João Jardim chamou de fascistas a José Sócrates, Manuel Monteiro e Francisco Louça. Claro que em resposta já vieram vozes a relembrar que o mesmo Alberto João, no antes 25 de Abril, escrevia num jornal regional artigos em louvor ao antigo regime. Se as suas declarações não me surpreendem, já que atoardas destas são o pão nosso de cada dia na boca do burgesso, já a segunda muito me admirou, não por saber que apoiava o regime salazarento, mas porque desconhecia que o Bicho da Madeira soubesse sequer escrever. Assim continua a democrática campanha eleitoral naquela República das Bananas e, a cada dia que passa, mais me pergunto porque não se lhe oferece a independência Assim, livrávamo-lo a ele de aturar os “Cubanos contenentais” e a nós de o aturar a ele de uma vez por todas. Ficava toda a gente satisfeita.
Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI
Se há quem chore de alegria porque não haveremos de rir de tristeza. Todas as imagens deste blog são montagens fotográficas e os textos não procuram retratar a verdade, mas sim a visão do autor sobre o que se passa neste jardim à beira mar plantado neste mundo, por todos, tão mal tratado. A pastar desde 01 Jan 2006 ao abrigo da Liberdade de Expressão.
segunda-feira, abril 30, 2007
O grande antifascista madeirense
O cigarro da paz
Depois de um mês complicado, por se saber que afinal o Engenheiro é só um engenheiro assim assim e em que assistimos ao milagre da multiplicação de diplomas acompanhado de um atabalhoado tapar de buracos, em que quando tapavam um mais dois apareciam, parece que a calma voltou a São Bento. Como que por milagre, o assunto da licenciatura deixou de interessar e de ser noticia e o Paulo Portas apareceu para assombrar o já solitário Marques Mendes. Como isto podia não ser suficiente, o caso Bragaparques tomou conta da comunicação social. A Sócretina pode finalmente fumar um cigarro descansada e o pequeno Mendes vê o seu, também já pequeno mundo, ruir-lhe
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O ultimo tango em Lisboa
Vem ai nova ofensiva para a criação da Constituição Europeia. O Grande Português Durão Barroso, empregada da limpeza dos donos da Europa, nada atarefadíssima a tentar baixar-nos as calcinhas. Se o Sr. Silva, ao dizer que não é a favor de um referendo para a sua rectificação, parece que já as aceitou baixar, a Sócretina, não diz que sim nem que não, mas sabendo nós como ela por poder faz tudo, provavelmente está só a regatear o preço. Preparem a vaselina que eles vêm ai.
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Restos de colecção
Antes que mais esta imagem fique a apodrecer na pasta dos bonecos esquecidos até ao próximo 25 de Abril, vai já hoje para a blogosfera. Tenho que confessar que, para além da falta de tempo, também a imaginação e a paciência não andam nos seus níveis mais elevados. Sinto-me bloqueado, sem ideias. Não é a primeira vez que isto me acontece e espero que passe rapidamente e, já agora, que ninguém que cá vem o note. Por isso esqueçam que eu disse isto e fiquem com aquilo que deveria ser acompanhado por um texto sobre a importância excessiva que a comunicação social, com os seus comentadores e analistas, normalmente dá a discursos de ocasião do Sr. Silva e que espremidos, dizem o mesmo que disseram os dos seus antecessores. Mas como ando sem pachorra para escrever, vai mesmo assim.
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domingo, abril 29, 2007
No Reino das Bananas
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Multas privadas, despesas públicas
O governo vai acabar com a DGV (Direcção Geral de Viação), que tem 1100 funcionários, e substitui-la pela ASR (Autoridade para a Segurança Rodoviária) que contará apenas com 90. Com isto, mais de 1000 funcionários da DGV estão em risco de irem direitinhos para o quadro de supranumerários da Função Pública. Poder-se-ia pensar que, se 90 fazem o trabalho daquela gente toda, é porque andava muita gente sem fazer nada e se trata de uma boa acção de racionalização e poupança pública. Só que depois ficamos a saber que o mesmo governo também pensa contratar duas empresas privadas para tratar das multas de trânsito. Defende o Governo que o recurso a serviços jurídicos privados resultará num aumento da eficiência.
