terça-feira, março 11, 2008

Marretadas na educação

Os Marretas

O Presidente do Conselho das Escolas (CE) revelou ter pedido ao Ministério da Educação (ME), uma reunião extraordinária, a realizar quarta-feira, na qual vai salientar «a necessidade de serem dadas condições para o desenvolvimento mais eficaz da avaliação». «A maior parte das escolas afirma não estar em condições de avançar e, por isso, solicita que a aplicação do processo arranque apenas em 2008/09», afirmou Álvaro Almeida dos Santos.

Só não acerto mesmo é no totobola. Como disse aqui está a forma como o Engenheiro e a Sinistra vão tentar calar a contestação do ensino sem mostrarem estar a ceder aos professores. Encomendaram a um dos órgãos que criaram para lhes servir de bengala que faça o pedido, vão mostrar a “grandeza de alma” de ceder ao pedido das escolas. Assim mostram não ser as reivindicações dos professores, desprezando uma vez mais as suas opiniões, que os fizeram ceder, mas sim a douta palavra de um conselho cúmplice nas ideias e nos objectivis. (Certamente ainda veremos o Albino a dizer que a Confap gostaria de ver avançar já a avaliação, mas entende que na sua grandeza o governo cedeu perante os superiores interesses dos alunos, coisa que os professores não foram capazes de fazer). Tudo tretas, simplesmente para não darem o braço a torcer, para não ter de demitir a Sinistra e para garantir que para o ano que vem, aí está de novo o sistema a ser imposto aos professores. Vão os professores aceitar que este governo mostre que a opinião de um órgão de fachada tem mais peso que a opinião de toda uma carreira? Vão os professores deixar que a luta dos 100 mil que desfilaram por Lisboa e dos muitos outros milhares que têm lutado por todo o país, não valha nada? Vão os professores aceitar que a Sinistra Ministra que os apelida de “professorzecos”, que tão mal os tem tratado e diminuído perante a opinião pública, se mantenha no cargo? Não vão continuar a contestação até ela ser demitida do seu poleiro? Esta gente não merece, nem a compreensão nem a resignação dos professores nem de nenhum de nós. Esta gente só merece que se intensifique ainda mais a luta contra a sua prepotência e hipocrisia. Esta gente só merece ser posta na rua.

Contribuição para o Echelon: NATOA, sneakers, UXO

7 comentários:

  1. Aos poucos, profs lá são levados de carrinho à grelha manhosa de avaliação com que o governo pretende premiar o grupelho de serviçais, aqueles mais sem carácter, intriguistas, assim dividindo a classe, ao mesmo tenpo que poupa uns cobres. Boa malha, ganda manha, com certeza. E os professores lá vão, qual rebanho e como levados todos de carrinho.

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  2. Não vão, não!

