sexta-feira, março 07, 2008

O Bisbilhoteiro

Cusco

«Dois agentes da PSP, à civil, foram ontem à escola Secundária e EB 2/3 Afonso IV, em Ourém, para saber quantos docentes vão à manifestação de amanhã, em Lisboa.
Foi uma iniciativa da direcção nacional da PSP, explicada em comunicado ontem à noite: “Dada a necessidade de garantir a segurança das pessoas, o fluxo de trânsito, bem como garantir que o direito de manifestação decorresse de harmonia com o constitucionalmente estabelecido, foi solicitado a todos os Comandos da PSP para que obtivessem dados relacionados com o número estimado de pessoas a deslocar-se à cidade de Lisboa, o número de autocarros envolvidos no seu transporte e horários previstos de chegada.” »
in [CM]

Muito solicita é a PSP. Como não tiveram sorte quando andaram a cheirar nos sindicatos, desta vez foram às escolas. Não entendo é como poderiam as escolas saber quantos dos seus professores vão participar numa manifestação no seu dia de folga. Ou será que sabem, será que, pela calada, já por lá andava alguém a recolher informações e a opinião dos professores? Será que nas escolas já existe um serviço de informação montado e em funcionamento? Será que a “verbalização” de críticas às mudanças ocorridas no sistema de ensino como um dos parâmetros de avaliação proposto numa escola de Leiria era para fazer “escola” em todas elas? Numa democracia, quando um governo desconfia do povo e este não confia no governo, algo está muito mal.

Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17

8 comentários:

  1. A versão que eu ouvi na rádio, foi que os dois agentes lá tinham ido à revelia e por tal iriam ser vítimas de processos disciplinares...
    Não sei se dá para rir se para chorar.
    Saudações do Marreta.

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  2. Se assim foi como se justifica o comunicado da direcção nacional da PSP?
    abraço

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  3. Apesar do comunicado, como quem se lixa é o mexilhão, os guardas podem levar uma passa, e o comunicado será alterado ou anulado!!!
    O Big Brother criado pelo George Orwell como ficção tem se tornado realidade, a começar pela vídeo vigilância, a via verde, os telemóveis, as escutas, o GPS.
    Não podemos confiar nos governantes e seus lacaios e como a soberania pertence o povo, há que correr com eles, até que apareça alguém honesto que confie no povo, o proteja e +procure criar um futuro mais risonho para Portugal.
    «Levantai hoje, de novo, o esplendor de Portugal»
    Abraço

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  4. Anónimo7/3/08 17:06

    Diz-se que a ida dos dois polícias à escola foi um Mal-entendido. Pronto, está encontrado o causador de tanta maldade cometida por este governo. É o senhor Mal-entendido. Agora é só encontrá-lo e levá-lo a tribunal.

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  5. Anónimo7/3/08 17:55

    Depois da manif, os sindicatos da educação só têm é que marcar uma greve por tempo indeterminado. Sei que muitos professores não poderão fazer greve, o parco salário que lhes é pago pelo seu trabalho mal chega para o sustento da família, mas há outros que a poderão fazer.
    É a única forma dos sindicatos tomarem a dianteira, se querem sobreviver, depois de terem ido a rasto do movimento de professores.

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  6. Só os professores não chega, PARALIZAÇÃO TOTAL JÁ.

    Vamos fazer greve total, ou à boa maneira dos idos anos-40, 50 e 6o GREVE DE BRAÇOS CAÍDOS.

    Será que isto vai lá de outra forma?

    Abraço

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  7. Ora, depois do "mal-entendido" de ontem e do mal-explicado de ontem e de hoje (mal-explicado, bondade minha), já reincidiram HOJE, em Vila do Conde. Outros polícias (ou os mesmos que vieram de Ourém, numa azinheira), também foram bisbilhotar uma escola, presume-se oferecendo-se para batedores dos autocarros até Lisboa...
    - A direcção Nacional da Polícia diz que não encarregou os polícias, mesmo à civil, de tal tarefa;
    - O Ministro diz que não sabe de nada;
    - De Santarém, quem toma estas decisões, também não tomou.
    - Eu, garanto (se isso tiver algum valor) que também não mandei os polícias às escolas.
    Ainda se vai descobrir que os senhores agentes ou estão em auto-gestão por uma causa justíssima: saber quantos professores vão a Lisboa e de onde ou - será isso que o inquérito vai apurar - os polícias foram inscrever-se nas novas oportunidades, não falha e, para o portefólio, precisavam destes dados. Compreensível. Até porque nesta época balnear, já não nos assustam com tanta intimidação e tão pouco discernimento. Podem continuar a ir às escolas, correm menos perigo do que zelar pela segurança de cada um de nós e, então à civil, pior um pouco.

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  8. Anónimo7/3/08 22:39

    Com permissão (prévia) do KAOS ... "algo está muito mal, quando um governo desconfia do povo e este não confia no governo, numa democracia" ... de CACA.

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