terça-feira, outubro 14, 2008

O sinistro veneno

Puro Veneno

«Uma manifestação de professores está a ser marcada através de mensagens electrónicas e de telemóvel para dia 15 de Novembro, em Lisboa. Os sindicatos demarcam-se. “Estas acções desgarradas, sem promotores conhecidos, servem mais os interesses do Ministério”, disse ao CM Mário Nogueira, líder da Fenprof.»

Parece que se acabaram as dúvidas de que lado da barricada se coloca o Mário Nogueira nesta luta. Se não é ao lado dos professores, o que o memorando já fazia crer, só pode ser do lado da Sinistra. Andar a dizer que quer combater as politicas do Ministério não é suficiente para fazer crer que está do lado certo. Para lá estar tem de aceitar a opinião e a decisão daqueles que diz representar. Será que questionou os seus associados sobre o assunto ou simplesmente lembrou-se de dizer isto e, fê-lo em nome próprio, da Fenprof ou da plataforma sindical?

Na altura da assinatura do memorando afirmei que o Mário Nogueira ia morder a maça envenenada da Bruxa da Educação, agora parece-me que, Mário Nogueira é o próprio veneno na luta dos professores.

Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN

31 comentários:

  1. Olá Kaos,

    Este Mário Nogueira tb me saiu melhor que a encomenda...
    Obg
    Abraço

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  2. Tristemente ... Tristes mentes ...Tristes mentem ...

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  3. O Kaos e a clarividência a que nos habituou.
    Infelizmente, sou professor...

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  4. Mais uns com agendas ocultas. Bilderbergs?

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  5. Eu cá continuo a dizer que a quem é reconhecido o "poder negocial" é aos sindicatos.

    Até podemos ser 20... 30... 40 mil ou mais na manifestação de 15 de Novembro... reafirmando o que toda a gente já sabe, o nosso ENORME descontentamento... mas... e depois? Quem se vai sentar (se alguém se sentar) à mesa das negociações?

    Vamos lá ter calma com os "ataques pessoais". Recordo que quando estas declarações foram feitas (se foram exactamente assim), Mário Nogueira tinha uma reunião agendada com a Ministra... reunião essa que já aconteceu! Já ouviram as declarações dele?

    Numa reunião sindical onde estive, no dia 1 de Outubro, Mário Nogueira afirmou "alto e bom som" que o combate estava no início... e que "íamos para a rua"! Também disse que os professores não podiam correr o risco de promover iniciativas onde aparecessem "meia dúzia de gatos pingados" (a expressão é minha). E... sim... ele tem razão!

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  6. Np,

    A luta dos sindicatos não está no inicio nem no fim, está perdida por que eles nunca souberam/quiseram condizi-la de forma eficaz.

    O passado já provou que as negociações não têm qq importância em compoaração com manifestações de Rua.

    Quanto ao mais concordo que uma acção de luta do tipo "manifestação" deva ter a maior adesão possível , mas são justamente as afirmações dos sindicalistas que estão a condicionar essa forte adesão.
    Podiam fazer o mesmo que eu tenho feito quando não concordo com a estratégia sindical : calo-me para não prejudicar a sua luta !!!

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    Já agora, Parabéns KAOS pelo o seu boneco e pela sua leitura da questão, parece-me realmente genial !

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  7. O momento deve ser de união, não me preocupa quem organiza se há sindicatos ou não preocupa-me sim a luta, luta que tem de ser travada nas escolas na rua nos media, onde for necessário para denunciar toda esta mentira, que é este modelo de avaliaçõo e o projecto( que claramente não existe) para a escola pública deste governo.

