Horst Köhler pediu ontem a demissão de Presidente da República, naquele que foi o minuto televisivo mais surreal da história do país. "Anuncio a demissão das minhas funções de Presidente com efeito imediato", disse o político de 67 anos, em Berlim, mal contendo as lágrimas. O Chefe do Estado alemão justificou esta decisão com a controvérsia causada pelas declarações que fez a propósito da presença militar alemã no Afeganistão. "Na minha opinião, a sociedade tem que aceitar que, em caso de dúvida e de necessidade, o uso militar pode ser preciso para proteger os nossos interesses, como a liberdade das rotas comerciais, por exemplo para impedir a instabilidade em regiões inteiras que tenham efeitos negativos sobre as nossas trocas, empregos, sobre as nossas receitas", declarou Köhler, sábado, à rádio pública alemã, no regresso da sua primeira visita ao contingente de militares alemães no teatro de operações afegão. A alusão à necessidade de pôr os soldados alemães a defender as trocas comerciais acendeu o rastilho.
Fica-lhe bem a demissão e fica uma confirmação, de que na guerra do Afeganistão não é o terrorismo a causa, (talvez até seja mais a consequência), mas sim rotas comerciais e uma certeza de que há por aí muito líder, Presidente que pensa o mesmo e só não tem a coragem de o admitir.
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