domingo, fevereiro 27, 2011

Brincar às guerras


Um telegrama divulgado pela WikiLeaks e enviado para Washington pelo então embaixador dos Estados Unidos em Lisboa, Thomas Stephenson, arrasa os negócios do Ministério da Defesa português.
“No que diz respeito a contratos de compras militares, as vontades e acções do Ministério da Defesa parecem ser guiadas pela pressão dos seus pares e pelo desejo de ter brinquedos caros. O ministério compra armamento por uma questão de orgulho, não importa se é útil ou não. Os exemplos mais óbvios são os seus dois submarinos (actualmente atrasados) e 39 caças de combate (apenas 12 em condições de voar)”,
Nas mensagens enviadas a Washington, o embaixador passa a imagem de um país de “generais sentados”, dizendo que o Ministério da Defesa não é capaz de tomar decisões e que “os militares têm uma cultura de status quo, em que as posições-chave são ocupadas por carreiristas que evitam entrar em controvérsias”. O embaixador sublinha ainda que o dinheiro na Defesa é gasto de forma imprudente e que Portugal tem mais almirantes e generais por soldado do que quase todas as outras forças armadas.

Assim se mostra a utilidade das nossas forças armadas sem força para fazer frente a qualquer armada. Assim se mostra que, como não temos nem o dinheiro, nem razões que justifiquem os muitos milhares de milhões que se gastam na sua manutenção, mais um pasto para generais que uma necessidade efectiva. A cada vez maior "policiatização" das forças armadas representa mais a necessidade de o poder as utilizar mais para se defender dos seus próprios cidadãos que de uma qualquer ameaça estrangeira. As revoltas nos países do Magrebe, com a Líbia à cabeça, são disso um bom exemplo.

7 comentários:

  1. kaos agora você está de acordo com os americanos
    ???!!!!!......?!!?!?

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  2. Os telegramas são interessantes porque revelam as verdades que não se dizem em público. Os regimes do Mediterrâneo Sul estão em dificuldades, muito por conta das revelações de corrupção e desgoverno originárias dos telegramas divulgados pelo wikileaks.

    Os detalhes ainda são escassos, mas se se confirmar o que já apareceu noticiado, vem aí terramoto. Isto é apenas a ponta do icebergue; o governo português, enquanto corta em efectivos e salários, multiplica as despesas em contratos milionários com empresas privadas, a título da "modernização administrativa" ou "e-government". Para muitos, é a grande mama.

    Tal como na defesa, muitas vezes isso deve-se mais ao desejo de ter um novo brinquedo do que a necessidades reais. Há coisas extremamente mal feitas, como o novo cartão do cidadão, que apenas acrescenta mais uma camada de burocracia sobre as já existentes. Para o lucro, quanto mais complexo melhor.

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  3. Imagine-se se fosse revelada TODA A MERDA que se faz neste País!
    Era o descalabro total!
    E o mais grave é quererem fazer-nos
    acreditar em toda esta gentinha
    enterrada em "porcaria" até aos
    cabelos!...

    Zé de Aveiro

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  4. anonimo 21:17
    O kaos não está de acordo ou em desacordo com ninguém. Olho para a realidade que nos apresentam e tento ler por detrás da mentira e do engano. Algumas vezes acerto, noutras erro, mas não aceito é a subjugação a interesses. A verdade existe, está é muitas vezes escondida no segredo e na manipolação.

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  5. Apesar de eu ser de acordo que não necessitamos de tropa para nada a não ser alguma marinha (leia-se fragatas) para patrulhamento da costa e da Força-Aérea para missões de socorro, os americanos ficaram fo....di.....dos pelo Portas comprar os submarinos aos alemães e o Severiano comprar uns aviões velhos aos holandeses, provavelmente as comissões dadas por estes foram mais generosas.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Em minha modesta opinião, as F. Armadas que tínhamos antes -- baseadas no Serviço Militar Obrigatório, equipadas ligeiramente e com maioria de armamento e munições fabricados em Portugal --- eram as que mais convinham ao país. No caso de acontecerem invasões dos "bárbaros do sul" --- que, quando a fome aperta, tudo pode acontecer --- estas F.A. não servem para nada. Aliás, com o despovoamento em curso do interior do país, chegavam a Lisboa num dia. O que seria preciso era ter um território bem povoado, com uma população com algum treino militar. Mas o lucro exige outra coisa...

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