domingo, dezembro 16, 2007

Depois do Allgarve, somos a West Coast

O novo Portugal"A campanha promocional da imagem de Portugal no estrangeiro, apresentada, ontem, no Pavilhão de Portugal, em Lisboa, foi resumida por Manuel Pinho, ministro da Economia, nos seguintes termos: “O oeste está associado à descoberta e à inovação”. E é nesse sentido que o conceito de Portugal Europe's West Coast."

Ainda não tinha falado aqui da campanha de publicidade, agora lançada, e de promoção ao Novo Portugal. Mais alguns milhões "investidos" na venda de uma imagem que nem é a nossa. Atiramos com as caras dos "icons" de Portugal do momento, fado e futebol, tapamos a realidade com o mediatismo dos novos heróis. Vende-se gato por lebre e espera-se que os outros a comprem. A carne, levam-na, ficam-nos os ossos.

Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping

9 comentários:

  1. Desculpem o abuso mas, li isto e não podia deixar de o copiar e vir aqui colá-lo:

    Será este o país que queremos?
    Ana Benavente


    Não sou certamente a única socialista descontente com os tempos que vivemos e com o actual Governo

    1.Não sou certamente a única socialista descontente com os tempos que vivemos e com o actual governo.
    Não pertenço a qualquer estrutura nacional e, na secção em que estou inscrita, não reconheço competência à sua presidência para aí debater, discutir, reflectir, apresentar propostas. Seria um mero ritual.
    Em política não há divórcios. Há afastamentos. Não me revejo neste partido calado e reverente que não tem, segundo os jornais, uma única pergunta a fazer ao secretário-geral na última comissão política. Uma parte dos seus actuais dirigentes são tão socialistas como qualquer neoliberal; outra parte, outrora ocupada com o debate político e com a acção, ficou esmagada por mais de um milhão de votos nas últimas presidenciais e, sem saber que fazer com tal abundância, continuou na sua individualidade privilegiada. Outra parte, enfim, recebendo mais ou menos migalhas de poder, sente que ganhou uma maioria absoluta e considera, portanto, que só tem que ouvir os cidadãos (perdão, os eleitores ou os consumidores, como queiram) no final do mandato.
    Umas raríssimas vozes (raras, mesmo) vão ensaiando críticas ocasionais.

    2.Para resolver o défice das contas públicas teria sido necessário adoptar as políticas económicas e sociais e a atitude governativa fechada e arrogante que temos vivido?
    Teria sido necessário pôr os professores de joelhos num pelourinho? Impor um estatuto baseado apenas nos últimos sete anos de carreira? Foi o que aconteceu com os "titulares" e "não titulares", uma nova casta que ainda não tinha sido inventada até hoje. E premiar "o melhor" professor ou professora? Não é verdade que "ninguém é professor sozinho" e que são necessárias equipas de docentes coesas e competentes, com metas claras, com estratégias bem definidas para alcançar o sucesso (a saber, a aprendizagem efectiva dos alunos)?
    Teria sido necessário aumentar as diferenças entre ricos e pobres? Criar mais desemprego? Enviar a GNR contra grevistas no seu direito constitucional? Penalizar as pequenas reformas com impostos? Criar tanto desacerto na justiça? Confirmar aqueles velhos mitos de que "quem paga é sempre o mais pequeno"? Continuar a ser preciso "apanhar" uma consulta e, não, "marcar" uma consulta? Ouvir o senhor ministro das Finanças (os exemplos são tantos que é difícil escolher um, de um homem reservado, aliás) afirmar que "nós não entramos nesses jogos", sendo os tais "jogos" as negociações salariais e de condições de trabalho entre Governo e sindicatos. Um "jogo"? Pensava eu que era um mecanismo de regulação que fazia parte dos regimes democráticos.


    3.Na sua presidência europeia (são seis meses, não se esqueça), o senhor primeiro-ministro mostra-se eufórico e diz que somos um país feliz.
    Será? Será que vivemos a Europa como um assunto para especialistas europeus ou como uma questão que nos diz respeito a todos? Que sabemos nós desta presidência? Que se fazem muitas reuniões, conferências e declarações, cujos vagos conteúdos escapam ao comum dos mortais. O que é afinal o Tratado de Lisboa? Como se estrutura o poder na Europa? Quais os centros de decisão? Que novas cidadanias? Porque nos continuamos a afastar dos recém-chegados e dos antigos membros da Europa? Porque ocupamos sempre (nas estatísticas de salários, de poder de compra, na qualidade das prestações dos serviços públicos, no pessimismo quanto ao futuro, etc., etc.) os piores lugares? Porque temos tantos milhares de portugueses a viver no limiar da pobreza?
    Que bom seria se o senhor primeiro-ministro pudesse explicar, com palavras simples, a importância do Tratado de Lisboa para o bem-estar individual e colectivo dos cidadãos portugueses, económica, social e civicamente.

