quinta-feira, junho 30, 2011

A divulgação eventualmente nociva



7. O Expresso sabe, também, que em casos muito excepcionais, há notícias que mereciam ser publicadas em lugar de destaque, mas que não devem ser referidas, não por auto-censura ou censura interna, mas porque a sua divulgação seria eventualmente nociva ao interesse nacional. O jornal reserva-se, como é óbvio, o direito de definir, caso a caso, a aplicação deste critério.

Este é o ponto 7 do novo Estatuto Editorial do Jornal Expresso. Tem lá mais coisas engraçadas, mas este ponto sete é elucidativo e faz-nos pensar até que ponto chegou a comunicação social, quando um jornal de referencia assume não se reger por critérios jornalísticos, condicionando-o ao político.
Felizmente que há muito deixei de comprar este jornal, mas sabemos que um canal de televisão generalista, a SIC, e um canal somente dedicado a noticias, a SIC Noticias, têm o mesmo patrão, e esse patrão é o executivo dos Bilderberg em Portugal. E, quando olhamos à volta não vemos melhor porque sabemos que cada jornal e cada televisão têm uma agenda política própria.
Seja por omissão ou por manipulação aquilo que nos informam não são factos, mas a visão em que querem que acreditemos. A comunicação social engana e há muito que perdeu a sua função de informar para ganhar a de criar verdades e formatar opiniões. O pior é que funciona e o conseguem fazer com relativa facilidade, como a realidade demonstra.

Eles falam, falam, mas ...nada muda

Lembro-me de ouvir o actual Presidente da Republica falar da importância da enorme zona marítima de Portugal para o futuro do país, mas não o vi mexer uma palha para tentar salvar os Estaleiros de Viana de Castelo. Ainda recentemente o ouvi falar da necessidade do regresso à terra e de o interior do pais ser de novo repovoado, mas não o ouvi criticar ou contestar o desejo de serem abandonados mais de 800 km de linha de caminho de ferro que o servem. Ontem falou do dever patriótico de passarmos a consumir produtos portugueses, em detrimento dos comprados ao estrangeiro, mas quem viu na televisão a urgência como milhares de quilos de tomate a eram apanhados para chegarem ao aterro onde seriam destituídos, a tempo de poderem reclamar o pagamento de indemnizações, tudo parecem palavras vãs.
Acredito que no mar há um futuro, que um novo povoamento é possível e que consumir aquilo que produzimos é necessário, mas isso só pode ser feito se forem criadas as condições e as políticas mudarem radicalmente. Palavras levas-as o vento.

quarta-feira, junho 29, 2011

Nota Blogosférica - Links perdidos

Como sou um "pezudo" nisto da Internet, quando tentei mudar o formato da minha lista de blogs, tornando mais fácil saber quando havia novos posts nos blogs que tenho listados acabei por fazer asneira e perdi os endereços de muitos deles. Tenho como política a reciprocidade com todos os blogs que têm ligações aqui para o WeHaveKaosInTheGarden, pelo que peço a todos os que aí não se encontrem que me informem para os poder incluir. As minhas desculpas a todos os "desaparecidos". Obrigado


PS: Os links referentes a este blog estavam a tornar o seu carregamento muito lento e a página demasiadamente "comprida", pelo que os transferi para um novo local que pode ser acedido pela barra lateral deste blog e que redirecionárá para wehavelinksinthegarden

A herança


Mário Soares afirmou que "O PS tem de ser refundado de alguma maneira, tem de ser melhorado, tem de discutir política a sério e tem de ter política a sério e grandes ideias para o futuro". Em relação às eleições para a liderança do PS, Soares reafirmou que não toma partido por nenhum dos candidatos.

A minha memória já não é o que era, mas ainda me lembro que quem meteu o socialismo na gaveta foi ele. Concordo que o PS actual pouco ou nada tem do original, mas quem primeiro lhe retirou a identidade e a ideologia foi o próprio Mário Soares. Não adianta chorar sobre leite derramado assim como quando afirma que «A Europa é uma vergonha, porque não tem líder à altura da situação. O que estão a fazer à Grécia é uma vergonha, porque a Grécia é a pátria e a inventora da democracia, da ciência e da cultura» não se pode esquecer que esta Europa e estes lideres são a resultante das políticas de que foi responsável e da sua falta de visão para ler os tempos que se aproximavam. Sei que é necessário uma mudança radical na forma de pensar a política, transferindo a sua principal função do economicismo para as pessoas, sei que seria importante que um Partido grande como o PS estivesse do lado dessa mudança, mas também sei que não é com ele que posso contar para a conquistar. Basta olhar para os candidatos à liderança de um Partido que se chama de Socialista, em que um pactuou com o reinado do Sócrates e outro se diz defensor do capitalismo-ético.
Talvez por castigo, o Mário Soares anda vive para ver no que se tornou a sua obra política, quer em Portugal, quer na Europa.

terça-feira, junho 28, 2011

A luta celestial socialista


A luta pelo poder no PS lá continua, monótona e sem grande furor mediático. Com um governo de maioria parlamentar nem parece ser muito importante saber quem ira ajudar a cumprir com o "contrato" com a troika. Se aí não há grande diferença apostam em mostrar qual dos dois está mais interessado na abertura à sociedade e a um alargamento da democracia interna.
Do Francisco Assis, já estava farto desde os tempos do reinado Sócretino e do outro temos que me venha a fartar ainda mais depressa. É só a mim que dá sono quando ele fala?

