sexta-feira, março 03, 2006

Um Nuclear, várias medidas

O presidente George W. Bush e o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, anunciaram ontem um acordo que o líder americano classificou de pacto nuclear histórico para ajudar o país asiático a satisfazer suas enormes necessidades civis de energia e ao mesmo tempo permitir que continue a desenvolver armas nucleares. O presidente George W. Bush e o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, anunciaram ontem um acordo que o líder americano classificou de pacto nuclear histórico para ajudar o país asiático a satisfazer suas enormes necessidades civis de energia e ao mesmo tempo permitir que continue a desenvolver armas nucleares. A Índia classificará 14 de seus 22 reactores como civis, abrindo-os pela primeira vez a inspecções internacionais. Os outros reactores, incluindo o protótipo de um reactor auto-regenerador, ficarão fora das inspecções. A Índia também terá o direito de manter secretos os futuros reactores auto-regeneradores de seu programa nuclear, o que deverá desagradar aos críticos do acordo. Em troca, a Índia terá garantido um fornecimento de combustível nuclear e acesso a tecnologia.

Se olharmos para o que se está a passar com o Irão esta notícia é quase surrealista. Bush considerou o pacto nuclear efectuado com a Índia de histórico por “permitir que a índia continue a desenvolver armas nucleares”. Fantástico. Oito dos seus reactores nucleares, criados para fins militares, ficarão fora da alçada das inspecções internacionais e a trabalhar com combustível e tecnologia americana. Extraordinário.
Só espero que o futuro não venha a provar que os EUA estão a fazer mais uma das suas jogadas em que o tiro lhes acaba por sair pela culatra. Se recordarmos que foram os americanos quem primeiro financiou, armou e treinou aqueles que são agora os seus maiores inimigos, e principais responsáveis pelo terrorismo mundial, sentimos um certo arrepio na espinha ao pensarmos que os seus novos “amigos” possuem armamento nuclear fora de qualquer controlo. Sabendo nós como é volúvel o pensamento americano, e de como o seu conceito de amizade tem mais a ver com interesses do que com princípios poderemos nós dormir descansados? É o que se chama viver sobre o fio da navalha.
Bush vai agora ao Paquistão. Sabemos como são grandes as medidas de segurança que sempre o acompanham, mas a esperança é sempre a ultima a morrer.

5 comentários:

  1. Anónimo3/3/06 10:41

    Os EUA funcionam como os corruptores do mundo. Aos comparsas tudo é permitido -é a "civilizaçao". Se se é terrorista subsidiado pelos EUA - são os valores Americanos que estão a ser defendidos ( para disfarçar eles chamam Ocidentais).
    O EUA comportam-se como uma entidade terrorista supranacional que se arroga de prescrever moralidade ao resto do mundo.

    Esta concepção de política externa instrumentalizada por satélites comparsas ( vide Israel) provocou uma instabilidade insurreicional no mundo que será difícil de deter.

    Será que esta defesa de valores é em nome da democracia ?

    JM+

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  2. Anónimo3/3/06 11:21

    A propósito do artigo de hoje.

    Aproveita a convalescença para ver o filme Syriana.

    O Médio Oriente é o pano de fundo. As relações comerciais entre os magnatas do petroleo e as grandes potências ocidentais, quer pela mão de firmas, quer pelo contacto directo com a administração, transformaram o Médio Oriente num local para onde todas as sanguessugas do petróleo se dirigem. No meio do frenesim, um agente da CIA destacado para acompanhar um sheik local descobre uma gigantesca conspiração na terra do ouro negro. E apesar de já estar ás portas da reforma, vai fazer tudo para descobrir a verdade. O que ele não imaginava era o que iria descobrir.
    A critica dura à forma como os norte-americanos estão a transformar o Médio Oriente.. Um filme critico de uma realidade a que não se pode fugir.
    JM

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  3. Anónimo3/3/06 11:31

    Os EUA são cúmplices das ditaduras mais torpes e corrompidas do planeta em troca do negócio. Semeiam assim miséria e desespero e regiões do mundo onde democracia não progide . Os negócios americanos (petróleo/nuclear) tornaram-se uma maldição. Em troca de favores e compadrios os Estados Unidos da América apoiam regimes feudais como o da Arábia Saudita, fazendo recordar a grande máxima da política internacional cínica e realista que sempre norteou esta grande potência: quando perguntaram, salvo erro, ao Presidente Truman o que pensava do líder da Nicarágua colocado pelos Estados Unidos, o Presidente Somoza Garcia (pai do Anastásio Somoza corrido pelos sandinistas), Truman respondeu com astúcia: “é um filho da puta, mas é o nosso filho da puta.”

    JM

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  4. Anónimo3/3/06 12:32

    Já agora também podes ver o filme COLISÃO "CRASH" disponível em video.

    Vida de um largo conjunto de personagens, todos habitantes da grande metrópole que é Los Angeles. E o que têm todas estas personagens em comum? À partida, muito pouco, uma vez que o principal tema do filme reside precisamente na diferença, mais concretamente entre raças, credos, religiões e personalidades. Mas por outro lado, todos eles viverão ao longo de um dia em confronto com o racismo, a intolerância, o medo, o amor...

    O filme, partindo de personagens à primeira vista estereotipadas, consegue desconstruir as suas personalidades e aprofundar ao máximo cada uma delas.

    Comovente e inteligente !
    JM

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  5. Anónimo3/3/06 16:00

    nada me tira da cabeça que o que os EUA estão fazendo é desenvolver as suas armas atomicas no Irão ...poluindo lá com os resíduos ...deixando que aquela miserável população corra os riscos ... como aqui já foi dito...os EUA não dá ponto sem nó...se els não quisesm alguma coisa em troca não estariam fazendo este tipo de afirmação...

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