Ultimamente todos nós certamente notámos um aumento das actividades da polícia de trânsito e naquilo a que normalmente se chama a “caça à multa”. Muitos, como eu, pensei que se poderia tratar de o estado tentar aumentar os seus rendimentos, uma forma de ir receber mais dinheiro dos cidadãos sem ter de fazer mais um aumento de impostos. Como quem é multado, normalmente é porque fez uma transgressão, de poucos nos podíamos queixar. O pior é que pelos vistos os motivos eram outros. O que se pretendia era provar que se trata de um bom e rentável negócio para os privados.
Assim, destrói-se a vida de mais de mil famílias, o estado pouco ou nada deverá poupar, já que vai continuar a pagar uma percentagem dos vencimentos a quem vai para o quadro dos supernumerários e as empresas privadas certamente quererão receber uma boa percentagem das nossas multas. Reduzem-se funcionários públicos para mostrar em estatísticas, sem se provar que há redução de custos e sem se ter o mínimo de consideração pela vida das pessoas. Neste modelo de liberalismo em que vivemos, descartam-se as pessoas em nome de números. Será que este povo não está farto disto? Será que pensa que é só com os outros, que ele não tem nada a ver com isso? Será que não vê que o seu dia também se aproxima? Será que não preferem um país em que se pense primeiro nas pessoas do que nos dados estatísticos do Banco de Portugal? Será que já não estão fartos de ver os predadores privados a abocanhar tudo quanto é público? Será que não têm uma vontade enorme de ir para a rua e correr com esta canalha toda? Eu tenho.
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A Besta com 109 anos
A presença da direita nos meios de comunicação aumentou imenso nestes últimos tempo, o que mostra que uma campanha, aproveitando o favor que a RTP lhes fez ao promover a estupidez de um concurso para eleger o maior português de sempre, para a sua afirmação na sociedade portuguesa, está a decorrer. A minha posição normal perante esta gente é a do desprezo. Honestamente são gente que não me interessa. Se há quem queira abrir um Museu do Salazar, nada tenho contra, se lá se contar toda a história e todas as acções por ele feitas. Seria como fazer um Museu Hitler, onde para alem das fotografias de um bebé fofinho, de um miúdo de calções, também estariam as dos mortos e dos campos de concentração. Não acredito que, a não ser para muito poucos, aquela figura não saísse ao olhos de todos como um ser repelente. Afinal os seus actos falariam por eles.
Se falo aqui disto, é porque ouvi numa televisão alguém a dizer que, não admite que se continue assim a denegrir a imagem do Salazar”. Pois é, era só o que faltava que eu não pudesse dizer aquilo que desejar sobre uma coisa que cometeu tantos crimes. Fez ontem 109 anos do seu nascimento, mas se querem saber, 1968, o ano em que caiu da bendita cadeira e o de 1970 em que bateu as botas são datas bem mais importantes. Salazar, prendeu, matou, torturou, só pelo simples crime de opinião. Ele também não admitia que se falasse contra aquilo que ele queria. Só por isso mandava matar. Felizmente a besta arde num qualquer inferno e eu posso dize-lo.
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sábado, abril 28, 2007
Restos de colecção
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Maças
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O Escondidinho
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Novas Oportunidades 3
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sexta-feira, abril 27, 2007
O Voo do anjo Carmona
Parece que este anjinho voou para o estrangeiro. Segundo o PSD era uma viajem já prevista, segundo as más-línguas é para evitar perguntas e dar tempo ao pequeno Mendes para pensar o que fazer e segundo as péssimas-línguas já estará a apanhar sol na praia de Ipanema, a fazer uma operações para esticar as peles e com o cabelo bem lourinho (ou isto foi a Felgueiras?). Seja como for não estará na altura de Lisboa exigir que esta cambada se ponha a andar e, de preferência com um bom pontapé no cu?
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As asas do poder
Se do Processo Bragaparques não decorrem práticas dolosas para a autarquia, para a cidade e para os cidadãos tenho muitas dúvidas, mas não estará já a pensar que talvez, também ele, vá necessitar dos serviços de alguns advogados?