O Ministro artesanal


No momento que escrevi este post, andei à procura de actos do governo que mais urgência teve para tomar posse. Procurei e só encontrei a de que o Ministro da "guerra" estaria preocupado com a situação que se vive nos Estaleiros de Viana e uma visita do novo Ministro da Economia à Feira Internacional de Artesanato e antes de presidir à cerimónia de inauguração do certame, o ministro da Economia visitou vários 'stands', aconselhando todos os artesãos e criadores a destacarem a "marca Portugal" nos seus produtos. "Uma bandeira portuguesa aqui, está bem? Assim são duas grandes marcas juntas, a da Madeira e a de Portugal", disse ao visitar um 'stand' de bordados da Madeira, que tinham um pequeno selo da região autónoma. Também disse que "É óbvio que todos sabemos que vêm aí tempos difíceis, mas também é óbvio que há uma nova maneira de conseguirmos dar a volta e eu acho que todos nós, apesar de conscientes das dificuldades, percebemos que há uma nova esperança em Portugal", acrescentou Álvaro Santos Pereira. E também disse "prefiro que me chamem Álvaro do que me chamem ministro". Para um Ministro Importado do Canadá não me parecem afirmações que me criem grande espectativas, mas como já não as tinha não me dececionou. Parecia-me bem mais importante que ele não só mostrasse preocupação como o outro Ministro, mas já estivesse a fazer alguma coisa para impedir que o último dos nossos Estaleiros Navais de acabe como a Lisnave.

segunda-feira, junho 27, 2011

O vingador banqueiro


"Este e mais um dia de audições do caso em que sete antigos gestores do maior banco privado português foram acusados de falsificação de contas e informação falsa. Jardim Gonçalves foi quem teve um castigo mais elevado. O banco de Portugal decidiu que o ex presidente do BCP não pode exercer funções na área durante nove anos e obrigou ao pagamento de um milhão de euros."

Para Jorge Jardim Gonçalves «houve todo um processo cientificamente dirigido» por parte do governo de José Sócrates e dos reguladores dos mercados para tomar controlo do Millenium bcp. O objectivo era resolver «dois grandes problemas»: o BPP e o BPN. Em entrevista ao «Correio da Manhã», o ex-patrão do maior banco privado nacional aponta o dedo a José Sócrates e ao seu ministro das Finanças, Teixeira dos Santos; a Vítor Constâncio e a Carlos Tavares, governador do Banco de Portugal e presidente da CMVM, respectivamente.

Mal mudou o governo e já saem dos seus buracos os acusados de corrupção crimes para passar a culpa para outros. Não defendo os Sócrates, Constâncios ou Teixeira dos Santos, mas também não defendo esta gente que andou a abusar do país e de todos nós, sobretudo quando andamos todos de tanga muito por causa deles. Pague esta raça tudo o que roubou e os prejuízos que causou ao país e acusem-se todos aqueles que nos governos lhes abriram as portas e lhes facilitaram a tarefa.

Viagens low cost ministrial


O Passos Coelho não desejou voar para a Cimeira Europeia em Classe Executivo e embarcou em classe económica. Os jornais lá foram descobrir que isso nada poupa ao estado já que as viagens governamentais são oferecidas pela TAP. Desta vez até vou dizer bem de uma decisão do Passos Coelho, não pelo que poupa, mas pela imagem que passa. Se isto for o exemplo que vem de cima, se a poupança em mordomias e luxos for para aplicar ao próprio Passos Coelho e em todo o Estado, se isto se generalizar seria bom e positivo. Temo é que seja como da última vez de um governo PSD/CDS, em que o Paulo Portas decidiu viajar num C130 militar para poupar o dinheiro da viagem. Uma vez sem exemplo, que depois tudo voltou ao que sempre foi e o exemplo não passou de propaganda populista.
Isso se a política deste governo ainda nos aumentarem a despesa na área das viagens. Basta privatizar a TAP e lá se vão as viagens de borla e lá vai o estado ter nova despesa.

domingo, junho 26, 2011

O Borra-botas europeu


Durão Barroso despiu esta terça-feira, por momentos, a pele de presidente da Comissão Europeia para defender o seu legado à frente do poder executivo em Portugal, culpando implicitamente os governos que se seguiram ao seu pela derrapagem nas contas públicas e pela escalada da dívida.

E memória, não temos. Este pau-mandado dos poderosos da Europa, este borra-botas pensa que já o esquecemos? Lembramos muito bem o seu reinado e a sua fuga para a Comissão Europeia deixando o país nas mãos de um Santana Lopes. Um Baronete insignificante a imaginar-se alguém. Esqueça, que nós não.

O Terror periférico


O Passos Coelho foi à Cimeira Europeia prometer que Portugal vai cumprir na plenitude com o Plano da Troika sem protestar ou contestar e o George Papandreou que aceita, para a Grécia, o novo plano de austeridade imposto e que o pretende cumprir. Fizeram-me lembrar aquelas horríveis personagens dos filmes se satisfazem a espalhar o terror. E, as vitimas também somos nós.

sábado, junho 25, 2011

Playback

Durão Barroso, o presidente da Comissão, disse hoje que o novo primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, deixou em Bruxelas uma "boa impressão" entre os líderes, deixando "uma mensagem que os outros lideres gostavam de ouvir e quiseram ouvir", afirmou Barroso

Pelos vistos basta, baixar a cabeça e dizer aquilo que eles querem ouvir para se deixar uma boa impressão. Porque será que a mim isso só deixa uma enorme "má impressão".

