Que eu me lembre, este ano, já tivemos uma Greve Geral, uma outra Geral para a Função Pública, dezenas de greves parciais, sem contar com as maiores manifestações dos últimos anos. À frente de todos estes movimentos tem estado a CGTP e o seu líder Carvalho da Silva. (Da UGT nem falo porque tudo aquilo que parecem representar actualmente é a possibilidade do governo assinar pactos com os sindicatos).
Infelizmente, e embora tenha que considerar que se não fosse a CGTP não haveria contestação organizada ao actual estado de coisas, não posso deixar de considerar que as formas de luta escolhidas não têm surtido qualquer efeito. Milhares de trabalhadores fazem greve, a CGTP e os seus dirigentes ganham algum espaço mediático e os trabalhadores perdem um dia de salário para tudo continua na mesma. Tudo isto já parece uma forma de folclore com muito foguete, mas que acaba sempre sem haver motivos para grandes festejos.
Faço aqui uma proposta que me parecia ser bem mais incisiva e que poderia levar a resultados no final. Que se façam greves, não a dias de trabalho, mas somente durante algumas horas e sem fim marcado. Cada profissão escolheria duas ou três horas diárias em que a sua greve poderia ser mais efectiva, não perderiam o salário de dias de trabalho, mas simplesmente de algumas horas, podendo prolongar a greve indefinidamente. Em ultimo caso o trabalhador até poderia, durante o dia, dizer que agora estou de greve, agora já não. O pandemónio criado ao fim de algum tempo iria forçar o governo a ouvir as reivindicações dos grevistas. Nenhum estado ou empresa aguentaria esta situação durante muito tempo.
A pergunta que se tem de fazer é se estão as centrais sindicais verdadeiramente interessadas em fazer vingar as suas reivindicações ou simplesmente em serem quem são e estarem onde estão. Talvez tenha chegado a altura dos trabalhadores lhes fazerem esta pergunta.
Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping
Se há quem chore de alegria porque não haveremos de rir de tristeza. Todas as imagens deste blog são montagens fotográficas e os textos não procuram retratar a verdade, mas sim a visão do autor sobre o que se passa neste jardim à beira mar plantado neste mundo, por todos, tão mal tratado. A pastar desde 01 Jan 2006 ao abrigo da Liberdade de Expressão.
quarta-feira, dezembro 05, 2007
Greves. Porquê e para quê
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ResponderEliminarMeu caro, a tua opinião faz todo o sentido, mas o género de greve que propões chama-se "greve de zelo" e é proibida por lei.
ResponderEliminarCaso contrário os trabalhadores de qualquer empresa, sem perderem o direito à retribuição, detinham o poder de parar o funcionamento da entidade patronal. Era uma arma demasiado forte nas mãos dos sindicatos.
juri faustini:
ResponderEliminarGreves temporais são legais. Sei porque já as fiz e basta ver a Transtejo que também as utiliza. É realmente uma armo poderosa mas que os sindicatos deixam de lado, Convinha saber porquê?
Greve de zelo é outra coisa bem diferente quem nem existe legalmente)
abraço
As formas de luta dos sindicatos cada vez mais se revelam ultrapassadas.
ResponderEliminarOs sindicatos têm outros recursos à sua disposição e não os utilizam.
Sou sempre a favor de manifestações e graves quando necessárias, mas não se percebe porque motivo os sindicatos não submetem os diplomas legais que são duvidosos à Provedoria de Justiça e à Procuradoria-Geral da República.
Estes orgãos do Estado também podem fiscalizar a constitucionalidade de um decreto-lei ou de uma lei.
Claro que existem greves temporais. Mas não podes dizer que agora estás de greve e agora já não estás e agora (azar do caneco, logo agora que querias isso feito) já estás outra vez.
ResponderEliminarA greve temporal, tal como qualquer outra, tem de ser comunicada à Entidade Patronal e definida previamente a sua duração.
Se era isto que querias dizer no post, peço desculpa por ter entendido mal.
Tens razão, a greve de zelo não está prevista legalmente, mas a lei optou por definir pela positiva, ou seja, o que está definido é o direito à greve e os moldes em que pode ser praticado. Tudo o resto é ilegal e deve ser considerado falta não justificada.
Desculpa estar a ser chato, mas a ideia que (me) transmitiste era de defenderes um modelo de greve com vista a paralisar as empresas, disfarçado de greve por um periodo determinado de tempo, o que penso ser ilegal.
Abraço
Isto só lá vai
ResponderEliminarmas duma maneira
ou a maioria saí
e acaba a brincadeira
A melhor de todas seria a greve na segunda feira, por tempo indeterminado. Sexta feira não resulta, porque a seguir é sábado
ResponderEliminarGreve de compras nos hyper também seria bom. E greve à utilização de bancos.
João Serra
Muitos de nós que temos aderido à greve, não podemos deixar de concordar com o que o kaos afirma no post. No entanto, juntando a minha opinião à dos antecedentes, gostaria de me documentar com alguém competente em direito laboral se a modalidade de greve proposta - parar por sectores e em diferentes datas- será viável. Também me parece que sem os sindicatos na base das movimentações,dos diversos sectores, será mais difícil pôr em prática estas medidas.
ResponderEliminarFiz greve porque apesar de não estar satisfeito com a actuação dos sindicatos, aquele a que pertenço incluído, parece-me que não podemos exclusivamente ver a coisa a curtíssimo prazo, prevalece alguma esperança de que com tanta paralisação,talvez os eleitores comecem a ter a memória mais refrescada até 2009.
BoAS...
ResponderEliminarEssas greves parciais como afirmas carecem tal como as outras de pré-avisos.
Mas concordo com a utopia que avançaste.
eu proprio penso assim, apesar de saber da impossibilidade da sua execução.
abr...prof...
Posso estar enganado, mas penso que qualquer trabalhador pode, num periodo de greve aderir ou não a essa mesma greve e pode em qualquer altura da mesma mudar a sua posição. Posso estar de greve e depois informar a minha autoridade patronal que a partir desse momento deixei de o estar ou vice-versa.
ResponderEliminarQuanto ao facto de ser dificil de aplicar, é uma questão de trabalho e de informação. Podem-se até começar por fazer greves parciais para "treinar" a coisa. Se houvesse vontade tudo era possivel.
Quanto à ilegalidade de paralizar as empresas ou o próprio estado não vejo como possa ser considerada ilegal. A greve é legal e as consequências que ela tiver é aquela que for. Afinal, uma greve tem como função ser uma forma de luta e para ilegalidades já bastam aquelas de que temos sido vitimas por parte deste e de outros governos e gestões de empresas.
Um abraço a todos
E que tal acabar com as greves gerais e investir nas greves parciais? Seria muito mais eficaz! Cada sector faria greve durante um dia e o país teria sempre alguém a protestar! Quando todos o tivessem feito regressava-se ao princípio! Lixeiros à segunda, carteiros à terça, funcionários administrativos à quarta, polícias à quinta,etc.
ResponderEliminarSó uma classe não faria greve, a política! É que para se fazer greve é preciso estar a trabalhar!