domingo, abril 23, 2006

Retratos de trabalho de vira casacas


Veiga Simão, José Hermano Saraiva e Adriano Moreira

Estes três senhores foram defensores, colaboradores e cúmplices do antigo regime fascista. Como camaleões mudaram a sua cor exterior sem nunca mudarem quem foram e são. Acredito que podemos mudar as nossas ideias e as nossas opções, mas não aceito alguém que, num qualquer momento por uma qualquer razão, tenha aceite ser cúmplice do crime e da tortura. Esses nunca terão perdão, pelo menos o meu.
Contributo para o Echelon: SPINTCOM, ISS-ADP, Merv

7 comentários:

  1. Esta é uma questão complicada... se nunca se perdoar pessoas que estiveram ligadas a um determinado regime, então os ódios nunca desvanecem e correm rios de sangue, de geração em geração... Descamba geralmente em guerras civis. Felizmente a nossa revolução não foi sangrenta e todos se integraram. Aliás, haviam milhares de pides e informadores, só por exemplo! Onde estão? Se calhar são grandes democratas hoje em dia... Ou dizer ser, não sei... Deveriamos tê-los morto? Desterrado? Torturado? Por vezes a maior virtude é não fazermos o mesmo que fizeram aqueles que criticamos. Mas os antigos salazaristas ou direitistas não-democráticos não são os unicos que defenderam ou defendem regimes ditacturiais, apesar de terem sido os únicos que tiveram oportunidade de "exercer em Portugal a sua ideologia"...
    Sinceramente, simpatizo com José Hermano Saraiva, por ser um grande comunicador e por se interessar por um património histórico e cultural que é esquecido e desprezado. Se calhar, se o conhecesse pessoalmente, também não gostaria dele, mas pronto. Tento ver as actuais virtudes...
    Pronto, não podemos sempre concordar em tudo ( como dizia hoje o Pires sobre as Malvinas ), mas é mesmo isso a liberdade de expressão.

    Abraço.

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  2. Tenho de concordar contigo Kaos. Existem determinadas coisas para as quais o perdão não é justificável.

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  3. Sá Morais:
    Compreendo perfeitamente a tua posição. Afinal somos um povo de brandos costumes. Não sou defensor das mortes e torturas. Devemos talvez recordar que dois destes senhores voltaram a ter grandes responsabilidades politicas neste país (um chegou mesmo ao governo).
    Quanto aos pides, os torturadores e assassinos, serem hoje, grandes democratas, huuuuuum, acho que não.
    O que tu colocas aqui é talvez a maior questão da ideia de democracia; pode ela sobreviver se deixar crescer, no seu seio, ideologias anti-democráticas? O sim tem dado maus resultados em muitos casos da história. O não coloca em causa a própria ideia de democracia. É complicado e as sociedades têm-no resolvido com opções conjunturais, dependendo sobretudo da história recente de cada uma delas.
    Quanto a actuais virtudes, nem as quero colocar aqui em causa, mas também não penso ser correcta a ideia de apagar o passado. São quem são, mas foram quem foram, e não me parece errado que se vá lembrando quem é quem.

    Um abraço

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  4. Eu percebo o que dizes e compreendo a tua posição. Apagar o passado e aquilo que se aprendeu pode por em causa o futuro... Digamos que estou numa fase de "vive e deixa viver".

    Um chegou mesmo a um governo... socialista, não foi?

    Essa questão da democracia também é pertinente... Afinal, o Hitler foi eleito! Foi um produto da democracia e da cegueira de um povo. O que se terá passado? O que correu mal? Já viste aquelas imagens do povo alemão em extase? E se fossemos nós? Tu e eu. Teriamos sido capazes de escapar àquela "alucinação colectiva"? É sabido que os ditadores emanam um fascinio inexplicável, que arrasta as multidões... mesmo as pessoas "decentes"... Sabem tocar nas suas fraquezas e necessidades. Bem, já estou a divagar e talvez a desculpar o povo e a própria democracia. Conhecendo-me como conheço, sei que não iria alinhar e tenho a certeza que tu também não te deixarias iludir. Mas é sempre um perigo real, não é? Mas, por outro lado, limitar a democracia é o mesmo que destrui-la... É um pau de dois bicos.

    Abraço.
    Boa noite!

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  5. Depois do que vi, sobretudo em guerras étnicas ou cívís, fiquei com a ideia que o homem ainda se encontra demasiadamente perto da animalidade. A nossa capa civilizacional é ainda muito débil e a bestialidade quando sai é alucinante ( O nosso cérebro reptiliano está lá e ainda manda muito). Basta ver as Bósnias e os Sudões para ver gente como tu e eu a matar, violar e praticar as piores atrocidades. É dificil dizer como vamos reagir a um determinado estimulo. Só podemos acreditar que teriamos a capacidade de análise para não ir na onda, mas é dificil fugir de um tsunami.

    Um abraço

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  6. Pois, os seus casacos continuam em estado novo.

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