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quinta-feira, abril 26, 2007
Oposição claustrofóbica
Pelos vistos a oposição sente-se claustrofóbica com a actuação do governo dos Sócretinos. Que sejamos todos nós a sentir-nos cada dia mais apertados, por impostos que não param de surgir e aumentar, por uma classe politica que cada vez mais distribui administrações e empregos aos amigos, enquanto para os outros o desemprego alastra e por uns meses que cada vez parecem maiores para salário que ganhamos, é compreensível, mas preocupante é que seja agora a oposição, perante uma situação paupérrima do pais, não encontre espaço de manobra para confrontar o governo. Isto só quer dizer que, este governo está a conseguir ocupar todo o espaço político do PSD, ao fazer a politica que ele próprio sempre desejou fazer e não foi capaz.
É preocupante porque esta politica está a arruinar o país, a disseminar a corrupção e a criar cada dia mais miséria.
É preocupante porque o maior partido da oposição se sente incapaz de fazer frente a isto por ser isto que também ele defende.
É preocupante porque a cada dia que passa aumentam as dificuldades e cresce a pobreza para os cidadãos.
É preocupante porque esta democracia só nos dá como alternativa mais do mesmo e, esse mesmo, não resolve os nossos problemas.
É preocupante porque vivemos numa Europa para a qual temos obrigações, mas que a cada dia está mais longe de nós.
É muito preocupante porque este caminha não parece levar a lado nenhum.
É muito, muito preocupante porque até o acto de votar se está a tornar cada dia mais claustrofóbico assim como a oposição que temos.
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O discuros Cavaquista do 25 de Abril
Depois de vermos desaparecer o Cravo da lapela do Presidente da Republica, símbolo do dia da liberdade, vem agora o Sr. Silva lançar mais umas farpas sobre o 25 de Abril. Efectivamente não sei se esta é a melhor forma de comemorar este dia, mas para quem desceu a Avenida da Liberdade e viu o número de pessoas que ai se deslocou para o festejar, não pode deixar de acreditar que ele ainda está bem vivo e que a esperança ainda resiste. Procurar retirar-lhe os símbolos e o sentido, transformando-o em mais um 10 de Junho não me parece ser a melhor forma de o defender. Bom seria que os nossos políticos retirassem aquelas gravatas que lhes apertam as gargantas e viessem para a rua, para junto do povo que os elegeu, gritar e agradecer a quem lhes permitiu estarem onde estão e serem aquilo que são hoje, em vez de fazerem estes discursos de ocasião, vazios de sentido e sobretudo de sentimento. A melhor forma de comemorar o dia da liberdade é vivendo-a, indo para a rua onde ela foi conquistada e mostrando que nunca mais aceitaremos mais mordaças.
Mas, como o Sr. Silva não parece pensar assim e não nos disse que formato defende para estas comemorações, aqui publicarei algumas sugestões que poderão ser do seu agrado. Esta é a primeira, muito voltada para a juventude. Talvez retomar a velha tradição de encher o Estádio Nacional com a Mocidade portuguesa a exibir-se para gáudio dos Senhores sentados em tribunas de honra. Claro que tudo isto sem cravo ao peito.
Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17
Porque hoje é Quinta-feira
– Sócretina, então não me avisaste que tinhas chegado? Estás com um ar cansada.
– Oh Silva, tu é que tens razão, temos mesmo que mudar esta merda das celebrações do 25 de Abril. Vê lá que tive de abrir as portas de São Bento e aturar aquele povinho todo a meter o nariz por todo o lado. Até houve um que estava a abrir as gavetas, e quando lhe perguntei o que estava a fazer disse que andava à procura meu diploma de engenheiro para mostrar à mulher. Gente chata, o povo.
– A quem o dizes, também já tive disso aqui por Belém. Nesse dia, até tive de acalmar a Maria que queria correr todos à vassourada quando viu que lhe tinham sujo com lama o tapete da entrada. E logo quando que tinha passado toda a manhã de joelhos a esfregá-lo. Estava brava.
– E tu, que fazes com o raio de um cravo ao peito?
– Foi uma ideia da Maria. Até já ando a suspeitar que quando afirmou naquela entrevista que era de centro esquerda, não estava a mentir. Disse-me, que se fosse visto com o cravo, ia garantir que alguns desses esquerdistas votassem em mim daqui a três anos. Não gosto nada disto, mas se dizem que pode dar votos até ponho um ramo na cabeça. – Disse ele sorrindo.
– Tu tens cada uma, Aníbal. Já ontem me fartei de rir com aquela da classe politica mais qualificada para os nossos filhos e netos. Qualificados somos nós, eu Engenheiro e tu Economista.
– Há há há há, só tu para me fazeres rir. Mas anda daí, vamos para dentro.
