terça-feira, fevereiro 07, 2012

Uma nação com um estranho amor-próprio




"Uma nação que tem amor-próprio não anda de mão estendida, nem a lamentar-se, cumpre os seus compromissos e volta-se a erguer". "Nós simplesmente como gente adulta e madura vamos cumprir o que lá está. Custe o que custar".
Passos Coelho na Assembleia da Republica

Engraxar-lhe as botas e ser obediente à voz da Merkel não é demonstrar ter muito amor-próprio e certamente que cumprir os compromissos nunca pode obrigar uma nação a ser submissa e cobarde. É que para alguém se voltar a erguer tem que se ter coluna. Depois, como o homem com quem o patrão gritou no trabalho, que quando chega a casa descarrega na mulher; o coelho, chega a Portugal e arma-se em durão. Avisa que o que ele decide é para ser cumprido "custe o que custar". É que a ele não lhe custa nada, nem a ele nem aos amigos e compadres que nunca vão passar por necessidades quanto mais por fome ou miséria. A eles nunca faltará empregos nem favores a receber. A eles nunca lhes custará nada nem saberão o que é viver sem perspectivas, sem futuro, sem dinheiro para não perder a casa nem para alimentar os filhos. Não lhse custarás nada porque nunca lhes custou nada porque não sabem o que isso é, porque nunca perceberam que as pessoas são gente como eles. Como eles não, melhor que eles felizmente.

8 comentários:

  1. Anónimo7/2/12 14:14

    Aqui está um azeiteiro a dar graxa à patroa !

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  2. Este gajo é uma autêntica nulidade....Também o que se pode esperar de um sujeito que nunca fez nada na vida? um sujeito que se forma ao 37 anos, sabe-se lá como e que serve de moço de recados do amigo Ângelo?

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  3. Este nem engenheiro com "e" minúsculo é. Anda a dizer que somos piegas, pois acho que sim, festejemos o Carnaval à antiga portuguesa!

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  4. Anónimo7/2/12 22:07

    talvez , talvez....bastante possivel mas se oa 2 ou 3 animais que lá estiveram antes tivesse tido 2 palmos de testa, e menos 2 de demagogia, não estariamos agora à rasca. quando deves dinheiro quais são as alternativas? baixar a cabeça e pagar. que querem? foi o esbanjar público e provado sem pensar no amanha!

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  5. Anónimo7/2/12 23:16

    Acho bem que se cumpram os compromissos mas o esforço a que estamos obrigados vai para além do compromisso.É verdade que houve dinheiro esbanjado mas por quem? Criminalize-se o desvio das contas publicas,prendam os culpados. Não há-de ser dificil investigar o que está á vista de todos e tem sido feito á descarada.

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  6. Essa do compromisso é treta, há gente que meteu água em investimentos falhados e que tem que pagar o devido preço por isso. Além disso, isto está a ser usado como desculpa para um tipo de ataque que já foi usado na América do Sul, e que resultou na destruição do tecido social -- veja-se o caso do México -- e no saque de países inteiros. Há um livrinho de Naomi Klein, de título "The Shock Doctrine, The Rise of Disaster Capitalism", que explica tudo, tintim por tintim, e que é de leitura obrigatória para todos os que, como a avestruz, (ainda) enterram a cabeça na areia.

    Pois quem fica parado ante a aproximação do predador, sem esboçar um gesto de defesa ou sequer de fuga, o que é que merece? Não valerá a pena, depois, chorar, quando já estiver a ser trincado pelas mandíbulas do predador. É preciso agir ANTES.

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  7. Vi agora que há uma tradução, editada em português de Portugal, em 2009, do livro de Naomi Klein, que se chama "A Doutrina do Choque". Vale a pena ler.

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  8. "A operação foi um sucesso mas o paciente morreu"

    (Tommaso, em "La Notte", de Michelangelo Antonioni)

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