sexta-feira, abril 24, 2009

Ser ou não ser, eis a eleição

 12º ano

À margem do fórum Novas Fronteiras sobre Educação, Maria de Lurdes Rodrigues garantiu ao Expresso que neste momento tornar obrigatório o 12º ano "seria um erro, prejudicaria as famílias, os alunos, e não se conseguiria concretizar".
Maria de Lurdes Rodrigues invoca a falta de condições sociais adequadas. "Há muitos jovens que tiram o 9º ano e vão trabalhar para enfrentarem as dificuldades das famílias" e por isso, defende, "o país deve primeiro preparar o sistema de ensino e preparar as famílias e fazer o alargamento da acção social". Só depois, "se verificarmos que ainda assim é necessário, é que o faremos". E deixou em aberto, com um lacónico "vamos ver", a possibilidade de alguma vez o Partido Socialista voltar a ter esta proposta como bandeira sua.
14-Set-2008

“O Governo apresentará ao Parlamento a proposta de lei que passa de 9º para 12º anos a escolaridade obrigatória. Isto significará, para todos os jovens até aos 18 anos, a obrigação de frequência da escola ou do centro de formação profissional”, afirmou hoje Sócrates durante o debate quinzenal na Assembleia da República.

Afinal quem tem razão, o Engenheiro Empinocado que diz que é possível e benéfico para as famílias ou a Sinistra Ministra que disse ser um erro, que prejudicaria as famílias e os alunos, e que não se conseguiria concretizar. Será que o discurso muda de acordo com a proximidade de eleições e com o oportunismo político ou será que em meia dúzia de meses o país melhorou tanto que já existem condições para o fazer?

PS: O Governo estimou hoje em cerca de 30 mil o aumento do número de alunos no ensino secundário tendo em conta o alargamento da escolaridade obrigatória e garantiu que instalações e professores são actualmente suficientes para suportar este crescimento.
“Eu não consigo entender porque a quantidade tem de ser inimiga da qualidade, nós produzimos, por exemplo, Jaguares em grande quantidade e são todos de óptima qualidade. Não é por produzirmos mais um ou mais dois que eles pioram a sua qualidade”, afirmou Maria de Lurdes Rodrigues

Produzimos Jaguares? Aumentar o numero de alunos nas turmas não diminui a qualidade? Compara a construção de carros ao ensino de alunos? Uma aula é uma linha de montagem de crianças?

8 comentários:

  1. não sei onde é que há assim tantos jaguares. Na minha rua não é de certeza.

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  2. A propósito da escolaridade obrigatória, este quadro (do ME!!!) mostra como a maioria dos países europeus não tem 12 anos de escolaridade obrigatórios.

    www.min-edu.pt/np3content/?newsId=3505&fileName=tabelas_imp_2009_04_23.pdf

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  3. O alargamento pode ser para baixo, numa primeira fase, e não para cima?

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  4. Estou encandeado com a quantidade de luz que os actos e palavras desta gente emite. Penso que foi desta que o 5º Império montou arraiais em Portugal mas, como estou encandeado, não consigo ver direito. Todavia, posso morrer feliz, pensando que Portugal, finalmente, atingiu a glória. Aleluia!

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  5. Zé Leitão24/4/09 21:18

    Á medida que o tempo passa, não se entende o absurdo deste governo nem como é possível esta fulana ser ministra quanto mais da Educação. É simplesmente uma vergonha.
    São estes os nossos paladinos governativos e que têem a cargo conduzir o nosso país. O que também impressiona é que lá fora já é assim em muitos sítios.

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  6. Isto é tudo uma aldrabice pegada. O país que acha normal que só eleitos é que nasceram para o pontapé na bola, é o mesmo país que acha que todos podem ser cientistas... Foi pena não terem alargado a escolaridade obrigatória até ao doutoramento, assim até a Independente tinha de continuar aberta para chegar para as encomendas... iamos todos estudar, e se os chumbos fervessem alargava-se as Novas «Ópurtunidades». Depois era só mandar vir mais uns tantos de África e do Brasil para trabalharem para a gente, que os gajos do costume hão-de continuar a mandar dinheiro para a festa. (até ao dia...)

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  7. Correr com essa espécie de coisa que se diz ministra da educação

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  8. Será que somos todos iguais? Nem as máquinas que saem das fábricas saem da linha de fabrico todas iguais, algumas vêm com defeito. senão para que servia o "controlo de qualidade"?

    As reprovações nas escolas públicas vão ser gradualmente banidas e a tendência será a de que ao fim de 12 anos de escola todos os alunos possam ter o 12.º ano de escolaridade, fazendo subir com isso os índices de escolarização dos portugueses. O nível de conhecimentos adquiridos será inevitavelmente muito baixo, mas o que importa são as ESTATÍSTICAS, e assim Portugal poderá figurar "orgulhosamente" na lista de países com maior número de anos de escolaridade.

    O 12.º ano vai ser em breve a escolaridade mínima obrigatória. Embora os jovens passem a sair do sistema de ensino com poucos conhecimentos académicos, pelo menos, enquanto por lá andam também não figuram nas estatísticas dos desempregados, o que também é bom para as tais ESTATÍSTICAS.

    Assim, o facto de virem a exibir o certificado de habilitações do 12.º ano deixará em breve de dar qualquer indicação às entidades empregadoras relativamente às reais qualificações dos jovens que então vão sair das escolas e, em consequência, terão que ser as entidades empregadoras a testar os conhecimentos dos candidatos aos empregos que oferecerem. Não começaram já a fazê-lo há algum tempo?

    Os alunos que frequentarem as escolas públicas poucas possibilidades terão de atingir os necessários conhecimentos para prosseguirem os estudos. Assim, os pais que desejem para os seus filhos um curso superior terão que começar a consciencializar-se desde já que a escola pública não será o caminho aconselhável para a preparação dos seus filhos, mesmo que sejam crianças inteligentes e interessadas. O ambiente não será o melhor para que tenham sucesso por vários motivos:

    1.º) na mesma sala coexistirão muitos alunos com fracos conhecimentos, porque não havendo reprovações, não haverá necessidade de empenho, nem nos estudos, nem na assiduidade às aulas;
    2.º) com o fim do ensino especial terão por colegas jovens com deficiências várias: auditivas, de comunicação e até psíquicas;
    3.º) nem todos os jovens são iguais: há génios, mais ou menos inteligentes e até jovens com capacidade de aprendizagem muito limitada. Mas a escolaridade obrigatória é para ser conseguida por todos eles. Quem não a conseguir nunca será um verdadeiro cidadão e poderá nem ter acesso a tirar uma simples carta de condução para ser um mero distribuidor de bilhas de gás.
    4.º) porque todos os jovens são obrigados a frequentar a escola enquanto menores, mesmo que por ela não revelem qualquer interesse, terão por colegas outros jovens que apenas por lá andam porque o sistema a isso os obriga. Alguns deles utilizam a escola, os colegas e até os professores para se divertirem, gozando-os e boicotando as aulas.

    Enfim, o Ensino vai de mal a pior!

    Zé da Burra o Alentejano

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