– Oh Aníbal, hoje não estou mesmo para ai virada. Dói-me a cabeça.
– Dói-te a cabeça? Não vais começar também tu com essas desculpas da dor de cabeça. Já me chega a outra. Anda mas é daí que hoje estou com umas ideias novas: Eu PIDE e tu comunista. Anda. – Disse o Sr. Silva enquanto retirava a flor da lapela e lhe dava um pontapé. – Golo, grande golo.
– Com essa já me convenceste. Ajuda-me a levantar e vamos lá fazer o nosso 25 de Abril.
E lá foram andando para o Palácio deixando só um cravo amachucado caído no caminho.
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O Tunel do Carmona
Foi finalmente inaugurado o Túnel do Marquês de Pombal. A Liga dos bombeiros profissionais de Lisboa vieram avisar para diversos problemas de segurança na sua concepção, o que coloca em causa a segurança para quem o utiliza, para além daqueles que já todos sabíamos existirem pelos níveis de inclinação existentes e que ultrapassam em muito todas as recomendações europeias. Contrariando esta ideia, apareceram depois os Sapadores Bombeiros a garantir a segurança do túnel e o Presidente da câmara a afirmar que é, de todos os existentes em Lisboa, o mais seguro. Perante estas opiniões tão divergentes, para que o túnel abrisse devia ser exigido a Carmona Rodrigues e a todos aqueles que põem a mão no lume pela segurança para quem o utilizar, que assumissem a responsabilidade civil e criminal por qualquer acidente que ai acontecesse. Talvez aí pudéssemos confirmar se todas estas certezas e essa confiança, são tão reais como nos querem fazer crer. É que depois de acontecerem as desgraças é vê-los todos a fugirem com o rabo à seringa e a lavarem as mãos das responsabilidades, para a culpa a morrer, como sempre, solteira.
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quarta-feira, abril 25, 2007
Sentidas condolências
A Gárgula do Palácio
O Sr. Silva, foi no ano passado, o primeiro Presidente da República a não usar um cravo na lapela no discurso das comemorações do 25 de Abril. Sendo esse um direito que lhe assiste, mostra como cada vez mais há a vontade de transformar esta data em só mais um feriado sem carga politica e, sobretudo ideológica. Mas, enquanto houver alguém que se recorde do cinzentão salazarento e que ame a liberdade haverá sempre uma lapela onde um cravo florirá e uma voz que não deixará esquecer. Quanto a si Sr. Silva, pode estar descansado, que sempre que me apetecer faço um boneco seu com um cravo vermelho bem berrante na lapela. E olhe que é para o seu bem, para ver se não se transforma também num velho tão cinzento e caquéctico como o outro. O que caiu da cadeira, o Botas (Não confundir com o Fardas). Vais ver que um bocadinho de cor até te faz ficar com um aspecto mais saudável.
Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI
Coitadinho do tiraninho
É feito de sal e azar.
Se um dia chove,
A água dissolve o sal,
E sob o céu
Fica só azar, é natural
Oh, c’os diabos!
Parece que já choveu
Coitadinho
Do tiraninho!
Não bebe vinho.
Nem sequer sozinho…
Bebe a verdade
E a liberdade.
E com tal agrado
Que já começam
A escassear no mercado.
Coitadinho
Do tiraninho!
Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17
Acabei de ver um programa de homenagem ao Zeca Afonso na TV feito na Galiza, e fiquei com vontade de escrever. Não sei bem o quê. Mas a vontade é grande. É daquelas coisas que crescem cá dentro e que a partir de um certo tamanho precisam de sair. De alguma maneira.
Então vieram-me à lembrança algumas memórias de 25 de Abril de 1974, um dia claro, bonito, com uma das mais belas alvoradas de sempre.
A maior parte das pessoas preparavam-se para mais um dia tristonho, cinzento e escondido. Muitas pessoas esperavam, em celas de prisões, por liberdade. Muitas pessoas esperavam que os seus filhos não morressem em África. Muitas pessoas preparavam-se para mais um dia em que falariam às escondidas de outras pessoas.
Muitas pessoas faziam contas às suas vidas e preparavam-se para sair de Portugal, também às escondidas, à procura de uma vida melhor ou para evitar que os seus filhos fossem para a guerra. Havia ainda alguém que imaginava o dia em que poderia sair à rua e gritar. Gritar tudo, muito, sem contenção, tudo o que lhe ia na alma. E que era bastante.