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  8. Pelo caminho que as coisas levam o engenheireiro irá ganhar as próximas eleições (kaos já não tenho idade para confundir o que desejo com a realidade…).
    Este facto adicionado a continuação da política (des)educativa, irá produzir milhares de alunos com a nota máxima no fim do 12º ano, já na próxima legislatura!
    Como é que será então decidido o acesso à universidade? A coisa promete…

    Coyote

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  9. np:
    O problema não está em quem se vai sentar a discutir com a Sinistra, mas em que quem o faça não aceite o inaceitavel como aconteceu com o memorando.
    Quem está a dividir não são os professores, quem divide é quem não se une à vontade de uma classe
    Quanto à meia-duzia de gatos pingados é o que tem acontecido nas ultimas actividades do sindicato onde a mobilização conmseguida tem sido a dos tais meia duzia de gatos pingados.

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  10. Coyote:
    Acredito que o Engenheiro vá ganhar as próximas eleições, acredito que as dificuldades para mudar o sistema são muitas, mas acredito que podem ser derrotados na rua. Quando os 100 mil desfilaram em Lisboa a Ministra foi salva pelo sindicato e pela assinatura do memorando (nunca entendi em troca de quê). Vencer é possivel só é necessário que todos acreditemos nisso. Para vencer a crise económica o que nos pedem é confiaça, para vencer esta gente o que é necessário é acreditar

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  11. Todos sabemos que há grandes divergências no seio dos professores que contestam a política governamental para a educação mas, mesmo assim, eu gostaria que se conseguisse uma plataforma de acção comum. Para já, o sindicato está com medo que a mobilização não corresponda ao que é necessário. É compreensível, dadas as circunstâncias (crise económica), mas também nada se consegue deixando passar uma política tão perigosa para a democracia como esta.

    Neste momento, o que se passa nas escolas é comparável à "revolução cultural" chinesa. Os professores mais antigos estão a pedir a reforma em massa, descontentes com o rumo que a profissão está a tomar. Esses professores são substituídos por outros muito jovens, numa situação de maior precariedade, sem perspectivas de carreira e também sem qualquer memória do que foi a liberdade do professor e a gestão democrática das escolas. Se se esperar demasiado tempo, poderá tornar-se tarde demais para impedir um dano criminoso e irreversível ao país. Será preciso parar isto! Caso contrário, o regime, armado com o controle hierárquico das escolas, fará delas correias de transmissão do barbarismo ideológico do regime.

    Acho que quem pensa que isto é uma batalha lateral está a menosprezar a estratégia adversária.

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  12. Kaos:

    O Memorando mudou muito da aplicação da legislação naquele momento. Parou muita coisa... já que cada Executivo/Escola estava a implementar a Lei "sem rei nem roque". Criou um organismo de Acompanhamento, que já recebeu mais de 500 denúncias de ilegalidades. Deu tempo para se pensarem em novas formas de combater o ECD e ESTE modelo de avaliação. Não me interessa discutir quem é que está a criar divisões ou quem está a conseguir mobilizar quem. Somos TODOS professores... e é com imensa pena que assisto a "isto". Ah, esta minha opinião será comunicada pessoalmente ao Mário Nogueira... como costumo fazer!

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  13. Joao pft:
    A acção comum só seia possivel se ambos os lados aceitassem falar e tomar decisões conjuntas e sem paternalismos. É isso possivel após as afirmações do MN?

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  14. np:
    Também eu, que sempre defendi que os sindicatos são a maior força e uma organização essencial à luta dos trabalhadores, assisto com desgosto a tudo isto. Assim como o tive quanddo vi os 100 mil que desfilaram em Lisboa a sentirem que lhes tinham tirado a vitória das mãos. Quanto ao memorando os professores com quem contacto todos o criticam e consideram ter sido um erro e um recuo.
    Dizes não querer discutir quem está a fazer a divisão, mas isso é importante e quem faz as declarações que o MN fez acaba por cortar todas as pontes que se pudessem criar. Porquê?
    Se falares com o MN e puderes esclarecer-nos seria bom

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  15. Sem querer alimentar polémicas infrutíferas, que isso seria tudo menos útil, queria também deixar aqui o meu modesto exercício da razão sobre a questão da justa luta dos professores.

