Recentemente participei numa conversa sobre novas alternativas para uma nova democracia, no Regueirão dos Anjos, organizada pelos Indignados de Lisboa. Se em comum a todos há um desejo evidente de uma democracia mais participativa e todos sabem qual o objectivo final, existe também a urgência de escolher o caminho e a melhor forma de o alcançar. Não vou aqui relatar as alternativas apontadas, as opiniões e as ideias debatidas, até porque foram muitas. Prefiro falar um pouco das razões que nos levam a essa urgência que penso serem principalmente duas. A primeira e mais lógica, as razões económicas criadas pela globalização capitalista, a subserviência do poder politico aos mercados especulativos e a sua voracidade e ganancia, sem respeito pela dignidade das pessoas nem remorsos pela pobreza, miséria e morte que causem. Um retrocesso civilizacional, nas condições de vida, dos direitos e da própria liberdade. A segunda vem das do surgimento dos computadores, da era da comunicação global e nas consequências que isso teve, não só do ponto de vista técnico e da possibilidade da comunicação e partilha da informação, como na nossa própria forma de pensar e raciocinar. Hoje temos uma forma diferente de apreender a realidade, de aceder ao conhecimento que faz com que a democracia que serviu aos nossos avós hoje e insuficiente. Hoje temos o desejo e a possibilidade de conseguir um avanço no conceito de democracia e de participação nas decisões e escolhas para a nossa vida. Por todo o mundo esta vontade surge e manifesta-se, com indignação pelas injustiças e roubos, exigindo a mudança. O mundo mudou, mas também nós mudámos e é isso que o poder teme. É esse medo que a cada grito por mais democracia eles reagem com menos liberdade e mais autoritarismo. A própria democracia que os serviu e de que se serviram para serem hoje poder, começa a ser incomoda porque não cala o protesto e a indignação, cada vez mais global e forte. Novas ditaduras ou uma ditadura global são um dos perigos que temos pela frente, mas também novas democracias, um mundo ligado nas preocupações e nas soluções, na solidariedade entre todos também está à nossa frente. Não podemos por isso ter medo e não exigir essa nova democracia, mais participativa, justa e livre.
Para além de ainda existirem por aí uma ou outra ditadura pura e dura (Coreia do Norte, China, Bielorrússia, alguns países do Magrebe e África), uma ou outra mais "suave", outras ainda chamadas de "musculadas", bem, há para todos os gostos, todas elas têm uma coisa em comum: controlo absoluto da comunicação social (internet incluída) por parte do poder instituído e falta de liberdades fundamentais.
ResponderEliminarSe no chamado mundo ocidental as coisas ainda não são assim, para lá caminhamos.
o SOCIALISMO afundou a EUROPA
ResponderEliminarOLHO VIVO , PORTUGUESES