O mar português


Os Estaleiros de Viana do Castelo vai despedir 380 dos seus 720 trabalhadores. Com 200 milhões de euros de passivo e um prejuízo de 40 milhões em 2010, dizem ser a forma de salvar o Estaleiro. Para ajudar à festa, o Presidente da Administração demitiu-se após ter sido vitima de insultos por parte dos trabalhadores. Assustados assistimos ao descalabro do pouco do bom que ainda resta do sector produtivo do país, mas agora temos os super-ministros do CDS que vão aparecer e resolver o problema. Ou não vão?
Lembro-me de ver o Portas, quando foi ministro na sua anterior passagem pelo poder, falar das soluções para o Estaleiros, uma infraestrutura essencial para o país. Lembro-me de ver o Presidente, o CDS e toda a nossa classe comentadora falar do nosso grande Mar, esse enorme espaço inexplorado onde se aloja o futuro do planeta. Um enorme mar, vazio de barcos portugueses por não os termos. Temos uns Estaleiros com problemas por falta de trabalho e o país necessita de barcos. Junta-se a fome com a vontade de comer, não podia ser melhor. Os Estaleiros fazem os barcos que o mar deste país necessita. Ou vão mesmo mais 320 trabalhadores para o desemprego e todos continuar a falar da enorme oportunidades, tão grandes como o mar português.

sexta-feira, junho 24, 2011

A Educação do Santana Castilho


Neste blog, durante a negra era da Maria de Lurdes Rodrigues, apoiei os professores na sua luta pelos seus direitos e por uma melhor escola pública até que estranhei que aceitassem transforma-la numa "vendetta" contra o Sócrates. Santana Castilho foi uma das vozes fortes e ouvidas dessa luta, mas também foi depois um aliado do PSD para o derrubar. Não esqueço todos os blogs e páginas do Facebook onde se podiam ver apelos ao voto contra o Sócrates. Votar Passos Coelho era derrotar o Sócrates.
Agora o Santana Carrilho, já escreve:
... Bem consciente do ónus de me declarar tão cedo contra a corrente, não comungo da euforia generalizada, que abriu braços à Educação. Explico o que posso explicar. Em Abril, Passos Coelho tinha um programa eleitoral para a Educação. Em Maio tornou público outro, que não só nada tinha a ver com o primeiro, como era a sua antítese. Escassos dias volvidos sobre a divulgação do último, Passos Coelho comprometeu-se publicamente a melhorá-lo. Mas faltou à palavra que empenhou e apresentou-se ao eleitorado com um programa escrito em eduquês corrente, com medidas até a 19 anos de prazo, pasme-se, e que, entre outros disparates, consagrava: a recuperação de duas carreiras no seio da classe docente; o enterro definitivo da eleição dos directores; a diminuição do peso dos professores nos conselhos gerais; o aumento da promiscuidade entre a política partidária e a gestão pedagógica do ensino; a protecção da tirania e do caciquismo; a adulteração do sentido mais nobre do estatuto da carreira docente; a consolidação dos mega-agrupamentos; a manutenção da actividade nefasta das direcções regionais; uma significativa omissão sobre concursos de professores e muitos outros aspectos incontornáveis da política educativa; a recuperação da ideia bolorenta de uma agência externa de avaliação educacional e a subserviência à corporação do ensino privado, por forma que a Constituição proíbe. Os professores, agora em êxtase, esqueceram-se disto? Eu sei que o programa de Governo ainda não é conhecido. Mas só pode resultar do que contém isto e do do CDS. E o do CDS não se opõe a isto.
Nuno Crato é um notável divulgador de ciência e um prestigiado professor de Matemática e Estatística. Em minha opinião, o merecido prestígio intelectual que a sociedade lhe outorga foi trazido a crédito incondicional como político da Educação. No mínimo, o juízo é precipitado. Permito-me sugerir que leiam a sua produção escrita sobre a matéria. Que ouçam, com atenção, e sublinho atenção, a comunicação apresentada em 2009 ao “Fórum Portugal de Verdade” e as intervenções no “Plano Inclinado”. Os diagnósticos não me afastam. Os remédios arrepiam-me. Nuno Crato é um econometrista confesso, que repetidas e documentadas vezes confunde avaliação com classificação. Nuno Crato pensa que se mede a Educação como se pesam as batatas e que muda o sistema de ensino medindo e examinando. E não mudará. Ou muda ele ou não muda nada. Fico surpreendido como os professores deixam passar com bonomia a hipótese, admitida, de contratar uma empresa privada para fazer os exames ou a intenção, declarada, de classificar os professores em função dos resultados. Estes dislates patenteiam pouco conhecimento sobre as limitações técnicas dos processos que advoga e uma visão pobremente parcial sobre o que é o ensino. Nuno Crato, que muitas vezes tem sido menos cauteloso ao apontar o indicador às ciências da Educação, tem agora o polegar da mesma mão virado para ele. Espero que não se entregue às ciências ocultas da Economia para redimir a Escola pública.
...
Texto completo "AQUI"

Ou se enganou, foi enganado ou enganou os professores. Ajudou a crescer a árvore onde será enforcada a sua carreira.

