Sócrates entrou no seu gabinete com o objectivo de encontrar na sua gaveta um aspergic. Abriu-a a salta-lhe o volume grosso intitulado “Socialismo” que Mário Soares um dia pusera na gaveta. Sempre aquele calhamaço a entupir a gaveta. Tinha que se livrar dele, quem sabe lhe passasse a terrível dor de cabeça que o acometia. Saiu do gabinete com o pesado volume debaixo do braço, endireitando a gravata. “If you want to act like a lider, pull yourself together in any situation”, lembrava. Quase esbarrou com a Isabel Pires de Lima. Desculpa, Isabel e tal e ela ai o que é que leva aí? Ó Isabel o que é que quere, se fosse a senhora onde é que o arrumava? Eu sei lá, agora não tenho tempo, tenho convites para ir ao cinema. Ponha-o num sítio onde não o incomode mais, pronto, sei lá.
Tinha-se esquecido da gabardina e a chover! Voltou ao gabinete e teve uma tontura que o fez sentar-se um pouco. Olhou aturdido à sua volta e deu de caras com o retrato do António Costa na parede. Ó António diz-me lá o que é que hei-de fazer a isto? Do quadro soou a voz do ministro É-me completamente indiferente. É-me i-n-d-i-f-e-r-e-n-t-e! Sócrates volta-se então para a outra parede E tu, António Correia de Campos que se há-de fazer a isto? Ó Sócrates, eu agora estou mais interessado em lhes tratar da saúde. Fechar maternidades, fechar centros médicos, fechar urgências, fechar, fechar, fechar! Olha, fecha-o num sítio qualquer que não te incomode mais, deita-o fora.
Vendo que a sua dor de cabeça só piorava, pegou na gabardina e no “Socialismo” e saiu determinado a só parar em casa. Ó coiso, apetecia-me algo…, sim pode ser um Ferrero Rocher.
Já em casa voltou a sentir o peso do grosso volume na mão direita. Pelo menos tirei-o do gabinete, nunca mais tornará a cair-me da maldita gaveta. E agora, José?
Com uma brilhante iluminação lembrou-se do sótão. Subiu a escada e abriu a porta. Um odor um tanto bafiento soltou-se lá de dentro. Ali estavam as pilhas de Tintins e os discos velhos de vinil. Afastou uns quantos para arrumar o “Socialismo” na prateleira de trás. Um deles caiu-lhe ao chão “Mudam-se os tempos, Mudam-se as vontades”, José Mário Branco. O que fazia ali aquele disco? Ah, devia ser algum José Mário Branco a armar em Camões. Tinha mesmo que fazer ali uma limpeza. Pelo menos para já livrara-se daquele peso, ufa!
Tinha-se esquecido da gabardina e a chover! Voltou ao gabinete e teve uma tontura que o fez sentar-se um pouco. Olhou aturdido à sua volta e deu de caras com o retrato do António Costa na parede. Ó António diz-me lá o que é que hei-de fazer a isto? Do quadro soou a voz do ministro É-me completamente indiferente. É-me i-n-d-i-f-e-r-e-n-t-e! Sócrates volta-se então para a outra parede E tu, António Correia de Campos que se há-de fazer a isto? Ó Sócrates, eu agora estou mais interessado em lhes tratar da saúde. Fechar maternidades, fechar centros médicos, fechar urgências, fechar, fechar, fechar! Olha, fecha-o num sítio qualquer que não te incomode mais, deita-o fora.
Vendo que a sua dor de cabeça só piorava, pegou na gabardina e no “Socialismo” e saiu determinado a só parar em casa. Ó coiso, apetecia-me algo…, sim pode ser um Ferrero Rocher.
Já em casa voltou a sentir o peso do grosso volume na mão direita. Pelo menos tirei-o do gabinete, nunca mais tornará a cair-me da maldita gaveta. E agora, José?
Com uma brilhante iluminação lembrou-se do sótão. Subiu a escada e abriu a porta. Um odor um tanto bafiento soltou-se lá de dentro. Ali estavam as pilhas de Tintins e os discos velhos de vinil. Afastou uns quantos para arrumar o “Socialismo” na prateleira de trás. Um deles caiu-lhe ao chão “Mudam-se os tempos, Mudam-se as vontades”, José Mário Branco. O que fazia ali aquele disco? Ah, devia ser algum José Mário Branco a armar em Camões. Tinha mesmo que fazer ali uma limpeza. Pelo menos para já livrara-se daquele peso, ufa!
Já pensaste em ir escrever para as "Produções Fictícias"???
ResponderEliminarGosto mais de escrever para este clube privado. Sempre vai aparecendo por aqui gente como tu.
ResponderEliminarO Socrates nunca foi nem será socialista. Basta ver as suas origens politicas na juventude do PSD
ResponderEliminarHá muito que o PS mandou com o socialismo para o lixo. Se é que, depois do 25 de Abril, o foi alguma vez
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