Segundo os sindicatos e não desmentido por ninguém, nesta sexta-feira mais de 200 mil manifestantes desceram em festa a Avenida da Liberdade num belo dia de sol. A maior manifestação de sempre, dizem.
Uma vez mais se cumpriu o dia da manifestação da Primavera. Eu estive presente, como sempre, não por considerar que sejam importantes para alcançar resultados ou defender direitos, mas por aquilo que poderia representar o não lá estar. Desconfio dos resultados porque não acredito que baste desfilar numa avenida, mesmo que esta se chame liberdade, fazer uns discurso, gritar umas palavras de ordem e voltar calmamente a casa para mudar seja o que for. A realidade mostra que estas “lutas” para defender ou protestar nunca impediram a perda daquilo que não se queria perder. Basta ver o código de trabalho para se ter um bom exemplo. Nestas manifestações tira-se mais a “pressão à panela” que se coloca pressão sobre os governantes. Eu acredito na necessidade de se ser mais “duro”, de fazer exigências e exigir que sejam cumpridas sob a ameaça de se radicalizarem mais as lutas. Não ameaçando com mais manifestações ou um dia de greve para mais tarde, mas com greves mais longas e duras que paralisassem o país. Isso iria exigir sacrifícios de todos nós, para alguns enormes sacrifícios, mas nenhuma luta se ganha sem eles, sem determinação e sem confiança numa vitória final. Bastava que nos mostrassem que a “guerra” era para ganhar que os sindicatos, como nossos “generais” não aceitariam compromissos, “memorandos”, ou desistências e comprometendo-se a ir até ao fim. Tudo é possível de ser feito. Não temos de nos acomodar a um “fado” que esteja traçado e impossível de mudar. Há alternativas, há outras formas de organização social, outras maneiras de vivermos as nossas responsabilidades no nosso destino. Podemos fazê-lo, basta que haja a vontade. Estarão os sindicatos dispostos a isso ou vão continuar a preferir fazer mais uns passeios sazonais pela avenida?
Uma vez mais se cumpriu o dia da manifestação da Primavera. Eu estive presente, como sempre, não por considerar que sejam importantes para alcançar resultados ou defender direitos, mas por aquilo que poderia representar o não lá estar. Desconfio dos resultados porque não acredito que baste desfilar numa avenida, mesmo que esta se chame liberdade, fazer uns discurso, gritar umas palavras de ordem e voltar calmamente a casa para mudar seja o que for. A realidade mostra que estas “lutas” para defender ou protestar nunca impediram a perda daquilo que não se queria perder. Basta ver o código de trabalho para se ter um bom exemplo. Nestas manifestações tira-se mais a “pressão à panela” que se coloca pressão sobre os governantes. Eu acredito na necessidade de se ser mais “duro”, de fazer exigências e exigir que sejam cumpridas sob a ameaça de se radicalizarem mais as lutas. Não ameaçando com mais manifestações ou um dia de greve para mais tarde, mas com greves mais longas e duras que paralisassem o país. Isso iria exigir sacrifícios de todos nós, para alguns enormes sacrifícios, mas nenhuma luta se ganha sem eles, sem determinação e sem confiança numa vitória final. Bastava que nos mostrassem que a “guerra” era para ganhar que os sindicatos, como nossos “generais” não aceitariam compromissos, “memorandos”, ou desistências e comprometendo-se a ir até ao fim. Tudo é possível de ser feito. Não temos de nos acomodar a um “fado” que esteja traçado e impossível de mudar. Há alternativas, há outras formas de organização social, outras maneiras de vivermos as nossas responsabilidades no nosso destino. Podemos fazê-lo, basta que haja a vontade. Estarão os sindicatos dispostos a isso ou vão continuar a preferir fazer mais uns passeios sazonais pela avenida?
Um dos melhores posts que aqui li.
ResponderEliminarObviamente que estou de acordo.
Que confusão Kaos!
ResponderEliminarQue incapacidade de ler a realidade.
Que incompreensão do processo histórico e do político e particular.
