sábado, abril 18, 2009

Sem eira nem beira

 Sem eira nem beira

Como estão na moda ,hoje temos poesia.

Sem eira nem beira
Xutos e Pontapés

Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um passou - bem

Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar
Despedir
E ainda se ficam a rir

Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter
Uma vida bem melhor

Mas se eu nada fizer
Isto nunca vai mudar
Conseguir
Encontrar
Mais força para lutar...

(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer

É difícil ser honesto
É difícil de engolir
Quem não tem nada vai preso
Quem tem muito fica a rir

Ainda espero ver alguém
Assumir que já andou
A roubar
A enganar
o povo que acreditou

Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar...

(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a foder

Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão

Para ver o video, clique [AQUI]

3 comentários:

  1. Quadras de Aleixo:

    Sei que pareço um ladrão...
    Mas há muitos que eu conheço
    Que, sem parecer o que são,
    São aquilo que eu pareço

    De vender a sorte grande,
    Confesso, não tenho pena;
    Que a roda ande ou desande,
    Eu tenho sempre a pequena.

    Fui polícia, fui soldado,
    Estive fora da Nação;
    Vendo jogo, guardo gado,
    Só me falta ser ladrão.

    Eu não tenho vistas largas
    Nem grande sabedoria,
    Mas dão-me as horas amargas
    Lições de Filosofia.

    P'rá mentira ser segura,
    E atingir profundidade,
    Tem de trazer à mistura,
    Qualquer coisa de verdade.

    Que importa perder a vida
    Em luta contra a traição,
    Se a razão, mesmo vencida
    Não deixa de ser Razão.

    Embora os meus olhos sejam
    Os mais pequenos do Mundo,
    O que importa é que eles vejam
    O que os homens são no fundo.

    Vós que lá do vosso império
    Prometeis um mundo novo,
    Calai-vos que pode o povo
    Querer um mundo novo a sério.

    Tu, que tanto prometeste
    Enquanto nada podias,
    Hoje que podes esqueceste
    Tudo quanto prometias...

    Não sou esperto nem bruto,
    Nem bem nem mal educado:
    Sou simplesmente o produto
    Do meio em que fui criado.

    Quem nada tem, nada come;
    E ao pé de quem tem comer,
    Se alguém disser que tem fome,
    Comete um crime sem querer.

    Quem trabalha e mata a fome,
    Não come o pão de ninguém,
    Quem não ganha o pão que come,
    Come sempre o pão de alguém.

    Para não fazeres ofensas,
    E teres dias felizes,
    Não digas tudo o que pensas,
    Mas pensa tudo o que dizes.

    Contigo em contradição
    Pode estar um grande amigo;
    Desconfia mais dos que estão,
    Sempre de acordo contigo.

    O Mundo só pode ser
    Melhor do que até aqui,
    Quando consigas fazer,
    Mais p?los outros que por ti.

    E assim, lição por lição,
    O que aos poucos aprendemos,
    De outros a outros daremos,
    Que outros a outros darão.

    O homem sonha acordado,
    Sonhando a vida percorre...
    E, desse sonho dourado,
    Só acorda, quando morre.


    in http://antonioaleixo.blogtok.com/menu/6/10364/aleixo-na-net/

    JSerra

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  2. Voltamos a ter música de intervenção. Se não fizermos nada não tarda muito estamos novamente numa ditadura.

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