Se há quem chore de alegria porque não haveremos de rir de tristeza. Todas as imagens deste blog são montagens fotográficas e os textos não procuram retratar a verdade, mas sim a visão do autor sobre o que se passa neste jardim à beira mar plantado neste mundo, por todos, tão mal tratado. A pastar desde 01 Jan 2006 ao abrigo da Liberdade de Expressão.
sexta-feira, março 31, 2006
A política do Papa e o Papa da política
Em declarações dadas na quinta-feira, dez dias antes das eleições gerais na Itália, criticou o casamento entre homossexuais e o aborto e disse que a Igreja Católica tinha o direito de dar sua opinião a respeito de assuntos políticos espinhosos.
Com o aproximar das eleições em Itália a Igreja corre no apoio a Berlusconi. Apoiada em séculos de partilha do poder a Igreja mostra uma vez mais a face carcomida do seu fundamentalismo.
quinta-feira, março 30, 2006
Mel e Merda, PUM
A Vampira, Margarida Rebelo Pinto
TRAGAM AS ESPANHOLAS!
Durante a resposta alguém gritou “Tragam as espanholas”. Sócrates não deixou passar e replicou: “É mesmo uma tirada à partido sexy, tragam as espanholas”, aludindo à frase do deputado sobre a necessidade do partido ser mais “sexy”.
Fazendo beicinho Pires de Lima, declarou: “Só neste país cinzento é que uma pessoa não pode dizer nada sem que comecem todos com duplos sentidos, até o primeiro-ministro. O que eu quis dizer foi que a maternidade de Elvas devia ser dotada de capacidade para atrair mães espanholas”.
Sócrates replicou então “Não fiz nenhum duplo sentido. Sexy é sexy, foi o senhor deputado que disse. Eu interpretei como um partido atraente, um partido que atrai”.
Conclusão: Somos um país sexy que o que sonha em pôr as Espanholas a berrar que nem umas cabras.
quarta-feira, março 29, 2006
terça-feira, março 28, 2006
Souto Moura: A treta continua
No dia 25 de Março afirmou que iria dar conta dos assuntos da Procuradoria: “Daqueles que eu posso falar e dos que o sr. Presidente queira saber”, assinalou.
Sr. Procurador, continua a não dar aqueles que são os seus verdadeiros patrões, os Portugueses as respostas que ele eles lhe exigem. Vai a Belém dar umas tretas ao novo residente e nada diz. Isto quer dizer que nós continuamos sem saber como foi o famoso “envelope 9” aparecer no Processo da Casa Pia. O mistério continua.
Mas só aqui estou a falar do malfadado Procurador porque considero brilhante o ir dar conta dos assuntos da Procuradoria: “Daqueles que eu posso falar e dos que o sr. Presidente queira saber”. Isto é, só vai contar daquilo que desejar e mesmo ai só daquilo que Cavaco lhe pergunte. O homem é um artista e continua a dar-nos música a todos nós.
Livre concorrência ou talvez não
Os advogados já podem cobrar os honorários que quiserem. Isto porque nenhuma tabela a estabelecer preços é legal. Esta total liberalização do mercado da advocacia foi formalmente aprovada pelo conselho superior da Ordem dos Advogados, precavendo-se, assim, contra uma eventual condenação por parte Autoridade da Concorrência, avança o «Diário de Notícias». Esta entidade tem vindo a exercer uma forte fiscalização sobre as ordens profissionais por considerar que «a fixação de preços mínimos e máximos configura uma forma séria e das mais graves de restrição da concorrência». Por este motivo foram condenadas as ordens dos veterinários e dos dentistas.
