O procurador-geral da Republica, Pinto Monteiro aludiu ainda a casos de alunos que vão para as escolas com armas. “Se vos disser que tenho elementos seguros de escolas em que os alunos vão armados com pistolas de 6,35 e 9mm não me digam que isto é uma coisa que já acontecia antigamente porque não é verdade”, explicou. O PGR lembrou ainda que estes casos envolvem crianças desde os seis anos e situações em que são os próprios pais a entregarem aos seus filhos a sua pistola para se defenderem na escola.
In “TSF”
Quem oiça o Procurador deve pensar que dentro dos portões de cada uma das nossas escolas existe um pequeno Iraque. Até hoje, os meus filhos só levam nas suas pastas, livros e cadernos escolares, mas já estou a pensar se os devo armar com a velha Kalachnikov, a eficiente Uzi ou escolher a mais moderna M4 americana. Mas que raio de pais têm pistolas em casa para dar aos filhos? Estamos a falar de armas ilegais ou de armas legalizadas entregues nas nãos de irresponsáveis? Realmente custa-me entender esta “paranóia” que o PGR resolveu lançar na opinião pública. Talvez seja a hora de falar menos e apresentar mais resultados, mostrando que quando diz que vai abrir um inquérito isso não seja sinónimo que esse assunto é para entrar no limbo do esquecimento, como parece ser o destino de muitos deles. Não nos venha dizer que há armas na escola mas prenda os pais que, acreditando no que diz, as dão aos seus filhos. Vá perseguir os verdadeiros ladrões, nas ruas, nas empresas, nos corredores do poder. Não lhe ia faltar trabalho e prisões para encher. Diz-nos que é preciso afastar o medo, mas acaba por ser ele próprio a criá-lo.
Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17
Quem oiça o Procurador deve pensar que dentro dos portões de cada uma das nossas escolas existe um pequeno Iraque. Até hoje, os meus filhos só levam nas suas pastas, livros e cadernos escolares, mas já estou a pensar se os devo armar com a velha Kalachnikov, a eficiente Uzi ou escolher a mais moderna M4 americana. Mas que raio de pais têm pistolas em casa para dar aos filhos? Estamos a falar de armas ilegais ou de armas legalizadas entregues nas nãos de irresponsáveis? Realmente custa-me entender esta “paranóia” que o PGR resolveu lançar na opinião pública. Talvez seja a hora de falar menos e apresentar mais resultados, mostrando que quando diz que vai abrir um inquérito isso não seja sinónimo que esse assunto é para entrar no limbo do esquecimento, como parece ser o destino de muitos deles. Não nos venha dizer que há armas na escola mas prenda os pais que, acreditando no que diz, as dão aos seus filhos. Vá perseguir os verdadeiros ladrões, nas ruas, nas empresas, nos corredores do poder. Não lhe ia faltar trabalho e prisões para encher. Diz-nos que é preciso afastar o medo, mas acaba por ser ele próprio a criá-lo.
Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17
Com a devida vénia:
ResponderEliminarAs preocupações do senhor Procurador
O senhor Procurador-geral diz-se muito preocupado com a violência juvenil nas escolas. Não podia, pois, ter melhor álibi do que a cretinice em torno de um telemóvel publicitada na net por um filho do sistema miserável em que vivemos. Falta agora nomear Emídio Rangel para chefiar as polícias - de choque preferencialmente - que hão-de aplacar, de bastão em riste, as fúrias e birras estudantis.
O senhor Procurador tem demonstrado ser um óptimo ministro de Sócrates. Por isso, em vez de centrar a atenção dos portugueses no que urge combater - os homicídios, os roubos, as agressões sexuais; os crimes laborais e as crescentes falências fraudulentas; os crimes de colarinho branco e por aí fora - quer que a intervenção prioritária das forças repressivas se dirija a uma área onde a comunidade escolar (professores, restantes funcionários, pais e encarregados de educação, autarquias) pode e deve actuar de forma eficiente.
