Já estávamos no dia 1 de Janeiro, primeiro dia da aplicação da lei anti-tabaco e António Nunes, Presidente da ASAE foi fotografado no Casino Estoril a fumar. Como fumador considero esta lei como um atentado à lógica e aos direitos de quem fuma. Não contesto que ninguém é obrigado a ser prejudicado com o fumo do meu vício, mas custa-me é ser olhado como um malfeitor quando não estou a fazer nada de ilegal ao fumar. Como cidadão sou obrigado a aceitar a lei e terei a partir de agora procurar restaurantes onde me seja possível usufruir do prazer do cigarro após a refeição (se alguém conhecer uma lista destes restaurantes agradecia). Já a Brigite Bardot uma vez confessou que as três melhores coisas da vida eram “o whisky antes e o cigarro depois”, mas a esse, fumado na intimidade do meu lar, não há ASAE que mo tire (pobres não fumadores que nunca saberão o que é poder saborear esse momento).
Quando comecei a escrever este post, a intenção não era falar da lei do tabaco, mas sim da ASAE, a nova polícia de costumes, que em nome da nossa saúde, nos condena á comida de plástico. Foi o seu próprio presidente que afirmou que mais de metade dos restaurantes e cafés deste país terão de fechar por lhes ser impossível cumprir com todas as regras e leis vindas da malvada Europa. Todos nós e os nossos antepassados sobrevivemos a uma vida em que comemos caracóis, os doces e os pasteis feitos em casa da viZinha, queijos fabulosos, enchidos de fazer água na boca, legumes cultivados na horta do dono da tasca, sardinhas a sair da traineira directamente para o grelhador, a galheteiros, e colheres de pau. Tudo isso acabou e estamos condenados a comer em novos restaurantes tipo “Mcdonalds”, produtos trangênicos e carregados de corantes e conservantes. Tudo para que os senhores da Europa que nos vistam sintam que estão em zonas assépticas. Acabemos com estas regras parvas, ou pelo menos deixemos que quem não a deseje seguir o possa fazer, informando os clientes disso. Veremos onde vão os portugueses preferir comer.
Mas, também não era disto que desejava falar, mas sim da afirmação do Senhor Presidente da ASEA que se deu ao luxo de afirmar que a nova lei «não proíbe expressamente o tabaco nos casinos e nas salas de jogos», quando estava numa sala de jantar publica, a assistir a um espectáculo publico. Estou farto destas hipocrisias e desta gente que é muito disciplinadora para os outros, mas que pensa estar sempre acima da lei e da culpa. Gostava de ter a certeza que também o seu gabinete de trabalho vai ser zona livre de fumo ou será que também ele estará fora do alcance da lei?
Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping
Não sou fumador, não me incomoda o fumo dos outros e estou a falar a sério.
ResponderEliminarO que deveras me incomoda é a poluição dos escapes dos carros, do fumo constante das chaminés das fábricas (pagam por poluir e assim já não faz mal à saúde !!!), os esgotos mal cheirosos a céu aberto, proibidos mas "autorizados" e, acima de tudo, incomoda-me a hipocrisia de toda esta governação: sem desculpar algum elemento, sempre vou dizendo que a maior culpa não é toda de quem faz (caca) mas de quem manda fazer ... do chefe ... do Sócrates.
Melhor, prezado bloger, é um ditado popular, velho de barba branca e comprida, que ilustra bem o pensamento e acção desta cambada que , depois de muitas tormentas, dentre elas a de terem , até, vendido a mãe, chegaram ao poleiro:
ResponderEliminaraqui vai:
"As leis, não se fizeram para os reis"!
Estes, depois de muitas maquilhgens, armam-se em democratas...
estas leis, como várias outras, nao deste ou doutro governo. sao directivas comunitárias. tentem aprender alguma e perceber o que significa pertencer à UE, no que isso tem de muito bom e de mau. o problema é as leis serem "levadas" à letra, sem se ter entendido a razão das mesmas ou seja o seu "espirito". os "agentes aplicadores" da lei sao semi analfabetos pelo que tb nao entendem nada. é este o problema.
ResponderEliminarcomo estudnte de jornalismo, sinto-me na obrigaçao de fazer um comment sério, que se destine a advertir as pessoas para o controlo mental que o jornalismo tem sobre as pessoas.