Quando vejo falar da livre concorrência como forma de regular o mercado fico sempre de pé atrás. A ideia até parece que deveria funcionar beneficiando os consumidores. Há concorrência e isso obriga a uma “luta” para conquistar o cliente seja por preços mais baixos ou por um melhor serviço. O pior é que, na prática, não é isso que vemos acontecer em muitos casos. Existe uma espécie de acordo tácito entre quem presta os serviços e notamos que o preço dos serviços acaba por ficar nivelado por cima. Basta ver o caso das gasolineiras, que apesar do aumento do crude nos mercados internacionais, obtiveram lucros muito superiores ao ano anterior. Os preços dos produtos petrolíferos, bem como o dos aumentos são idênticos entre todos os prestadores de serviços (Galp, Bp e Repsol). Há quem diga que, de forma ilegal combinam entre si os preços, mas tal nem é necessário. Basta, fazerem um pacto de não agressão, que convêm a todos, utilizarem uma mesma fórmula de calcular os preços e irem-se vigiando uns aos outros.
O mesmo deverá acontecer com o fim das tabelas de preços, máximos e mínimos, nas diferentes ordens profissionais. Não estando nada escrito, existirão certamente, preços tabelados por debaixo da mesa. Sem entidades reguladoras que os controlem só podemos esperar que esta dita livre concorrência nos vá ainda tirar mais dinheiro dos bolsos.
Sócrates tira mais uma da cartola
segunda-feira, março 27, 2006
Um mês de alegre Cavacada
Começou, e muito bem por receber os representantes dos países africanos de expressão Portuguesa e fez uma viagem a Cabo Verde para assistir à tomada de posse do novo Presidente (que se saiba desta vez não fez a macacada de trepar nenhum coqueiro).
Recebeu ainda em audiência, o ministro francês de Estado e da Administração Interna, Nicolas Sarkozy, e o Presidente do Partido Popular Espanhol, Mariano Rajoy. Facto interessante é este novo roteiro dos políticos da direita europeia, que começam por uma visita a Belém acabam sempre na Sede Nacional do PSD.
Efectuou a primeira reunião semanal com Sócrates e, que se saiba, o único facto relevante relatado pela comunicação social é o ter acontecido sentados a uma mesa. Sempre dá uma ideia de que estão a trabalhar e não só a conversar, o que possivelmente nem é verdade e, vendo bem, é melhor para pousar as cervejolas e as alcagoitas (ninguém me tira da ideia que é isso que eles fazem nesses encontros e é por isso que nunca fazem declarações à saída).
Quanto às nomeações, lá foi buscar os amigos para colocar no Conselho de Estado e gente do PSD para ocupar toda a panóplia de cargos que por lá existem, sem que se saiba muito bem para que servem (Marques Mendes deve hoje ir queixar-se que está a ficar sem gente dentro do partido já que estão todos a ir para Belém e propor por isso que lhe arranjem um cantinho do Palácio para onde possa transferir a sede nacional).
Para hoje está programado um dia de trabalho muito intenso e chato. Receber o emigrante, e cara de cherne, Durão Barroso na sua condição de Presidente da Comissão Europeia, (até da vontade de rir só de pensar nisso) e os líderes do PSD e CDS. Recebe ainda o ministro da Defesa da Tunísia, Kamel Moriane (facto muito relevante para o futuro das relações entre os dois países, suponho eu) e o Procurador-geral da Republica, Souto Moura. Prevê-se que nesta audiência, seja abordado o caso do famoso “envelope 9” e que o procurador prometa que a conclusão do inquérito rapidíssimo que está a efectuar deva acontecer para breve, ou seja, o mais tardar para o dia seguinte ao do fim do seu mandato, o que deve acontecer lá para Outubro.
Podemos portanto concluir que este primeiro mês mostra uma presidência muito familiar, recebendo os amigos para agradáveis bate-papos e pouco mais.
Uma referencia para a Maria, da qual nada se sabe, podendo portanto supor-se que deve andar nas limpezas da Primavera.
É de ficar com cara de tacho!
Bem ou mal, com obstinação e determinação, o PM está empenhado em mudar séculos de burocracia que imperam no país, e de uma forma radical. É preciso reconhecer, com honestidade, que o caminho é certo.
