segunda-feira, agosto 31, 2009

O pensionita das feiras

Ano de eleições é ano do Paulinho fazer o roteiro de todas as festas e romarias do país. Faz bem, bebe uns copos, come umas bifanas e uns doces típicos e está num ambiente onde o discurso fácil e populista passa muito bem. O crime, sem colarinho branco, que é necessário prender rapidamente, os imigrantes a quem é necessário fechar a porta e as pensões de miséria que é necessário aumentar. Para isso propõe mesmo retirar dinheiro do Rendimento Mínimo para aumentar as pensões mais baixas. «Vou deslocar uma parte do que está no Rendimento Mínimo. Prefiro apoiar quem trabalhou toda a vida do que quem às vezes abusa do Rendimento Mínimo, porque não quer trabalhar, mas quer viver à custa do contribuinte».
Haverá certamente abusos no rendimento mínimo, mas também não o há nas pensões de quem ganha reformas de milhões ao fim de meia dúzia de anos de trabalho? Não há quem não receba uma reforma, mas muitas? Não seria mais justo e mais correcto ir aí buscar dinheiro para financiar o aumento das pensões mais baixas? Pessoalmente, como sou daqueles que ainda tem emprego, prefiro ver aumentar as pensões imaginando que um dia deixarei de ser um contribuinte para ser um beneficiário da segurança social. Mas, o que pensarão aqueles que perderam o seu local de trabalho, a quem não dão trabalho por já não serem jovens e vêm terminar o tempo a que tiveram direito a subsídio de desemprego? Como vive essa gente a quem a sociedade descartou e condenou á miséria? Vão ter de esperar até terem 65 anos para terem direito a uma pensão? Um estado tem de ser responsável perante os seus cidadãos e cumprir o seu dever de cuidar daqueles para quem a vida foi madrasta. Todos nós, aqueles que têm a sorte de ter rendimentos, contribuímos para esse estado possuir os meios para o fazer e por isso temos de exigir que o cumpram. Não é retirando a quem necessita para dar a outros que também necessitam que se resolve o problema, mas retirando a quem tem muito mais do que necessita e gastando melhor os dinheiros públicos.


4 comentários:

  1. Com demagogia e políticos parolos, se enganam os tolos....

    Abraço

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  2. Ver o paulinho das feiras combater os crimes de milhões dos colarinhos brancos e cortar nas pensões de generais, oficiais, e acima de tudo de políticos que pouco ou nada fizeram pelo país, seria o mesmo que pedir ao pinto da costa para mandar o fcp prós distritais. É impossível, são todos feitos da mesma massa. E quando se vêem aqueles cartazes do cds a dizer que cada vez mais gente pensa como eles, de facto é verdade, neste país há cada vez menos gente a pensar...

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  3. Vêm é do verbo vir. Vêem é do verbo ver. Já não é a primeira vez que o Kaos confunde estas formas verbais. Espero que a partir de agora tenha mais atenção quando as aplica. Fica o reparo. De resto, tenho a acrescentar que gosto muito do seu blog, o qual descobri há poucos dias e tenho a intenção de o consultar assiduamente.

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  4. Anónimo2/9/09 00:02

    Como muito bem explicou o Medina Carreira para tirar dinheiro aos ricos - coisa com a qual estamos todos de acordo, até ele - é preciso responder previamente a duas perguntas:
    1. o que é um rico? Alguém como diz a besta do Enginhireo Sócrates que ganha mais de 5.000 € brutos /mês?... valor que no resto da UE corresponde a um salário da classe média baixa (dá menos de 3.400 € limpos/mês, ou seja num agregado de 5 - e sem velhotes às costas ! - dá menos de 700 €/mês a cada bico, e ainda têm de pagar tudo sem descontos!)?
    2. onde (para a gente o poder ir lá buscar) é que os ricos têm o dinheiro?
    Sem esclarecermos estas dúvidas previamente, não estamos a falar de justiça social, estamos a falar de jogos florais.

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