Marques Mendes veio agora relançar a ideia de privatizar a RTP, com a bênção do compadre Balsemão e a mando do grande capital. Como se sabe toda a comunicação social está dividida e entre os grandes grupos económicos, que a usam para assim venderem as suas ideias, fazerem a sua publicidade e pressionarem os governantes. Uma zanga e as notícias saltam como pipocas cá para fora, até que a paz seja assinada e a calma regresse. Não tenhamos duvidas que, se vivêssemos numa sociedade em que a imprensa fosse livre e os jornalistas não fossem condicionados a dizer aquilo que lhes mandam, muitas verdades se saberiam, muita gente teria muitas explicações a dar e os tribunais teriam muitos mais processos mediáticos para julgar.
Contrariamente a quem defende a privatização de tudo quanto é órgão de informação, eu considero que o estado tem o dever e o direito de ter o seu próprio canal de informação. O estado tem que poder vincular as suas ideias e defender as suas medidas, concordemos ou não com elas. Devia acabar a hipocrisias de dizer que os órgãos de informação públicos são isentos e livres. Em Portugal isso não existe no público, mas muito menos no privado. A privatização da RTP colocaria o estado totalmente nas mãos dos grandes grupos económicos que, com o seu poder de fazer informação, deitariam abaixo qualquer governo que não lhe satisfizesse as vontades. Passaríamos a ter os governantes ainda mais reféns das televisões e jornais e a nossa liberdade de informação ainda mais ameaçada. Basta ver o exemplo das notícias da licenciatura do Sócrates, há mais de dois anos exposta na Internet e do conhecimento de todos, e que foi necessário haver um Belmiro zangado com uma OPA falhada para o facto saltar para os jornais. Para haver uma verdadeira liberdade é necessário que quem a produz seja também livre. Infelizmente uma utopia no país que temos hoje.
Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI
Se há quem chore de alegria porque não haveremos de rir de tristeza. Todas as imagens deste blog são montagens fotográficas e os textos não procuram retratar a verdade, mas sim a visão do autor sobre o que se passa neste jardim à beira mar plantado neste mundo, por todos, tão mal tratado. A pastar desde 01 Jan 2006 ao abrigo da Liberdade de Expressão.
sábado, abril 07, 2007
Privatização da RTP
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
O problema é que teoricamente, o estado somos nós. E nós não podemos veicular as nossas ideias na televisão e rádio do estado. Desse modo, estão os jornalistas a fazer figura de patetas, marionetas, e nós a pagar para ver esta m... toda.
ResponderEliminarEm resumo, ou não entendi a essência do teu post, ou não concordo com ele.
De qualquer modo, aposto na primeira e deixo no ar a questão.
Andamos todos cansados mas também sabemos (atrevimento meu) que é nestas alturas que se produzem as melhores ideias.
Bj,
KAOS
De facto o comando das operações está muito bem resguardado entre ELES.
ResponderEliminarO controle da informação, público ou privado acontece porque simplesmente não existe jornalismo que se possa dizer LIVRE. É um castelo de cartas que bate ao mais alto nível. Era uma chatice dos diabos se desmoronasse.
Manter a rédea curta. Não terá sido à toa que jornalistas passaram a ser acessores do fulano A e B... um frenesim imparável...
É. O jornalismo há muito que deixou de ter credibilidade, sobretudo o jornalismo diário que faz a "informação". As melhores reportagens são raras e subrepticiamente escondidas no interior de um jornal(quantas vezes sem chamadas de 1ª página) ou chutadas para um programa de TV lá para as 3 da manhã. Aos melhores jornalistas, são dados trabalhos de 2ª e 3ª importância. De 10 em 10 anos lá aparece um bom trabalho que escapa ao sistema e que invariavelmente causa grande sururu ou provoca uma importante investigação de polícia.
ResponderEliminarUma das razões do mau jornalismo maioritário, tem a ver com a posição social e status que muitos jornalistas atingiram. Enquanto que há 40 anos atrás um jornalista pertencia à classe média e vivia com ela, hoje um jornalista pertence à classe média alta ou alta e vive paredes meias com os grandes magnatas da política e da finança. O resultado desta mudança está bem à vista.