A trajédia da Tormenta


Passos Coelho afirmou que vem aí uma tormenta como nunca vimos desde 1974, enquanto o Presidente diz que falhar seria dramático e que vão ser pedidos aos portugueses. possivelmente, os maiores sacrifícios desde que foi instaurada a democracia. Curiosamente quem o diz é o mesmo personagem que ainda há meia dúzia de meses dava recados ao Sócrates de que os portugueses não podiam ser sujeitos a mais sacrifícios. Que eu veja o que mudou de lá para cá foi o nome do Primeiro-ministro e a cor do partido de governo e isso já liberaliza os sacrifícios, mesmo que muitos economistas por todo o mundo afirmem que a forma como a Alemanha está a tratar os problemas dos países periféricos e endividados só pode conduzir a uma desgraça ainda maior. (Basta ver a Grécia). Eles sabem que é verdade e nada fazem para mudar de rumo, entram pela Tormenta sabendo que o naufrágio é inevitável.
Como dizia o Para Negra num comentário no blog "Zé Povinho", "Quanto aos nossos políticos ainda não percebi de eles não sabem o que fazem ou se, pior, sabem muito bem o mal que estão a fazer! Não me parecem burros, parecem-me mais porcos!

Link

quinta-feira, junho 23, 2011

As tormentas que se anunciam


Pedro Passos Coelho tomou hoje posse como primeiro-ministro do XIX Governo Constitucional, propondo ao país “um novo pacto de confiança”. No discurso preparado para a cerimónia do Palácio da Ajuda, antecipou “mais tormentas”.
Para responder à “estagnação económica” de Portugal, Pedro Passos Coelho anunciou a implementação, a breve trecho, de “um Programa para o Crescimento, a Competitividade e o Emprego, que ataca os bloqueios à produtividade e à iniciativa empresarial e que aposta nos setores dos bens transacionáveis”. Por outro lado, haverá medidas de “desvalorização fiscal” para consubstanciar “uma aposta decisiva na reaquisição de competitividade externa”, uma vez que “é urgente reduzir os custos de contexto” e “acentuar a intensidade concorrencial”. Haverá também um “Programa Nacional de Poupança” com “o intuito de elevar a taxa de poupança par reduzir o endividamento das famílias e das empresas”. O Programa incluirá, segundo Passos Coelho, “um esforço de atração das poupanças dos portugueses que vivem no estrangeiro, travando assim a dependência extrema e insustentável da económica nacional relativamente ao financiamento externo”.

Isto foram coisas que ele disse, o que eu ouvi foram mais sacrifícios. A estratégia parece passar por reduzir o custo com o trabalho aos patrões, aumentar mais os impostos para quem trabalha. Para resolver o problema da nossa dependência externa aposta-se no dinheiro dos emigrantes. Mais do mesmo que só pode vir a dar mais do mesmo, sobretudo agora que com uma emigração mais qualificada, mais disposta a instalarem-se de vez lá fora e sem a mesma disponibilidade de enviar dinheiro para casa. O barco já mete água por todos os lados, vêm ai mais tormentas e este timoneiro com esta navegação só nos pode conduzir ao naufrágio certo.

Triste Nobre


Para acabar de vez com o Assunto do Nobre escolhi utilizar o "Dom Quixote", uma personagem que normalmente associo nos meus bonecos ao Manuel Alegre, mas que desta vez me pareceu a mais apropriada. Nobre, só de nome, derrotado na sua "cruzada" contra os políticos por ter representado exatamente aquilo que os políticos têm de pior. Deu má fama à cidadania e desiludiu muita gente que acreditou que estava ali alguém diferente e para melhor. Nem com o Passos Coelho a fazer o papel de Sancho Pança deixou de fazer figura de um "triste coitado". Só uma capacidade lhe consigo ainda reconhecer, a de ser capaz de destruir uma imagem de honestidade, trabalho e capacidade em seis meses. Até o Sócrates demorou mais tempo a fazê-lo.

quarta-feira, junho 22, 2011

O homem dos impostos para nos tratar da saúde


Para a saúde vem o homem dos impostos. Paulo Macedo, foi o Diretor Geral de Impostos mais mediáticos e também o mais bem pago a peso de ouro. Curiosamente o homem que veio para cobrar impostos era o mesmo que no BCP tudo fazia para o banco pagar o mínimo possível. Agora ascende a Ministro da Saúde para cobrar pelo serviço e, curiosamente, também depois de durante alguns anos ter sido administrador de uma Companhia de Seguros para a Saúde, (Médis). O Serviço Nacional está doente, dizem ele, esperemos é que não o matem da cura.

A nova equipa


A Equipa Técnica

Os titulares

Uns acreditam que só um milagre de Fátima pode resolver os seus problemas, outros cantam o Fado da desgraça e outros acreditam que vai ser com esta equipa que vão ser campeões. Pessoalmente sou menos optimista porque não acredito em Milagres, não canto o Fado nem acredito em "futeboys". Faz lembrar aquelas equipas que contratam um novo treinador, uma nova equipa técnica e um carregamento de jogadores, alguns mais conhecidos e outros que são apresentados como grandes esperanças, e se apresentam como candidatas ao título. O pior é quando começam os jogos e os resultados não correspondem às expectativas criadas e começam os assobios. Ou me engano muito ou esta equipa ainda vai acabar a descer de divisão.

terça-feira, junho 21, 2011

O pagador de promessas


Hoje o Passos Coelho sofreu a sua primeira derrota na Assembleia da Republica mesmo tendo uma coligação que lhe dá uma maioria parlamentar. A palhaçada de ter oferecido o segundo cargo da Nação, na esperança de ganhar uns votos, a uma personagem que de grande representante da sociedade civil se tornou na caricatura de si próprio, o Fernando Nobre, e a necessidade de cumprir uma daquelas promessas que estão sob o olhar de todos a isso obrigou. Uma cruz que teve de carregar e um castigo merecido que o forçou a assumir o papel de pagador de promessas.

