domingo, janeiro 29, 2006

O problema da mangueira de Marques Mendes


"Para o problema grave que é um Estado demasiado grande, demasiado gastador, são aspirinas. Para esse problema são precisos antibióticos", afirmou Marques Mendes, no debate mensal com o primeiro-ministro.
Cada vez que um português pega na mangueira para abastecer o automóvel está a pagar seis escudos por litro para pagar as SCUT"
Como primeira medida, Marques Mendes propôs a privatização dos transportes - Carris, Metro, Transtejo e STCP: "Não existem razões para não entregar estas empresas a privados", sublinhou.A concessão à iniciativa privada da gestão dos portos, a entrega da educação pré-escolar e o apoio aos idosos a instituições de solidariedade social, a passagem da gestão dos centros de formação profissional para as mãos de associações empresariais e a partilha da gestão em regime de parceria público/privada do IAPMEI, do ICEP e do Instituto de Promoção do Turismo foram outras das propostas apresentadas por Marques Mendes.

IN “Diário Económico”

São momentos como estes que me fazem agradecer ao Povo português não ter feito Marques Mendes Primeiro-Ministro deste país. Para termos um país saudável, melhor que andar a tomar antibióticos, é corrermos com todos aqueles vírus que andam a inquinar as nossas vidas. Gente que se serve do país em vez de servir esse país. Cancros da nossa democracia.

Mas, voltando a Marques Mendes. Será que a única solução politica que encontram para os problemas é “Privatizar”. Será que não sabem propor nada de novo. Vamos privatizar, privatizar, privatizar. Foi o que andaram a fazer os governos PSD durante anos com os resultados que hoje podemos ver. Isto é que são Aspirinas. Ajudam a mostrar défices mais baixos mas agravam a doença.
Se a Carris, Metro, etc… dão prejuízo isso deve-se ao facto de prestarem um serviço público, um serviço aos cidadãos que não podem pegar na mangueira para abastecer o automóvel. Não pelos três cêntimos que diz servirem para pagar as SCUT, mas pelos 200 e muitos que enriquecem as grandes multinacionais.
Posso até estar enganado, mas gosto de tentar racionalizar os factos para compreender os resultados. Mais uma vez aqui não consigo. Senão vejamos:
O estado privatiza essas companhias e embolsa algum dinheiro para disfarçar o défice.
As companhias privadas são baseadas no lucro e só no lucro. Tudo o resto é paisagem. Assim sendo só existem duas soluções. Ou o estado começa a gastar dinheiro com compensações financeira para garantir o serviço público ou então será esse serviço a ser afectado nos custos para os utentes ou na qualidade dos mesmos. (relembro que estamos a falar de transportes públicos e que servem as classes mais desfavorecidas da população). O estado ao receber o dinheiro dos nossos impostos está a comprometer-se a prestar-nos serviços que são essenciais e dos quais não se pode descartar. E eu não posso dizer que não quero contribuir para a existência desses serviços só porque não os utilizo ou que não quero pagar as SCUT porque vivo ou não vivo no interior. São deveres de solidariedade a que nos temos de obrigar. Temos de pensar como um todo, uma nação, e não deixar que o nosso egoísmo nos torne imunes aos problemas dos outros. A solidariedade não pode ser só uma palavra de circunstância mas sim algo que faça parte integrante da nossa realidade e da nossa existência.

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