Como ministro de Sócrates, ao senhor procurador interessa iludir a questão central: as escolas estão neste estado caótico porque o governo, além do blá-blá costumeiro nada fez em quase 4 anos. Por isso falta quase tudo: funcionários, material escolar, ginásios, cantinas, tempo, estabilidade e formação para os professores darem as matérias e, quantas vezes, pais que não se dissociem dos filhos, que não se limitem a despejá-los à porta da escola.
Na verdade, quem usou de violência na escola do Porto, não foi a estudante. Foram os que a ensinaram a viver neste país dirigido por gente rasca na convicção de que o telemóvel é tudo. E o livro, nada.
Se o senhor Procurador quiser um conselho que evite a desmotivação dos alunos e outros fenómenos negativos, aqui fica: visite a Escola Voz do Operário. Constate como crescem felizes as crianças que por lá aprendem, o respeito recíproco entre professores e alunos, o amor à escola diariamente fortalecido. Depois, se quiser ser coerente, exija ao governo que pague à Voz do Operário os milhares de euros que lhe deve por não comparticipar nas despesas com as crianças de menores recursos.
posted by Pedro Namora
Realmente o Procurador não deve falar destes asuntos no pressuposto de que há «outros» ou «alguém» que se vão encarregar de esclarecer e reunir provas que corroborem as suas afirmasções e tratar do caso.
ResponderEliminarPerante o que denuncia era imprescindível que seu discurso tivesse terminado dizendo: «Os pais destes alunos já foram responsabilizados civil e criminalmente e vão etc, etc, etc...»; ou para o que é que ele pensa que os contribuintes estão a pagar o ordenado de um procurardor e corte respectiva?...
Não gosta do que faz demita-se - garanto que não lhe estou a apontar nenhuma pistola às costas para ele lá continuar.
Kaos,...você infelizmente continua aver mal este problema,...então acha que se deve alijeirar estes casos e irresponsavelmente ignorar os casos gravíssimos que se passam nas escolas,....você não pode ver o assunto por si...ele está a falar das escolas de todo o país,....^pelo que você transmite, qualquer dia pode perfeitamente haver um caso de um miúdo que cometa um assassínio em série como nos EUA e na Alemanha e depois aí o que é que você vai dizer ???? então o Procurador Geral não tem que se preocupar com isto ?? você advoga o deixa andar....é responsável ????
ResponderEliminartese:
ResponderEliminarAs tiranias governam pelo medo.
Ninguém viu o último "prós e prós" ? Foi muito bom.Espectacular em alguns momentos.(tirando as intervenções da Fatinha)
ResponderEliminarPois das várias intervenções, duas das mais elucidativas foram as de 2 estudantes do secundário e ainda uma outra de outro estudante do 1º ano da Faculdade.
Armas nas escolas? claro que há, sobretudo armas brancas. Não são em todas? claro que não. O problema é que, há 30 anos não havia nada disto. E hoje, não sendo geral, é demasiado. Muito mais do que aquilo que se pensa.
O telemóvel é uma ponta de um iceberg.São situações que existem CADA VEZ mais, em que o telemóvel é apenas um exemplo. EXISTEM CADA VEZ MAIS. Isto é diferente de afirmar que existem em todo o lado ou que está generalizado pelo país. Eu conheço muito bem o percurso escolar da minha filha mais velha. E sei muito bem qual o estado de indisciplina a que a sua turma chegou.Em Telheiras, Lisboa, numa escola pública de meninos e meninas bem.(também as há públicas).
Portanto o nosso problema é atraso no desenvolvimento de TODA a sociedade.Desenvolvimento que nos é negado há mais de 1 século por sucessivos governos.E, por isto mesmo não esperem que as coisas mudem á frente dos nossos olhos. Demorará mais 1 século.
P.S. e aquela prof do básico que punha fita adesiva na boca das crianças, para elas se calarem??!!
Não serão antes gravissimos problemas sociais, económicos, culturais, que estão por detrás de tudo isto?