    4.Quando os debates da Assembleia da República são traduzidos em termos futebolísticos, fico muito preocupada. A propósito do Orçamento do Estado para 2008, ouviu-se: "Quem ganha? Quem perde? Que espectáculo!"
    "No primeiro debate perdi", dizia o actual líder do grupo parlamentar do PSD, "mas no segundo ganhei" (mais ou menos assim). "Devolvam os bilhetes...", acrescentava outro líder, este de esquerda.
    E o país, onde fica? Que informação asseguram os deputados aos seus eleitores? De todos os partidos, aliás. Obrigada à TV Parlamento; só é pena ser tão maçadora.
    Órgão cujo presidente é eleito na Assembleia, o Conselho Nacional de Educação festeja 20 anos de existência. Criado como um órgão de participação crítica quanto às políticas educativas, os seus pareceres têm-se tornado cada vez mais raros. Para mim, que trabalho em educação, parece-me cada vez mais o palácio da bela adormecida (a bela é a participação democrática, claro). E que dizer do orçamento para a cultura, que se torna ainda menos relevante? É assim que se investe "nas pessoas" ou o PS já não considera que "as pessoas estão primeiro"?

    5.Sinto-me num país tristonho e cabisbaixo, com o PS a substituir as políticas eventuais do PSD (que não sabe, por isso, para que lado se virar).
    Quanto mais circo, menos pão. Diante dos espectáculos oficiais bem orquestrados que a TV mostra, dos anúncios de um bem-estar sem fim que um dia virá (quanto sebastianismo!), apetece-me muitas vezes dizer: "Aqui há palhaços." E os palhaços somos nós. As únicas críticas sistemáticas às agressões quotidianas à liberdade de expressão são as do Gato Fedorento.
    Já agora, ficava tão bem a um governo do PS acabar com os abusos da EDP, empresa pública, que manda o "homem do alicate" cortar a luz se o cidadão se atrasa uns dias no seu pagamento, consumidor regular e cumpridor... Quando há avarias, nós cortamos-lhes o quê?? Somos cidadãos castigados!
    O país cansa!
    Os partidos são necessários à democracia mas temos que ser mais exigentes. Movimentos cívicos... procuram-se (já há alguns, são precisos mais).
    As anedotas e brincadeiras com o "olhe que agora é perigoso criticar o primeiro-ministro" não me fazem rir. Pela liberdade muitos deram a vida. Pela liberdade muitos demos o nosso trabalho, a nossa vontade, o nosso entusiasmo. Com certeza somos muitos os que não gostamos de brincar com coisas tão sérias, sobretudo com um governo do Partido Socialista!

    Professora universitária, militante do PS

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  2. Os promotores são conhecidos
    ninguém aqui vai visitar nada
    os destinos cá são preteridos
    o turismo aprecia outra parada

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  3. Muito bem, Ana Benavente. O onde é que foi publicado? Eu votei PS, mas não foi de certeza neste governo que nos desgoverna e que cada vez mais enterra a nossa liberdade e a nossa qualidade de vida como povo com quase 9 séculos de história.

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  4. Esta da West Coast é de um verdadeiro cowboy!

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  5. Foi publicado no PÚBLICO, 02.12.2007.

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  6. Foi publicado no PÚBLICO, 02.12.2007.

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  7. Para acabar com o famoso pistoleiro Bronco Bill enviem, muito rapidamente, a invencível dupla Bronco Pinho e Jack Lino para o farwest ... de preferência para o deserto de Sonora e que levem alguns camelos da margem sul.

    Se necessário fôr ... até pagamos um impostozito para nos livrarmos desses "justiceiros" (?) que, cá no farest, só dizem e fazem asneira : abatem quem não devem ...

    Por outro lado, a tradução do "tal conceito" é, no meu entender :PORTUGAL JÁ DEU À COSTA ...

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  8. hum ...
    já vi este filme dos 3 F´s e não fiquei com saudades!

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  9. E porque não, além do allgarve e da west coast, sermos também a sanita dessa enorme casa de banho que é a Europa? Fica a sugestão para que talvez um dos inúmeros bufos que aqui espreita a possa transmitir ao socras.

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