Durante a tarde, quando se soube que o Primeiro-ministro ia falar ao país no horário nobre das televisões, alguns amigos me falaram, muito animados, acreditando na possibilidade de ele ir apresentar a sua demissão. Questionei-os se, ao fim de tanto tempo, ainda não conheciam o Sócrates, uma mula velha e teimosa que nunca, mas mesmo nunca, vai descer da cadeira do poder de livre vontade. Infelizmente o discurso acabou por o confirmar e, como sempre acontece, veio justificar os seus actos e "peques" com a crise internacional, com a inevitabilidade e com os mercados, sem deixar de fora o auto-elogio e a irresponsabilidade de todos os que questionam as suas opções. Mais do mesmo, apostando na falta de alternativa que o sistema teima em mostrar como garantia que ninguém lhe ocupa o trono. A Merkel e os mercados mandam e nós obedecemos como se a frase da Manuela Ferreira Leite, "Quem paga manda" fosse o única forma de relacionamento entre pessoas e Estados. A esquerda sabe que a queda deste governo só traria um igual, (ou até o mesmo) e a direita que se chegasse ao poder iria ter de transformar o que agora critica, nas politicas que teriam de aplicar e elogiar. Do Cavaco, cobardolas como é, só poderemos esperar mais do mesmo ou seja nada.
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