quarta-feira, julho 23, 2008

A Pobreza da Classe média

 Classe Média

«A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) têm recebido todas as semanas, via e-mail, dezenas de pedidos de ajuda alimentar por parte de pessoas da classe média. "Não estamos a falar de idosos, dos típicos desempregados, mas de pessoas com menos de 40 ou 45 anos que se calhar não deixam de pagar a netcabo nem desmarcam as férias na agência de viagens mas passam fome", conta Manuel de Lemos, que diz que ao seu próprio email já chegaram dezenas de pedidos de ajuda.»

Será isto natural? Que terá acontecido à cabeça desta gente para aceitar viver esta vida? A que condicionamento social terá alguém de ser sujeito para isto acontecer? Porque é a “imagem” mais importante que a própria sobrevivência para alguns?
Muitas vezes culpei aqui a “bovinidade” deste povo que aceita que o conduzam mansamente ao matadouro sem reclamar, sem se revoltar. Ver acontecer isto talvez demonstre que a grande maioria de nós é condicionado pelas televisões que nos “fazem as cabeças”, que nos fazem viver vidas que por natureza nos seria impossível de aceitar. Não estará na hora de acordarmos, de sairmos desta hipnose colectiva em que vivemos de reclamarmos as nossas vidas de volta? Não estará na hora de voltarmos a pensar com as nossas próprias cabeças? Acordem!

Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI

16 comentários:

  1. Alguma coisa está errada!

    Eu ganho um pouquinho acima da média nacional e ainda tenho rendimentos bolsistas e de um investimento imobiliário.

    Mas ando com um carro com 14 anos, de gama média baixa. E só compro outro carro quando este já não andar ou se aparecer uma carro eléctrico em conta.

    Ando sempre modestamente vestido, de preferência sem roupa de marca. Aliás, sempre que possível arranco a marca, porque não sou placard publicitário ambulante.

    Contento-me em viver num apartamento de classe média média, mesmo podendo comprar uma vivenda. Mais do que as paredes, interessa-me quem lá vive dentro e a minha biblioteca.

    Vejo os outros que ganham tanto ou menos do que eu com grandes carros e grandes casas. Parecem uns manequins: uns bonecos aperaltados melhor dizendo.

    Não tenho nem quero ter cartão de crédito. Quando me oferecem um, respondo-lhe: «Se quiserem eu empresto-vos dinheiro por metade do juro que vocês me querem cobrar a mim». Até hoje não aceitaram o negócio...

    Conclusão: Eu sou um anormal!

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  2. Concordo inteiramente com o opinião do Tino quando não se considera um anormal por saber gerir a fonte do seu rendimento e por essa razão não estar dependente de cartões de crédito para viver. Eu também me considero um cidadão não anormal porque desde sempre soube gerir a fonte do meu rendimento sem embarcar em estilos de vida para os quais essa mesma fonte não esta preparada.
    Não passo férias em destinos paradisíacos e não estou de dependente de nenhum cartão de crédito e quando me são oferecidos
    sem mais explicações informo que não estou interessado. Mas infelizmente os portugueses escolheram padrões de vida para os quais a sua maioria não está financeira nem economicamente preparada. E o resultado está à vista. Desses muito sinceramente não tenho nenhuma pena, pena tenho daqueles que de repente se viram privados do seu posto de trabalho e nalguns casos o casal que prestava serviço na mesma unidade fabril ficarem sem emprego. Todos quantos estão a passar dificuldades porque culpa própria (neste caso por se andarem a exibir vivendo em casas e possuindo automóveis cujos encargos o seu rendimento não suporta) desses não tenho qualquer pena.

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  3. Do you know we are ruled by TV?

    James Douglas Morrisson 1968

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  4. Subscrevo os comentários acima, pois tal como os seus autores considero-me um anormal!
    Estou a trabalhar no estrangeiro, onde, admito, pagam muito bem, mas continuo a fazer a vida que sempre fiz e sem luxos ou ostentações. Tenho um apartamento, um carro comercial de 2 lugares e nunca fiz férias ao estrangeiro! Mas vejo imensas pessoas com salários muito abaixo do meu a viverem muito melhor que eu... Pelo menos na aparência!
    Quando se diz que em Portugal não se poupa, não falamos apenas dos Estado, mas também do Zé Povinho. Ou acham que 200 mil milhões de divida externa são apenas do estado?!