Nessa manhã, porém, a luz do sol era diferente. Mais brilhante, mais clara e mais nítida, e com um poder mágico de fazer sorrir as mulheres e os homens, os velhos e os novos, os gordos e os magros, os altos e os baixos, os feios e os bonitos, os brancos, os pretos, os azuis, os amarelos, os verdes, os vermelhos e até os roxos.
Então toda a gente veio para a rua. Era ver para crer. Para crer que era desta. Era desta que ia acabar a noite longa, os dias sem luz. Era desta que Portugal ia começar a ser justo, amigo do próximo, instruído, culto, saudável, crescido, desenvolvido, livre.
Já os soldados estavam na rua. Desde bem cedo, ainda madrugada, os soldados saíram dos quartéis e dirigiram-se para os locais onde as sanguessugas moravam, essas sanguessugas que se alimentavam do povo e o enfraqueciam. Que faziam do povo, um povo triste, sem garra, sem sonhos. Para depois melhor poderem pisar, humilhar, prender ou matar, sempre que fosse necessário. O povo apercebeu-se imediatamente e juntou-se ainda mais nas ruas, agora ao lado dos soldados. Era preciso ajuda? o povo está aqui, ao vosso lado, para o que der e vier. Vamos aproveitar, não haverá outra oportunidade. Os soldados agradeceram. Agradeceram a força do povo, que era muita, era tanta força que era desconhecida por muitos até então. Os soldados agradeceram as sandes, a água, o vinho, as sopas, os sorrisos, as palavras de incentivo. Mas sobretudo a alegria. A alegria imensa que rejuvenesce, que não mente porque é franca, que nos enche o espírito de ideias e projectos e que nos dá o dom da compreensão quando olhamos para o outro e nos vemos a nós próprios.
De repente, alguém trouxe cravos. Vermelhos. E as pessoas agarraram nos cravos e puseram-nos nas pontas das espingardas.
Texto do nosso amigo José Leitão
25 de Abril, SEMPRE!
O povo saiu à rua num dia assim. Todos eram povo. Velhos, jovens, militares, professores, estudantes, operários todos. Um cravo era igual à arma. O fim da guerra, a nossa flor vermelha à paz e à liberdade de a empunhar. Por um país melhor, nessa renovada primavera de Abril.
Depois foi isto que aconteceu, muito rapidamente, para o nosso mal.
Hoje estamos aqui, pior?, saudosos de um outro Abril que só ainda não aconteceu.
Era um puto de 16 anos e não houve aulas
Acordei naquela manhã como em qualquer outra manhã, com a correria do lavar, vestir, comer, o beijinho de – Até logo e porta-te bem e o correr de novo para apanhar o comboio das quarenta e dois. Vão entrando mais amigos e mais colegas, os de Oeiras da Parede até todos juntos entrarmos pela escola dentro. Logo surgiu o Director e alguns professores a dizer-nos que não havia escola, – Vão todos para casa.
Logo ali a ideia, que fazer com este dia livre. Discutia-se a hipótese Praia da Zambujinha quando, chega a notícia de que há uma revolução em Lisboa com soldados e tanques. Nem se discutiu mais e lá fomos todos a correr, uma vez mais, para a estação. A confusão, o que seria, haveria tiros e as informações de quem também viajava e que tinha ouvido dizer.
Cais do Sodré e lá fomos nós, de novo a correr, Tanques, soldados e o, – Para trás, – Vão para casa. Ali passámos todo o dia correndo Lisboa de baixo para cima e de cima para baixo. Foi durante esse dia que Portugal, um país a preto e cinzento, ganhou cor. O vermelho dos cravos, o brilho dos risos, tudo era alegria e cor. Foi como se o mundo se tivesse aberto e jorrado toda uma nova gente que até ai eu nunca tinha conhecido. Gente solidária, amiga, alegre, colorida. Cor, havia cor por todo o lado. Até os velhos fatos cinzentões pareciam ganhar cor com aquele simple cravo na lapela.
Foram tais as sensações e emoções que vivemos nessas intermináveis horas, hoje já tão curtas, que fizeram daquele dia um dos mais inesquecíveis da minha vida. Nem mesmo o raspanete monstruoso e uma mãe, preocupadíssima, quando finalmente cheguei a casa, já noite, alteraram o sentir desse dia. 25 de Abril, Sempre.
