quarta-feira, abril 05, 2006

ELEIÇÕES EM ITÁLIA

No reduto final da campanha eleitoral e com o apoio explícito de Ratzinger, Berlusconi vende aspiradores porta a porta. Nos últimos instantes do debate televisivo com Prodi lança para o ar “ Para nós a habitação principal é sagrada, como a família. Por esta razão vamos abolir o ICI imposto municipal) de todas as habitações principais”. Berlusconi procurou a centragem da campanha na promessa que não pode cumprir (principal financiamento dos municípios, aliás, não consultados) e, a vitória ao 90º minuto.
Para “personalizar” a campanha não se poupou a nada, de “ Jesus Cristo da política”, “Napoleão”, “ generoso, enquanto os outros são maus e inúteis”, “frequentemente fiel” a “salvador do perigo comunista”.
Berlusconi diaboliza grosseiramente os adversários, “ a esquerda é uma erva daninha” “ Prodi é um idiota útil aos comunistas”, “é mais fácil a paz no Médio Oriente que tornar Prodi inteligente”.
A era grotesca de Berlusconi encerra a perplexidade de como tal foi possível em Itália e questiona o efeito anestésico que o controlo dos média é capaz de determinar.
Contudo, hoje, o afastamento de Berlusconi é uma questão cívica e sanitária.
Jorge Matos

6 comentários:

  1. Anónimo5/4/06 16:50

    "Mas, por estranho que possa parecer, o principal problema de Berlusconi não é o controlo hegemónico que exerce sobre a comunicação social, nem sequer a teia de cumplicidades económicas e políticas, características da Primeira República italiana, de que ele é produto. O principal problema do primeiro-ministro italiano é ter, com o seu estilo - feito de piadas de péssimo gosto e de uma crescente megalomania –, enredado a política italiana num espiral de demência colectiva e de populismo maniqueísta, sem que daí resultasse qualquer vantagem para o País. Apesar de, naquilo que é uma experiência incomum, a Itália ter beneficiado de uma legislatura inteira, a instabilidade é a marca forte do regime e Berlusconi é, hoje, o seu principal responsável."
    Pedro Adão e Silva
    in Diário Económico

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  2. mas eu pensava que essa medida se aplicava apenas à primeira casa comprada. O teu post alude às "casas principais"... isso é muito diferente e completamente irrealizável num país cujas câmaras dependem (como as nossas) desse imposto! Demagogia Pura!

    Isto é:

    Já ganhou!

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  3. Portanto, depois de ler este post, fiquei com a ideia de que... já ganhou... :-\

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  4. Não é nada que me não possa acontecer. Basta olhar para Portugal onde O Jardim reina há decadas, o próprio Cavaco eleito pelo silencio e pela omissão e os camarários Isaltino, Fátima e Valentim

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  5. esperemos que seja desta que se vai...

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  6. também o Bush era...
    ...e o Cavaco...

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