sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Janelas para o amanhã

"Se lhe fecharmos a porta à flexibilidade no emprego ela nos vai entrar pela janela."
Vieira da Silva, Ministro do Trabalho e Segurança Social

Avisa-nos o Sr. Ministro, que a flexisegurança, ou outra coisa qualquer do género, com esse ou outro qualquer nome, mas que representará sempre uma menor segurança no emprego e na vida, vem ai e, que se lhe fecharmos a porta ela nos vai entrar pela janela. A inevitabilidade do aviso demonstra a falta de consciência social e o liberalismo deste governo "socialista". Para nós, comuns mortais, ferramentas descartáveis dos deuses do lucro, é difícil entender esta incapacidade governativa de defender a nossa casa. Temos de manter a porta aberta ao ladrão ou ele assalta-nos pela janela. Ladrões deste país, aproveitem que em casa do Sr. Ministro até vos deixam a porta escancarada para vos evitar o trabalho de terem de entrar pela janela.

Hoje ficámos a saber que a taxa de desemprego atingiu o valor mais alto dos últimos vinte anos. Já sabíamos que, apesar dos nossos salários serem dos mais baixos da Europa e pagarmos dos impostos e preços mais altos, estamos a perder poder de compra todos os dias. Já sabíamos como funcionam os serviços e a segurança social, de como a justiça é incapaz de controlar a corrupção que alastra tanto no meio político como no empresarial. Já sabíamos isso e muito mais, pelo que sabemos muita coisa. Também sabemos que muitas disto que sabemos está a acontecer porque seguimos no rio da liberalização do capitalismo global. Globalização esta que está a criar cada vez mais desigualdades no mundo, a destruir o ambiente e os recursos naturais, e a provocar cada vez mais guerras e mais terrorismo. Não será altura de questionarmos se não haverá outros caminhos que possamos escolher? Não existirão outras vias em que não tenhamos de manter as nossas portas abertas a qualquer “vampiro” que por elas queira entrar? Eu digo que sim e que é urgente garantir a segurança desta nossa casa já tão devassada.

Contribuição para o Echelon: NATOA, sneakers, UXO

21 comentários:

  1. Estranho Socialismo este, que tira aos pobres para dar aos ricos...

    No ponto em que esta canalha está a deixar o país, não será fácil encontrar caminhos e soluções justas e eficazes que não passem por ainda maiores sacrifícios para quem vive do trabalho.

    Um Xi da Porca

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  2. Esta flexisegurança
    Mais parece uma dança
    Própria do carnaval
    Fechem portas e janelas
    Arrumem tachos e panelas
    Que o ladrão vai atacar

    O desemprego a aumentar
    O dinheiro a faltar
    O cinto não aperta mais
    Uns recebem indemnizações
    Seguidas de novas contratações
    É o Portugal dos tais!

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  3. fica cada vez mais claro que é necessário eliminar estes vampiros.
    abraço

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  4. sinceramente só considero uma parvoíce ter que ele tenha afirmado aquilo que toda a gente já sabia! afinal, desde que a crise económica começou (talvez desde 2001/2) que toda a gente nota "uma menor segurança no emprego e na vida", como tu disseste....

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  5. Penso que o País vai tomando consciência do grande Bluff das medidas propagandeadas por Sócrates. Todos os dias os dados desmentem a propaganda do governo e dos seus ministros. Afundamo-nos cada vez mais com o Prace e outras pseudo reformas.O pântano de Sócrates não deve andar muito longe irá ser maior e mais pôdre ainda que o de Guterres.
    abraço

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  6. Porca:
    O problema é que de sacrificio em sacrificio, sempre em nome do futuro, cada dia estamos mais enterrados por um futuro que nunca chegará.
    bjs

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  7. milhafre:
    Bem vindas sejama s poesias do milhafre de volta aqui ao jardim.
    abraço

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  8. luikki:
    E tem de ser ráoidamente para ver se ainda há alguma coisa para salvar.
    abraço

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  9. fábula:
    Esta história já vem de antes, desde os tempos em que o Cavaco instalou as bases para o avança do liberalismo económico neste país. Enquanto aceitarmos que este é o caminho a seguir nunca mais sairemos do atoleiro.
    bjs

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  10. Ruy:
    O problema não se chama Sócrates ou Guterres. O mal está no caminho escolhido, nesta globalização que cada vez cava maiores diferenças. Nós nada mais somos que os objectos que usam e deitam fora para aumentarem os seus lucros. O pantano aqui chama-se capitalismo e, enquanto não sairmos dele só nos poderemos enterrar mais e mais.
    abraço

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  11. Vou já arranjar uma caçadeira para a bater o bandido quando ele entrar pela janela...
    É urgente mudar o nosso modo de vida, mas isto é mais fácil de dizer do que fazer... Quem sabe um dia...
    Um Abraço.

