Tenho gostado imenso dos grandes discursos sobre economia que não oiço do Sr. Silva. Só os escuto de raspão nas notícias e há momentos em que até me custa a acreditar no que oiço. O Cavaco quer que nós, Portugal, estejamos no grupo dos mais ricos, bem lá no topo do Mundo, que tenhamos uma economia que não esteja sujeita a crises ou a depressões (só se for com Prozac). Tudo isto, num Mundo global e altamente competitivo e onde reina o capitalismo. Mas para não pensarem que é só bazófia, a voz off do apresentador a explicar-nos que ele até nos vai dizer como. Fiquei interessado. Aumentar as exportações, reduzir o défice externo, resolver os “vários desequilíbrios macroeconómicos «insustentáveis» que Portugal tem acumulado”, mais eficiência das políticas públicas, combate à corrupção e mais uma data de coisas do mesmo género. Fácil, especialmente para quem, durante oito anos de governação, fez exactamente o contrário. Foi o papá do défice que ainda hoje serve de motivo para apertarmos o cinto, do surgimento de novos banqueiros, de muita da corrupção que hoje diz dever ser combatida, do “big bang” do clientelismo politico, do atirar ao ar os milhões que choviam da Europa, tempos do betão e do CCB. Foram realmente tempos em que vivemos mais perto da cabeça que do cu desta Europa, tempos do novo-riquismo, da ostentação, do esbanjamento. É esse mesmo senhor que hoje nos vem dar lições de economia barata a recitar o mundo perfeito. Haja alguma decência, alguma vergonha no que se diz. Ainda tenho algumas dúvidas sobre o significado preciso dessa nova palavra, “populismo”, agora tão utilizada. Acredito que o Menezes possa cair no espaço da definição de populismo, mas o Sr. Silva é o quê? Um grande economista, um professor que tem o saber e todas as respostas na palma da mão?
Nas próximas presidenciais também me vou candidatar a Belém, e, no meu discurso de vitória, vou logo exigir ao governo que Portugal se torne, nos dois meses seguintes, no país mais rico do mundo e que a selecção de rugby se sagre campeã mundial. Até lhes vou dar a solução de como conseguir isso. Aumentar as exportações, reduzir o défice externo, comprar a Nova Zelândia, ……
Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN
Kaos:
ResponderEliminarA imagem está ao nível do melhor! Muito bom!
Mas não é verdade que seja o pai do défice. Do surgimento dos novos banqueiros, sim, mas mau foi o surgimento dos velhos banqueiros, porque novos é sempre bom. Da corrupção, não é verdade. Do "big bang" do clientelismo também não, só mostrou o caminho. Do betão, coitado. Do CCB, olha para o país e vê o que é o CBB.
Quanto às lições de economia, sim, podia estar calado sem que com isso se perdesse nada de substancial.
Tonibler:
ResponderEliminarEu de economia entendo pouco, mas que foi no reinado cavaquista que este país descarrilou de vez parece evidente. Muitos dos males que agora padecemos vieram dao seu chamado pragmatismo e do fim das ideologias. Não pode haver futuro se não houver um sonho e um objectivo a atingir. Ainda somos homens e não máquinas. Somos faliveis, mas temos uma consciencia.
kaos:
ResponderEliminarO país descarrilou no dia em que perdemos a hipótese de reduzir o valor do dinheiro que pagamos aos funcionários públicos.
tonibler:
ResponderEliminarEssa ideia de que todos os nossos males são culpa da função publica é do mais caricato que conheço. Há muitos culpados mas não é só aí que os devemos procurar
Pelos discursos que se andam a fazer já há muito tempo, parece que estes sujeitos estão convencidos que basta dizer "faça-se luz" para que ela se faça.
ResponderEliminarSe fossem o George W. percebia-se, seria por andar sempre a ler a Bíblia.
kaos:
ResponderEliminarEu não disse que a culpa é dos funcionários públicos.
