Ai está ele o Livro Branco para as relações de trabalho, um livro escrito por especialistas, (dizem eles sem explicar em que são essas sumidades especialistas e quem representam), e que deveria sugerir alterações às leis do trabalho. Claro que, segundo o Ministro, aquilo são só ideias e sugestões, agora será o governo a escolher quais quer implementar. Depois disso já vi muitos patrões saírem em defesa de muito do que lá está escrito e criticar o livro, por não se ir ainda mais longe. Segundo eles, Portugal está a ser fortemente penalizado pela actual lei laboral e devido a isso não consegue ser tão competitivo como é necessário ser no actual mundo globalizado. Não há por isso alternativa a uma total liberalização. Será isso inevitável? Para eles sim, mas esquecem no seu discurso que o capitalismo selvagem não é o único modelo possível de se seguir e, se para eles é um bom modelo, para quem trabalha talvez não seja e por isso não o deseje. Talvez os trabalhadores desejem um sistema que os trate como gente, como seres humanos que sentem a necessidade de ser respeitados como tal. Flexibilizar os horários, possibilitar a mobilidade e facilitar o despedimento são bons exemplos daquilo que para uns pode ser muito bom, mas para outros representa a sua transformação em meros objectos, que se utilizam como se quer quando necessário e se descartam quando se quer. Todos nós temos de ter a possibilidade de ter uma vida familiar, poder comprometer-nos com outras responsabilidades para além do trabalho. Temos famílias, filhos, uma vida social e um tempo de que devemos poder considerar como nosso. Estar às ordens do patrão 24 horas por dia, poder ter de abandonar tudo, simplesmente porque ele considerou que necessita do trabalhador durante mais tempo ou num outro qualquer lugar, é uma ideia tenebrosa. Isto para não falar do terror de quem vive sem saber se amanhã ainda poderá sustentar os seus filhos ou pagar a prestação da casa, porque simplesmente um patrão decidiu que não necessitava mais dele e o atirou para o desemprego. Mas, isso parece não lhes ser suficiente e até já apareceu quem defenda que não deveria haver sequer um ordenado mínimo. Cada um pagava o quedesejasse porque há muitas empresas que não podem pagar esse valor. Não podem pagar 420 euros por 176 dias de trabalho por mês? Não podem pagar menos de 2 euros e meio por hora de trabalho? Estamos a falar de pessoas ou de escravatura?
Este livro pode ter uma capa muito branca, mas certamente a alma que contêm é negra como a noite.
Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI
Este livro pode ter uma capa muito branca, mas certamente a alma que contêm é negra como a noite.
Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI
Desejo um bom Natal ao autor do blogue e a todos os seus leitores.
ResponderEliminarJosé Carreira
(www.cegueiralusa.com)
Amigo Kaos,
ResponderEliminarDesejo-te um feliz Natal .
Um abraço
JOY
Carreira e Joy:
ResponderEliminarO meu muito obrigado e que passem um excelente Natal para vocês e para a vossa familia.
um grande abraço
«Estamos a falar de pessoas ou de escravatura»
ResponderEliminarEstamos a falar de escravatura, que se está a implantar paulatinamente em Portugal, na Europa e no mundo. É com vendedores de escravos que vamos ter de lidar.
A abolição da escravatura está no Portugal Positivo
ResponderEliminarhttp://www.portugalmaispositivo.com/?q=node/12
JSerra
Puta que pariu estes Porcos! Morte aos Liberais e Capitalistas que semeiam a escravatura em pleno sec. XXI na Europa. Foda-se, que Porcos Nojentos!
ResponderEliminarEscrito, decerto, de luvas calçadas para não sujar o papel com o lixo das mãos sujas...
ResponderEliminarUm Bom Natal e Feliz 2008, se eles deixarem ...e nós consentirmos, é claro!
Um abraço.
Jorge G de 'O Sino da Aldeia' e 'Os Bigodes do Gato', como estarás certamente recordado.
Já publiquei no meu sidebar a Capa do Livro Branco, depois de aprovado.
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