal não lhes permite ausências do trabalho- apesar de ser um direito consagrado (???).
Mesmo quando muitos professores tentam um horário de atendimento pós-laboral, já têm sido confrontados com a impossibilidade de o cumprirem pois a escola tem de fechar os portões às 19 h, no caso da minha, ou o espaço para receber os pais é ínfimo e encontram-se diversos directores de turma à mesma hora, o que anula qualquer privacidade. As escolas a «rebentar pelas costuras» para poupança de uns cobres ao orçamento de estado têm destas coisas. Ao contrário do que se faz passar, vivo num concelho onde cada vez há mais alunos para menor espaço físico e mais reduzidos recursos humanos. Ainda há três semanas atrás esta realidade foi denunciada em alguns noticiários.
Um país em que o primeiro ministro se orgulha das 2500 (DUAS MIL E QUINHENTAS) que mandou fechar, só pode estar louco...
ResponderEliminarOrgulhar-se desta proeza e não ser demitido imediatamente, ... Não entendo!
A ESCOLA
ResponderEliminarsozinha
jamais modificará sociedades
jamais "salvará" um país!
A pedagogia do sucesso
assenta apenas
nos pilares seguros
sólidos e firmes
de uma comunidade feliz
EQUILIBRADA
com a vidinha organizada
devidamente estruturada
com disponibilidades
para participar
para colaborar
para se "dar"
para AMAR as suas crianças
o país e o mundo...
a ESCOLA
actuando isolada
é apenas uma insignificante gotinha
dispersa
ineficaz
para saciar as diferentes sedes
de qualquer sociedade.
Do muito que está mal no nosso país
há culpados
são vivos
actuais
e reais de carne e osso
mas como não conseguem equacionar esta verdade
( porque também são maus na matemática)
optam por fazer dos professores
da ESCOLA
os culpados de tudo
os seus bodes expiatórios...
Estou cansada
desencantada
decepcionada
infeliz...
A minha profissão violenta-me
em cada dia
em cada ano que passa!
Mª Irene - professora em final de carreira
Que completa apreciação em verso apresentada por maria_maia!
ResponderEliminarO que me preocupa é ver colegas competentes e ainda longe do final de carreira afirmarem que, caso de momento, lhes surgisse outra saída profissional, não hesitariam! Este elenco ministerial está a conseguir o que nenhum outro conseguiu- matar vocações, trazendo o desencanto. Quer concordemos ou não com o PR enquanto político, seria importante que alguns governantes, refugiados no seu autismo, pensassem um pouco nas palavras ontem proferidas.
Políticos pensadores ainda estão por inventar.
ResponderEliminarQuem pensa, pensa, e, na política não se pensa, diz-se, fala-se, manda-se, evoca-se, nomeia-se, legisla-se...
Ugh
O nosso ensino atingiu um ponto no qual se deveria virar para a qualidade pois dispõe finalmente dos recursos humanos necessários, em vez disso continuamos numa lógica de massificação e degradação... economiza-se onde se deveria gastar, gasta-se onde se deveria poupar.
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