    O memorando do acordo do sindicato com o ME teve, certamente, o efeito de congelar a aplicação de alguns dos efeitos mais gravosos da legislação. Contudo... em conjunto com as reformas anteriores, a avaliação foi apenas a última pedra do novo edifício organizativo das escolas. Trata-se de uma organização hierarquizada que é uma transposição do modelo taylorista de produção industrial para o universo do ensino.

    A escola que agora se constroi é a mesma escola que é caricaturada e criticada na célebre canção dos Pink Floyd, "The Wall". Recordo que essa canção tinha em mente o sistema de ensino do regime do apartheid sul-africano para a maioria negra.

    Repito que é preciso ver a reforma no seu conjunto, para entender o seu alcance. Que esse conjunto, mesmo depois do memorando, é suficiente para conduziur a uma revolução na forma de organizar as escolas, algo que será extramamente negativo para o país e, consequentemente, para a luta de todos os outros sectores da sociedade.

    Ainda assim, compreendo a decisão dos sindicatos, na medida em que parecia difícil transformar o movimento em lutas a doer, ou seja, em paralizações efectivas que fizessem o sistema recuar. De facto, a manifestação teve grande sucesso, mas as greves não tiveram a adesão correspondente. E essas formas de luta mais consequentes são necessárias e indispensáveis para se conseguir resultados práticos. Nos anos 80 os professores, incluindo os do ensino superior, fizeram greves às avaliações com resultados práticos muito importantes quer ao nível salarial, quer ao nível das carreiras.

    Por outro lado, o memorando teve o efeito muito negativo de ter esvaziado uma dinâmica importante, e que tinha demorado meses a ser criada, com o próprio sindicato e Mário Nogueira a ter um papel importante na sua criação.

    Nas condições actuais, e com uma liderança do PSD que se abstém de atacar o governo, parece-me mais difícil conseguir isso, até porque, havendo agora um "bloco" PS/PSD, os meios de comunicação estão 100% ao serviço do bloco central.

    Por isso, será importante reflectir bem, não nos poupando todos à auto-crítica que se tornar evidente. Será importante, para além disso e in dependentemente de outras divergências políticas, estabelecer o diálogo, conjugar metas e planos de acção comuns. E não será convenientente o sindicato ignorar o movimento informal que despontou, até porque movimentos informais deste tipo são de esperar em situações limite e podem ajudar muito, como já ajudaram as grandes revoluções do passado.

    Os acontecimentos económicos que agora se desenrolam poderão criar boas condições para o intensificar do descontentamento; e será importante aproveitar bem esse balanço.