Portugal está velho, desarticulado, enredado em teias obscuras, e as novas medidas para facilitar e acabar com diversos processos administrativos obsoletos é uma decisão invulgar, que muitos Governos de centro direita e direita deveriam orgulhar-se em ter tomado.
É curioso que seja um socialista a fazê-lo, mas isso serve de lição ao PSD e PP. Um dia, se eles continuarem assim, deixam de ter espaço. É o perigo deste PM: ele absorveu tudo o que é bom da direita, e aplica sem dogmas nem problemas ao país. É mais uma razão para o PSD e o PP não perderem muito mais tempo a esclarecer os seus problemas internos.
Sob pena de ficarem sem agenda, nem ideais, nem alternativas para apresentar ao eleitorado. Sócrates sabe-a toda, e aprendeu muito com Clinton e Blair. (Diário Digital, 26-03-2006 )
Luís Delgado, como comentador nitidamente de direita que é, está à beira do desespero. Mais um pouco e referiria o risco da perda do tacho dos partidos da direita e diria: “sob a pena de ficarmos sem agenda, etc. etc.", sem tacho. Com a perda da agenda política, da participação activa no poder, caem por terra os ideais da direita; ou seja os ideais da direita são estar no poder, manobrar o tacho, comer dele. E ainda por cima os que lá estão, estão a fazê-las bem, “sabe-a toda", como diz Luís Delgado, que julga sempre que a sabe toda [!] O cinismo com que diz que Sócrates escreve direito por linhas tortas, aplicando de uma forma radical aquilo que a direita não se pode orgulhar de ter sido ela a fazer. Mas será mesmo que não fez, quando esteve no poder? E as medidas da nossa dama de ferro, Ferreira Leite e do Bagão, norteadas pelo obstinado objectivo de cumprir o défice? Já na altura era admissível [!] que dentro da comunidade uns fossem obrigados a cumprir o défice e outros não serem penalizados por não o cumprir. Em termos comunitários parece uma aberração! Nós éramos dos cumpridores. Se o governo de Durão Barroso já tinha sido o que foi, o de Santana Lopes foi o descalabro. A inconsciência e o desespero apoderaram-se da imagem da direita. Santana Lopes dizia numa entrevista a um jornal ou revista alemã que o país não estava em crise. Ninguém o levou a sério e o Presidente achou melhor acabar com a fantochada diária, sabendo que o país não podia continuar a ser uma piada e que as coisas precisavam de ser levadas mais a sério. Sócrates ganhou a maioria em nome de um PS dividido entre a direita e a esquerda. Constâncio apareceu a dizer que a Economia estava muito pior do que todos imaginavam. Era mais uma vez a estratégia da consciencialização que o país estava em plena crise. Sempre a tragédia da crise, dramatizada por uns e por outros. Tão má era a situação que todos concordaram que o melhor era também eles se apressarem a deitar a mão ao tacho, e a administração aprovou a sua própria independência financeira: grandes ordenados, grandes reformas. Era pois preciso deitar mãos à obra, um governo determinado e teimoso que aplicasse ao país as políticas de direita rumo ao desenvolvimento, à produtividade e ao investimento. Para já vamos na fase das mudanças estruturais, depois hão-de vir outras… as piores [!] A estabilidade conferida pelos resultados presidenciais, o deus com os anjos de Sócrates e Cavaco, assim o permitirá.
Entretanto os problemas dos partidos de direita na oposição é quererem tacho e o tacho estar noutras mãos. Felizmente estão todos bem na vida, têm a empresa do papá, e ninguém tem pena deles, por não estarem no poder. Mas eles não estão contentes, não foram criados para estar na oposição, não sabem nem querem resistir. Por isso vão lutando uns com os outros pelo poder dentro do partido, treinando para lutar pelo poder dentro do poder, pelo mero facto de serem outros que ocupam os cargos, e não eles. Como podem partidos na oposição terem pena de não ser eles a aplicar tais medidas? O estilo de Sócrates consiste precisamente em aplicar mais e melhor as medidas da direita do que as próprias políticas de direita alguma vez o fizeram. Tornam-se medidas difíceis de combater sem morder no próprio rabo. Como se podem neste momento expressar os partidos de direita na oposição? Por despeito? Tipo: “Quem devia estar aí a fazer isso éramos nós, não vocês”?
