domingo, fevereiro 19, 2006

Vergonha

O mundo terá 100 milhões de pessoas a mais a passar fome até 2015, prevêem especialistas reunidos no encontro anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência.
As Metas do Milénio, da Organização das Nações Unidas (ONU), de reduzir para metade o número de famintos parecem inatingíveis sem a criação de novas tecnologias e maior investimento financeiro, disseram os cientistas.
Para o professor Per Pinstrup-Anderson, da Universidade Cornell, em Nova York, a agricultura é o ponto-chave.
"Quando se põe dinheiro nas mãos dos agricultores, esse dinheiro é gasto na criação de emprego e na redução da pobreza", disse ele.
"Constatamos na nossa pesquisa que, para cada dólar que se investe em pesquisa na agricultura, gera-se cerca de US$ 6 de renda adicional entre os agricultores e um retorno de US$ 15 de crescimento económico adicional na sociedade como um todo."
Dez crianças em idade pré-escolar morrem a cada minuto de desnutrição, e esse número não mudou desde o início dos anos 80, apesar das promessas feitas em encontros internacionais.











Com todos estas distracções com que somos tele-confrontados no dia a dia, acabamos por esquecer o fundamental; As pessoas.
Ao olhar para este mundo que nos rodeia, compreendemos que apesar de nos considerarmos uma civilização avançada a caminho das estrelas, ainda não possuímos sequer um mínimo de civilidade que impeça as nossas crianças de morrer de fome. Enquanto cada país e cada um de nós não nos assumirmos como cidadãos do mundo e interiorizarmos o sofrimento dos outros como nosso dificilmente a miséria com que convivemos poderá ter fim. Esta deveria ser a verdadeira globalização, em que cada ser vivo deste planeta, fosse no mínimo, um amigo a quem devo ajudar sempre que necessite e não um simples potencial cliente. Quando nos damos ao trabalho de ler, não só dar uma vista de olhos mas ler e pensar, na dimensão da tragédia humana que existe neste mundo compreendemos quão perto estamos ainda do momento em que vivíamos em cavernas e o tanto que nos falta “crescer” ainda, para fazer deste mundo uma casa onde todos vivamos como se de uma só família se tratasse. Fala-se muito de humanismo, mas a ainda é a besta que vive dentro de nós que nos comanda. Se assim não fosse não morreria uma única criança de fome neste mundo, Só nesse momento teremos o direito a chamar-nos de seres humanos.

2 comentários:

  1. Quando pensamos nisto a comida no dia seguinte já não nos sabe tão bem.

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  2. Para alguns a globalização é vender sais de frutos para os países com fome

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