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  16. O 15 de Novembro…
    Estamos a assistir a um dos episódios mais bizarros de que me lembro… Os sindicatos demarcaram-se daqueles que deviam representar, preferiram servir os seus interesses, que eu não sei nem quero saber quais são, e assinar o acordo de Judas com a ministra da educação, acordo esse que a larga maioria dos professores não desejava que fosse assinado. Eles sabiam e fizeram-no… Eu pertenço ao lote dos que estavam contra a assinatura desse acordo, para mim, e tenho dificuldade em entender outra forma de pensar, prefiro não assinar nada a assinar um mau acordo e era isso que os sindicatos deveriam ter feito. Não assinavam acordo nenhum, já que esse acordo em nada beneficiava nem a classe nem a escola, e as coisas ficavam assim… Logo se via no que dava.
    Infelizmente, essa camarilha de sindicalistas, encabeçada pelo horrível Mário Nojeira, não pensa como eu, nem como a maioria dos colegas, pois também não sofre na pele os efeitos das coisas que assinou, como não dão aulas há muito tempo e assim continuarão, não sabem nem querem saber dos reais quotidianos dos professores, nem digo dos colegas porque já não o somos. Eu sou professor eles são sindicalistas, não deviam ser mas são profissões completamente diferentes. Garantiram para eles as suas mordomias e excepções e foi tudo o que conseguiram e, se calhar, tudo o que queriam.
    Resumidamente, desde logo, como era evidente, deu-se a maior ruptura que alguma vez vi entre professores e sindicatos, nas escolas, onde os professores trabalham, vivia-se um clima de perfeita incredulidade… Então foram assinar aquela porcaria e trair os 100 000 que se manifestaram em Lisboa? Sim é verdade, merda para isto… Da euforia à depressão foi um passo muito curto e os sindicalistas, lá por onde andam, cantavam a vitória dos demagogos na qual só eles fingiam acreditar e acabaram por ficar ligados ao péssimo acordo que assinaram.
    Os professores não. Os professores não só não assinaram nada, como estavam contra essa assinatura, pelo que não se sentiram comprometidos em convocar uma manifestação, pois esse é um direito consagrado e porque nas escolas, onde os sindicalistas não estão, tudo corria pelo pior. Nada do que foi legislado funciona, nem o novo Estatuto da Carreira Docente, nem o novo Estatuto do Aluno, nem funcionará o novo Modelo de Gestão Escolar, nem a nova forma de Concurso de Professores. Contrariamente ao que se possa pensar, de burros os professores não têm nada pelo que cedo perceberam que toda esta diarreia legislativa tinha que parar… e, como muito má que é, não tem emenda possível, apenas se pode pensar na revogação de toda esta legislação, voltar temporariamente à anterior, que podia ter defeitos mas funcionava, até ser encontrada e testada uma melhor. Tão só.
    Quer-me parecer que, com todas estas asneiras, os sindicatos perderam o barco, sendo ultrapassados por movimentos e grupos de professores fartos de sofrer na carne toda esta situação e, para mim o pior, o facto de olharem para a frente, para a direita e para a esquerda e só verem um futuro pior. Os professores estão habituados a sofrer. Todos já sofremos, desterros, injustiças, falta de reconhecimento, menosprezo, etc, mas sempre pensávamos que era provisório… Que se lixe é só um ano. E lá aguentávamos. Bem, com os sindicatos a passarem para o outro lado da barreira, não só ficámos sozinhos como sem esperança de dias melhores. Daí estas associações virem colmatar a necessidade que se sentiu pelo abandono dos sindicatos… Não são anti-sindicalistas ou contra os sindicados, coisa que significa precisamente a mesma coisa mas que o Mário Nojeira, coitado, tão cego está com a fuga de clientes, não consegue sequer perceber… Tal como não consegue perceber, porque sempre foi um interesseiro e um lacaio do PCP, que estes movimentos não são anti-sindicalistas, são é movimentos que se estão nas tintas para eles… E isso é inconcebível para quem tem como profissão ser sindicalista e se habituou a ver os professores como um rebanho que apascenta e dirige.
    Acontece que os professores nunca foram carneiros e, desde a fatídica assinatura, a já fraca ligação que existia com os sindicatos foi quebrada, nós já não confiamos neles, nem eles em nós… Foi o que conseguiram as mentes brilhantes capitaneadas por essa luminária de bigode que, ainda por cima, vem agora falar que os outros, isto é os professores, é que estão a provocar a desunião… Será que ele não percebe que não está numa reunião de sindicalistas onde todos lhe dizem ámen, porque é essa a sua profissão… Será que não tem sequer alguém que lhe explique isto? Será que não percebe que se esta ministra, e este governo, arruinou a educação em Portugal ele arrumou de vez com os sindicatos? Não teria sido mais eficaz se estivesse a soldo da ministra e do governo…
    Mas será fácil de ver… se marcar uma data diferente de 15 de Novembro é porque, definitivamente, não liga nenhuma aos seus antigos colegas, os professores… Que, obviamente, lhe pagarão na mesma moeda…

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  17. O amigo do Mário que lhe dê o texto que escrevi para ele ler e pensar, antes do que vai fazer...

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  18. É bom que se apresse, a asneira está muito perto de ser consumada e se os sindicatos tiverem juízo, no dia 15 teremos a maior manifestação que o país algum dia viu... senão é a desgraça...