O que queria dizer é que a sociedade portuguesa não tem forma de baixar o valor do dinheiro ganho pelos funcionários públicos à medida da própria riqueza produzida desde que o escudo foi fixado face ao euro em 1999. Isto porque, legalmente, a ninguém pode ser baixado o salário e não se pode despedir funcionários públicos. O resultado, óbvio, é que baixando a riqueza produzida, se há uma parte da sociedade que consome a mesma, há outra parte que passa a consumir menos. Então para que os funcionários públicos possam ganhar a mesma coisa, os outros têm que ganhar menos.
Quando tínhamos escudo, o mecanismo era igual. O resultado era um defice orçamental que era compensado com a emissão de escudos que resultava na sua desvalorização. Assim, embora ganhassem o mesmo montante de escudos, o seu valor ia sendo ajustado à medida que o resto dos portugueses o pudessem pagar.
Imagina que tens duas empregadas domésticas a quem não podes baixar o salário, nem dispensar, independentemente do salário que ganhas ou se tens sequer emprego. Não parece grande situação económica pois não? E a culpa também não era das tuas empregadas...
Gi:
ResponderEliminarMais que fazer-se luz é fazer propaganda pessoal. Ele sabe que é impossivel, sabe que não vai ser atingido, mas a culpa não será dele. Só procura preparar a reeleição
bjs
Tonibler:
ResponderEliminarEntão fui eu que entendi mal. As minhas desculpas, mas isso em nada altera a minha opinião sobre o assunto. Deveria-se era ver as razões que levaram a que se tenha baixado a riqueza produzida. A estratégia deveria ter sido a exactamente a contrária, mas o Sr. Silva preferiu as grandes obras e o distribuir o dinheiro que deveria ter utilizado no desenvolvimento numa grande orgia financeira para amigos. Muito já têm sofrido os funcionários públicos que há anos que vêm os seus ordenados congelados enquanto outros, os cargos políticos e de chefia recebem cada dia mais mordomias e salários vergonhosos. Se entramos para a moeda unica essa foi uma decisão dos que depois se queixam que isso nos complica o desenvolvimento. Vejo ingleses e polacos a levantar problemas e a ganharem beneficios e favores especiais. Só nós comemos tudo o que nos dão, mesmo que sejam os restos que mais ninguém quer.
Grande orgia financeira para amigos.
ResponderEliminarBoa malha!
Lá diz a sabedoria popular que o gado engorda à vista do dono.
ResponderEliminarDiz também que quem quer faz, quem não quer manda.
Os funcionários públicos subalternos apenas cumprem as directivas das chefias. Se as chefias não sabem chefiar... actue-se.
Agora, que tal começar por exigir que os prejuízos causados por más) decisões sejam compensados pelos responsáveis ? Parem de culpar indivíduos sem qualquer poder de decisão.
Poder de decisão, numa aldeia global tipo teia de aranha?
ResponderEliminarQualquer dia não há gado.
jorge figueiredo,
ResponderEliminarO responsável é você (e eu). Fomos nós, povo, que votámos neles. E as responsabilidades são apuradas a toda a hora e publicadas pelo INE todos os trimestres na forma de uma taxa de desemprego. E sabe que mais? Não há um único funcionário público subalterno no desemprego pelo que, se calhar, a sua preocupação deveria estar noutro lado.
kaos:
O governo do Sr. Silva recusou construir a autoestrada para o Algarve por não se justificar face ao preço. As únicas que foram feitas nessa altura foi a A1,a A5 e a A3, se não me engano. O resto foi feito pelo Guterres e governos posteriores. E grande obra não me lembro de mais nenhuma.
No meu tempo, foi edificado o Centro Cultural de Belém. O Sr Silva deve ter feito um paralelismo de poder com Dom Manuel, confundiu pimenta com fundos da CEE.
ResponderEliminarE acrescento, estragou o enquadramento do Mosteiro de Santa Maria.
Só faltou fazer a sua residência sobre o dito CCB, para controlar a entrada de pimenta, digo, fundos da CEE.
Mas isto é história, ainda pior que matemática, o que está a dar são as novas oportunidades, as redes, as propagandas, a exportação de ideias para um povo europeu adormecido que trabalha e que paga, mesmo a dormir.
Tonibler:
ResponderEliminarCoitado do Sr. Silva que sempre nos andou a vender a ideia que foi ele quem modernizou o país e agora vens tu dizer que em alcatrão só fez três auto estradas. Então onde gastou os milhões da Europa?
