sábado, abril 19, 2008

Vozes de burro não chegam ao céu

O Sinistro Acordo

ESCLARECIMENTO A PROPÓSITO DE TÍTULO DESCONTEXTUALIZADO PUBLICADO NO "JN" EM 16/4/2008

Mário Nogueira,Secretário-geral da FENPROF

Sem referir o contexto em que me exprimi, o Jornal de Notícias referiu, em título de primeira página, no dia 16 de Abril, uma reacção em que afirmei "vozes de burro não chegam ao Céu".
A descontextualização da afirmação deixou a ideia de me estar a referir a quantos tinham manifestado desacordo com o conteúdo do designado "Memorando de Entendimento", o que é falso.
Na verdade, esta afirmação dirigia-se aos que, reprovavelmente, colocaram em causa a honestidade e integridade dos dirigentes sindicais, quer levantando suspeitas, quer, mesmo, afirmando que existiriam "moedas de troca" aceites, em alguns casos sendo usados documentos que foram rejeitados pelos Sindicatos.
Foi confrontado com estas acusações que reagi daquela forma e não devido a críticas ou posições de colegas que, legitimamente, discordam das organizações sindicais. Essas posições merecem-me o maior respeito, sendo atentamente consideradas na minha reflexão.
Apesar de não ser responsável pela forma como o referido órgão de comunicação social descontextualizou a minha afirmação, apresento o meu pedido de desculpas aos colegas que, por equívoco, se sentiram magoados. Já em relação aos que têm desenvolvido campanhas que visam denegrir a imagem e seriedade dos dirigentes sindicais, mantenho o que disse.

ESCLARECIMENTO A PROPÓSITO DO ESCLARECIMENTO DE TÍTULO DESCONTEXTUALIZADO PUBLICADO ACIMA.

Kaos, Dono e Senhor do WEHAVEKAOSINTHRGARDEN

Venho aqui mostrar a minha satisfação por saber que a afirmação “vozes de burro não chegam ao céu” não me era dirigida, já que aqui nunca coloquei em causa a honestidade ou a integridade de qualquer dirigente sindical. Venho também discordar dessa forma de manifestação do Secretário-geral da FENPROF, por mais triste que tenha ficado com algumas acusações, porventura injustas, de que tenha sido vitima. Discordo porque deveria entender a posição de quem as proferiu, gente que não entende como uma luta a que dedicaram tanto empenho e em que tanto acreditaram, uma luta que estavam tão perto de ganhar tenha dado um resultado tão pífio. É natural que alguns possam sentir que, baixar as armas e não ir até à rendição incondicional deste governo e desta ministra, foi como um acto de traição à classe. Numa sociedade tão sobrecarregada de corrupção e em que ninguém já sabe em quem pode confiar é natural que alguns se questionem, porquê? Como tantas vezes aqui tenho referido em relação à nossa classe politica, “à mulher de César não basta ser séria, também tem de parece-lo”.
Já agora aproveito para referir que este acordo, que o Mário Nogueira considera como uma vitória para os professores e que mostra que lutar vale sempre a pena, pode ter efeitos muito nefastos para todo o sistema sindical. Com os trabalhadores já cansados de ver as suas lutas não terem as compensações esperadas, verem uma classe profissional finalmente unida e a conseguir resultados, a terem finalmente uma vitória e esta ser transformada num mero acordo que não contempla nenhuma das suas mais importantes reivindicações, é desmobilizador. Poderão perguntar-se se valerá a pena. Eu continuo a acreditar que sim, que vale sempre a pena, afinal o mal não está nunca na luta, mas sim muitas vezes na estratégia e nas espectativas de quem a dirige.

Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI

7 comentários:

  1. Gostaria de ver mais acções. Candidatarem-se a cargos direcção sindical, uma vez que os mesmos não são propriedade de ninguém e assim se poderiam ver em actuação todos aqueles ilumindados que até hoje se refugiam atrás de umas quantas linhas escritas...

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  2. Kaos,

    a imagem está excelente.
    Lamento não partilhar da tua visão que no meu actual estado de espírito, é optimista.
    bj,
    m.

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  3. Ainda temos na memória a força do Sindicato dos Maquinistas, as greves sucessivas em determinados dias da semana. Pronto, era a força dos Sindicatos.
    Hoje em dia é diferente, o que ordena não é o Povo mas a economia.
    Sacrificam-se valores como a língua portuguesa, no acordo hortográfico, ou a literacia dos jovens, neste acordo da educação, tudo a bem do défice.

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  4. Estou indignado com o comportamento da «Plataforma».
    Revolta-me a actuação de TODOS os sindicatos porque se renderam às exigências, embora amenizadas, da Sinistra Ministra (ou será que foi o PR, ou foi o PM, ou foi o Ministro do Trabalho - tantas são as versões que já li – que ditaram as regras do jogo?).
    Julgo que prestaram um péssimo serviço às reivindicações, actuais e futuras, de TODOS os trabalhadores em Portugal.
    Sindicatos verdadeiramente independentes, cujos dirigentes apenas de ocupem (e preocupem) na defesa dos seus iguais, está provado, não existem.
    Os sindicatos são uma fraude!
    JFrade

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  5. Quando um governo está colocado numa posição de fraqueza negocial extrema relativamente a um assunto como as negociações na área da educação, nenhum sindicato responsável e lógico
    irá negociar oferecendo uma saída da situação de beco em saída que o governo se colocou.


    Nenhum excepto, a plataforma de sindicatos.

    Sejam iluminados que se refugiam atrás de belas linhas escritas ou não iluminados que se refugiam atrás de feias linhas escritas a escrever isto ou não sejam.


    Pura e simplesmente são regras comuns da negociação que até quem regateia preço na praça a comprar peixe ou laranjas sabe.

    Menos os actuais "sindicatos plataforma".

    A partir de Setembro os sindicatos vão negociar o quê com o Governo?

    Um pré memorando de entendimento acerca da sodomização bi semanal de docentes feita por técnicos de educação?

    De facto o dirigente sindical tem razão.
    Vozes de burro não chegam ao céu; chegam à negociações de 9 horas para obrigar o governo a aprovar documentos do governo.

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  6. Assino por baixo do que o dissidentex disse.

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  7. O ambiente nas Escolas prova que ninguém está com o governo e a ministra.
    Não sei se ministra está no colo dos sindicatos,
    Se os sindicatos debaixo da saia da ministra.

    Ena que confusão!

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