sábado, abril 07, 2007

Privatização da RTP

Marques Mendes veio agora relançar a ideia de privatizar a RTP, com a bênção do compadre Balsemão e a mando do grande capital. Como se sabe toda a comunicação social está dividida e entre os grandes grupos económicos, que a usam para assim venderem as suas ideias, fazerem a sua publicidade e pressionarem os governantes. Uma zanga e as notícias saltam como pipocas cá para fora, até que a paz seja assinada e a calma regresse. Não tenhamos duvidas que, se vivêssemos numa sociedade em que a imprensa fosse livre e os jornalistas não fossem condicionados a dizer aquilo que lhes mandam, muitas verdades se saberiam, muita gente teria muitas explicações a dar e os tribunais teriam muitos mais processos mediáticos para julgar.
Contrariamente a quem defende a privatização de tudo quanto é órgão de informação, eu considero que o estado tem o dever e o direito de ter o seu próprio canal de informação. O estado tem que poder vincular as suas ideias e defender as suas medidas, concordemos ou não com elas. Devia acabar a hipocrisias de dizer que os órgãos de informação públicos são isentos e livres. Em Portugal isso não existe no público, mas muito menos no privado. A privatização da RTP colocaria o estado totalmente nas mãos dos grandes grupos económicos que, com o seu poder de fazer informação, deitariam abaixo qualquer governo que não lhe satisfizesse as vontades. Passaríamos a ter os governantes ainda mais reféns das televisões e jornais e a nossa liberdade de informação ainda mais ameaçada. Basta ver o exemplo das notícias da licenciatura do Sócrates, há mais de dois anos exposta na Internet e do conhecimento de todos, e que foi necessário haver um Belmiro zangado com uma OPA falhada para o facto saltar para os jornais. Para haver uma verdadeira liberdade é necessário que quem a produz seja também livre. Infelizmente uma utopia no país que temos hoje.

Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI

14 comentários:

  1. Anónimo8/4/07 01:13

    O problema é que teoricamente, o estado somos nós. E nós não podemos veicular as nossas ideias na televisão e rádio do estado. Desse modo, estão os jornalistas a fazer figura de patetas, marionetas, e nós a pagar para ver esta m... toda.
    Em resumo, ou não entendi a essência do teu post, ou não concordo com ele.
    De qualquer modo, aposto na primeira e deixo no ar a questão.
    Andamos todos cansados mas também sabemos (atrevimento meu) que é nestas alturas que se produzem as melhores ideias.
    Bj,
    KAOS

    ResponderEliminar
  2. Anónimo8/4/07 01:14

    De facto o comando das operações está muito bem resguardado entre ELES.

    O controle da informação, público ou privado acontece porque simplesmente não existe jornalismo que se possa dizer LIVRE. É um castelo de cartas que bate ao mais alto nível. Era uma chatice dos diabos se desmoronasse.

    Manter a rédea curta. Não terá sido à toa que jornalistas passaram a ser acessores do fulano A e B... um frenesim imparável...

    ResponderEliminar
  3. Anónimo8/4/07 01:49

    É. O jornalismo há muito que deixou de ter credibilidade, sobretudo o jornalismo diário que faz a "informação". As melhores reportagens são raras e subrepticiamente escondidas no interior de um jornal(quantas vezes sem chamadas de 1ª página) ou chutadas para um programa de TV lá para as 3 da manhã. Aos melhores jornalistas, são dados trabalhos de 2ª e 3ª importância. De 10 em 10 anos lá aparece um bom trabalho que escapa ao sistema e que invariavelmente causa grande sururu ou provoca uma importante investigação de polícia.
    Uma das razões do mau jornalismo maioritário, tem a ver com a posição social e status que muitos jornalistas atingiram. Enquanto que há 40 anos atrás um jornalista pertencia à classe média e vivia com ela, hoje um jornalista pertence à classe média alta ou alta e vive paredes meias com os grandes magnatas da política e da finança. O resultado desta mudança está bem à vista.
    Agora que o psd queira privatizar a RTP, é de morrer a rir. Ou então simplesmente perderam a vergonha de dizer o que lhes vai na alma. Se assim for, será talvez razão para chorar. O que será que farão quando chegarem ao governo?!

    ResponderEliminar
  4. Anónimo8/4/07 02:08

    E pelas badaladas do povo que é estado e não é estado, são eles os próximos. O que me irrita é que as pessoas não querem ver alternativas. Mas também, a ver pela panorâmica, elas gostam.