Aqui sentado , olho para a jarra cheia de cravos vermelhos que a minha companheira ali colocou hoje e não posso deixar de pensar – Fui um puto com muita sorte e ainda sou.
terça-feira, abril 24, 2007
O Sonho do Sr. Silva
Como nos aproximamos do 25 de Abril e isso cria em mim sempre um espírito mais fraterno, resolvi tentar ajudar o Sr. Silva. Um homem simples como ele, para quem ler algo com mais páginas que uma factura é um sacrifício e, que na sua juventude se habituou a trabalhar com as suas próprias mãos na bomba de gasolina do pai em Boliqueime, aquela vida passada no palácio de Belém deve ser um enorme pesadelo. Por isso aqui lhe deixo a sugestão. Abra a sua própria bomba de gasolina à porta do palácio. Cumpra o seu sonho de atestar depósitos e de lavar uns vidros. Vai ver que se vai sentir muito mais útil à sociedade e muito mais satisfeito com a sua vida. A Maria, entre lavar a louça do almoço e aspirar a sala, poderá facilmente assinar aquela papelada sempre tão chata e tão cheia de letras. E, depois ainda há quem diga que eu não sou um gajo porreiro.
Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping
O Grande negócio
Muitos afirmaram que o SNS é uma despesa demasiado elevada para o estado e que consome muito dos seus recursos, ou seja dos nossos impostos. Vamos agora ver quantos desses recursos e impostos não irão ser pagos, por esse mesmo estado, a esses hospitais privados, quando para fazer uma operação ou prestar um qualquer serviço de saúde, virmos os utentes serem reencaminhados para eles. Toda aquela preocupação com a despesa do estado, que muitos “vampiros” se queixam, não está em o estado a fazer, está simplesmente em não a fazer dando-lhes o dinheiro a eles. Ai, deixará de ser uma despesa incomportável para o estado, para passar a ser um investimento na saúde dos portugueses.
Já agora, só uma pequena chamada de atenção para os médicos que tão apressadamente vão atrás do engodo privado. Podem agora ir para hospitais com melhores condições, irem ser mais bem pagos, mas quando o serviço público estiver completamente destruído, passarão a ser impotentes perante a gula dos grupos económicos e verão as suas condições de vida e a sua saúde financeira ser reduzida drasticamente. Não é a primeira profissão, nem será a ultima, em que isso tem acontecido.
Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN
Filmes do Palácio de Belém
Mais uma para o dia do Mundial Livro
Como é o dia mundial do livro, fui aos arquivos mortos, lugar sombrio onde alguns dos bonecos que por falta de oportunidade uns, ou porque outros lhes foram retirando a vez, repousam abandonados. Foi de lá, que no meio da poeira retirei este velho livro para recomendar a sua leitura. Nele são relatados diversos crimes, que vão desde o assassinato do Serviço Nacional de Saúde, Policias que em Belém olham para o lado para nada fazerem, histórias de licenciaturas duvidosas, assassinatos políticos, traições partidárias e mesmo a venda de um país. Para quem tenha estômago para tanta porcaria.
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segunda-feira, abril 23, 2007
Dia Mundial do Livro
Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI
O Castigo divino
Alberto João Jardim defendeu que os problemas de José Sócrates na polémica sobre o seu percurso académico são um:
"castigo divino pelo mal que está a fazer à Madeira e aos portugueses". "Nosso Senhor não castiga nem com paus nem com pedras. Ele (José Sócrates) quis fazer mal a tanta gente que agora está a ser castigado".
O Bicho da Madeira no seu melhor e a campanha promete palhaçada que baste. O WeHaveKaosInTheGarden agradece.
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Ainda em Exibição
Esta tragédia, feita com grandes orçamentos europeus, estreada com toda a pompa e circunstancia, retrata a estranha ironia do "fado" deste Portugal. Um pequeno país no canto de um continente, terra de heróis e aventureiros que deram novos mundos ao mundo, virando-se para todo este oceano que o banha para se ver agora afundar, qual Titanic, exactamente no momento em que vira as costas às suas costas para olhar terras da Europa. Uma grande produção que deu um péssimo filme, sobretudo para os figurantes.