O dia da boda


Hoje é o dia do casamento, o dia em que o governo toma posse. Uma imagem para a memória do momento.

segunda-feira, junho 20, 2011

Vida dura para o Crato


Do novo Ministro da Educação, Nuno Crato, sei pouco e tudo o que me lembro dele é de uma passagem pelo "Plano inclinado" ao lado do Medina Carreira. Ora aqui está uma boa altura para quem tanto criticava poder mostrar as suas habilidades, mas como não acredito em fadas e acredito na existência de uma boa Escola Pública e democrática, receio que nada de bom venha dali. O PSD, que a nível de educação praticou uma oposição demagógica em relação às escolas nos tempos negros da Bruxa Lurdes Rodrigues e da sem história para contar, Isabel Alçada, tem agora o problema de ir aplicar as medidas que criticou antes. O Mário Nogueira já deve estar a pensar se as greves e manifestações vão conseguir atingir o tamanho das que conseguiu no consulado PS e os professores é melhor que se preparem para mais do mesmo. Quanto ao Ministro, não conhecendo a sua teimosia nem a sua resistência não consigo prever quanto tempo vai durar, mas não lhe antevejo uma vida nada fácil.

A Ministra da Terra, do Mar e não só


Defendi aqui que a pasta da agricultura do novo governo devia ser dada ao Paulo Portas como castigo por todo o "amor" que mostrava por ela, com criticas constantes às políticas e soluções que pareciam crescer como ervas daninhas, para não falar de já possuir uma das ferramentas essenciais ao bom lavrador, um boné. Claro que, como não é parvo e possui alguma arte, partiu e repartiu e ficou com a melhor parte, os negócios estrangeiros, oferecendo a fava à atual cara feminina do CDS, a Assunção Cristas. (No ultimo governo tinha sido a Celeste Cardona com os resultados que se sabe). Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Território. Pelo menos agora acabaram-se os aborrecimentos da necessidade de várias assinaturas para aprovar projetos mais polémicos, já que pode preparar o terreno, aprovar o projeto e conceder o respetivo parecer ambiental de uma só vez. Casos como o Portucalle, em que a confusão de assinaturas e respetivas datas levantaram suspeitas, deixarão de existir. Mas, se pelo menos não se lembrar de comprar submarinos para arar os campos já não é mau.

domingo, junho 19, 2011

Os braços do Passos Coelho


Li em vários Jornais a lista dos novos ministros e na sua grande maioria diziam que o Miguel Relvas será o braço direito do Passos Coelho o que quer dizer que o Carlos Moedas, como Secretário de Estado adjunto do PM, deverá ser o seu braço esquerdo. Não sei se haverá mais partes do seu corpo que sejam outros Ministros e Secretários de Estado, mas há quem diga que a cabeça poderá ser o Paulo Portas.

O miúdo das privatizações


Uma criança, pobre, a vender os "anéis" que lhe restam.

sábado, junho 18, 2011

incompreensível


O secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, considerou «incompreensível» a tomada de posição do Secretário Nacional do PS de dar indicações à bancada parlamentar socialista para votar contra a candidatura de Fernando Nobre a presidente da Assembleia da República.

Depois de aceitarem e calarem que o CDS, o seu parceiro de governo, recusasse apoiar e votar no Fernando Nobre, o PSD considera "incompreensível" que o PS também não vote nele. Parece-me que o Miguel tem a compreensão um bocadinho lenta, para não dizer desligada, mas quando os votos mostrarem que muitos deputados do próprio PSD também não votaram nele talvez compreenda.

O Piquenique do merceeiro

O Merceeiro mor passa o tempo a criticar o país, talvez ainda dorido por não lhe terem oferecido a PT pelo preço da uva-mijona e mesmo assim tem o direito de fechar a principal avenida de Lisboa por três dias para aí realizar um piquenique de propaganda às suas enormes mercearias. Sei que há quem diga que o homem é um benemérito, que dá emprego a milhares de trabalhadores, que é o maior empregador nacional, esquecem-se é que paga miseravelmente pelos milhares de empregos que ele destruiu quando arruinou no comércio de bairro. Mas, como agradecimento o país ainda lhe vai baixar o famoso TSU, (Taxa social única), que para quem tem tantos trabalhadores representa muitos milhões, mesmo que ele tenha deslocado a sua sede para a Holanda para não pagar os impostos em Portugal. Confesso que fiquei um pouco preocupado quando o vi a fazer campanha, no meio do povinho, ao lado do Passos Coelho porque sei que ele só dá um chouriço a quem lhe dê um porco e não sabemos que porco lhe prometeram.

sexta-feira, junho 17, 2011

O adeus ao Teixeira dos "Bancos"


Outro personagem marcante do ex-governo Sócretino foi Teixeira dos Santos. Ter sido considerado uma vez como o pior Ministro das Finanças da União Europeia, não o impediu de em Portugal muitos o considerarem o melhor do primeiro governo do Sócrates o que fez com que mantivesse a pasta em 2009. A verdade é que com a crise internacional e as políticas erradas e erráticas em que navegou acabou como país naufragado em dívidas e sem dinheiro nos cofres. Agora que parte sem deixar saudades, uns dizem que será o Catroga outros que será, por um pentelho, o Vítor Bento. Seja ele qual for não podemos esperar grandes melhorias pois tudo o que irá de fazer é vender o que é público e dá lucro aos abutres que já se babam, aumentar impostos e cortar em direitos sociais até voltar a acabar o dinheiro da Troika e necessitarmos de estender a mão para pedir mais. De novo só que então estaremos ainda pior do que agora.

