sábado, maio 29, 2010

A cavalo num Burro

guitarristas

As sondagens que ontem ouvi já colocam o Passos Coelho montado no cavalo do poder e com a possibilidade de ter uma maioria absoluta. Há momentos em que me custa a acreditar em com este povo gosta de ser burro e carregar os que o lixam às costas. Continua a aceitar esta democracia de alterne em que correm com o que os lixou para colocarem outro para os lixar ainda mais. Não tivesse eu dois filhos ainda pequenos e deixava de me chatear com tudo isto. Realmente há povos que merecem mesmo o fado que têm.

3 comentários:

  1. É sempre bom avivar a memória com este texto com 114 anos. Vejam o que mudou: estamos agora melhor ou estamos ainda pior? Antigamente é porque os Portugueses eram quase todos analfabetos e agora qual é o motivo?

    " Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e
    sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos
    de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de
    dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz
    de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se
    lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo,
    enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da
    sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, -
    reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta (...)

    Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta ate à medula, não
    descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem
    carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida intima, descambam
    na vida publica em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a
    veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao
    roubo, donde provém que na politica portuguesa sucedam, entre a
    indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis
    no Limoeiro (...)

    Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este
    criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto
    pela abdicação unânime do pais, e exercido ao acaso da herança, pelo
    primeiro que sai dum ventre, - como da roda duma lotaria.

    A justiça ao arbítrio da Politica, torcendo-lhe a vara ao
    ponto de fazer dela saca-rolhas;

    Dois partidos (...), sem ideias, sem planos, sem convicções,
    incapazes (...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e
    pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao
    outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgando e fundindo,
    apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, - de não
    caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...)"

    Guerra Junqueiro, in "Pátria", escrito em 1896

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  2. Amigo Kaos, de facto esta merda já mete nojo... Vou mas é pirar-me daqui para fora, dasss...

    Beez

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  3. Estas sondagens têm o propósito de ir condicionando este povo imbecilizado para a aceitação da inevitável alternância dos mesmos no poder. A esta distância do último acto eleitoral, e dada a implicação do partido do e do visado nos males que afectam o país, não me parecem de todo credíveis.

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