A luta pelo poder dos partidos de direita actualmente é só uma luta pelo poder, sem outro fundamento para a oposição. A verdadeira oposição ao governo há-de ser, como sempre foi, exercida pelas classes trabalhadoras, pelos jovens no desemprego, pelos que pagam a crise, não pelos que lucram com ela. A oposição às políticas neo-liberais que já começou lá fora, cá no burgo irá inevitavelmente acontecer mais cedo ou mais tarde, face à retirada sistemática dos direitos dos cidadãos preconizada pelas políticas de direita de uns e de outros: quer as do PS de direita, no poder, quer as dos partidos de direita impacientemente em stand by.
domingo, março 26, 2006
Um patético golpe de estado constitucional
Nesta monótona politica portuguesa, pós gozo “Santanista”, e quando menos se espera, surge sempre alguém que nos consegue divertir. Neste caso, Manuel Monteiro, líder de uma coisa chamada “Nova Democracia”, enviou aos deputados da AR um projecto de revisão constitucional. “Chegou a hora de enviar a actual Constituição para a reforma” afirma Monteiro na carta que acompanha o projecto.
Manuel Monteiro defende, uma ruptura no sistema governativo “atribuindo ao chefe de estado a condução das políticas internas e externas”. No artigo 6º - Competências do Presidente da Republica – passaria a atribuir ao chefe de Estado o poder de “definir as linhas gerais da politica governativa” e o de bem como o de ““convocar e dirigir o Conselho de Ministros “nomear e demitir, livremente, os ministros, secretários e sub-secretários de Estado”. Resumindo, transformar Portugal num regime presidencialista.
Quando, pela primeira vez após o 25 de Abril é eleito um Presidente apoiado pela direita, e num momento em que existe um governo de maioria absoluta do PS, imediatamente esta gente tenta alterar as regras do jogo para lhe concederem todo o poder.
É esta uma proposta totalmente disparatada e sobretudo sem qualquer possibilidade de aprovação. É evidente que o PS nunca aprovará tais alterações pelo que tudo isto não passa de uma forma do “Manelito” tentar dar nas vistas e aparecer na televisão. Aliás é tudo o que ele tem tentado fazer nos últimos anos, felizmente sem grande sucesso. Mais um cromo da nossa politica.
sábado, março 25, 2006
A força da lei, ou a lei da força
O governo apresentou hoje duas medidas extraordinárias. Primeiro, depois de reunião com o Conselho de Concertação Social sobre as novas regras para o subsídio de desemprego, o governo afirma que, “embora não se tenha chegado a nenhum acordo, o governo vai avançar com as medidas propostas”. É sem dúvida uma estranha forma de negociar, esta de dizer que, ou concordas comigo ou acabamos já aqui a conversa e eu faço o que quero. Um quero, posso e mando, que no mínimo não será assim muito democrático. A segunda medida tem a ver com a regionalização, recusada pelo referendo de 1998 e agora ressuscitada por este governo. Dividindo o país em cinco regiões administrativas implementa a chamada regionalização por decreto. Indiferente e esquecendo a opinião demonstrada pelos portugueses, adia o referendo sobre o assunto para um futuro governo que saia das próximas eleições legislativas em 2009.
Se no primeiro caso era uma questão de “faço o que quero independentemente da tua opinião” neste segundo é mais do género “faço o que quero e quem vier a seguir que faça o refendo”.
Sócrates, que tu sejas arrogante e teimoso, ainda vamos nós encolhendo os ombros, agora que te comeces a armar em ditadorzinho já é mais grave. A democracia, não é só submeteres-te a eleições de quatro em quatro anos, pressupõe a existência da liberdade e do respeito pelas opiniões de todos e de cada um de nós.