A hora do encantamento


Basta ver os sorrisos, ou as falsas caras sérias que se esforçam por apresentar, para se notar a ânsia de poder que por ali vai. Estão apaixonados por ele e como se costuma dizer, "quem feio ama bonito lhe parece. Agora andam nos preparativos do casamento, já marcado, e aguardam o grande dia em que finalmente lhes chamem de Senhores Ministros. Um vai poder deixar de dar como morada um andar em Massamá e dizer que agora tem residência num palacete em São Bento e o outro já deve andar a pensar que fortaleza da linha vai pedir desta vez para casa de férias. Embevecidos como andam, parecem esquecer que após a boda a realidade do dia-a-dia vai chegar, com o trabalho para fazer, as contas para pagar, os pedidos de "emprego" dos "amigos" e "enteados" para não falar das exigências dos "merceeiros", "ardinas, "bancários" e "patos-bravos" que os ajudaram e pagaram o casamento. Depois da lua-de-mel ainda vou ver aqueles sorrisos transformados em cabelos brancos e toda a jovialidade em rugas e caras de pau.

quinta-feira, junho 16, 2011

A máscara partida do adeus


Agora que o governo dos Sócretinos se prepara para dar a vez ao do Coelho/Portas apeteceu-me queimar os últimos cartuchos para fazer mais uns bonecos dessa gente. Para o Engenheiro da Independente escolhi oferecer-lhe esta estatueta da "Máscara partida" para comemorar a sua... partida. É a minha forma de mostrar que podemos enganar algumas pessoas durante algum tempo, mas há sempre um momento em que a verdade se revela e a máscara cai. Infelizmente não foi a primeira nem vai ser a última.

Pelos corredores de Belém


Agora que o Presidente eleito por 25% dos portugueses anda muito apressado em dar posse ao novo governo e que o PS não tem líder pareceu-me boa altura para fazer o retrato da Família Política que andou a passear-se por Belém. Assustador, mas real.

quarta-feira, junho 15, 2011

A atração do poder

A conferência anual de Bilderberg, em que Pinto Balsemão é o único português com estatuto de membro permanente, começou ontem e decorre até domingo em St. Moriz, na Suíça.
Quem vai segue as regras: não fala sobre o convite, o local, a agenda, as expectativas, sobre nada. "Faz parte do protocolo, não faço qualquer comentário." Esta foi a única frase que Clara Ferreira Alves aceitou dizer ao DN sobre a sua participação no restrito clube que se reúne uma vez por ano juntando algumas das pessoas mais influentes a nível mundial entre chefes de Estado e de Governo e outros dirigentes políticos, líderes de empresas, banqueiros.
Por indicação de Pinto Balsemão, a jornalista do Expresso e o economista António Nogueira Leite foram os dois portugueses convidados este ano a conviver de perto com o exclusivo grupo que muitos classificam de secreto e a quem atribuem um forte poder. Como uma espécie de "mão invisível" que controla e orienta decisões-chave em momentos chave, pelo mundo fora.

A Clara Ferreira Alves foi convidada para ir à reunião dos Bilderberg? Porquê? Talvez por razões que a razão desconhece, ou então por outra qualquer.

Profecias da crise


Nouriel Roubini, professor da Universidade de Nova Iorque, avisa para o perigo de, sob as condições ‘certas’, a economia mundial entrar em colapso, a partir de 2013. Os problemas orçamentais dos Estados Unidos, o eventual abrandamento económico da China, a reestruturação da dívida europeia e a estagnação do Japão, aquilo que apelida de uma ‘tempestade perfeita’, podem combinar-se de forma catastrófica, garante um dos homens que previu a crise financeira de 2007-2009.

Ouvi o Medina Carreira explicar porque estamos tramados. Com a globalização, as industrias menos tecnológicas transferiram-se para os países de terceiro-mundo, enquanto as mais emblemáticas ficaram nos países mais ricos do centro da Europa. Para nós e os outros países periféricos não sobrou nada. Qual a solução, perguntou-lhe a jornalista, e ele já ia a dizer que não sabia, mas rapidamente mudou de ideias e transferiu as culpas para o nosso sistema político. Isto no dia em que a União Europeia convocou uma cimeira de urgência dos Ministros da Economia, o rating das dividas dos países cai e os juros batem recordes.
Parece evidente que o mal não está só nas políticas que se seguem, mas especialmente no sistema global em que nos meteram. O sistema é inviável para muitas pequenas economias e ou se muda ou isto tudo dá um enorme estrondo um dia destes. Já tenho alertado para as lições da história e para um possível conflito a nível, agora não mundial, mas global. As duas anteriores grandes crises económicas do século XX acabaram em grandes guerras. (Crise de 1909 - Guerra de 1914 e crise de 1029 - Guerra de 1939). Não acredito em destinos traçados, mas acredito que se nada fizermos, as mesmas causas acabam por produzir consequências iguais.

terça-feira, junho 14, 2011

Nunca mais chega o dia


A defesa de Isaltino Morais está a jogar com todas as manobras processuais que tem ao alcance para atrasar a prisão efectiva do autarca. Apesar do recurso interposto para o Tribunal Constitucional – que não suspende a eficácia do acórdão – o advogado Rui Elói Ferreira arguiu nulidades da decisão condenatória do Tribunal da Relação para o Supremo Tribunal de Justiça, situação que lhe permite ganhar tempo e impedir que a decisão transite em julgado, o que teria como consequência a recolha à cadeia de Isaltino. Se o Supremo Tribunal recusar a arguição de nulidades, a decisão do Tribunal da Relação transita em julgado e, no prazo de dez dias, Isaltino Morais tem que ser detido.