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domingo, abril 22, 2007
O Paulinho está de volta
Como já todos sabíamos que iria acontecer, o Paulinho das feiras lá ganhou as directas do CDS. Muitos dizem que agora sim, o Sócrates vai ter adversário. Olhando para o passado não me parece que deva andar muito preocupado com isso, mesmo que agora o Portas tenha tirado a farda de homem de direita para vestir a de centrista. O mais certo será mesmo que acabem por se beneficiarem mutuamente, afinal partilham mais semelhanças que diferenças.
Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping
sábado, abril 21, 2007
A pequenez de Marques Mendes
Hoje pelos vistos, estou a matar saudades desta gente que há já tanto tempo me tem servido de inspiração neste blog e que ultimamente se tem escapado. Com toda esta confusão Sócretiniana e toda esta engenharia a ela associada, este pequeno personagem político quase caiu no esquecimento. A verdade é que injustamente, já que conseguiu estar calado quando podia ter falado, falar quando devia estar calado e fazer perguntas para depois desistir sem ter as respostas que exigia. Este coitado, nem com os problemas dos outros consegue não ser ele a fazer figura mais triste de todas. Mais que não seja, porque sendo ele o líder da oposição consegue ser o melhor argumento para que o Sócrates se mantenha no poder. A tal porra de conversa do “vejam quais são as alternativas”. Os lixados, como sempre, somos todos nós.
Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN
Tempos de pirataria
Eu que até moro aqui no Concelho de Oeiras, já tinha saudades de fazer aqui um post sobre o Pirata Isaltino Morais. Hoje, lá me apareceu ele na televisão a clamar pela sua inocência agora que foi acusado de mais umas trafulhices. Triste é ver a nossa justiça a trabalhar a passo de caracol e que investigações de 2003 só agora cheguem à fase de acusação. Com mais uns recursos, atrasos e tretas isto ainda se vai arrastar por muito tempo e, enquanto isso, ele continua como presidente da câmara a lixar o concelho e a engordar cada vez mais. Quando tudo estiver resolvido já ele se poderá reformar e ir viver que nem um nababo para a Suiça ou outro qualquer país que não esteja no fundo da cadeia evolutiva da Europa ou para um qualquer paraíso terceiro mundista. Afinal a pirataria ainda é um negócio lucrativo.
Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17
O Filme da Semana
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sexta-feira, abril 20, 2007
O Velho Ogre da politica
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Decência, Superioridade e Elevação
José Sócrates, numa intervenção feita no jantar do 34º aniversário do PS.
Tinha de chegar o dia em que concordaria com algo que o Sócrates dissesse. Penso que todos nós defendemos uma democracia com valores. A decência é sem duvida um deles. Pena que não utilize na prática aquilo que diz no discurso político. De palavras bonitas temos os ouvidos cheios, mas isso não enche barrigas. Somos o país com maior desigualdade social e com mais pobreza da Europa. Uma democracia decente, superior e elevada não pode viver paredes-meias com a miséria. São trinta e quatro anos de um partido que de socialista já só lhe resta o nome. Um nome tão enganador como quem o dirige e controla. Um nome tão enganador como os pilares de mentira que o sustêm. Não é verdade, engenheiro Sócrates?
Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping
Eu sou de esquerda
Contribuição para o Echelon: NATOA, sneakers, UXO
quinta-feira, abril 19, 2007
O Homem de muitos fatos
Numa altura em que tanto se fala de pressões do governo sobre a comunicação social, este será certamente mais um caso muito falado. Por mim o Super Pina Moura bem pode abandonar a politica definitivamente que não vou chorar nenhuma lágrima por isso. Pena é que não abandone também o país e vá definitivamente para Espanha, afinal parecem gostar tanto dele.
Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI
Porque hoje é Quinta-feira
O Sr. Silva andava de um lado para o outro, como uma fera enjaulada.
- Que horas são isto? Ela que não há maneira de chegar e é quase noite.
Neste dia a Sócretina tinha adiado a visita ao Palácio para mais tarde. Num bilhete que enviou afirmava: Desculpa lá Anibalzinho, mas amanhã vou ter um dia muito ocupado, mas passo por ai mais para o fim da tarde.
A Maria que entretanto ia lavando um vidro da janela, abanava a cabeça disse:
- Hoje andas que parece doido desde a manhã. Tem calma que ela já chega. Vocês dois deviam era ter vergonha de serem unha com carne em tudo e em todo o lado. O que as pessoas devem pensar de vocês.