Embora a resposta não fosse para mim, não posso deixar de dizer que não votei nesta gente e por isso não tenho culpa nenhuma. Votei, porque nunca falto a um acto eleitoral, mas não voto nesta gente.
kaos:
ResponderEliminarSer-se democrata é aceitar os resultados das eleições. Eu não votei neles, mas são o governo da república porque nós o entendemos assim.
Mas é verdade. Autoestradas até à exaustão é produto Guterres, Expo é produto Sampaio, Euro é produto Guterres. Aliás, estoirar dinheiro em parvoeiras é típico da esquerda(até o Jerónimo pede por ele) que vê como investimento público.
Se quiseres saber em que é que o Sr. Silva gastou os milhões ficas um cavaquista. Formação profissional, apoios à agricultura, educação, saúde,...Infelizmente, foi da forma hoje aceite como correcta, despejando dinheiro sobre os problemas.
O kaos esqueceu-se de tirar o efeito "olhos vermelhos".
ResponderEliminarE o grande perigo da democracia qual é?
ResponderEliminarResponda tonibler, se lhe der na gana......
Ugh
A democracia tem perigos conforme a perspectiva de quem vê. Salazar vias-lhes uns, Estaline via-lhes outros, Somoza outros, Kim Il Sung outros, Castro outros....Cada fascista vê os perigos que entende. Um democrata aceita os perigos como parte do caminho.
ResponderEliminarNão gosto de ouvir falar dos funcionários públicos como se fossem uma despesa. Eles trabalham. Eles prestam serviços essenciais. E quando vamos a um repartição, bem vemos que FALTA PESSOAL. Quando comparamos o ratio com o de outros países, vemos que os outros têm mais funcionários por cidadão. Então onde é que entram esses problemas resultantes de pagar o trabalho dos funcionários públicos?
ResponderEliminarKaos, gostei muito dos post. E votarei em ti se prometeres cumprir aquelas medidas, incluindo comprar a Nova Zelândia!... ehheeh :)
Abraço!
tonibler:
ResponderEliminarHá há há. Boa piada essa de como o Cavaco gastou os dinheiros da Europa. Que me lembre o guterres inaugurou a expo, mas não foi ele que lançou a obra. Mas isso é irrelevante porque tanto PS como PSD seguem o mesmo rumo e todos utilizaram as obras publicas como forma de melhorar os numeros oficiais. O pior é a herança que deixam, mas isso não lhes importa muito. Repara que se o Cavaco tivesse feito o que dizes hoje não estariamos como estamos. O dinheiro europeu foi parar ao bolso de alguns e o país ficou na merda.
Perigos da democracia, em inglês e em português técnico:
ResponderEliminar- Aristotle: Republics decline into democracies and democracies degenerate into despotisms.
- Plato: The price good men pay for indifference to public affairs is to be ruled by evil men.
- Eng. Sócrates: as novas tecnologias não devem ser utilizadas para controlar os cidadãos, mas sim para melhorar a democracia.
Ugh
kaos:
ResponderEliminarNisso concordamos.
bem que podiam ser um pouco mais contidos.Cavaco silva foi melhor primeiro ministro deste pais .Ok? deixem de ser acefalos e terem palas O kaos diverte-me mas pertence á esquerda do caviar de certeza absoluta ,e esses so nos divertem mais nada... boa noite
ResponderEliminaranónimo:
ResponderEliminarEspero que não utilizes as tuas certezas para fazer apostas porque perdias o dinheiro todo. Sou de esquerda nas minhas ideias, mas não posso apoiar nenhuma esquerda que defenda o sistema como ele existe actualmente (nem gosto de caviar, prefiro uns bons caracóis). Quanto à história do Cavaco já por várias vezes aqui disse as minhas razões pelas quais o considero o coveiro do país e o principal responsável pelo estado em que estamos hoje. Não vou repetir os argumentos de novo.
Esta semana tem sido um fartote de cromos.
ResponderEliminarEspecialmente agora, neste preciso momento do meridiano de Lisboa.
Ugh