Esticam, esticam, até partir. A justiça em Portugal está montada de tal forma que quem tiver dinheiro para "sustentar" um advogado consegue evitar a prisão até à ultima e muitas vezes conseguir a prescrição do crime. Isto se durante o processo não inventarem um erro judicial ou processual que justifique a anulação do mesmo.
Com tudo isto, alguém já condenado por ter metido as mãos nos dinheiros públicos pode ser reeleito e continuar a manter o cargo. Com esta justiça não há corrupto que hesite.

Governantes. Que responsabilidade?


Tenho visto muita gente, desde petições publicas a responsáveis políticos, a pedirem o julgamento de José Sócrates pelas suas responsabilidades no estado a que chegou o país. Pessoalmente concordo que quem nos desgoverna não pode safar-se somente com responsabilidades políticas, mas estranho que toda esta gente nunca se tenha lembrado disso antes, quando tantos outros nos conduziram a esta situação. Podíamos começar pelo Cavaco Silva e pela forma como delapidou os dinheiros da União Europeia e facilitou a vida a tantos que enriqueceram à sua custa. Quando vemos os "abutres" já a posicionarem-se para atacar o pouco que resta do património que era de todos nós, seja na RTP, na CGD ou em outra qualquer empresa pública e sabemos que daqui a um ano Portugal vai estar pior do que está hoje, poderíamos começar já a preparar a acusação para o próximo governo. Podíamos e devíamos criminalizar a má gestão do país mas tomáramos nós que a nosso justiça conseguisse prender, acusar e condenar os corruptos que há muitos anos se "alimentam" do dinheiro de todos nós. Quando virmos os corruptos presos, quando virmos que os dinheiros do estado estão em mãos de gente honesta então já este país poderá respirar mais descansado.

segunda-feira, junho 13, 2011

Sem cura


No seu discurso, há uns dias, Cavaco Silva falou no caso do doente que não obedeceu às prescrições do médico. «Aos que não aceitam as ordens dos médicos, não se deve dar conselho médico. Não há cura para aquele que não quer ser curado. Não há ventos favoráveis para aquele que não tem rumo e não sabe para onde ir», citou, esclarecendo mais tarde que espera que os portugueses queiram ser curados.

Que raio de médico para a crise tínhamos de arranjar, logo aquele que foi quem nos contaminou com a doença. Para mais não confio sequer no diagnóstico quanto mais na prescrição e mais facilmente vamos morrer da cura que da doença.

Sermão aos inevitaveis


Normalmente escolho para fazer o boneco deste dia, o António, o Costa para Santo António da cidade de que é Presidente da Câmara, mas desta vez pareceu-me que este "Santo" e este "menino" eram mais apropriados. Milagres não espero muitos, sermões demasiados.

domingo, junho 12, 2011

O Povoador


Não ouvi o discurso do 10 de Junho do Cavaco em direto porque, quando liguei o rádio, tinha ficado enjoado com o do António Barreto. Ver um "funcionário" que trabalha para o merceeiro do Pingo Doce, arrogar-se no direito de transformar em urgente desígnio nacional o seu pensamento pessoal sem que ninguém lhe tenha passado uma procuração para isso. Ai a maldita da Constituição que é necessário atirar para o lixo e colocar lá outra bem mais amiga do poder de impor, do poder do dinheiro e do poder de silenciar. Desliguei o rádio enjoado.
Ouvi mais tarde um pouco daquilo que o Sr. Silva tinha dito e, surpreendentemente até concordei com algumas coisas. Estranhei que de o discurso de "não se podem pedir mais sacrifícios aos Portugueses" quando da tomada de posse, tenha passado para um de "os portugueses precisam de aceitar mais sacrifícios", mas concordei quando falou da necessidade de repovoar o país e de refazer a nossa agricultura. Há muito que o defendo mas, há sempre um mas, custa-me ouvir este discurso de quem foi um dos principais responsáveis pelo fim da nossa agricultura quando foi Primeiro-Ministro. Nunca se pagou tanto para arrancar tantas culturas e nunca se desertificou tanto o interior. Estou farto desta política de hipocrisias. Uma nova forma de democracia participativa é urgente.

Uma coisa sem nobreza nenhuma


«Só Nobre atrapalha negociações entre PSD e CDS»
in Diário de Notícias

Este Nobre que se apresentou nas Presidenciais como o mais anti-político dos candidatos, que se mostrou contra o clientelismo e a distribuição partidária de tachos, não necessitou nem de seis meses para se tornar naquilo que dizia criticar. Ansioso por poder e depois de não ter conseguido a Presidência não hesitou em transformar os seus míseros 15% de votos na possibilidade de ser a segunda figura da nação. Pequeno, pequenino demais para merecer o respeito, sobretudo daqueles que votaram nele. Sem experiência parlamentar, dificilmente vai conseguir ser eleito, tanto mais que o voto é secreto e há muitos, mesmo dentro do PSD, que não lhe reconhecem competência para o lugar. Espero que não o consiga para ver como vai reagir. Ele merece isso.