Só mais uma nota para Marcos Mendes, o pequeno líder da oposição, que apareceu a acusar o governo de anunciar muitas medidas, mas de não as concretizar. Como exemplo, deu o caso da regionalização, dizendo que anuncia agora mas adia-a, veja-se lá, para 2009. Abre os olhos miúdo, ele está a fazer a regionalização em cima da tua cabeça e tu não vês nada.
sexta-feira, março 24, 2006
Um Papa e dois Cardeais
As regras definidas no Direito Canónico são claras quanto aos requisitos para se ser promovido a cardeal: homens que receberam a ordenação sacerdotal e que se “distingam notavelmente pela doutrina, costumes, piedade e prudente resolução dos problemas”. Mas, na prática, há outros argumentos: a dimensão do país, a sua influência e razões de ordem estratégica e, até, política são determinantes numa escolha que é da exclusiva responsabilidade do Papa.
Para Papa quem melhor que o nosso Pacheco Pereira. A figura, o porte, a imponência de um homem que destila cultura por todos os poros. Um pensador, sempre com opiniões claras, lúcidas e desinteressadas. Um verdadeiro ícone da blogosfera portuguesa e uma referencia no comentário televisivo. Com ele a Igreja poderia mesmo ver reescritos os 10 mandamentos e se necessário a própria Bíblia. Um verdadeiro Papa como não se encontram muitos por ai (felizmente, digo eu).
Para cardeais temos em primeiro lugar Marcelo Rebelo de Sousa, o professor. Quem melhor para presidir a importantes cerimonias que um homem que, quase não dorme, e é capaz de adormecer todo um país quando fala na televisão. Um homem popular, que quando pratica o acto do comentário, consegue dizer aquilo que todos nós sabemos, como se de uma nova visão do mundo se tratasse. Todos dizemos em êxtase, brilhante. Altruísta, todas as semanas se dá ao trabalho de nos vir cultivar com as “escolhas do Marcelo” (pena é que ninguém lhes ligue nada, ou se calhar não).
O segundo e último Cardeal seria, como não podia deixar de ser, Paulo Portas. Um homem às direitas, que consegue passar horas a falar sem que no fim tudo aquilo dê algum sumo. Um homem voltado para dentro de si mesmo, que por isso, nos brinda com brilhantes e elogiosas opiniões sobre a sua própria pessoa. Um homem, que com a sua palavra, é capaz de converter milhões à contemplação, à adoração e ao respeito pelos paladinos da luta contra o eixo do mal, os Americanos. Apreciador da cultura anglo-saxónica, envolto na mística Americana é, quando fala, capaz de fazer desligar milhares de televisões por todo o nosso país. Imaginem-no em Roma a fazer desligar milhões e milhões de televisões em todo o mundo.
Três homens que bem poderiam ir pregar para o Vaticano. Para nós, portugueses, a sua partida seria sem duvida alguma, uma bênção.
PS. A estes três poderíamos ainda juntar, com muito prazer, o Richelieu dos nossos dias e “Alma Parda”, Cardeal Dias Loureiro.
Jacques Chirac ou o chauvinismo francês
Ao ouvir as primeiras palavras de SeilliSre, em inglês, Chirac interrompeu-o. Como resposta, ouviu que era a “linguagem dos negócios” e deixou a sala.
Há músicas que nos entram na cabeça como Minhocas na laranja
Lá na aldeia havia um homem que mandava
e votar nele e se votassem lá lhes dava
um bacalhau, um pão-de-ló, uma salsicha
E prometeu que construía um hospital
Uma escola e prédios de habitação
e uma capela maior que uma catedral
pelo menos a julgar pela descrição
Mas... O Casimiro que era tudo menos burro
tinha um nariz que parecia um elefante
sentiu logo que aquilo cheirava a esturro
ser honesto não é só ser bem-falante
A moral deste conto
vou resumi-la e pronto
cada qual faz o que melhor pensar
Não é preciso ser
Casimiro pra ter
sempre cuidado pra não se deixar levar.