ResponderEliminarSe levam armas para a escola seja de que natureza forem, alguém lhas dá ou alguém em casa as tem, ora se as têm é este tipo de sociedade agressiva, capitalista, individualista que lho permite.
A meu ver à que mudar este tipo de sociedade.
Também andei (quem não andou) à pancada na escola, nos jogos de futebol, até nos jogos do bogalho ou berlinde, ou até por causa da miúda em que todos se queriam sentar ao lado no autocarro.
Se as crianças são agressivas, são fruto da sociedade decadente que se vive, onde o individual se sobrepõe ao colectivo.
Abraço
Concordo com o que o Jorge disse. Não será necessário chegar ao ponto de qualquer dia um miúdo chegar a uma escola portuguesa qualquer e começar a abrir fogo contra os colegas. Devem tomar-se medidas e já! E não é como o sec. de Estado da Administração Interna diz que acha o numero de armas apreendidas «normal» e que a «Escola Segura dá conta do recado». Não chega! Se for necessário chegar ao ridículo de colocarem detectores de metais nas entradas das escolas mais problemáticas, que o façam! Epá, nos meus tempos não era assim. Se isto é sinónimo de evolução e progresso no ensino e na educação, as crianças lidarem diáriamente com colegas que vão armados para a escola... É bastante grave! E como o Ferroadas também refere e bem, isto também é fruto de gravíssimos problemas económico-sociais. Só não vê quem não quer, ou porque lhe dá jeito continuar alheado desta realidade e deste fenómeno crescente.
ResponderEliminar1 Abraço!
Amigo Kaos, bom post. Mais uma vez, demonstras ver para além das luzes que encadeiam alguns.
ResponderEliminarSocorrendo-me da sabedoria popular que é infinita e diz ”cão que ladra não morde”, tudo o que se vai vendo da parte dos nossos políticos, não passa de artifícios para calar as turbas excitadas.
O problema é estritamente político e bem identificado no economicismo deste e doutros governos, que tudo fazem para meter umas massas ao bolso.
Na Inglaterra, tem sido um verdadeiro tiro ao professor, e por isso eles fogem. Primeiro, a Thatcher, denegriu-os como o Sócrates está a fazer por cá, depois entregou-os à turba que os abate nos recreios da parte Leste Londrina. No verão passado, tivemos a infeliz oportunidade de ver nas televisões, um prof de educação física, a ser malhado em pleno recreio, com tacos de baseball, por putos com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos.
É verdade que a escola pública é cosa nostra para muitos alunos e pais que se julgam possuidores de um poder igualitário, rejeitando, quase sempre, a autoridade de quem tem o poder na sala de aula, mas estamos a tempo de não asneirar e escaqueirar o que resta como parece querer o senhor Procurador Geral da República, ao vir para a televisão, denunciar os que vão para a escola armados. Do senhor Procurador-geral, espera-se que aponte caminhos para combater a desmotivação, espera-se um forte sentido de Ordem e competência sem entrar nos excessos da exposição pública, esperam-se medidas para as denúncias que lhe chegam, espera-se que mande investigar quem dá essas armas aos meninos, espera-se que crie condições para punir os pais que ele agora denuncia, espera-se que combata aquilo que tem de combater: as fraudes, ou roubos, os homicídios, os crimes sexuais, a corrupção, os crimes de colarinho branco, etc. O que não se esperava, era que o senhor Procurador-geral, se armasse em repórter do Tal & Qual e viesse para a televisão com conversa de vizinha reformada, no que, começa a ser useiro e vezeiro.
A praça pública, por varias razões, principalmente pelo seu costumeiro exagero, não é de forma alguma o lugar adequado para julgar os alunos. Nada como as excitações populares, frutos da modernidade em que se perdeu a referência do exemplo histórico – raízes e modelos, para se fazer merda. Existe hoje, a necessidade de tornarmos a escola num instrumento social, útil e credível e por isso, há que ponderar seriamente sobre os métodos pedagógicos a seguir.