ResponderEliminarDiz-me lá quantas pessoas não fumaram em espaços fechados nessa noite? Se nao fores capaz de responder vai aos arquivos fotograficos de qualquer jornal ou cadeia televisiva. Alias, mais concretamente, no jornal televisivo da TVI, mostraram uma mulher a acender o cigarro e disseram qualquer coisa como:
"mas maior parte das pessoas fugiu à regra, numa noite que por si só também foge à regra", entoado com escárnio. Não foi dada, portanto, pela perspectiva do jornalista e consequentemente do jornal, importância de maior.
O senhor presidente da ASAE é apanhado a fumar (provavelmente ébrio como alguns de nós).
Não estou de todo a concordar com a atitude, muito menos com o seu "argumento", sé é que o podemos considerar como tal. Acho vergonhoso quando alguem se desculpa de algo que sabe, à partida, ser culpado. Peço que se veja apenas daquilo que (INFELIZMENTE) as noticias portuguesas vivem - do escandalo, da polémica, do debate conturbado.
Estejam atentos e não se atirem assim, de cabeça. Acredito que nessa noite, voce fumador, se visse alguem a fumar, puxaria tambem do seu cigarro. e voce, nao fumador, não iria dar grande importancia. Afinal de contas, tratava-se da ultima noite do ano. No dia seguinte, saberia que o resto da sua vida iria ser "bem respirada".
Veja que a noticia serve essencialmente para descredibilizar a ASAE, que tem vindo a monopolizar uma grande fatia do comércio portugues e consequentemente a dificultar a vida a muita gente. Nunca se dá ponto sem nó, em especial no jornalismo.
Há sempre segundas intenções, nas leis, nas portarias e nos decretos. Esta, porventura, terá a ver com a canalização de tabaco para a China, para compensar o défice da importação de texteis.
ResponderEliminarMas, quanto a fumo - que nos incomoda - o que eu gostaría mesmo era que acabassem as portagens na ponte 25 de Abril. A quantidade de C02 libertada por 3 filas de 10 km de automóveis, durante 2 horas, todos os dias, deve ser impressionante. Esta ponte não está paga há muitos anos?
excrente:
ResponderEliminarA culpa também é nossa porque demoramos a correr com toda esta genta dali para fora
um abraço
dinis:
ResponderEliminarEntão das duas uma, ou nos tornamos todos reis ou atiramos os reis ao chão
abraço
anonimo:
ResponderEliminarSerá que necessitamos que venham outros dizer como nos temos de comportar? Até sinto vergonha nisso.
abraço
É a primeira vez que aqui deixo uma nota e já cá ando - diariamente- há muito tempo, talvez desde o princípio (para além de andar em busca de posts no braganza que frequento....)
ResponderEliminarNão desanimar e ir à festa...(desejos básicos para 2008)
Já agora, será que o tal fumador de charutos pagou o seu bilhetinho para entrar no casino. Aquilo custa uma pipa de massa que em princípio não se larga em notas. Terá a sua conta debitada por uma noite de luxúria ou alguém lhe deu a borla?
Sem ofensa, mas se o homem disser que pagou e o provar, é menos uma dúvida, porque o resto é mesmo um temporal de desbunda...
Agora apetece-me ser fumador ostensivo (de cigarros).
Abraços
tita:
ResponderEliminarConcordo contigo, mas o mais grave foi a justificação que ele acabou por querer dar. Mais valia ter dito que era uma noite especial e que foi o tudo especial. Mas eu estou contra a forma como a ASAE, em nome da UE nos está a destruir a cultura gastronómica. Quem desejar ir a locais acepticos que vá, quem gosta de tascas também deve ter esse direito.
bjs
jserra:
ResponderEliminarEsta gente nunca abdica de uma receita que está garantida. O dinheiro da ponte já nem é para o estado, mas sim para os tubarões privados da lusoponte. Vamos pagar até morrer ou até nos revoltarmos
abraço
bp:
ResponderEliminarEste é um espaço livre pelo que fico satisfeito em te ver deixar aqui um comentário. São sempre bem vindos. Não sei se pagou ou não, o que me parece mais importante é que cada vez mais somos limitados nas nossas liberdades e opções
um abraço