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  19. Joaopft,

    Houvesse vontade do MN depois da manifestação de 100.000 professores e a maioria faria as greves que fossem necessárias.
    As manifestações podem ter a missão de unir as pessoas e, não tenho qualquer dúvida que a classe o seguiria até ao inferno.
    Por ter havido traição e provávelmente negócios pouco claros à mesa é que os professores estão com a força que estão para a Manif. de 15/11.
    Ninguém me tira da cabeça que deve ter havido um negócio deste género com o MN
    MLR: " Oiça lá Mário, os Sindicatos não estão mal financeiramente?
    (O MN deve ter-se posto um pouco vermelho e assentiu com a cabeça.) MLR: "Então não lhe dá jeito milhares de cursos que nós obrigamos os Prof. a frequentar ?
    Veja lá... você apenas com as quotas não se safa. Vocês gastam bem, é congressos em bons hotéis, é viagens com a família, gastam como se fossem ricos.."
    MR: "Bem,Professora Doutora Milú tem um bocado de razão no que diz, mas os professores..."
    MLR: "Calma Mário ! Você pense numa treta qualquer para dizer aos prof's e vá pensando nos cursos que pode dar lá nos Sindicatos..., que eu digo ao Inginheiro que o fogo está apagado. Afinal, você precisa de dinheiro para os Sindicatos e nós precisamos de ver as despesas com a Educação baixar, para lá mais para a frente podermos fazer uma vaquinha com uma empresa de computadores...
    MN: OK Milú.. Sabe que está muito gira ? Um dia destes, convido-a para jantar
    MLR; (fazendo um esgar que mais parecia um riso de Gioconda) Oh Mário, não me diga isso que eu fico corada...

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  20. Para mim é um bocado absurdo dizer ou insinuar que o Mário Nogueira ou a Fenprof está vendida ao Ministério. Na altura comentei aqui que nada tinha sido acordado com o memorando, e que a a luta ia continuar. E a Fenprof está aí com a Fne e muitos mais professores que não pertencem a sindicatos. TUDO o que estva em discussão antes MANTÉM-SE. Por isso vai haver NOVA MANIFESTAÇÃO.
    Acho um absurdo e contrário ao apoio que os professores devem ter de TODA a população um texto como este, caro compadre...
    Mais uma vez se põe em evidência desmesurada as divergências entre opiniões, em vez de aglutinar vontades.
    Convocar uma manif por SMS??!!!
    OK , tudo bem. Quantas pessoas ? 100? 500? 2000? 7500??!!
    Não estou a ver serem convocadas 100 mil por telemóvel...
    eu não ouvi/li as declarações do Mário Nogueira, mas cheira-me a esturro essa publicação e, ainda por cima no CM....
    P.S. sobre as manisfestações de rua, POR FAVOR, ler um artigo muitíssimo interessante de João Gil, na revista VISÃO da semana passada.
    Abraços

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  21. Quem e o que representam os sindicatos?

    A forma como os sindicatos se organizam e agem não é democrática nem representativa. E o problema está aqui ! este sindicalismo está morto ! Quando a plataforma sindical assinou o memorando de entendimento com o governo (após 8 de Março de 2008), muitos de nós (professores) perguntámos: com que legitimidade? Quem é que concordou com aquilo ?

    O memorando cumpriu um desígnio político de José Sócrates e seus pares, que era limpar a poeira deixada por 100 mil professores no dia 8 de Março 2008, sobre as politicas e acções governativas. No fundo foi um favor que os sindicalistas de topo fizeram ao governo e à sua imagem.


    Quando se diz que os nossos sindicalistas de topo assinaram o memorando em troca de tremoços, talvez não seja bem assim. Há dias aprovou-se legislação na assembleia da república que permite aos sindicalistas e detentores de cargos políticos progredirem na carreira e chegar a professores titulares, sem nunca meterem os pés nas escolas. Terá sido por isto que o memorando foi assinado? Por muito grande que seja a bondade destes sindicalistas de topo, sobra um largo espaço para a desconfiança. Os professores não podem nem devem ser representados por gente que não possui o mesmo estatuto profissional, nem é regido pelas mesmas normas e leis, tal nunca deveria ser sequer aceite pelos próprios sindicalistas, que deveriam possuir mandatos limitados a 3 anos ou menos. Por outro lado as grandes decisões têm de ser democraticamente tomadas, se não, não são legitimas nem representativas !