Há que separar a indisciplina do crime. Essa história da crise de valores não justifica tudo o que se passa na escola. A diferença para o ontem, é que se destruiu com este sistema rousseauninano que faz do aluno o centro do ensino, os mecanismos que geravam, naturalmente, por meios para além do talento de cada um, o respeito exigido à posição que se ocupa, desapareceu o castigo pedagógico: as faltas a vermelho que metiam alguma ordem nos agitadores, as expulsões das aulas, os chumbos por faltas, as expulsões da escola, agravados pela falta generalizada de pessoal, formação de professores, cantinas, ginásios, estabilidade, etc.
A Feneprof, aprovou no ano passado no congresso nacional, uma resolução que aponta “doze medidas pela não-violência e convivência escolares", entre as quais a garantia de apoio jurídico e judicial a todos os professores e auxiliares de educação vítimas de agressão física e verbal. A redução do número de alunos por turma e do número de turmas distribuídas a cada docente, a criação de equipas multidisciplinares de mediação de conflitos e o estabelecimento de regras de co-responsabilização das famílias relativamente à convivência e sucesso escolares dos alunos. Defende ainda a integração da temática da gestão de conflitos na formação inicial dos professores, considerando igualmente que a formação contínua relacionada com esta matéria deverá ser considerada pelo Ministério da Educação como prioritária e ter a mesma valorização, em termos de avaliação de desempenho, do que as acções científico-pedagógicas.
Ora, não se percebe -pelo menos eu não percebo, é porque não começam por estudar sériamente estas medidas, ao contrário de se discutirem acções próprias de apaga-fogos, como as que Valter Lemos veio a correr propor, com a finalidade de mais uma vez nos atirarem com areia para os olhos.
Um abraço.
Parece-me óbvio que o autor deste blog é mais um dos que só abrirá os olhos no dia em que, tal como alguém já comentou, um dos miúdos que vão armados para a escola, se lembre de dar uns tiros ou umas facadas em pleno recinto escolar, com consequências fatais...
ResponderEliminarMesmo assim, ainda virá a onda do "caso pontual"... e da irrelevância dos números... o método mais eficaz para se continuar com a cabeça enfiada na areia...
São mais que muitos os pais que incentivam os filhos a resolver os seus problemas à pancada, seja com outros colegas, seja com professores e funcionários!!! E batem palmas!
A violência nas escolas é um assunto muito sério e reflecte vários problemas económico-sociais.
ResponderEliminarContudo, sou da opinião que esta questão se prende, e muito, com a desautorização dos professores e dos funcionários.
Seria interessante fazer um estudo sobre as escolas onde há um maior número de casos, e mais graves, de violência, para se constatar se não será em escolas onde os conselhos executivos exercem a autoridade (tirania) sobre os professores e facilitam a vida aos meninos (muitas vezes, por medo que recaia sobre eles, ou sobre os seus carros, a fúria desses meninos).
Há presidentes de conselhos directivos que, perante casos mais graves de violência, por parte de alunos contra professores, atiram com as culpas para estes, para ficarem bem vistos pelos alunos. Mostram, de forma clara e inequívoca, que estão sempre do lado dos meninos para terem as costas protegidas.
Penso que no "Prós & Prós" sobre a violência nas escolas, quando a Dra. Fevereiro reclamou por mais autoridade para os Conselhos Executivos tinha em mente que, essa autoridade fosse em relação aos alunos, para que os corredores das escolas (e não só) deixassem de parecer alas de um manicómio. Tal como disse, os professores só poderão exercer a sua autoridade se sentirem apoio do Conselho Executivo e, em última instância, do Ministério.
Ora, quando numa escola há alunos que ameaçam os professores de pancada e, até, de morte e os presidentes do CE dizem que a culpa é dos professores, pois eles (os alunos) são bons rapazes (e boas raparigas)... Quando os presidentes dos conselhos executivos dizem mal dos professores aos alunos... Quando são os alunos que ameaçam os professores de apresentação de queixa no conselho executivo, vê-se logo qual é a hierarquia nessa escola, como se está a educar as novas gerações e a imagem que se faz passar sobre a figura do professor...