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  12. o que será necessário mais ainda para que este povo acorde do marasmo?
    jinhos

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  13. Aqui divergimos um pouco. A superesttrutura do capitalismo pode aparecer de vários modos. Desde o liberalismo mais radical à social democracia mais social.
    Concordo que o capitalismo não será o estado último do desenvolvimento social.Só que ainda não apareceu uma alternativa histórica para ele. O socialismo ou o comunismo demonstraram não proporcionarem aos povos onde se instalaram o desenvolvimento e o bem estar que se afugurava possível possível.
    Deste modo, com todas as imperfeições é o capitalismo, na sua versão social democrata que se afigura hoje ainda como a forma de organização social que melhor atende às necessidades dos povos.
    O que temos hoje em Portugal é uma promiscuidade política total. Um PS que se reclama de esquerda, isto é, social democrata, mas que na pratica executa uma politica ultra liberal.Acresce que quer o PSD quer o PS ergueram ao longo dos anos em que se trocavam no governo, uma classe politica corrupta, com privilégios inadmíssiveis, que atrasam o desenvolvimento económico do país.
    Nomeiam pessoas para os cargos da Administração Pública não por crotérios de qualidade mas por crotérios partidários, o que eu chamo de corrupção institucionalizada. Esta governo mais do que qualquer um, protege os cartéis, os bancos e os monopólios, desprezando as pequenas e médias empresas que são a mola real do desenvolvimento económico nacional. Ensaia pseudo reformas como o PRACE que seguindo a lógica anterior só vem agravar o problema. Não tem uma politica de impostos adequada, poupando as grandes empresas que obtêm super lucros e asfixiando as pequenas e médias empresas como uma politica social democratica impõe.
    Há portanto que denunciar este sócrates e o seu governo.

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  14. Sejamos pragmáticos. O que é preciso é dizer NÃO a toda esta horda de figurinhas insignificantes que nos tem (des)governado.
    Exijamos a sua substituição, antes que nos atirem ainda mais para o lamacento fundo do precipício em que já nos colocaram!

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  15. Outsider:
    cabe a todos nós procurar essas alternativas e depois lutar por elas. Não nos vão cair do céu.
    abraço

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  16. tb:
    Honestamente não sei. Somos mesmo uns bananas.
    bjs

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  17. Ruy:
    Embora eu acredite que uma alternativa mais socialista seja possivel, essa social-democracia seria sem duvida melhor que aquilo que temos. Só que a questão que eu coloco é diferente. Neste momento a realidade internacional está a empurrar-nos para o capitalismo selvagem e é a isso que temos de procurar uma alternativa. O que nos dizem é que ou alinhamos ou ficamos fora do barco e este o grande perigo. Há a necessidade urgente de se criar uma alternativa internacional a este capitalismo global que vai criar miséria e escravidão. Eu recuso-me a aceitar tla inevitabilidade e a ter de sofrer cá para outros enriquecerem cada vez mais. Como disse eu acredito que o socialismo ainda não está esgotado.
    abraço

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  18. henry:
    Não são só as figurinhas que é necessário correr, mas sobretudo mudar a ideia de sociedade que desejamos criar e os caminhos que temos de percorrer para lá chegar. Só mudar as moscas não resolve nada.
    abraço

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  19. Kaos,
    a "globalização", o capitalismo selvagem como lhe chamas não é mais do que a etapa superior do desnvolvimento capitalista, aquilo a que apropriadamente Marx chamava de imperialismo. Quando afirmas "Ou alinhamos ou ficamos fora" eu creio que quer alinhamos quer não alinhamos a nossa sorte está traçada, ficamos sempre dentro.
    O imperialismo irá criar uma cada vez maior diferença RELATIVA entre a parcela da riqueza produzida que é traduzida em lucros face à que é distribuida em salários. Mas tal não significa que o nível de vida dos trabalhadores não aumente ano após ano. Creio que o socialismo tal como o conhecemos, oriundo de Marx, Engels e Lenine estará de facto esgotado.
    Agora creio que haverá que aproveitar a liberdade sindical e de associação para obrigar o patronato e os governos que despudoradamente os servem (como o do Sócrates), através de manifestações e greves reivindicar maiores salários. E nisto eu penso que os nossos sindicatos estão demasiado brandos e aburguesados. Só através da luta os trabalhadores conseguem melhores condições de vida.
    abrço

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  20. Ruy:
    Concordo com tudo o que dizes que como também eu disse passa por uma luta, não de classes no antigo formato socialista, mas mais civilizacional. Tenho falado aqui algumas vezes da inviabilidade deste caminho que seguimos, não só por ser injusto, mas obretudo por não termos um planeta que o aguente. Os recursos naturais são finitos pelo que a luta passa, não por uma maior produtividade, não pelo consumismo, mas exactamente pelo oposto. Temos de produzir menos e de voltar a aprender a viver fora do "tenho que ter aquilo". Reaprender uma vida mais simples, menos presa no consumo, que mais do que felicidade o que nos dá é insastisfação constante do nunca estarmos satisfeitos. Queremos sempre mais e mais e mais num circulo sem fim.
    Talvez depois passemos a apreciar aquilo que temos e possamos reaprender a viver livres.
    abraço

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  21. Concordo também com o que dizes. Esta espiral infernal de consumismo advém do próprio desenvolvimento capitalista. Haverá igualmente que lutar pela qualidade ambiental e pelo desenvolvimento sustentável.
    abraço

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