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  5. Gente com TINO!!!!!!
    Eu tb. ganho acima da média e tenho um carro com 15 anos e 250 000 kms. É um citroen ZX com 1124 de cilindrada, sem vidros eléctricos nem fecho centralizado. A minha mulher que ganha um pouco menos tem um peugeot 205 tb 15 anos e 160 000m kms. Qualquer um deles funciona na perfeição. Só serão trocados quando tiverem uma avaria cara de reparar.
    Ao contrário do "ap" que, apesar de trabalhar no estrangeiro, nunca fez férias no estrangeiro, eu faço, sempre que posso, férias no estrangeiro.
    As minhas férias no estrangeiro são feitas, exclusivamente de carro, na Europa.
    Aí, na Europa, o meu velhinho carro, confunde-se com os outros. Aqui no nosso RICO país, o meu carro não é um carro, é um chaço!!!
    A vantagem de fazer as viagens de carro pela Europa é a de ficar a conhecer, não só as cidades, mas todo o país. A desvantagem é concluir que o nosso país não é, infelizmente um país europeu, é um país do terceiro mundo!
    Também se conclui que o nosso país não é bonito. Tem sítios bonitos mas, dificilmente conseguimos fazer uma rotação de 360º sem ver uma lixeira, uma sucata ou uns prédios de vários andares, estilo "pato-bravo" no meio de uma aldeola qq. Já foi bonito quando era muito pobrezinho e as pessoas viviam, essencialmente, da agricultura. Agora, com as pessoas todas "penduradas" nas cidades costeiras e os campos, totalmente abandonados, a paisagem portuguesa, tornou-se uma tristeza.
    Se as pessoas conhecessem a província dos países europeus talvez passassem a ter referências para poderem ter uma atitude crítica sobre a nossa paisagem, e, naturalmente, do nosso país.

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  6. Gente com TINO!!!!!!
    Eu tb. ganho acima da média e tenho um carro com 15 anos e 250 000 kms. É um citroen ZX com 1124 de cilindrada, sem vidros eléctricos nem fecho centralizado. A minha mulher que ganha um pouco menos tem um peugeot 205 tb 15 anos e 160 000m kms. Qualquer um deles funciona na perfeição. Só serão trocados quando tiverem uma avaria cara de reparar.
    Ao contrário do "ap" que, apesar de trabalhar no estrangeiro, nunca fez férias no estrangeiro, eu faço, sempre que posso, férias no estrangeiro.
    As minhas férias no estrangeiro são feitas, exclusivamente de carro, na Europa.
    Aí, na Europa, o meu velhinho carro, confunde-se com os outros. Aqui no nosso RICO país, o meu carro não é um carro, é um chaço!!!
    A vantagem de fazer as viagens de carro pela Europa é a de ficar a conhecer, não só as cidades, mas todo o país. A desvantagem é concluir que o nosso país não é, infelizmente um país europeu, é um país do terceiro mundo!
    Também se conclui que o nosso país não é bonito. Tem sítios bonitos mas, dificilmente conseguimos fazer uma rotação de 360º sem ver uma lixeira, uma sucata ou uns prédios de vários andares, estilo "pato-bravo" no meio de uma aldeola qq. Já foi bonito quando era muito pobrezinho e as pessoas viviam, essencialmente, da agricultura. Agora, com as pessoas todas "penduradas" nas cidades costeiras e os campos, totalmente abandonados, a paisagem portuguesa, tornou-se uma tristeza.
    Se as pessoas conhecessem a província dos países europeus talvez passassem a ter referências para poderem ter uma atitude crítica sobre a nossa paisagem, e, naturalmente, do nosso país.

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  7. Falando de carros, os Portugueses são inteligentes ao comprar carros topo de gama a diesel. No que cabe ao "selo do carro", apenas pagam metade de um velhinho utilitário a gasolina. Viva o diesel!