    ResponderEliminar
  5. moriae:
    A minha odeia é de que o Estado deve ter os seus órgãos de informação, para dar as suas noticias e informações. Mesmo que sejam as tretas normais, as mentiras que já conhecemos. Pelo menos dai sabemos com o que podemos contar. Os privados jogam só nos interesses dos grandes grupos escondidos. Aí nunca sabemos quem puxa que cordelinho, quando e porquê. Claro que o ideal era que essa CS publica fosse aberta a todos nós, mas isso só seria possível num mundo e numa sociedade muito mais perfeita.
    bjs

    ResponderEliminar
  6. anonimo:
    Estamos completamente nas mãos dessa gente que nos vende aquilo que quer e acaba por eleger presidentes, demitir governos e controlar mentes. A liberdade que temos é falsa porque todas as nossas decisões não são livres. Partem de mentiras e por isso são condicionadas.
    abraço

    ResponderEliminar
  7. Zé leitão:
    esses jornalistas de que falas vivem com os ricos, mas as redações estão cheias de estagiários com contratos a prazo e que ou fazem o que lhes dizem ou nunca mais arranjam emprego em lado nenhum.
    abraço

    ResponderEliminar
  8. moriae:
    faltam causas e faróis que possam indicar caminhos. Andamos todos perdidos sem saber muito bem o caminho. Até lá seremos rebanho fácil.
    bjs

    ResponderEliminar
  9. Anónimo8/4/07 12:16

    Os governos portugueses sempre usaram os OCS do estado para fazer lavagens cerebrais ao povinho, ora, eu isso dispenso !!! ... prefiro que sejam os privados a fazê-lo... o governo já tem muita influência, destaque e capacidade de intervenção na sociedade não precisa de ter os seus OCS.

    Discordo inteiramente do teu post.

    ResponderEliminar
  10. Anónimo8/4/07 16:12

    Eu e rebanho é coisa que não joga bem! Fácil só porque sou honesta e meia transparente. Luzes e farois, gosto ... Lembra-me o eremita, carta do Tarot. Anda sempre com um lampião, dia e noite, sem desistir. É essa a fase que penso que estamos a percorrer. Uma etapa :)
    bjs

    ResponderEliminar
  11. Manuel:
    Também era difícil que tivéssemos sempre as mesmas idéias. Eu continuo a acreditar no estado, e que é ele que nos deve representar e defender. O estado deviamos ser todos nós e temos que ter armas para nos defender do grande capital. São lobos e estão-se nas tintas para nós, não é obrigação sua. Se destroiem o estado entramos na lei do mais forte e no fim dos fracos e esses também têm o direito de viver condignamente.
    abraço

    ResponderEliminar
  12. moriae:
    Quantos mais faróis desses existirem melhor. Temos de mostrar que há alternativa e provar que ela é viável. Encontrar alternativa para esta sociedade não é fácil, mas temos que procurar soluções e discuti-las com outros.
    abraços

    ResponderEliminar
  13. Anónimo9/4/07 00:25

    Pois é Kaos, acontece que as televisões públicas não servem para nos dar voz !!! nós se quisermos emitir a nossa opinião deixam-nos usar a internet ... Então para que servem os OCS do estado? para servir todos os cidadãos ou para servir alguns cidadãos ? Esse é que é o problema ! Um governo não precisa de uma televisão para se fazer ouvir. Por outro lado o governo aproveita-se da credibilidade de um suposto serviço público para fazer propaganda política, ora isto é de uma total imoralidade é a completa perversão das instituições. Por que é que o governo não cria o seu próprio canal de televisão ? dessa forma seria muito mais honesto, quando os portugueses ligassem o canal do governo sabiam exactamente o que estavam a consumir! O que acontece neste momento é um verdadeiro logro .

    ResponderEliminar
  14. Manuel:
    è um logro se a televisão publica não for vista como o canal do estado. Seja como for andamos a ser manipulados por esta gente, agora quando afirmo que o estado e o governo devem ter os seus meios de informação para divulgarem as suas medidas e idéias, falo de um verdadeiro país, de um estado decente e de um mundo melhor. Deixar destruir tudo torna mais difícil acreditar que um dia as coisas possam ser diferentes.
    abraço

    ResponderEliminar

Powered By Blogger