Escutas da Reunião Semanal I
A reunião semanal é um dos momentos privilegiados de contacto entre o Presidente da República e o primeiro-ministro que, nos termos da Constituição, deve informar o Chefe de Estado sobre "os assuntos respeitantes à condução da política interna e externa do país".
Posted by Kaotica
quinta-feira, março 23, 2006
Um processo entretido
Graças a Deus que sou ateu
Abdul Rahman está sendo julgado na capital, Cabul, por rejeitar o islamismo e pode ser condenado pela lei islâmica sharia caso não volte atrás.
Ele se converteu há 16 anos, enquanto trabalhava ajudando refugiados no Paquistão. Rahman foi denunciado por sua família devido a disputas pela guarda de seus dois filhos.
Quando foi preso no mês passado, Rahman carregava uma bíblia.
O juiz Ansarullah Mawlazezadah disse à BBC que pedirá que Rahman, de 41 anos, reconsidere sua conversão.
"Nós vamos convidá-lo de novo porque a religião do Islã é tolerante. Nós vamos perguntar se ele mudou de idéia. Se isso ocorrer, vamos perdoá-lo", afirmou.
Como se costuma dizer “Graças a Deus que sou ateu”. Nada tenho contra quem sinta a necessidade de acreditar num qualquer Deus ou professar uma qualquer fé. Está cada um no seu direito de optar por aquilo em que acredita ou quer acreditar. Inaceitável é que essa nossa opção nos permita o direito de obrigar os outros, a também eles terem de professar essa mesma fé. Seja com o actual fundamentalismo muçulmano, aqui representado pela “sharia”, ou como aconteceu com a religião católica durante a inquisição, esta violência sobre as nossas convicções e comportamentos é inaceitável. Há que respeitar as opções de cada um.
Quando pensamos em toda a propaganda, feita contra o regime talibã, baseada nessa mesma falta de liberdade (quem não se lembra das imagens em que se viam as mulheres obrigadas a viver escondidas dentro das suas burkas) e na violência que isso representava sobre o povo afegão, como forma de justificar a intervenção Norte Americana, pode agora pensar que muito pouco ou nada se modificou com a mudança de regime. Um homem pode ser condenado à morte pelo simples crime de acreditar num Deus diferente daquele em que os seus vizinhos acreditam. É triste a acontece agora, sec. XXI, num mundo e num tempo em que o homem já pisou a lua, explora o seu sistema solar e observa os mistérios do universo numa perspectiva mais cientifica do que mística.
quarta-feira, março 22, 2006
Co-incineração: uma falsa verdade
A idéia da reciclagem parte do principio da regeneração que transforma os detritos momentâneos em bens renovados. Um conceito que em nada tem semelhança com a visão mecanicista que impera nas relações de produção hoje instituída.
Substituir este modelo já esgotado é tarefa pouco simples pois implica em Reduzir, reutilizar, reciclar e utilizar energias renováveis, possibilitando repensar o processo produtivo e encarar um desenvolvimento ecologicamente sustentado e valorizando a associação e a cooperação entre produtores, consumidores e decompositores. Apesar de tudo fica ainda por resolver o problema dos outros resíduos perigosos, percentagem já muito reduzida em relação aos restantes lixos.
O governo então apresenta uma proposta “inovadora,” a co-incineração. Ao "apostar" na co-incineração, do modo como o faz, incentiva a continuação de produção de resíduos tóxicos e é como dizer: podem continuar a destruir e produzir o lixo …o governo tem uma ideia inventiva e arrojada para se desfazer dele.
É com atitudes assim que o governo prova que compactua com a globalização, geo-estratégia das grandes multinacionais, que em nenhum momento corresponde aos interesses públicos e planetários.
Ao insistir na co-incineração o Ministro Sócrates, oculta a verdadeira solução do problema, que consiste em, preventivamente, evitar o uso da própria co-incineração, por esta não ser solução.
É falso fazer acreditar que a solução é co-incinerar: a solução é não produzir!!!!