    Quando a plataforma sindical decide aprovar o memorando sem uma consulta alargada de bases eles representam quem? e o quê ? Quando Mário Nogueira 1 dia depois da APEDE se decidir pela manifestação de 15 de Nov. vem a terreiro dizer que a mesma é uma iniciativa desgarrada, ele representa quem ? e o quê ?


    O que tem acontecido é que os governos instrumentalizam os sindicatos, e os sindicatos instrumentalizam os professores ! Como tal, os sindicalistas de topo nunca irão apoiar a manifestação de 15 de Nov. porque esta é uma subversão da lógica de instrumentalização que acabei de referir. Eles sabem bem que o governo não se senta à mesa de negociações (nem oferece presentes) com protagonistas secundários. No entanto, se os sindicalistas fossem mais inteligentes surfavam esta onda e saiam fortalecidos. São os sindicatos que mais têm a perder com a sua desvinculação desta iniciativa. Até porque poderemos estar perante o início de um TSUNAMI, potenciado pela própria atitude dos sindicatos!

    Faro 15 de Out. de 2008

    Prof. Paulo Costa

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  22. Zé Leitão:
    Dizes que com o Memorando só se adiou o problema e que o Sindicato vai agora continuar a luta. No mínimo isso não faz sentido e nunca entendi essa de "vamos agora jantar e continuamos à porrada mais tarde". A luta estava a decorrer, havia mobilização e o que se fez foi travar essa luta. Perguntas quantas pessoas vão estar na Manif convocada por SMS. 100, 1000, 10000, logo se verá e serão os professores através da mobilização nas escolas que farão com que haja mais ou menos professores na rua. Vamos ver é quantos estarão na convocada pela Fenprof porque o MN já veio marcar uma para dia 7 e afirmou ser contra a de dia 15. Cabe aos professores escolher o seu caminho

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  23. Zé Leitão,

    Fui eu que meti aquela conversa hipotética entre o MN e a MLR.
    A brincar é que se dizem as verdades, e os Sindicatos TODOS sem excepção hoje são travões.
    Conheço alguns sindicatos que são o INATEL pago !!! Reivindicações zero! Apenas viagens, desporto, cursos. Entretanto têm uma camarilha de dirigentes REFORMADOS, que usam os Sindicatos para gozar uma velhice (eles e familiares) óptima. Marcam-se congressos para óptimas pousadas ao fim de semana. A família "sacrifica-se" a ir com eles à reunião ou ao Congresso ao Minho , a Trás os Montes ou a outros sítios onde a gastronomia seja óptima. Em vez de pagarem as suas viagens, ainda são pagos para se "sacrificarem".
    Conheço muito bem dirigentes tipo José Luís Judas e outros que tais. A tal Aristocracia Sindical. Por isso, meu caro, a conversa não é tão fictícia como parece! Que explicação arranja para assinar um acordo que conforme o Costa da Camara de Lisboa (marido de uma colega) classifica como uma situação de desespero para a MLR/J.S e Sindicatos? Somos ingénuos ? Passados 34 anos de "ditadura democrática", já temos maturidade para não ir em conversas da treta.

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  24. Penso que o Paulo pôs o dedo na ferida...

    O decreto-lei 104/2008 de 24 de Junho destina-se a quem? Quem são os grandes beneficiados com este concurso especial? Quem passa a ter acesso à carreira titular, sem que estivesse a dar aulas?

    Eu tenho uma resposta.... Aliás, duas:
    Sindicalistas e políticos.

    Se alguém tiver uma leitura diferente, que explique, por favor.

    E que expliquem também porque não é ventilada esta vergonha...