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  8. O «se calhar não deixam de» da citação, é venenosamente vicioso. Chama estúpidos a quem pede ajuda, e simultaneamente desvia totalmente a nossa atenção daqueles que provocaram o estado de penúria em que vivemos, e que são os verdadeiros culpados desta merda.
    Depois de ver as imagens da rapaziada aos tiros, no meio da rua, na Quinta da Fonte, e de não lhes suceder nada, a solução está à nossa mostra: arranjemos armas e vamos dar caça aos FDP que nos governam!
    Revolução JÁ!!!!

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  9. Concordo com o Kaos e com os primeiros comentários, também eu tenho um velho comercial com 10 anos e 300 000 Kms, vida de professor, não ligo patavina à roupa, que aliás é a minha mulher que compra porque senão estava sempre tudo bem, e à generalidade dessas merdas... Ainda assim, tenho cada vez mais apertos e cada vez restrinjo mais as coisas, não é só a burrice do povão, as coisas estão mesmo mais caras e o que eu ganho hoje, apesar de ser mais, dá-me para metade do que ganhava há dez anos... Algo vai mal, muito mal...

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  10. O pessoal gosta de dormir até tarde... assim sempre vão "protelando as dívidas".
    A minha esperança é de que há muita gente boa, gente honesta e com algum conhecimento. E portanto tenho a esperança de que a GRANDE MERDA onde estamos metidos, tenha os dias contados. Os dias contados significam ainda 3 ou 4 dezenas de anos, mas para mim isso já é bom. É possível que as minhas filhas ainda se safem. :)

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  11. Este comentário foi removido pelo autor.

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  12. Concordo com muito do que foi dito anteriormente.

    Por favor, comecem a analisar )se é que ainda não o fazem?!) aprovação de contas no que concerne à atribuição de subsídios às colectividades das localidades e verificam como é gasto uma boa parte do dinheiro autarquico.

    As obras pública são como saebemos. Por exemplo concluem-se praças e só depois constatam que se esqueceram do sistema de denragem do solo. Lá se desfaz tudo e volta-se a fazer! Não é anedota é apenas um exemplo.

    As empresas públicas mal geridas ou por incompetentes ou por tipos que estrategicamente querem fazer crer que o privado é o melhor para todos, os altos ordenados de toda uma corja política, mediocre vaidosa e desavergonhada...

    Há muito privadop a ganhar imenso com as parcerias público/privado...

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  13. Os pobres já não têm dinheiro

    para comprar coisas baratas

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  14. Se eu fosse a UMP respondia a esses senhores com o seguinte e-mail: Corte na internet e vá gastar o dinheiro no supermercado.
    Ou então (melhor ainda): Desculpa mas devido ao facto de ter acesso à net não se encontra suficientemente pobre para termos misericórdia de si.

    http://deepestsolitude.blogspot.com

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  15. "Quero ser pobrezinha como os portugueses" é a frase preferida da minha irmã. E, sim, eu, Sandra Costa, admito à blogosfera: SOU POBRE. Sou pobre porque não tenho dinheiro para comprar iphones; sou pobre porque não tenho cartão de crédito nem quero ter; sou pobre porque não vou de férias para o Brasil; sou pobre porque, à excepção da internet, e de um livro que compro por mês,não tenho mais "luxo" nenhum; sou pobre porque ando de transportes; sou pobre porque não compro roupas de marca; sou pobre porque não tenho dinheiro para esbanjar em bebedeiras todos os sábados à noite; sou pobre porque não troco de telemóvel de seis em seis meses; sou pobre porque não tenho écran de plasma...
    Mas agora a sério: isto alguma vez na vida foi "pobreza"??!!
    Portugal há muito tempo que deixou de ser um país DE pobres, quanto muito, é um país COM pobres. Tenho muita pena das pessoas que, como eu, apertam o cinto e de todos aqueles que ficam à porta das fábricas. Agora, dos outros "pobres"... Com franqueza, tenham dó!!

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  16. Sempre houve gajos com mais olhos que barriga !

    Se antes se dizia que quem não tem dinheiro não tem vícios, agora o que parece bem é: paga primeiro os vícios e pede esmola para comer ...

    Para estes quero que se f...

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