Claudia Girelli
O ERRO A CONFISSÃO E A OPORTUNIDADE OU A DIPLOMACIA DO OPORTUNISMO
Oportunidade: teve o apoio de Blair para Presidente da Comissão Europeia.
A confissão (autocrítica) na tradição maoista visa a bênção franco-alemã no exercício da presidência (2ª oportunidade).
EPÍLOGO:
Laranjas, Bananas e o Bicho da Madeira
In “JN”
E o PSD Madeira pode mesmo não retomar as comemorações no futuro. Já no ano passado Alberto João Jardim admitia a extinção da sessão, argumentando com "a falta de nível" das intervenções da oposição. Segundo o líder madeirense, "o 25 de Abril merece outra dignidade que não aquela cagada".
In “DN”
A Assembleia regional da Madeira não deixa de marcar a diferença, infelizmente sempre pela negativa. Com o burgesso do Jaime Ramos, como líder parlamentar dos sociais-democratas madeirenses, são uma atrás das outras. Das ameaças físicas à ofensa gratuita (do tipo “vai à merda”) passando por sanitas, exames psiquiatricos e rinocerontes de tudo se vê naquele órgão de soberania. Não deveremos, no entanto estranhar tais comportamentos de quem tem como referencia, um Presidente do Governo Regional, chamado Alberto João Jardim.
Considera agora o PSD Madeira “Não ser oportuno comemorar o 25 de Abril”. Provavelmente não teriam esta atitude se a data se referisse a acontecimentos como os do 28 de Maio de 1926.
Qual é a posição de Marques Mendes sobre este assunto? Uma pergunta que gostaríamos de ver respondida, por lhe desejarmos dar o beneficio da duvida. Já em relação a Ribeiro e Castro nem vale a pena perguntar.
Hoje é o dia mundial da Água
O ESTADO DA ARTE II
(aludindo que a cultura não é monopólio da esquerda).
Para quem comungou com Celeste Cardona e se escondeu atrás da direita religiosa de Bagão Félix é, no mínimo, perverso, que tenha a ousadia de se anunciar como o último grito das ideias e modernidades.
No primeiro programa limitou-se a adular a política externa de Bush, neste, num discurso entediante, adulou-se a si próprio, distanciando-se da sua derrota política e cultural.
Jorge Matos
A PRIMEIRA VISITA DE ESTADO DE CAVACO
Cavaco, enquanto estadista, ganhou raízes em Cabo Verde e aligeirou a representação do que se espera de um político: - Quem é capaz de trepar um coqueiro pode ser Presidente!
Fez bem em voltar a Cabo Verde, mesmo por umas horas. Não vá a sua imagem desvanecer-se!
Jorge Matos
Um encontro incómodo
Minutos antes, Fátima Felgueiras adivinhava o cumprimento que ia dar e receber do primeiro-ministro.
in "TVI"
Qual encontro de dois ex-amante, fugaz, distante, ... envergonhado.
terça-feira, março 21, 2006
Lei da Paridade
«A aprovação dessa lei depende apenas do voto do PS, porque se trata de uma lei orgânica, de maioria simples e não de dois terços», salientou, acrescentando que, à semelhança do diploma apresentado pelo partido em 2003, se as listas não respeitarem a quota de 33,3% «serão rejeitadas».
José Sócrates admitiu que «se não estivesse nos estatutos do PS a quota de um terço hoje não haveria no grupo parlamentar socialista as mulheres que há» e que estas foram incluídas nas listas «apenas porque não se podia fugir a essa imposição legal estatutária».
In “Diário Digital”
Sempre achei uma parvoíce esta ideia restringir a escolha de pessoas por qualquer outra razão que não a da competência e do mérito.
A própria constituição proclama a igualdade de oportunidades e proíbe a descriminação por sexo, raça ou religião. Esta lei é só por si discriminatória já que pode vir a impedir a nomeação de um qualquer homem, simplesmente por ser homem, se a quota de mulheres não tiver sido ainda atingida. Isto é descriminação por sexo o que só por si é anticonstitucional.
