
O único membro do governo que parece mostrar mais desacordo dos inquiridos é Freitas do Amaral, o que a mim me parece ser uma injustiça. Só mesmo a campanha histérica, feita pelos média, em nome de uma dita “liberdade de expressão, pode justificar tais resultados. Freitas tomou a posição mais correcta ao criticar as malfadadas caricaturas, não por uma questão de ser contra a liberdade de expressão, mas sim por terem sido feitas com intenções assumidamente provocatórias. Não estamos aqui a falar de problemas que um qualquer pobre desgraçado tenha tido por uma ideia que lhe passou pela cabeça, mas sim de uma série de “maus” desenhos realizados para testar até que ponto iriam os muçulmanos aguentar até se revoltarem. A resposta foi dada e sem qualquer dúvida da pior maneira. Tão inaceitáveis são as causas que motivaram os protestos como a forma que esses mesmos protestos assumiram.
De novo veio agora Freitas do Amaral assumir uma posição de grande coragem ao denunciar o facto da comunidade internacional ter dois pesos e duas medidas ao criticar a afirmação do Hamas quando assumiu a posição de poder realizar actos terroristas contra dirigentes Israelitas, mas se calou quando Israel ameaçou mandar matar os lideres do Hamas, também eles eleitos pelo seu povo. Dois pesos e duas medidas de quem deveria ser o fiel da balança num conflito que já tanta morte causou e de que todos nos devemos envergonhar.
Independentemente da “vendeta” em que o CDS anda empenhado para denegrir a imagem de Freitas do Amaral a verdade é que as suas posições são as mais honestas e não hesita em atacar quem usa da hipocrisia na política internacional. Há finalmente quem, em Portugal, não mostre medo dos EUA ou de Israel. Os factos são factos e as verdades são para serem ditas. Os anos em que ocupou a posição de Presidente da Assembleia-geral da ONU deram-lhe uma visão e uma coragem que são de aplaudir.
Só espero que a imagem que procuram vender da sua popularidade não venha, mais cedo ou mais tarde, a fazer com que Sócrates o acabe por descartar em nome de votos.