O Kaos é um típico esquerdista, dum radicalismo oco, sem sentido e que o leva a não ver nem perceber o grandioso em que participa.
Não se ofenda, porque a intenção não é ofender.
A grandiosidade da manifestação comprova que o discurso oficial da resignação, da irresponsabilidade do governo pela crise, da bondade das medidas que está a tomar não está a ganhar a população.
Pelo contrário. Os trabalhadores das mais variadas profissões disseram que não são eles que devem pagar a crise para a qual nada contribuíram.
E a sua massiva presença comprova que há força para resistir e, quem sabe, vencer, conquistar os céus.
Indo mais fundo, poderia dizer que se sente a falta da União Soviética. Mas aí é que saltava a tampa ao Kaos, como a muitos outros, que passam a vida a disparar para os pés e que depois se surpreendem pelas dificuldades no andar.
BG:
ResponderEliminarTalvez seja tudo isso que dizes, mas há muito que desço a avenida e a liberdade está cada dia mais longe. Isto já são mais celebrações que protestos. Que temos ganho em todo este tempo? Leis de desemprego, precariedade, baixos salários e capitalistas cada vez mais ricos. Será que este é o caminho certo? Eu acredito que as lutas se ganham lutando.
Nã há duvida que Kaos é um esquerdista, e depois (!), penso que isso até não o ofenda. Já BG, não sei bem o que será, um iluminado, talvez.
ResponderEliminarSaudações e... Kaos na terra e paz aos homens de boa vontade ;)
O que é ser esquerdista ??
ResponderEliminarEstou totalmente de acordo com o Kaos e também sinto que, de há uns tempos para cá, as manifs e as greves ( de um dia) servem apenas para cumprir rituais.
http://Anitanosupermercado.vox.com
Kaos
ResponderEliminarè verdade, não podemos ficar ficar pelos desfiles da Liberdade. A acção tem que acompanhar o pensamento.
A ritualização guerreira de mostrar o exercito ao inimigo devia ser o início da batalha.
Isabel:
ResponderEliminarJá nadamos a mostrar o exercito há anos demais. Está na hora da batalha
Eu gostava de concordar com o que dizem. A sério que gostava. Mas, lamento, não posso.
ResponderEliminarNem concordar, nem discordar. Porque, não sei se repararam, mas escreveis palavras mas não dizeis nada.
O que é é que pretendem? O que é que se deve fazer no concreto? E, se se pode e deve fazer, porque não fazeis?
BG:
ResponderEliminarCompreendo que não possas concordar. Nem todos pensamos igual. Pedes alternativas. Pois aqui estão algumas.
Uma greve geral ilimitada, manifestações com o cerco aos orgãos do poder, a ocupação de fábricas em que o patrão ameace fazer despedimentos ou deixe de pagar salários, não cumprimento e ruptura com as ordens da UE, ...etc. Soluções existem basta que haja a vontade de as executar. Infelizmente as organizações dos trabalhadores estão institucionalizadas, aburguesadas e vivem no e do sistema. As revoluções fazem-se na luta e quando o poder não respeita os cidadãos e produzem a pobreza e a miséria. Não é isso que se passa em portugal?
Para dizer a verdade também me vou desiludindo com este blogue, que sempre achei muito bom. Não que discorde que a luta é para continuar, como disse o autor deste post. Nem que ponha de parte a radicalização das lutas, a ser necessário.
ResponderEliminarO que me desilude é ver que entre aqueles que escolheram o caminho da luta, junto com as massas, o povo, enfim, os que mais sofreram com estas políticas antes e depois da crise, como Jerónimo de Sousa, são quase tão facilmente atacáveis que os grandes responsáveis pela situação a que este "jardim" chegou: os oportunistas, corruptos e no verdadeiro sentido da palavra, os mentirosos como Sócrates, Vieira da Silva, Santos Silva.
Ninguém disse que a luta por direitos era fácil. É preciso transformar a desunião em união, convergir vontades, juntar-mo-nos ombro a ombro. E este post, desculpa dizer-to, mas não ajuda nada nesse sentido.