Quem se deve sentir ofendida por esta lei são as próprias mulheres, elas sim consideradas como alguém que necessita de ser protegido para fazer parte das listas, retirando-lhes assim qualquer mérito por isso.
O próprio Sócrates, ao defender a lei, acaba por dar as razões pelas quais ela não devia existir ao afirmar que, se existem no grupo parlamentar socialista as mulheres que há, isso se deve ao facto de estas terem sido incluídas nas listas «apenas porque não se podia fugir a essa imposição legal estatutária».
No contexto actual o mérito é, à partida, analisado num terreno de interesses e antecipações dominado por um aparelho reprodutor dessa discriminação – está viciado.
As quotas reguladas conferem um valor simbólico para que a sua caducidade possa ser efectiva e sem necessidade de discussão do género. No dia em que sistematicamente o tal mínimo de 33% estiver abaixo do admissível, então a quota caducará. Por si.
Mr. Danger
Hugo Chávez radicaliza discurso contra Bush
"Confirmámos o que já sabíamos George W. Bush é o chefe da Oposição venezuelana, não é nenhum destes jornaleiros que andam por aí", prosseguiu, acusando a Casa Branca de dominar os oposicionistas, entre os quais referiu estarem os proprietários dos jornais e canais de televisão privada do país.
"Se algum dia lhe ocorrer invadir a Venezuela, estaremos à sua espera", disse ainda, atribuindo a George W. Bush epítetos como "cobarde", "assassino", "genocida", "alcoólico" e "imoral".
Numa referência ao Iraque, acusou Bush de assassinar crianças e mulheres naquele país, invadido há três anos por tropas norte-americanas. "Os teus soldados não são assassinos, és tu o assassino", disse. (Jornal de notícias, 21/03/2006)
Quem diz que é pela rainha
Arrumações ...
Tinha-se esquecido da gabardina e a chover! Voltou ao gabinete e teve uma tontura que o fez sentar-se um pouco. Olhou aturdido à sua volta e deu de caras com o retrato do António Costa na parede. Ó António diz-me lá o que é que hei-de fazer a isto? Do quadro soou a voz do ministro É-me completamente indiferente. É-me i-n-d-i-f-e-r-e-n-t-e! Sócrates volta-se então para a outra parede E tu, António Correia de Campos que se há-de fazer a isto? Ó Sócrates, eu agora estou mais interessado em lhes tratar da saúde. Fechar maternidades, fechar centros médicos, fechar urgências, fechar, fechar, fechar! Olha, fecha-o num sítio qualquer que não te incomode mais, deita-o fora.
Vendo que a sua dor de cabeça só piorava, pegou na gabardina e no “Socialismo” e saiu determinado a só parar em casa. Ó coiso, apetecia-me algo…, sim pode ser um Ferrero Rocher.
Já em casa voltou a sentir o peso do grosso volume na mão direita. Pelo menos tirei-o do gabinete, nunca mais tornará a cair-me da maldita gaveta. E agora, José?
Com uma brilhante iluminação lembrou-se do sótão. Subiu a escada e abriu a porta. Um odor um tanto bafiento soltou-se lá de dentro. Ali estavam as pilhas de Tintins e os discos velhos de vinil. Afastou uns quantos para arrumar o “Socialismo” na prateleira de trás. Um deles caiu-lhe ao chão “Mudam-se os tempos, Mudam-se as vontades”, José Mário Branco. O que fazia ali aquele disco? Ah, devia ser algum José Mário Branco a armar em Camões. Tinha mesmo que fazer ali uma limpeza. Pelo menos para já livrara-se daquele peso, ufa!
segunda-feira, março 20, 2006
Que temem os EUA e Israel
Hoje 170 países votaram a favor, quatro contra (EUA, Israel, Ilhas Marshall e Palau) e três abstiveram-se (Bielorrússia, Irão e Venezuela).
In “Correio da manhã”
EUA, Israel, porque será que isto não me parece estranho?