sábado, agosto 24, 2013

Desamparem a loja


 Segundo Pires de Lima, o novo Ministro da Economia a função do Estado é desamparar a loja, isto é deixar tudo ao alcance doa chacais e da lei do mais forte. Quem tem dinheiro pode ter tudo e fazer tudo, quem não tem que se lixe. No sistema financeiro foi exactamente essa desregulamentação que levou aos abusos e à crise que nos colocou nesta posição. Ambiente, cultura, património, nada é sagrado e tudo passa a estar ao alcance de quem o puder pagar. Sem regulamentação a corrupção tem campo livre para funcionar sem mesmo correr o perigo de ser considerada corrupção. Tudo passa a ser negócio. Antes a Máfia fazia-o pois o negócio sobrepunha-se a tudo, agora a Máfia é o próprio Estado.

3 comentários:

  1. Esta para mim ainda foi pior - "...claro que a situação na Síria e no Egipto é boa para o nosso turismo...."

    Como pode alguém no seu perfeito juízo dizer tal coisa. Quer dizer, na ideia deste tolo quanto mais de prolongar "aquilo" melhor será para "nós".

    Que filha-da-puta de frase, foda-se.

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  2. Todos estes filhos de putas são lacaios do nacional socialismo,que sobreviveu do regime do hitler e se regenerou e estão novamente a governar o mundo,e instalaram-se em portugal por via de cavaco,estão a pilhar, escravizar e parasitar o país graças a esses filhos de putas.só mereciam que se prendessem a uma parede e fossem mortos á pedrada!

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  3. Estou cansado, pá
    Cansado e parado por dentro
    Sem vontade de escolher um rumo
    Sem vontade de fugir
    Sem vontade de ficar
    Parei por dentro de mim
    Olho à volta e desconheço o sítio
    As pessoas, a fala, os movimentos
    A tristeza perfilada por horários
    Este odor miserável que nos envolve
    Como se nada acontecesse
    E tudo corresse nos eixos.
    Estou cansado destes filhos da puta que vejo passar
    Idiotas convencidos
    Que um dia um voto lançou pela TV
    E se acham a desempenhar uma tarefa magnífica.
    Com requinte de filhos da puta
    Sabem justificar a corrupção
    O deserto das ideias
    Os projectos avulso para coisa nenhuma
    A sua gentil reforma e as regalias
    Esses idiotas que se sentam frente-a-frente no ecrã
    À hora do jantar para vomitar
    O escabeche de um bolo de palavras sem sentido
    Filhos da puta porque se eternizam
    Se levam a sério
    E nos esmigalham o crânio com as suas banalidades:
    O sôtor, vai-me desculpar
    O que eu quero é mandá-los cagar
    Para um campo de refugiados qualquer
    Vê-los de Marlboro entre os dedos a passear o esqueleto
    Entre os esqueletos
    Naquela mistura de cheiros e cólicas que sufoca
    Apenas e só -- sufoca.

    Estou cansado
    Cansado da rotina
    Desta mentira que é a vida
    Servida respeitosamente
    Com ferrete
    Obediente
    Obediente.

    Estou cansado de viver neste mesmo pequeno país que devoram
    Escudados pelas desculpas mais miseráveis
    Este charco bafiento onde eles pastam
    Gordos que engordam
    Ricos que amealham sem parar
    Idiotas que gritam
    Paneleiros que se agitam de dedo no ar
    Filhos da puta a dar a dar
    Enquanto dá a teta da vaca do Estado
    Nada sabem de história
    Nada sabem porque nada lêem além
    Da primeira página da Bola
    O Notícias a correr
    E o Expresso, porque sim!
    Nada sabem das ideias do homem
    Da democracia
    Atenas e Roma
    Os Tribunos e as portas abertas
    E a ética e o diálogo que inventaram o governo do povo pelo povo
    Apenas guardam o circo e amansam as feras
    Dão de comer à família até à diarreia
    Aceitam a absolvição
    E lavam as manápulas na água benta da convivência sã
    Desde que todos se sustentem na sustentação do sistema
    Contratualizem (oh neologismo) o gado miúdo
    Enfatizem o discurso da culpa alheia
    Pela esquizofrenia politicamente correcta:
    Quando gritam, até parece que se levam a sério
    Mas ao fundo, na sacristia de São Bento
    O guião escrito é seguido pelas sombras vigentes.

    Estou cansado
    Cansado da rotina
    Desta mentira que é a vida
    Servida respeitosamente
    Com ferrete
    Obediente
    Obediente.

    Estou farto de abrir a porta de casa e nada estoirar como na televisão
    Não era lá longe, era aqui mesmo
    Barricadas, armas, pedradas, convulsão
    Nada, não há nada
    Os borregos, as ovelhas e os cabrões seguem no carreiro
    Como se nada lhes tocasse -- e não toca
    A não ser quando o cinto aperta
    Mas em vez da guerra
    Fazem contas para manter a fachada:
    Ah carneirada, vossos mandantes conhecem-vos pela coragem e pela devoção na gritaria do futebol a três cores
    Pelas vitórias morais de quem voa baixinho
    E assume discursos inflamados sem tutano.

    Estou cansado
    Cansado da rotina
    Desta mentira que é a vida
    Servida respeitosamente
    Com ferrete
    Obediente
    Obediente.

    Estou cansado, pá
    Sem arte, sem génio, cansado:
    Aqui presente está a ementa e o somatório erróneo do desempenho de uma nação
    Um abismo prometido
    Camuflado por discursos panfletários:
    Morte aos velhos!
    Morte aos fracos!
    Morte a quem exija decência na causa pública!
    Morte a quem lhes chama filhos da puta!
    - E essa mãe já morreu de sífilis à porta de um hospital.
    Mataram os sonhos
    Prenderam o luxo das ideias livres
    Empanturraram a juventude de teclados para a felicidade
    E as famílias de consumo & consumo
    Até ao prometido AVC
    Que resolve todas as prestações:
    Quem casa com um banco vive divinamente feliz
    E tem assistência no divórcio a uma taxa moderada pela putibor.
    Estou cansado, pá
    Da surdez e da surdina
    Desta alegria por porra nenhuma
    Medida pelo sorriso de vitória do idiota do lado
    Quando te entala na fila e passa à frente
    É a glória única de muita gente
    Uma vida inteira...

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