sábado, junho 11, 2011

O WC da política


Segundo Ana Gomes em causa está a "idoneidade pessoal e política" de Paulo Portas, estabelecendo até um paralelo com Strauss-Kahn, ex-director do FMI, a aguardar julgamento em Nova Iorque por alegado abuso sexual de uma empregada de hotel.
Ana Gomes justificou a sua posição com "comportamentos no passado" de Paulo Portas, concretamente a "aquisição de submarinos - lesiva para os contribuintes e para o Estado - de que ele foi o principal responsável como ministro da Defesa", e de ter sido junto do então ministro que "funcionou uma das centrais de informação e calúnia de dirigentes do PS que alimentou o tratamento na imprensa do caso Casa Pia".
A eurodeputada acusou ainda a Procuradoria-Geral da República de ter afastado as duas procuradoras que tinham iniciado a investigação ao caso dos submarinos e de ter rejeitado um pedido seu de investigação às suspeitas levantadas por um periódico francês "sobre dois ministros do governo de Durão Barroso que fariam investidas em meios de prostituição, um deles até disfarçado com cabeleira postiça".
Ana Gomes compara a situação com o caso de Strauss-Kahn, afirmando que a classe política e a imprensa francesas sabiam dos comportamentos "desviantes" do ex-homem forte do FMI e "nada disseram". E conclui: "À atenção do próximo primeiro-ministro, do PR, de todos os responsáveis políticos em Portugal, da imprensa, para que não digam que não sabiam e que não foram avisados."

Dia de Portugal e do Sr. Silva


Ontem foi dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. De Portugal pouco resta agora que a Alemanha e o grande poder económico tudo abafam, do Camões uma matéria chata do nono ano e as Comunidades já não são o que foram porque Portugal também já não é o que foi. Do país, o que sobra é a cultura de oitocentos anos e que nos está incrustada naquilo que somos, do Camões um feriado e das comunidades só as noticias dos êxitos conseguidos pelos jovens, que conseguiram escapar ao destino de trabalhos precários em caixas dos supermercados dos merceeiros Belmiro e Jerónimo Martins e abandonaram o país por este não lhes oferecer alternativas para os conhecimentos e excelência que possuem. Vivemos na era da globalização, do mercado livre e sem fronteiras em que se privilegia o lucro e o capital e se desprezam as pessoas, a sua terra e as suas vidas, a sua cultura. Vivemos numa sociedade e numa economia em que somos inviáveis no mundo que se opõem àquilo que somos. Temos mesmo de escolher se abdicamos da nossa cultura e daquilo que somos, ou do "sonho" que o capitalismo nos vende. Pessoalmente, escolho continuar a ser quem sou.

sexta-feira, junho 10, 2011

A ansiedade


A longa espera pela tomada de posse...e pelo poder.

O eterno Valete que quer ser Rei


António José Seguro, considerado como pertencente à ala mais esquerdista do Partido Socialista, (esquerda no PS?), mais próximo das bases sempre foi um possível candidato que nunca o chegou a ser. Agora parece que é de vez, e vai a jogo. Como esta eleição é para um Secretário Geral "provisório" a sua grande sorte é perder esta eleição, mostrando-se e tentando reservar uma boa posição quando for mais a sério.

Uma carta...descartada


A carta mais fraca e que provavelmente nem irá para a mesa de jogo.

quinta-feira, junho 09, 2011

Quem é amiguinho? Quem é?


A amiga do Sr. Silva, Manuela Ferreira Leite, vai ser agraciada amanhã com uma alta condecoração pelo Presidente da Republica. Condecorações há muitas, de grande espada, de pequena espada, de ferro, de prata e até de lata. De tanto terem sido distribuídas a compadres e amigos ao longo dos anos valem, o que valem para quem ainda valem alguma coisa. Curiosamente, num outro país também em crise, mais pequeno em população mas maior em respeito e justiça, a Islândia, julgam-se em tribunal os culpados por má governação enquanto em Portugal se condecoram. Aliás, neste caso, até quem medalha é o político que mais contribuiu para a situação de desgraça em que nos encontramos hoje.

Um candidato que nunca o será


Este por mais que a comunicação social o queira fazer de candidato a líder do PS ele não vai a este jogo. Aliás o percurso político do António Costa parece já traçado. Recandidata-se a Presidente da Câmara de Lisboa e depois diretamente o lugar do Sr. Silva em Belém. Para quê sujeitar-se ao desgaste de ser líder da oposição e até eventualmente um dia Primeiro-ministro se tem um atalho mais simples e mais rápido para chegar à Presidência. Não é melhor que os outros, só mais inteligente.

quarta-feira, junho 08, 2011

D. Francisco, o conciliador

Rei morto, reizinhos aos pulos. O jogo pela liderança do PS vai começar. Um jogo de personagens menores em que o Francisco Assis parte à frente. Liberalzinho, conciliador e disposto a negociar e partilhar. De Belém à Lapa a maior certeza de que o Partido Socialista facilitará a passagem do fundamental da implementação das ordens da troika do dinheiro.
Contra ele tem a proximidade à imagem do Sócrates, a favor a imagem "vendida" com o mediatismo que isso lhe concedeu.

A Troika labrega


Ontem foi dia de visitas a Belém. Almoço com o Cherne Barroso e lanche com o Ken Coelho. Um veio para transmitir as ordens dos Senhores da Europa e o outro para as receber. Há urgência em fazer o novo governo entrar em funções para que se garanta que os Bancos que têm a divida portuguesa possam receber o seu investimento e que os privados tenham acesso ao pouco que ainda resta do país, mais barato e mais rapidamente. Nós, que abdiquemos daquilo que antes se chamava de dignidade, passou a ser direitos e agora chamam de regalias, como ter um emprego, um horário de trabalho ou um salário. O que antes se chamava de direitos sociais, como um Serviço Nacional de Saúde, escola pública ou segurança social tem de rapidamente ser transformado em lucro privado.O que era de todos tem de passar a ser de alguns, os mesmos que lucram milhões e nos recusam 25 euros de aumento no salário mínimo. Agitam-se as massas, infelizmente não as populares, mas as outras, em torno dos ossos, que a carne já nos comeram à muito.