    É preciso dar ao governo um período de nojo, até para conferir em que matérias estão dispostos - pela primeira vez - a negociar. Posto isso estamos a assistir ao comportamento das margens. MRC, na homilia de Domingo, foi elaborando o sermão de modo que os laicos fossem entendendo uns pingos da religião. A D. Constança, qual padeira do Rato, foi falando da qualidade da sêmea e, de tal modo foi ouvida na Pedreira que o secretário de estado do empreendimento, já veio declarar que não, que não senhor, que não recuava e justificou-se vagamente com a ameaça velada dos contratados e tal, e coisa e tal, que se tinha que suspender a progressão... O Vitalino, uma variante do Vital, mas no activo, já declarou que o que vai acontecer, já estava previsto: a flexibilidade, o ritmo de cada escola; nós é que estávamos a tirar a cera dos ouvidos e não ouvimos, suas eminências reverendíssimas. Ao cuidado de toda esta gente que não recua, porque isso faria mal ao governo, vamos, calmamente, explicar que é preferível que faça mal ao governo em vez de hipotecar o país num dos seus fundamentos: o ensino; a educação.
    Neste período de luto gostaríamos que os governantes, que hão-de governar bem menos tempo do que eu serei professor, que considerassem, ao menos por uma vez, que quando abrissem a boca se escusassem a falar dos professores,do ensino ou da educação, por algumas muito simples razões:
    (i) nada melhora no país se se continuar a instigar na população, menos esclarecida sobre a orgânica do ensino, o recorrente ódio aos professores;
    (ii) Embora o pm tenha corrigido a semântica do seu discurso, ainda falta acrescentar, como trabalho de casa, que-os-professores-sempre foram-avaliados.
    (iii) nas "perguntas e respostas" que o ME mandou distribuir sobre a avaliação, estão por lá incorrecções e mentiras. Desde logo a resposta à segunda pergunta é incorrecta. Como integrei uma das equipas de avaliação de professores (e conheço a legislação), posso afirmar que alguns professores não progrediram e que a ausência de regulamentação de outra menção, além de suficiente (que de nada servia), deve-se exclusivamente à tutela, a que de resto o pê-èsse não é alheio;
    Fique a ministra em casa ou na rua, ande a banhos pela Curia ou pela Escola da Ponte, pode tomar nota que se vexa não recua, nós estamos dispostos a avançar;
    fundamentalmente por uma questão de brio e dignidade;
    essencialmente porque não estamos dispostos a consentir e a aturar aquilo que o pm, ministra e secs potenciam: a verbalização (ai Leiria!) violenta e o ódio do Rangel, que um qualquer porta-voz do ME, principalmente esse antifascista Santos Silva, devia igualmente combater;
    Claro que "não há jantares grátis" e neste molho do Emídio, lá está o Sousa Tavares, o director do Expresso, o padrinho e o Madrinha, tanto faz; o JN , pelo bisturi do seu director e sub, também desacertam o passo e, entre moinhos e fantasmas, não querem ver.
    Podem estar certos, numa democracia representativa, não se pode hoje apelar à participação do cidadão e, logo a seguir, demonizá-la. Querem-nos na rua, vão ter-nos na rua! As contas que mais se fazem é quantos seremos na próxima. Continuem, até a população que com tanto esmero propagandista, têm virado contra nós, vos há-de também abandonar. Está escrito!

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  3. Este governo faz-me lembrar a velha frase dita no tempo do PREC: "de vitória em vitória, até à derrota final". É o que vai suceder. Tanto atacam e põem os portugueses uns contra os outros que no final vão ser corridos à pazada por todos. É o chico espertismo no seu pior. As cartas estão lançadas...

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  4. “Acabou-se”

    Mário , Crespo, Jornalista

    Maria de Lurdes Rodrigues não tem condições para continuar a gerir o sistema de educação em Portugal. Porque já não é eficaz nessa função. Porque é um facto insofismável que o pessoal que ela administra não aceita a sua administração.

    http://jn.sapo.pt/2008/03/10/opiniao/acabouse.html

    O governo actuou agora como se o problema estivesse nos docentes e não no sistema de docência e nos curricula. Actuou como se o problema único de Portugal fosse o do excesso de privilégios e não o do defeito de cultura.

    E assim as frágeis construções da demagogia política trouxeram, mesmo com a intimidação de PSPs à paisana e processos disciplinares da DREN, uma centena de milhar para as ruas de Lisboa.

    Tamém digo.
    E pronto, tá dito, que mais já nem se precisa.

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  5. E isto não terá nada a ver com o «Estado das coisas»?
    http://ocastendo.blogs.sapo.pt/205592.html
    19 (dezanove) ministros diferentes em 32 anos???!!!

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  6. Eu aaaaaamo este blog!!!!

    Ando a divulgá-lo entre os meus colegas...

    Parabéns pela criatividade!

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  7. Ao contrário do que se diz por aí, a questão principal não é a falta de tempo para aplicar este modelo de avaliação. O tempo é de facto insuficiente, mas a questão principal é o modelo em si. Não é aceitável que a avaliação dos professores dependa das classificações atribuídas aos alunos, tal constitui um incentivo artificial à subida das mesmas. Também não é aceitável que a avaliação dos professores dependa do número de alunos que abandonam a escola. Se os pais não conseguem garantir que os seus educandos frequentem a escola, que mais além da mera sensibilização dos encarregados de educação, podem fazer os professores? Irem buscar as crianças a casa como já disse na televisão a Senhora Maria de Lurdes?
    A divisão das carreiras em duas categorias é igualmente inaceitável, bem como a imposição do director, à revelia de mais de 98% das escolas.

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