Nesse momento, quando o Sr. Silva lhe ia responder, toca a campainha e ele lança-se pelo corredor fora em passo apressado. Abriu a porta e lá estava ela, toda rosa, toda afogueada de ter subido as escadarias a correr.
- Sócretina, finalmente chegaste.
- Oh Aníbal, nem sabes o dia que tive hoje. Tanta coisa para fazer que não parei um minuto - respondeu a Sócretina.
Sem a deixar entrar em casa, o Sr. Silva pegou-lhe no braço e dirigiram-se para o jardim.
- Mas afinal que andaste tu a afazer todo o dia? – Perguntou-lhe.
- Nem queiras saber. Com aquela merda de me andarem agora a chatear por causa do diploma de engenharia, tive de andar a por tudo certinho. O Gago telefonou-me aflito, a dizer que não ia ser pelos seus lindos olhos que a UNI não ia rebentar a bomba. Lá tive eu de ir à Universidade, mascarada de inspector, para sacar de lá o meu processo, não fossem encontrar mais alguma coisa. Só ai, perdi montes de tempo porque, como nunca lá tinha ido, perdi-me no caminho. Depois queimar meia dúzia de diplomas que tinha para lá. Era uma confusão e já nem sabia qual era o último que tinha mostrado na televisão. Aquilo estava tudo com notas e datas diferentes. À hora do almoço ainda tive de telefonar ao Arouca para o avisar que lhe ia mandar mais dois ou três trabalhos de Inglês e para ele não se esquecer de os assinar com a data da altura. Já tenho os meus assessores a faze-los.
- Mas Sócretina, tu devias mesmo tirar o curso. Podias aproveitar aquela coisa que agora há aí. As novas oportunidades.
- Depois ainda chumbada e então é que ia ser uma barrigada de riso do povinho. Nem pensar. Só se pedisse ao Vara que me escolhesse uns professores fixes que aceitassem os testes por fax.
- Já não andas farta disso de ser Sra. Engenheira? Não preferes ir lá para dentro para me fazeres uns projectos de resistência de materiais? – Disse ele com um brilhozinho nos olhos. Sem mais conversas entraram pela porta que se fechou nas suas costas.
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Que rica familia
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Os inspectores, o processo e as investigações
A UNI afirmou que não entregava o processo porque se recusa a divulgar dados sobre assuntos privados dos seus alunos. Até aqui tudo bem, mas depois afirmou que os inspectores já uma vez tinham recusado levar o processo quando a UNI o quis fornecer. Afinal fornecem ou não fornecem os dados pessoais da vida dos alunos? Ou mudou a politica da universidade neste ultimo mês? Ou nas ultimas 24 horas?
A outra pergunta é para o Ministério que acusou a UNI de obstuir as investigações. Investigações? Afinal estão a ser feitas investigações sobre o processo do Sócrates. E, se assim é, porque ouvimos o Mariano “Olhos mais lindos” Gago dizer “Já nada me incomoda”?
Para quem depois ouviu a conferência de imprensa que ia ser, mas não foi, bombástica talvez a explicação seja fácil. O nada dizer de relevante e o desconhecer quando as contradições eram colocadas foi aquilo que se viu. O que mudou de ontem às 6 da tarde, em que ia rebentar a bomba atómica e as 20 horas de hoje em que nem uma rabicha se viu? O que mudou na cabeça dos responsáveis da UNI?
Mas, isto ainda não acabou, e basta estar atento ao que vai ser o futuro da Universidade ou dos seus responsáveis para se poder encontrar a resposta a estas perguntas.
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quarta-feira, abril 18, 2007
Não há festa onde a Sra Constância não meta o nariz
Que eu saiba, não votei nele e não lhe compete, como Presidente do BP, andar a dizer como devem ser as leis em Portugal. Estará ele com problemas de produtividade lá no banco? Deixe isso das leis do trabalho para os políticos, patrões e trabalhadores. A assembleia da Republica não necessita dos seus “bitates” para lixar os trabalhadores; eles já o sabem fazer bem mesmo sem ajuda. Raios partam esta gente, que do alto do seu conforto e das suas mordomias, manda bostas de saber para lixar o Zé-povinho. Ao menos tenham a decência de se manter calados e tentem passar despercebidos para que não nos lembremos das sanguessugas que são dos dinheiros públicos.
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