Agora que o psd queira privatizar a RTP, é de morrer a rir. Ou então simplesmente perderam a vergonha de dizer o que lhes vai na alma. Se assim for, será talvez razão para chorar. O que será que farão quando chegarem ao governo?!
E pelas badaladas do povo que é estado e não é estado, são eles os próximos. O que me irrita é que as pessoas não querem ver alternativas. Mas também, a ver pela panorâmica, elas gostam.
ResponderEliminarmoriae:
ResponderEliminarA minha odeia é de que o Estado deve ter os seus órgãos de informação, para dar as suas noticias e informações. Mesmo que sejam as tretas normais, as mentiras que já conhecemos. Pelo menos dai sabemos com o que podemos contar. Os privados jogam só nos interesses dos grandes grupos escondidos. Aí nunca sabemos quem puxa que cordelinho, quando e porquê. Claro que o ideal era que essa CS publica fosse aberta a todos nós, mas isso só seria possível num mundo e numa sociedade muito mais perfeita.
bjs
anonimo:
ResponderEliminarEstamos completamente nas mãos dessa gente que nos vende aquilo que quer e acaba por eleger presidentes, demitir governos e controlar mentes. A liberdade que temos é falsa porque todas as nossas decisões não são livres. Partem de mentiras e por isso são condicionadas.
abraço
Zé leitão:
ResponderEliminaresses jornalistas de que falas vivem com os ricos, mas as redações estão cheias de estagiários com contratos a prazo e que ou fazem o que lhes dizem ou nunca mais arranjam emprego em lado nenhum.
abraço
moriae:
ResponderEliminarfaltam causas e faróis que possam indicar caminhos. Andamos todos perdidos sem saber muito bem o caminho. Até lá seremos rebanho fácil.
bjs
Os governos portugueses sempre usaram os OCS do estado para fazer lavagens cerebrais ao povinho, ora, eu isso dispenso !!! ... prefiro que sejam os privados a fazê-lo... o governo já tem muita influência, destaque e capacidade de intervenção na sociedade não precisa de ter os seus OCS.
ResponderEliminarDiscordo inteiramente do teu post.
Eu e rebanho é coisa que não joga bem! Fácil só porque sou honesta e meia transparente. Luzes e farois, gosto ... Lembra-me o eremita, carta do Tarot. Anda sempre com um lampião, dia e noite, sem desistir. É essa a fase que penso que estamos a percorrer. Uma etapa :)
ResponderEliminarbjs
Manuel:
ResponderEliminarTambém era difícil que tivéssemos sempre as mesmas idéias. Eu continuo a acreditar no estado, e que é ele que nos deve representar e defender. O estado deviamos ser todos nós e temos que ter armas para nos defender do grande capital. São lobos e estão-se nas tintas para nós, não é obrigação sua. Se destroiem o estado entramos na lei do mais forte e no fim dos fracos e esses também têm o direito de viver condignamente.
abraço
moriae:
ResponderEliminarQuantos mais faróis desses existirem melhor. Temos de mostrar que há alternativa e provar que ela é viável. Encontrar alternativa para esta sociedade não é fácil, mas temos que procurar soluções e discuti-las com outros.
abraços
Pois é Kaos, acontece que as televisões públicas não servem para nos dar voz !!! nós se quisermos emitir a nossa opinião deixam-nos usar a internet ... Então para que servem os OCS do estado? para servir todos os cidadãos ou para servir alguns cidadãos ? Esse é que é o problema ! Um governo não precisa de uma televisão para se fazer ouvir. Por outro lado o governo aproveita-se da credibilidade de um suposto serviço público para fazer propaganda política, ora isto é de uma total imoralidade é a completa perversão das instituições. Por que é que o governo não cria o seu próprio canal de televisão ? dessa forma seria muito mais honesto, quando os portugueses ligassem o canal do governo sabiam exactamente o que estavam a consumir! O que acontece neste momento é um verdadeiro logro .
ResponderEliminarManuel:
ResponderEliminarè um logro se a televisão publica não for vista como o canal do estado. Seja como for andamos a ser manipulados por esta gente, agora quando afirmo que o estado e o governo devem ter os seus meios de informação para divulgarem as suas medidas e idéias, falo de um verdadeiro país, de um estado decente e de um mundo melhor. Deixar destruir tudo torna mais difícil acreditar que um dia as coisas possam ser diferentes.
abraço