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  25. Que mais poderia dizer um dirigente sindical com os neurónios a funcionar, perante a convocatória de uma manifestação cujos organizadores/promotores dizem, por escrito, Não querer nada com a Ministra nem com os Sindicatos?

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  26. eles arquitectam na sombra e como a aranha tecem a teia e escolhem o alvo a cair nela.
    E cai!
    Gosto, das imagens e da tua leitura da situação.
    abracinho (para variar) :))

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  27. Concordo em absoluto que é necessário separar o trigo do joio. Mas isso já começou a ser feito há algum tempo, devido precisamente á maturidade de que fala. Eu tentei explicitar outra coisa. A postura e comportamento de muitos dirigentes sindicais é reprovável. É seguidista. É manipuladora. É tantas vezes contrária aos interesses da maioria das pessoas. Teremos que aproveitar os bons. Mas precisamente por causa dos bons que não podemos pôr todos os ovos no mesmo saco. Por outro lado, um sidicato ainda tem o potencial de ser uma organização com grande poder de mobilização e esclarecimento dos seus associados. Qualquer organização profissional fora dos sindicatos é bem vinda. Por várias razões, e quanto mais não seja, é bem vinda para abrir os olhos aos sindicatos que cristalizaram no tempo e na sua organização. É um facto que os dirigentes sindicais de topo se tornaram um pouco primas donas das classes que são suposto representar. Serão os associados a criarem as condições para uma mudança.
    Acrescento que as mudanças necessárias numa sociedade, que a levem a evoluir no seu conhecimento, que levem as pessoas a serem mais equilibradas, levam décadas. Por isso por favor não vamos entrar em desespero, OK?
    Andamos para a frente, denunciando as situações, mostrando o que está mal feito e dando bons exemplos aos que nos rodeiam. Não se pode fazer muito mais do que isso, e já é muito.

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  28. Andam na Net a correr boatos tenebroso da pretensão de alguns dirigentes sindicais de topo de pretenderem ascender a professores “tritulars”. Nada mais falso os seus objectivos secretos há muito que apontam a “Assembleia da República” ou o topo de uma Central Sindical. Mas é a vida em termos de objectivos cada um fará o que pode. Imaginam esses senhores regressar de onde vieram?
    Como podem surgir dirigentes com redução total de serviço em organizações sem processos eleitorais conhecidos, e com dirigentes que poucos dias antes não eram sequer associados daquelas organizações?
    É Portugal no seu melhor, só é preciso ser bem falante, e fazer umas promessas. Depois ao ME também interessa esta confusão, que de resto é sustentada com os nossos impostos.

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  29. Viram a palhaçada que foi o curso do Magalhães para os professores? Há tantas razões de descontentamento na classe, e estou convencido que ela pede sindicatos e outras organizações unidas, que venham para o terreno, dando apoio e estrutura à luta. Será importante criar um crescendo de acções, começando pelas manifs -- provavelmente mais pequenas de início -- que depois possa atingir o ponto alto durante os exames de Junho do próximo ano.

    Isso coicidirá com o agudizamento da crise económica, creio que por isso terá grandes hipóteses de a luta vem também ao encontro dos anseios do povo português.

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  30. Tenho todo o respeito pelos professores em geral e muita consideração por alguns professores em particular.

    Ainda ontem, fui tomar um café a pé (estou de férias) e passei numa escola primária, ou 1ºciclo ou lá como se chama agora. Primeiro, ouvi a voz da professora, o que não deixa de ser normal, embora, para minha surpresa, com um tom severo. A seguir (e juro que foi verdade, até vim a comentar o caso com a minha esposa), uma voz infantil, embora firme, levantou-se bem mais alto que a da professora, aparentemente rebatendo os seus argumentos. Digam-me: isto é sempre assim? No meu tempo, uma lostra era o resultado para este comportamento. Isso na escola. Em casa levaria mais uma ou duas. E não considero o meu crescimento fora do normal...
    Será que é sempre assim?

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