De resto concordo com o (ou a) BG. A extraordinária maniestação prova que não somos um poucos que achamos que é possível uma vida melhor neste país, mas sim somos muitos que estamos cá para lutar para isso. Isto é de valorizar imenso, particularmente nos dias que correm.
Em todos os bons blogues de esquerda - tempo das cerejas, anónimo séc. xxi, cantigueiro - vejo palavras de ânimo. Só aqui vejo a arma apontada para o lado errado.
Às vezes é mesmo imperativo dar ânimo!
Um abraço
Miguel:
ResponderEliminarTambém eu penso que é necessário animo e força para lutar, mas o que dá mais desanimo que lutar e não ver resultados. Não sou contr o Jeronimo nem contra ninguém da esquerda, mas perante a situação catastrofica para que caminhamos, perante o desespero de tantos será que podemos continuar com discursos e protestos esquecendo os resultados? Eu acredito que não, que é necessário fazer algo mais. Quem possui a organização e a possibilidade de iniciar uma verdadeira revolta são os sindicatos e não compreendo, (ou prefiro não compreender), porque fica tudo na mesma. O que digo é que estou farto de desfilar e mesmo assim perder direitos. Farto de fazer greve e ver amigos atirados para o desemprego. Farto de ver os poderosos deste país fazer o que querem e as lutas em que participo pouco ou nada os afectarem. Vamos continuar alegremente a caminho de uma vida pior? Eu, já tenho a minha feita e melhor ou pior sobreviverei, mas tenho filhos jovens e não lhes quero deixar um mundo e um país como este. Por eles estou disposto a lutar e a mudar as coisas. Tu não queres Miguel?
Não acredito que aqui atire contra o lado errado e as minhas palavras não são de desmobilização, o que procuro é que alteremos as formas de luta e que avancemos. Assim não vamos lá.
Há alternativas, há outras formas de organização social, outras maneiras de vivermos as nossas responsabilidades no nosso destino. Podemos fazê-lo, basta que haja a vontade. Estarão os sindicatos dispostos a isso ou vão continuar a preferir fazer mais uns passeios sazonais pela avenida?
ResponderEliminar-Tens aqui a resposta à tua própria pergunta, mas também te digo que OS SINDICATOS NÃO ESTÃO INTERESSADOS EM MAIS NADA A NÃO SER EM PASSEATAS SAZONAIS.
É PENA...
BEIJÃO GRANDE
Greve Geral ilimitada? Cerco aos Orgãos do Poder? E quem é que ia fazer isso? 200 mil pessoas??! Ainda temos a possibilidade de manifestação, e no sistema em que vivemos isso ainda é muito importante. Sobretudo para mobilizar as pessoas e tentar mostrar aos que não sabem que somos governados por imcompetentes e irresponsáveis. O tempo das revoluções, aqui em Portugal, já acabou. As revoluções só são possíveis em regimes como o que tínhamos antes de Abril de 74. Ou seja as revoluções fazem-se contra regimes fascistas, tiranos,opressores, despóticos, assassinos e quejandos. Hoje em Portugal apesar de vivermos uma espécie de ditadura económica (semelhante a todas as outras do chamado mundo ocidental), apesar de todas as injustiças quotidianas, as pessoas não são presas nem mortas nem oprimidas por polícia ou exército.
ResponderEliminarQualquer revolução que fosse posível fazer, não iria ser entendida pela maioria do povo, digo eu.
O que é necessário fazer é trabalhar para que o sistema de justiça melhore, e que o povo se instrua através de um sistema educativo implementado com pés e cabeça.A cultura, que tanta falta faz, virá naturalmente.
Se tudo começasse a correr bem hoje, talvez os nossos filhos venham a ser bons cidadãos, conhecedores, bem formados, participativos, interventivos e com os olhos bem abertos.
É necessário continuar a denunciar todas as injustiças deste Mundo, e as manifestações de rua são um excelente meio de veícula-las. Menosprezar uma manifestação de 200 mil pessoas é imitar a postura dos governos que fazem 30 por 1 linha para desvalorizar essas mesmas manifestações. Porquê? porque sabem que quem se manifesta tem razão.
Acho que é positivo haver blogs mais duros,que sejam uma pedrada no charco.
ResponderEliminarFoi bom haver uma grande manif, como foi muito bom conseguir a unidade dos profs, com grandes manifs.
Mas penso que a nossa democracia está demasiado formal.
As lutas têm-se resumido às lógicas de afirmação dos partidos e sindicatos (que é necessária e importante!), mas fica por aí......
Precisam ambos de ter como objectivo principal a resolução dos problemas das pessoas.
O exercício do poder pelo PS e PSD tem levado todos sabemos onde. O actual PS é confrangedor! Tudo se cala perante um tecnocrata, fala-barato, chico-esperto! E a realidade mostra bem onde se chegou - por ex: a descredibilização paradigmática da Educação pelos erros do Magalhães. Que autoridade moral para governar? E os imbróglios da Justiça? Passa tudo em nome da estabilidade.....................
Agora, a esquerda não pode deixar de se auto-criticar, regenerar, criar condições de acesso nos sindicatos a camadas jovens para se renovar,fortalecer e entender bem os problemas reais e as suas hipóteses de resolução.
A situação é grave e a geração dos nossos filhos (tenho uma filha investigadora e post-doutorada que vive de bolsas de 12 meses aos 35 anos)está muito ameaçada.Claro que há casos muito piores e é por tudo que luto em associações, sindicatos e em voluntariado aqui no meu país e em África.
Faríamos sacrifícios por causas justas e honestas!O que vemos é a corrupção ser tolerada, disfarçada como normal ......................
e a democracia ( cada vez mais pseudo) já tão descaracterizada.
Difícil o Futuro!
Agir é preciso!
Professora de alma e coração
Os que me conhecem quer pela blogosfera quer pessoalmente sabem que não sou letrado nem sequer intelectual, por isso aqui vai a minha (humilde) colaboração.
ResponderEliminarComo diz o Kaos que nos traz de novo (atitudes concretas por parte do poder) estas manifestações por muito boas que sejam as suas intenções, nada. O desemprego aumenta, a precariedade e a exploração idem, o capitalismo continua a manobrar, os ricos mais ricos, etc..
Se pretendem com as mesmas enfraquecer o poder penso que não é por estarem 200 mil na rua, gritando palavras de ordem que se ouvem há 35 anos, que o mesmo se vai demitir ou alterar as políticas, para mal dos nossos pecados todos sabemos que assim é.
Agora se estes mesmos 200 mil (nem eram preciso tantos) se concentrassem num qualquer local estratégico (Praça do Comércio, por exemplo) e não arredassem pé, se mantivessem ali, com a solidariedade quer de sindicatos quer dos partidos de esquerda, aí sim, a luta era concreta e efectiva, mas para isso era necessário coragem e vontade, coisa que não vislumbro. Como alguém afirmou “OS SINDICATOS NÃO ESTÃO INTERESSADOS EM MAIS NADA A NÃO SER EM PASSEATAS SAZONAIS.
É PENA...”
Meus amigos, com retórica mais ou menos inflamada não há governo nenhum que mude, pela acção do voto todos sabemos o que irá acontecer, (sem maioria, o PS coliga-se ao CDS) e então vai ser pior ainda, por isso, só com acções concretas, e quais são elas, insurreição popular. Para tal temos de deixar de ser burgueses, pensarmos só em nós ou os outros que resolvam e passarmos a ser verdadeiros revolucionários, já que temos de fazer sacrifícios (pelos vistos só alguns o fazem) então vamos à luta, fábrica encerrada é fábrica ocupada. Sei que tais acções iria custar vidas, mas podem crer, só assim se poderá alterar algo. “Ontem era fácil encaminhar as coisas no sentido que o Povo desejava. Hoje ainda se pode conseguir. Amanhã só com outra revolução. Paciência. Se para salvar o Povo, necessário for arriscar de novo a vida, estou/estamos prontos”
Abraço
Para salvar o povo...se for preciso vai de novo arriscar a vida ??????? heheheheheh grande otário com a mania que é libertador ahahahahahahahahah
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